Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Memórias de Risadinha. Ele é um bom companheiro, ele é um bom Escoteiro!



Lendas Escoteiras.
Memórias de Risadinha. Ele é um bom companheiro, ele é um bom Escoteiro!
              
                      Risadinha. Nunca na minha vida conheci um Escoteiro como ele. Quando o conheci ele tinha entrado direto para a tropa com onze anos. Olhar o rosto, a maneira como andava já bastava para dar boas risadas. E o melhor, ele nunca se incomodou com isto. A principio o Chefe Laercio da tropa não entendeu bem aquele menino desengonçado, risonho e que parecia não levar nada a sério. Basta dizer que na primeira reunião que ele foi apresentado a tropa ele olhou a todos, e perguntou: - Tropa, porque a roda do trem é de ferro e não de borracha? – A Tropa não entendeu nada. Seria uma nova maneira de apresentar? Mas não, risadinha logo emendou – Porque se fosse de borracha apagaria a linha! E Deitou no chão morrendo de rir. Era assim o Risadinha. Muitos riam mais do estilo dele que das piadas.

                      Claro que não era e nunca foi um mau Escoteiro. Em pouco tempo já tinha seu cordão verde e amarelo e só não conseguiu o Lis de Ouro porque o Assistente Escoteiro do Distrito vetou. Um dia em uma reunião distrital de escoteiros ele adentrou o círculo e com seu estilo característico gritou alto! – Turma! O que a caixa de leite falou para o saquinho? – Todos calados. Vem prá Caixa você também. E deitava, e rolava de rir. O Assistente, jovem ainda e que não tinha senso de humor não gostou daquilo. Não aprovou seu processo enquanto ele não mudasse. Mudar como? Era sua maneira, seu estilo. A tropa adorava, os seniores eram os que mais davam gargalhadas.

                      De vez em quando Risadinha extrapolava. No desfile do Sete de Setembro estava programado um alto em frente ao palanque para uma saudação as autoridades. Assim foi feito. O Chefe Laércio gritou! Alto! Esquerda volver! Nesta hora Risadinha deu dois passos a frente e gritou: Doutor Prefeito! Doutor Prefeito! O Prefeito que não era Doutor falou – O que foi meu jovem? Porque a mulher não pode ser eletricista? – Por quê? Perguntou o prefeito. - Porque ela demora nova meses para dar a luz! E deitou no chão de rir. O palanque inteiro ria a valer. Foi um sucesso, mas o Comissário do Distrito Malquiedes achou um absurdo. Mandou um ofício para o Grupo Escoteiro pedindo sua saída. Claro que não foi atendido e isto não foi bom para o Grupo Escoteiro. Risadinha não parava. – Mamãe, Mamãe! Na escola me chamaram de mentiroso! Cale-se moleque, você ainda nem foi à escola! E Risadinha não parava. Era na sua Patrulha, era na tropa, era em casa era na escola.

                    Ficou conhecido. A cidade em peso adorava Risadinha. Quando ele passava sempre tinha alguém que gritava: - Risadinha! Uma piada. Ele nunca negou. Seu estoque era infinito – O condenado a morte esperava a hora da execução, quando chegou o padre: - Meu filho vim trazer a palavra de Deus para você. – Perda de tempo seu padre. Daqui a pouco vou falar com Ele pessoalmente. Algum recado? E lá estava ele deitado no chão rindo. Tudo piorou no Grupo Escoteiro quando O Chefe Laercio foi transferido pela sua empresa para outra cidade. Não tinha assistentes e o Diretor Técnico com muito custo convenceu um antigo Escoteiro a voltar. Minomatas era um sujeito triste. Revoltado com a vida. Aceitou mas logo viu que ali não era para ele. Ao ser apresentado Risadinha deu um passo à frente. A tropa já sabia. Piada na certa. – Chefão! O garoto que mora em meu bairro apanhou da vizinha. A mãe furiosa foi tomar satisfação. Porque bateu no meu filho? – Ele foi mal educado. Me chamou de gorda. - E a senhora acha que vai emagrecer batendo nele? Foi à conta. Chefe Minomatas pediu sua saída.

                     Risadinha viu que a tropa ia ser prejudicada. Resolveu sair. Um inferno isto sim ele provocou para o Grupo Escoteiro. Os meninos iam à reunião sentavam em um canto e não obedeciam a chamada. Um verdadeiro Motim. Depois os sêniores aderiram e finalmente os lobinhos. O que fazer? Reunião e reuniões aconteceram. Nada. Veio o Distrital e sua corte. Nada. O assunto foi levado a regional. Nada. A nacional riu de tudo e também não fez nada. Risadinha foi convidado a voltar. Chefe Minomatas saiu do grupo. Um Pioneiro de nome Polenta assumiu. Garotão. Alegre, divertido. A tropa adorou. – Chefe, o louco estava com um balde de água e uma vara de pescar, o psiquiatra perguntou a ele – O que você está pescando? Idiotas, respondeu. Quantos você já pegou? Três, é claro com o Senhor!

