Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Onde anda Adriana Birolli atriz e escoteira?




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Onde anda Adriana Birolli atriz e escoteira?

Prólogo: – Onde anda Adriana Birolli a famosa atriz e escoteira de tempos idos? Defenestrada pela Rede Globo e pela UEB? Não teve o mérito que merecia? Só porque matou uma galinha em um curso de sobrevivência na selva foi condenada ao ostracismo? Viraram as costas para ela? Atriz de sucesso em uma novela hoje ela é uma eterna desconhecida. Soube que faz novela na Record e daí? Quando deu suas primeiras entrevistas como escoteira e fotografada em seu grupo de origem foi aplaudida e saudada, e agora? Condenada ao ostracismo pelos antigos patrões e a UEB não dá um pio. Tudo começou quando ela fazendo sucesso em uma novela da Rede Globo contou em alguns programas de TV que fora escoteira por muitos anos e ainda participava nos seus tempos livres. Vários programas fizeram entrevistas com ela em atividades escoteiras pré-programas fazendo saudações e dizendo Sempre Alerta junto aos escoteiros todos se orgulhavam. Que orgulho em saber que alguém importante como ela participava do escotismo. Era o Marketing que faltava já que a EB não sabe como fazer isto.  

                  Tudo foi por água abaixo quando ela no programa do Jô Soares contou parte de sua infância e sob a influencia deste nefasto apresentador tentou explicar as provas de sobrevivência que participou no escotismo há tempos passado. Tentou descrever como teve que matar galinhas e coelhos e incentivada pelo Jô foi levada a explicar como “torturava” os animais e como os preparava para as refeições que fazia durante este curso. Coisas do Jô. Alguns bloguistas e outros comentaristas fizeram disto uma diversão e tanto, menosprezando o Escotismo, como se tais provas fossem uma conduta normal e treinada para matar. Em qualquer curso de Sobrevivência na Selva isto acontece para que os participantes possam sobreviver das dificuldades encontradas. Não foi o que muitos pensaram. A própria UEB pelo que eu saiba se eximiu de explicar ou mesmo defender Adriana Birolli.

                 Assim como apareceu na mídia, logo desapareceu. Nem na rede Globo com seu puritanismo satânico ela participa mais. Poucos falam sobre ela. Por causa de umas palavras que na época ela achava válido e levada pelos seus chefes, condenaram-na a fogueira do ostracismo. Um escotismo como o nosso que não tem representatividade e tão em falta de cidadãos probos, exemplos a seguir, ela não mais servia aos propósitos do escotismo Brasileiro. Era culpada? Era jovem e conduzida a curso fez o que muitos fizeram pode agora ser condenada? Quem saiu em defesa explicando que isto aconteceu em uma época onde se fazia o escotismo aventureiro? – “Atirem, por favor, a primeira pedra”. Escolham-me como alvo. Quantas vezes como menino escoteiro, eu me embrenhava na selva da minha cidade, com minha Patrulha, levando somente sal e óleo para ficar dois ou quatros dias acampados e tínhamos que nos virar para nos alimentarmos? Errado? Era uma época diferente, isto para nós era ponto de honra e fazíamos com orgulho. Sobrevivência na Selva era uma expressão que se dava aos valorosos soldados de fronteira ou mesmo aqueles que pertenciam a algum batalhão especializado nestas artes.

               Nós os escoteiros do passado seguíamos o mesmo caminho. Se alimentar de animais ou grandes pássaros não tinha segredos era o que tínhamos na época. Com o passar do tempo ainda continuava nos cursos de Sobrevivência na Selva com participantes diversos o ensino e a prática de se alimentar com o que se encontrava a mão. Hoje isto não existe mais, sabemos até que ponto o respeito à natureza faz parte da formação escoteira. No artigo do Site da ANDA que nunca ouvi falar eles os articulistas se divertem com a “Matança” da escoteira Adriana Birolli. Chegaram ao ponto de afirmar que ainda continuamos com este rito que não mais existe e nunca foi parte da formação escoteira. Uma pena que tais fatos sejam mostrados de forma incoerente ao povo brasileiro. Se servir de condenação, minha Avó minha mãe e até a Célia no passado “mataram” muitas galinhas e até mesmo um porquinho de antemão.

               Adriana Birolli não dá mais entrevistas falando de escotismo. Acho que se ressente por nenhum dirigente escoteiro tê-la defendido. Assim como apareceu se orgulhando de ser escoteira desapareceu no tempo. Acredito que se sentiu usada e não teve uma mão escoteira para defendê-la. Interessante que uma vez uma dupla de dirigentes da UEB foi entrevistada por Jô Soares. Quase dormi de tédio. Nunca vi tamanha monotonia. Não temos marketing. Ninguém para dizer na grande Mídia que o escotismo é uma das maiores organizações de jovens visando seu aperfeiçoamento individual dentro de uma metodologia única feita por Baden-Powell. No meio educacional somos considerados como ineficazes e atrasados.

“E se você quiser condenar quem já fez isto, eu me apresento assim como quase todas as mães e avós dos meus amigos leitores”. Sem esquecer que até na década de setenta oitenta isto ainda era comum. Duvida? Pergunte a sua mãe e sua avó se elas ainda estiverem vivas. Hoje é bem mais moderno. Não matamos nada, temos quem mata para nós e vender seu produto isento de maldades e atrocidades que acometem os bons samaritanos de hoje.