                    O tempo passou. Soube que Risadinha conseguiu seu Escoteiro da Pátria. Sei também que cresceu e ficou famoso. O chamavam o maior piadista de todos os tempos. Começou no SBT, depois foi para a Record e hoje tem um programa só dele na Rede Globo. – Mamãe, Mamãe, me leva no circo? – Se querem ver você que venham aqui em casa! Risadinha. O mais divertido Escoteiro que conheci. A vida dizia ele é para ser vivida com alegria. Para que chorar? Adianta? Acho que ele tinha razão. Não foi Baden Powell quem disse que o Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades?

- O Menino vem correndo e diz à mãe: - Mãe, você é uma mentirosa! - Mais por que você diz isso meu filho? - Você disse que meu irmãozinho era um anjo! Eu joguei ele pela janela e ele não voou…

É de pequeno que se aprende?



Conversa ao pé do fogo.
É de pequeno que se aprende?

                   Estou lendo aqui e ali, que a liberdade de dizer sim ou não, de ter livre arbítrio para escolher o que se quer, pode e deve ser dada aos jovens principalmente aos escoteiros. Estou em duvida. Muita mesmo. Afinal o jovem não está na idade de aprender? De saber onde vai pisar na sua trilha no futuro? Quando o colocamos em uma Patrulha é para que? Para ele somente viver em grupo? Jogar? Conhecer e decidir por si só? Se vamos a um acampamento a equipe juntos faz o que? Nas reuniões vamos orientar aos outros onde pisar e deixar que um ou outro escolha como pisar?

                   Têm-se uma lei, onde o escotismo (penso eu) se agarra para dar bons fluidos ao jovem em sua jornada de vida não estamos mostrando a ele o bom caminho? Não disseram que somos um movimento que tenta colaborar na formação do jovem na escola, na religião e junto aos pais? Ai eu fico matutando, será que a religião é uma questão de escolha quando se é jovem? Ele como os jovens que vivem nas esquinas da boca do lixo se drogando, têm direitos a escolher o que querem? Deus para que?

                   Vejamos nas famílias que consideramos educativas, cristãs, e que se preocupam com seus filhos se existe para eles o livro arbítrio. Têm horários para levantar e ir à escola? Escolhe a melhor hora para as refeições? Suas lições da escola serão feitas quando ele quiser? Sai de casa quando quer e sem dar explicações? Vai dormir no horário que quiser? Claro que não. Sabemos que hoje reclamos muito das monstruosidades que jovens fazem aqui e ali. Alguns assaltando, outros tirando a vida de alguém com um sorriso nos lábios, outros se drogando. Não temos direito de quando ainda temos tempo dar a eles uma nova escola de vida? Claro sem generalizar.

                  É difícil para mim defender que no escotismo devemos dar livre arbítrio de quem quer que seja fazer o que quiser de suas crendices. “Pau que nasce torto, morre torto”. Não posso compreender e quem sabe sou "Velho" demais para isto que os tais “Ateus” (graças a Deus) façam seu livro arbítrio no Grupo Escoteiro quando assim o desejarem. Não digo que lá no adestramento do dia a dia se obrigue a uma religião. Nada disto. A escolha é livre, mas sem ter uma não vejo como seguir uma lei que é ponto de honra para um Escoteiro. Visando mudar isto tirar Deus da promessa, tirar um costume centenário de uma oração, só para abrir uma porta a esta discussão que muitos dizem ser uma realidade, é tudo contra aquilo que acredito.

                 Claro, teria sempre aqueles a dizer que eles ou estes os filhos de pais Ateus deveriam ter o direito a participar do escotismo. Será mesmo? E os demais? O que diriam? Não posso aceitar que eles sejam chamados de “coitadinhos” e que se não forem um dia escoteiros poderiam dizer que nós não aplicamos o dom do sexto artigo da lei. Então se ele pode se beneficiar deste artigo e os demais onde Deus poderá estar presente nas entrelinhas seriam desprezados?

                 É uma situação difícil. Não gostaria de estar na pele dos hoje escotistas que passam por esta situação. Estamos vivendo uma época de liberdade tal que me assusta. Os direitos muitas vezes não tem retorno. Podem jogar pedra, podem me condenar. Podem me chamar de "Velho" ultrapassado. Mas Deus para mim não tem abertura para ser esquecido. O Escoteiro como já dizia BP, é puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações. Só isto vale por todos os mandamentos da Lei de Deus. Passei em minha vida por tantas situações difíceis, que se fosse ateu não saberia se tinha saído delas com vida. Como é bom saber que podemos dizer – Deus! Ajude-me meu Deus! Eu preciso de você! Obrigado meu Deus!

                Ainda bem que nas entrelinhas da minha escolha espiritual eu sei, ou melhor, acredito que sei que isto é uma passagem. Outros tempos virão. Faz parte do nosso crescimento. Ainda bem que não estarei aqui para ver as mudanças que estão por vir no escotismo. Foram tantas que acredito os novos escotistas não irão se preocupar com mais uma ou duas. Irão aceitar tudo conforme aceitaram até hoje. Já pensou? Não ter mais na promessa a palavra prometo, honra, Deus, pátria, obedecer à lei do Escoteiro. Como seria esta nova promessa? Bah! Não estarei aqui para ver.                  

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Você sabe dizer: Muito obrigado?



Conversa ao pé do fogo.
Você sabe dizer: Muito obrigado?

                Pretendia escrever outro artigo. Até coloquei um nome para ele. “E os bons ventos estão voltando”. O que seria? Uma luz no fim do túnel. Nosso efetivo dizem os lideres estão aumentando. Claro, um pequeno passo. Temos que ver o tempo passar. Hoje sim amanhã não. Nada do que disse Neil Armstrong ao pisar na lua. “Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a Humanidade”.

                Mas não é este o meu tema. É outro. Acho que é a chave do sucesso para nós escoteiros. Não acreditam? Pois saiba que saber dizer Muito obrigado é o segredo do sucesso! Simples não? Poderão dizer - Claro que sempre agradecemos. Não sei. Dizem que o escoteiro é Cortez e acredito nisto. Dizem que tem muitos esperando e não sabem seguir aquela máxima – Dar sem receber. Muitos estão esperando elogios. Mas será que estão fazendo isso com o próximo? Falam muito em voluntariado. Falam muito no Escotista e sempre dizem que é um abnegado.


              Vou confessar para vocês, o que eu penso de tudo isso. Não somos Deus! Desculpe. Alguns falam tanto que até parece que somos onipotentes. Pode ser que nós chefes somos tudo isto que descrevem, mas cá entre nós, estamos aqui porque gostamos. Porque nos sentimos bem. Porque faz parte das nossas vidas. Porque no final de tudo o escotismo se tornou parte de nós. Mas isto está nos colocando uma espécie de “amnésia” do que acontece em nossa volta. Deixamos de ver os erros, dos passos dados para o crescimento, da evasão, do alto custo para fazer escotismo. Contentemo-nos com o que lidamos. Nossas sessões, nosso grupo, distrito e etc.

              Não vou entrar agora nessas questões. O objetivo aqui é simples. Saber dizer a palavra “Muito Obrigado”. Sim sei que os que me lêem estão rindo. Mas olhe, eu digo e afirmo, a palavra muito obrigado está sendo esquecida em nosso meio. Vou dar uns exemplos, pois já disse antes que todos gostam de um agradecimento. Mas estamos nós fazendo isso, dando o exemplo? Não sei. Acredito mesmo que se mudássemos o nosso comportamento, muitos dos que saem do movimento, não importam as idades ainda poderiam estar participando conosco.

             Já viram por acaso um chefe ou uma chefe chegar à sede, no dia de reunião e apertar a mão um por um de todos seus escoteiros ou lobinhos individualmente? E dizer a eles – Bem vindos estou orgulhoso de ver vocês aqui! Que bom que você é meu amigo (a)! Eu pergunto ainda se voces já viram seus graduados, primos ou monitores dizendo aos seus comandados individualmente - ”Sejam bem vindos!” A patrulha/matilha está orgulhosa em ter você. Difícil? Claro que não. Tudo é questão de hábito de comportamento. Basta ensinar. Claro seria bons também vocês fazerem isso com seus assistentes, pais, colaboradores e todos que estão ajudando o movimento Escoteiro.

             Olhem, que bom seria se todos nós soubéssemos agradecer. Infelizmente no escotismo ainda temos muito os tais “medalhões” que só querem receber e esquecem-se de dar. Você olha para um e ele transmite no olhar um espírito orgulhoso como se a dizer: “Estou me sacrificando muito”. E fica sempre esperando um elogio. Se vocês tem um Diretor Técnico que quando chega às reuniões ele vem com aquele sorriso e diz – Bem vindo! Sinto-me orgulhoso em saber que você é um dos nossos! Você se desmancha todo. Utopia? Se for tem algum errado.