Pois é, hoje a Escoteiros do Brasil age como se fossemos amadores (e somos mesmos). Quando precisamos e temos alguém para defender e dar uma amostra que temos bom escotismo ela prefere bater palmas para um cantor brasileiro como se ele fosse nos dar um maior marketing escoteiro. E às vezes me pergunto onde está ele dizendo maravilhas do nosso amado Movimento Escoteiro? Sei que colocaram nele uma vestimenta (será que pagou por ela) e publicaram sua foto nos sites oficiais da EB. Pelo que vejo já está caindo no ostracismo. Assim como ele chegou já está desaparecendo. Mas não é sobre ele que quero falar, minha pergunta é uma só: - Onde anda Adriana Birolli? Ainda continua amando o escotismo? Bem cada um sabe onde aperta seu sapato. Pobre da nossa liderança. Pobre escotismo que não sabe se valorizar! 

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Conversa ao pé do fogo. O lenço Escoteiro.




Conversa ao pé do fogo.
O lenço Escoteiro.

Prólogo: - Papeando um tema que muitas vezes esquecemo-nos de papear. O nosso lenço? Quem é? O que significa? De onde veio? Cada um tem um caso para contar. Eu conto o meu. Abraços fraternos meus amigos.

                      O Lenço Escoteiro é umas das peças mais importantes do Uniforme Escoteiro. Ele representa o grupo e seu compromisso com o escotismo. O lenço escoteiro é um pedaço de tecido de forma triangular, parte fundamental do uniforme de todas as organizações escoteiras ao redor do mundo. A peça foi adotada pelo fundador do movimento escoteiro Robert Baden-Powell por ter dimensões muito próximas as de ataduras triangulares muito usadas em primeiros socorros.

                       No Brasil o lenço escoteiro deve ter catetos medindo de 60 a 75 cm, sendo os grupos escoteiros responsáveis por suas cores e emblema. O Lenço de Gilwell é um dos mais antigos lenços escoteiros do mundo, adquirido ao se completar as etapas da insígnia de madeira.

                      Se reparares, não são só os escoteiros que usam lenço. Em muitos países os vaqueiros em seus trajes nas fazendas, campeando ou cavalgando têm um lenço (normalmente com adorno, enfeites) Eles se sentem elegantes e gostam de chamar a atenção. (No sul do país é comum e cada um tem suas história) E se pensarmos em figuras que nos são familiares: Além dos cowboys; o 7º Regimento da cavalaria (e o resto do exército americano); os camponeses dos retratos e quadros; os carteiros de certas cidades e infelizmente ou felizmente os guerrilheiros.

                        Em comum temos duas coisas: profissões ao ar livre e em ambientes de poeira e sol (ou cavaleiros). O lenço protege o pescoço do sol, do frio,  dá para limpar o suor e serve para tapar a boca por causa do pó. Não sei se o exército colonial britânico o usava, mas sei que a South-África Mounted Police o tinha no seu uniforme. Ora esta polícia, copiada dos "Mounties" canadianos, foi criada por BP. De raiz, tendo este criado o seu regulamento, implantação, estrutura, uniforme, etc. Desta experiência tirou muitas coisas para o uniforme escoteiro: o chapéu, o lenço e a flor-de-lis são talvez os mais conhecidos.

                  Mas isto de usar lenços ao pescoço é muito mais antigo. Ora se vê nos livros do Asterix os legionários em uniforme de gala. Aliás, do tipo de pano que se usava, do seu uso (prático ou decorativo) e das várias formas de prendê-lo nasceram variantes, como o cachecol, o xaile, o laço, o papilon (gravata borboleta) e as rendas e... A gravata! Podemos completar que a origem do lenço escoteiro esta na participação de Robert Baden-Powell na Segunda Guerra Matabele, em 1896, onde trabalhou com Frederick Russell Burnham, o batedor (scout) americano a trabalhar para o exército inglês. Burnham usava no seu uniforme um lenço triangular ao pescoço que servia para prevenir queimaduras solares, o qual Baden-Powell adaptou, sugerindo também que o lenço triangular aberto deveria ter o tamanho ideal para servir para primeiros socorros.

                              No lançamento do livro “Escotismo para Rapazes”, Baden-Powell propôs que cada grupo/patrulha tivesse a sua cor de lenço e que este deveria ser sempre mantido limpo e aprumado, pois nele estava depositada a honra do grupo/patrulha. Hoje em dia, o uso das cores dos lenços é diferente entre associações e países, mas a honra que lhe devemos será sempre igual. Usado geralmente em cerimônias, o lenço é enrolado, colocado ao redor do pescoço e então preso com um anel. Cada organização escoteira tem liberdade para definir as cores e o emblema de seu lenço. É uma tradição em acampamentos e eventos ao redor do mundo trocar lenços com outros escoteiros, sendo que alguns chegam a formar verdadeiras coleções.

Durante muitos anos, os lenços dos escoteiros eram quadrados, dobrados em triângulo e depois enrolados. Na lista de material individual pedido aos rapazes de Brownsea, constava um lenço, preferencialmente de cor verde escuro. Nas pontas, é tradição dar-se um nó simples para lembrar a Boa Ação diária.

O termo em inglês para o nosso lenço é “neckerchief” ou “scarf”. Só por volta de 1923 é que se tornou hábito usar uma anilha nos lenços, pois, até aí, era simplesmente usado um nó tipo gravata. Os escoteiros americanos só começaram a usar o lenço no uniforme a partir de 1920.

No Brasil, cada grupo tem um lenço próprio e todos os elementos das várias secções usam lenço igual.