             Mas vamos subir mais um pouco a hierarquia. O Distrital quando te vê abre aquele sorriso e lhe dá um grande abraço e um aperto de mão. “Bem vindo meu amigo” ele diz. Muito obrigado por pertencer e ajudar o distrito! Não? Isto não acontece? E nas reuniões regionais os dirigentes máximos do estado sempre sorrindo, e dizendo – “Muito obrigado, nós dirigentes estamos orgulhosos de vocês!”. Parabéns pelo grupo que vocês têm!  Vocês são a razão de ser do movimento. Será isto mesmo? Será que eles sabem o nome do seu grupo? Não sei não. Não vou comentar sobre os mais acima. Nem pensar.

          Já pensou ver todos se abraçando e o Presidente, o Vice e todos sejam da ENA ou do CAN ou da Equipe de Formação, dizerem a você: - Meu amigo, muito obrigado por pertencer a União dos Escoteiros do Brasil. Estamos orgulhosos de ter você em nosso meio! E isto é claro, com todos, não importando se é um dirigente regional, um Diretor Técnico um Escotista ou um pai novato que ali foi com um sorriso nos lábios. Pena que sei de alguns que dirigem cursos e ficam a espera de elogio. Esses poucos acham que são eles a razão da existência do movimento.

             Precisamos manter como norma agradecer sempre. Agradecer muito. Isto faz bem. Melhor ainda quem recebe o agradecimento. Shakespeare dizia que o ouvido humano é surdo aos conselhos e agudo aos elogios. Uma verdade sem sombra de dúvida. Quando entramos como voluntários no movimento escoteiro, esperamos é claro que haja algum tipo de agradecimento. Sempre chegamos com um sorriso e nem sempre obtemos outro de volta. Claro, os jovens estão sempre sorrindo e isto é uma paga enorme. Aquele “tapinha” de leve a dizer – Muito bom o seu trabalho! O Grupo Escoteiro se orgulha em ter você conosco faz uma tremenda falta!

         Nossa lei é clara – “O escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais” E a cortesia? Ela não diz que tal pessoa é especial. Nada disso. Dê o seu abraço. Diga que está feliz, e olhe se notarem aquele lobinho, ou lobinha, escoteiro ou escoteira, sênior e guia pioneiro ou pioneira ou escotistas de cara amarrada, vá até ele. Aposto que espantado com seu abraço, com suas palavras. Aposto que vai dar um belo sorriso!
               Agora é mãos a obra. Ainda que haja noite no seu coração, vale à pena sorrir, abraçar, dizer muito obrigado. Abusem meus amigos do “Muito obrigado” “Grato gratíssimo” “Seja bem vindo” “Estamos orgulhosos de você”. Como é bom ver alguém sorrir. Sorria, o seu sorriso é contagiante. Faça do seu grupo uma alegria constante! Espere e vais ver que sua colheita vai ser abundante e eterna. O sorriso da felicidade e do sucesso irá trazer grandes benefícios.
Alô! Meus parabéns! Quero que saiba que mesmo sem o conhecer, eu gosto de você! E olhe, estou agora dando um enorme sorriso!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Segurem o tempo! Não o deixem passar!



Um agradecimento.
Segurem o tempo! Não o deixem passar!

      “O tempo passa depressa demais e a vida é tão curta”. Então – para que eu não seja engolido pela voracidade das horas e pelas novidades que fazem o tempo passar depressa – eu cultivo certo tédio. Degusto assim cada detestável minuto da eternidade da espécie. Quero viver muitos minutos num só minuto! Ah! Clarice Lispector. Você é formidável para aproximar nossa mente na realidade do presente. O tempo passa célere demais. Quando crianças corremos atrás dele para que cada dia fosse acontecer a cada segundo. – Mãe! Quando é meu aniversário? Que saudades. Um bolo, velas para apagar, amigos em volta da mesa e até esquecia-se dos presentes. Depois se tornou natural. Os anos não contam os bolos acesos e velas apagadas.

         Dizem que em determinada época na nossa vida, passamos para a terceira idade. Até hoje não encontrei alguém da primeira e da segunda idade. De quantos em quantos? Sei que na terceira somos mais olhados. Mais vistos. O envelhecer trás a aproximação dos amigos, dos familiares e das lembranças dos que estão distantes. Nesta hora passamos há contar o tempo. Observamos melhor aquela ampulheta que está sobre a mesa e sabendo que um dia ela vai ficar vazia. Quando só Deus sabe. Dizem também que nesta data nos sentimos mais amados, pois a idade envelhecida não nos dá mais forças para fazer o que sempre fizemos. Eu tive um grande amigo que já se foi e me dizia sempre – Aposentar é perder parte da vida! Não sei se me sinto assim. Não foi Mario Quintana quem disse que não devemos fazer de nossa vida um rascunho? Claro, pois vais ter a hora de ter que passá-la a limpo e nada melhor que a aposentadoria.

        Dou graças a Deus que o tempo passa. Já imaginaram o desespero que tomaria conta de nós se tivéssemos que suportar uma segunda feira eterna? Gosto de citar Fernando Sabino que dizia: - O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. Quem sabe viver seria um exercício de desprendimento. Uma aventura de deixar que o tempo leve o que é dele que só fique o necessário para continuarmos as novas descobertas. Dizem que em tudo existe beleza na passagem escondida do tempo. Coisas velhas que se revestem de frescor. Para nós é melhor deixar a vida seguir seu curso. Não pensar tanto no amanhã. Se alguém disse que o amanhã nunca morre porque irei pensar nele?

          Coloquei em minha mente que não existem tristezas que mereçam ser eternas. Acho que nem a felicidade. O que precisamos mesmo é aprender com as tristezas e as alegrias. Alguém já disse que elas só seriam suportáveis à medida que as dividimos. Eu sou um homem feliz. Tive com quem dividir tudo na minha vida de terceira idade. Ela minha Celia e meus filhos fazem parte do meu corpo, da minha alma e do meu coração. Ah! Não se esquecer dos amigos. “Isto nunca”.

              A todos vocês que se lembraram de mim, agradeço. Um agradecimento de um Escoteiro para um Escoteiro. De um Escotista para um Escotista. De um amigo para um amigo. Forte aperto de mão. Forte abraço. Forte sorriso e um bater de palmas escoteiras sinceras. Não sabem a intensa felicidade que invade minha alma em saber que amigos não me esqueceram. Sei que dificilmente nos encontraremos, mas existe uma porta aberta na minha mente que me liga diretamente a cada um. Uma porta que nunca irá fechar mesmo quando me for.

              Quando terminarem de ler este agradecimento, pensem em mim na frente de vocês, uniformizado claro, muito bem uniformizado de calças curtas, meiões dentro dos padrões escoteiros com listras retas, calçado preto bem engraxado, cinto brilhante, meu lenço bem passado, dobrado e bem postado com meu anel de Giwell brilhante e com meu chapéu de três bicos na minha mão esquerda fazendo uma reverencia e a direita se preparando para ficar em posição de sentido e dizer:
SEMPRE ALERTA MEUS AMIGOS E MINHAS AMIGAS! EU AMO TODOS VOCÊS!

Marketing escoteiro – uma utopia?



Conversa ao Pé do Fogo.
Utopia

Marketing escoteiro – uma utopia?

Muitas histórias que os escoteiros não contaram e que contadas poderiam ser uma utopia, ou seria um Marketing?

Os lobinhos maravilhosos

- Era um domingo e como sempre eu e minha noiva costumávamos passar as manhãs em um parque no centro da cidade. Ali observávamos os pássaros, a grama verde, as flores, e podíamos conversar trocar confidencias, enfim muitas coisas que um casal jovem como nós temos como interesse comum.

 Observamos a chegada de uma turminha alegre de jovens, garbosos em seus uniformes, cantando, brincando e junto alguns adultos, também sorridentes e amigos daqueles pequeninos maravilhosos. Passando algum tempo, uma parte deles, se dirigiu onde estávamos e elegantemente com um sorriso no rosto, o que devia ser o líder me convidou a participar de um jogo, onde eles teriam que levar um casal jovem, até toda a “Alcatéia”, e lá recitar os dois em voz alta, a Lei do Lobinho. Eles nos ensinariam a lei. Claro que aceitamos.

Quando lá chegamos outros casais alguns mais jovens e outros mais velhos, também recitavam temas diversos. Na nossa vez, falamos bem alto, para fazer com que a matilha (nos explicaram) tivesse um bom destaque na escolha – O lobinho ouve sempre os Velhos Lobos. O Lobinho pensa primeiro nos outros. O Lobinho abre os olhos e os ouvidos. O Lobinho é limpo e está sempre alegre. O Lobinho diz sempre a verdade. Foi uma alegria, logo estávamos enturmados e em pouco tempo nos convidaram a visitar a sede nos dando o endereço por escrito. Foi para nós eu e minha noiva, um dia maravilhoso.

Observamos que todas as pessoas presentes no parque, também se interessaram, e sorrindo participaram com aqueles jovens a alegria daquele momento que seria inesquecível.

O escoteiro é puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações
                                        
- Eu morava naquela cidade há muitos anos. Conhecia boa parte das pessoas no meu bairro, principalmente porque após me formar em odontologia, muitos deles eram meus clientes. Naquela manhã, estava eu atendendo um conhecido quando a secretária adentrou na sala e disse que um jovem escoteiro queria falar comigo e se possível naquele momento, pois ele teria que voltar para a casa indo à escola em seguida e não podia chegar atrasado. Era uma terça feira, e pedindo licença ao cliente, fui atender o jovem escoteiro.

Ele me cumprimentou (estava acompanhado de um adulto que deduzi ser seu pai) e explicou o motivo de sua rápida visita. Estava ele de uniforme, garboso sem excessos e notei que exibia um orgulho próprio de si próprio, sem impostar a voz e falando educadamente. Dizia-me que no dia anterior, ao sair da escola, procurou outro amigo para ir ao centro da cidade, já que seus pais tinham autorizado e lá ele viu atrás de um banco na praça, uma carteira. Verificando seu conteúdo, encontrou meu nome nos documentos e como bom escoteiro (ele dizia) fazia questão de entregar pessoalmente.

Fiquei surpreso, pois tinha deixado nela uma boa quantia em dinheiro e não acreditava que alguém me devolvesse. Por isto mesmo já tinha tomado todas as providencias legais para não haver futuros aborrecimentos. Verificando seu conteúdo, nada havia sido retirado e retirando uma nota de R$50,00 ofereci como agradecimento. Ele surpreso, me repreendeu educadamente, dizendo que ele era um escoteiro e sua obrigação era entregar. Sua boa ação estava naquele ato e se recebesse, não era boa ação. Perguntei para ele como era sua vida escoteira e ele me explicou a lei, a promessa e os objetivos do escotismo.

 Nunca na vida encontrei um jovem como ele. Educado, prestativo, leal e com um novo sentido de honra e caráter difícil de encontrar hoje. Deram-me bom dia, e alegres, pai e filho lá se foram, me deixando perplexo, sem saber o que falar. Mas agora sabia e muito bem, o valor daquele movimento e de maneira nenhuma deixaria de falar aos meus amigos sobre ele.

Continua na parte II

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

TRIBUTO A Baden Powell



TRIBUTO A Baden Powell

          Hoje está fazendo setenta e dois anos que nosso fundador partiu em busca de outras plagas, de outras terras, de outros acampamentos. Deixou-nos um legado incrível que alimenta nossos sonhos e muitas vezes nos dá um motivo para continuar nesta interminável jornada. Muitos dizem que quando o mosquitinho escoteiro nos morde sorrateiramente fica em nossa mente para sempre. Baden Powell sempre foi um excelente aconselhador, um excelente Chefe, um amigo inseparável e com um sorriso que nos encanta até hoje. Seu legado é enorme. Dizem que em mais de 160 países se pratica o escotismo. Adaptado as diversas situações, tem métodos e sistemas que nunca se alteram onde quer que esteja presente. Cada nação, cada país tem vida própria. O escotismo ali tem seu estilo, mas nada muda no que ele nos deixou.

          Cada um de nós tem uma história para contar quando resolveu abraçar esta causa. Cada um teve sua primeira vez neste maravilhoso mundo dos escoteiros. Enumerar as promessas, as emoções, os sonhos que começam seria falar no impossível. Não temos como descrever as alegrias de cada um que um dia adentrou neste mundo espetacular. O mundo que movimenta sonhos e realidades para adultos e jovens. Isto aconteceu graças a Ele. Baden Powell nos deixou um movimento tão incrível que tem muitos que se precisar darão a vida por ele. Contar dos que se sacrificaram dos que tem dias de alegrias e de tristezas, mas estão ali com as mãos entrelaçadas sem esmorecer é falar em heróis. Heróis? Sim Eles os chefes e os jovens sabem disso. Afinal ele também foi um herói e nosso exemplo. Não podemos mais lutar nas longínquas terras de Mafeking, não podemos mais percorrer a África do seu coração. Claro que nossas armas hoje são outras. O amor, a bondade, o desejo de ajudar de acreditar que um dia iremos ter jovens formados com força de caráter, de ética, de honra. Estas são as nossas armas do dia a dia.

         Estou a descrever somente as benesses, pois as decepções não fazem parte neste dia. Não importa quem seja importa é que cada um de nós neste dia a sua maneira possamos mostrar como amamos nosso fundador. Anos e anos se passaram. Tentativas de mudar foram muitas. Mas suas ideias enraizadas em nós se mantem vivas e dificilmente serão apagadas. Não somos um punhado, somos milhões em todo o mundo a gritar uníssemos a nossa fraternidade e o nosso amor ao escotismo. A minha maneira, a sua maneira, ou melhor, a maneira de todos só podemos dizer:
- Obrigado Senhor Baden Powell. Obrigado BP. Se existe uma felicidade escondida em corações escoteiros nós a temos. Está dentro de nós. E você, só você foi o responsável por isto!

Sempre Alerta!     

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O Tigre dente-de-sabre da Gruta das Esmeraldas.



Lendas Escoteiras.
O Tigre dente-de-sabre da Gruta das Esmeraldas.

               Tem certas histórias que não deviam ser contadas. São aquelas que fazemos papel de bobo, e nos chamam de idiotas escoteiros. Lembro que os seniores viviam se gabando de suas aventuras que faziam em seus cavalos de aço. Eu também tinha um. Belo, cor vermelha, pneu balão faixa branca, Phillips importada e na Patrulha todos tinham a sua. Eu andava lá pelos meus doze anos. A Patrulha já acampava sozinha. Tonhão o Monitor era Primeira Classe e Vadico o sub. monitor Segunda Classe. Os demais Joventino e Clarinho também tinham sua Segunda Classe. Eu sabia que ia receber no mês seguinte. Não devia nada a ninguém nos meu conhecimentos escoteiros. Afinal já ia longe o dia que completei minhas vinte e cinco noites de acampamento.

                Acho que foi em uma reunião de Patrulha, em uma quarta na casa do Moreno o socorrista que surgiu a ideia. Conversa vai, conversa vem lancei um desafio – Afinal porque os seniores saem por aí, fazem grandes jornadas, voltam contando “patacas” e nós escoteiros não fazemos nada? Todos me olharam espantados. – Vadinho você sabe que sem autorização da Corte de Honra não podemos fazer nada. Disse Tonhão. Portanto vamos ficar na nossa. Não concordei. Continuei martelando. – Olhe eu tenho uma ideia fantástica. Já preparei tudo. Como nossos cavalos de aço sairemos em um sábado rumo a Lagoa dos Peixes. Lá vamos fazer um exploração na Gruta das Esmeraldas. Até hoje ela é pouco explorada. Levamos quatro carreteis de linha dois. Cada um tem mais de 300 metros. Amarramos na entrada e vamos até onde possamos chegar dentro da gruta. Voltar é fácil. Só seguir a linha e já pensaram quando souberem que fomos lá?

                Vi nos olhos de cada um o desejo da aventura.  – continuei – Não falamos aonde vamos. Quem sabe diremos que fomos fazer uma exploração no Riacho Vermelho? Não comentamos de ir lá um dia para conhecer? – Tonhão coçou a cabeça. – Façamos o seguinte no sábado vamos nos reunir aqui em casa depois da reunião. Cada um tente pesquisar na Biblioteca Central sobre a gruta. Vamos conversar, mas nada de tomar posição. Dito e feito. Eu já tinha tudo preparado. – A gruta como sabem fica próximo a Lagoa dos Peixes. Já foram explorados mais de 511 metros de extensão, mas dizem que são mais de 5.000 metros com tantas cavernas que é fácil se perder. Feita de Rocha Calcária foi formada no passado por restos marinhos do fundo do mar raso, da bacia do Rio das Velhas. O primeiro homem a explorar a gruta foi o dinamarquês Peter Wilhelm Lund em 1835. Sei que depois muitos foram lá. Descobriram restos de fósseis pré-históricos dentre eles o Tigre dente-de-sabre e a Preguiça gigante.

              Não teve jeito. Duas semanas depois em um sábado partimos bem cedo. Nossos Cavalos de Aço (bicicletas) levavam o que precisávamos. Sem barracas, pois dentro da gruta não precisava. Lanche e ração C. Quatros horas depois chegamos a sua entrada. Fácil. Sem vigia e toda a entrada coberta por uma vegetação rasteira. Começamos a entrar na gruta. Levamos duas lanternas, usamos mais nossos três lampiões a querosene. Joventino e Clarinho tomavam conta dos carreteis de linha. Andamos mais de 600 metros. Uma escuridão total. De vez em quando saiamos em belos salões que mesmo com pouca iluminação eram de tirar o folego. Lindo demais. Paramos por volta das duas da tarde em um salão gigantesco. Na parte baixa um belo de um lago que além de raso tinha lindos peixes vermelhos e azuis a nadar em sua superfície.

              As cinco Tonhão sugeriu que não fossemos adiante. Dormir no salão e voltar no dia seguinte. Claro tudo era marcado pelo meu relógio e do Tonhão. Os demais não tinham. Na escuridão não sabíamos se era dia ou noite. Não foi fácil encontrar gravetos para o fogo. Mal deu para fazer uma sopa e um cafezinho. Todos cansados nem bate papo ouve. Nem uma conversa ao pé do fogo. Estava dormindo quando fui acordado por um grito de Vadico. Levei o maior susto. Do outro lado do lago um enorme Tigre dente-de-sabre que nos olhava com enormes olhos negros. Tinha mais de dois metros de altura. Ficou andando de um lado a outro pensando como atravessar o lago e fazer o seu banquete. Não deu outra. Ninguém ficou para trás. Aprontamos uma correria e nos perdemos de nossa linha que iria nos trazer de volta a entrada da gruta.

                 Ficamos parados no fim de um corredor que não nos levava ao lugar algum. Não ouvíamos nenhum barulho. O ar parecia que estava acabando. Resolvemos voltar. Para onde? Não tínhamos nenhum senso de direção. Bussola? Elas ali não funcionavam. Por sorte já era umas oito da noite de domingo achamos a linha. Para a direita ou esquerda? Votos e votos. Para a direita. Duas horas depois chegamos à entrada. Cacilda!  Que alegria. Lá escondida em uma moita de capim colonião estava nossos cavalos de aço. Chegamos a nossa cidade as duas da manhã. Normal ninguém deu por nossa falta. Sábado, tropa reunida, depois do cerimonial de bandeira Tonhão pediu a palavra. Contou tudo. A Corte de Honra nos proibiu de sair só por seis meses! E o Tigre dente-de-sabre? Melhor calar. Contar para que? Para os seniores fazerem gozação?

                  Hoje eu sei que a Gruta das Esmeraldas é visitada por turistas que podem ver sua beleza de seus 511 metros que são abertos ao público. 16 salões fantásticos. O salão da Noiva e o Salão da Catedral pode-se ver imagens formando santos, púlpitos e nichos. Quem sabe foi um destes que achamos ser um tigre dente-de-sabre e pensamos que estava vivo?   Melhor parar por aqui. Sei que não acreditam que foi verdade. Que seja. Mas eu nunca mais esqueci a Gruta das Esmeraldas. Em minha vida Escoteira estive em várias outras. Mas além desta em nenhuma das demais teve o sabor de aventura da primeira. Pelo menos aprendi a não ser tão afoito. Não fui bom Escoteiro tentando fazer tudo escondido. Mas aprendi a lição. Isto nunca mais aconteceu!

(os nomes aqui citados foram alterados para evitar familiares tristes, pois sei que todos já foram para o outro lado da vida. Breve estarei junto a eles e quem sabe teremos lindas grutas a explorar nas lindas estrelas perdidas da via láctea?).

domingo, 6 de janeiro de 2013

Sistemas de Patrulhas.



Conversa ao Pé do Fogo.
Sistemas de Patrulhas.

                       Falar aqui sobre o Sistema de Patrulhas é como falar para o presidente de um banco e ensiná-lo como ganhar dinheiro. Nem pensar. Impossível imaginar que alguém no escotismo não saiba o que significa.  Mas vejamos, será que todo tem consciência da importância de uma patrulha completa na tropa? Por anos e anos com os mesmos patrulheiros? Seja masculina ou feminina? Ou mesmo em matilhas na Alcatéia? Como manter a unidade?

                       Quando fiz meus primeiros cursos no inicio da década de 60, senti na pele o que era conhecer e manter a unidade na patrulha. Vi a diferença do que vivi em uma Patrulha quando jovem e com desconhecidos pela primeira vez. Em um dos cursos ficamos oito dias juntos acampados. Interessante, no primeiro dia todos com um cavalheirismo e com uma cortesia sem par. – Ei! Deixa para mim, eu faço. Quem? Claro pode contar comigo, serei o lavador de panelas. Claro irei correndo buscar na intendência! Lenha? Sou perito. Lavar roupa de todos? Sem problema, minha mãe me ensinou. Todos rindo. Todos irmãos. Beleza! Como dizem os jovens hoje.

                      Três dias depois começávamos a nos conhecer. Cada um com seu dom de analista, dom que todos possuem, analisavam agora tudo diferente. O numero um, um preguiçoso. O numero dois um mandão. O numero três um dorminhoco. O numero quatro um bobão. O numero cinco o puxa-saco da chefia. O numero seis metido a sabe tudo. O numero sete sempre dizendo que doía aqui e ali. Só eu era perfeito! E assim o curso prosseguia. Aquela amizade inicial ia se desmoronando. Mas no sexto dia, tudo mudava, sentíamos diferente. Mais humanos mais escoteiros. Já admirávamos a todos pela sua maneira de ser. Uma união se formava. Aprendemos a respeitar a individualidade do outro.

                      E no último dia, este era especial. Um amor enorme na Patrulha. Um orgulho de ser um Touro, ou um Morcego, ou um Lobo, enfim, uma união que achamos que ia durar para sempre. Foi assim que vi de forma diferente, o meu tempo de patrulheiro. Diferente porque fazíamos escotismo todos os dias, estávamos sempre juntos, decidíamos na casa de um e outro. Claro que a sede era o ponto de encontro.
                     Atuando em Grupos Escoteiros, vi que muitas vezes os jovens eram advindos de comunidades diferentes. Normas de condutas diferentes. Formação individual diferente. Não se conheciam. Claro, aquelas características em que vi no curso deviam existir entre eles e acredito que de forma diferente também faziam suas análises. E infelizmente por falta de atenção da chefia abandonavam a tropa. Encontrei algumas patrulhas que davam pena. Serviam apenas para jogos, para alegria do chefe em ver um grito de patrulha e a sua satisfação em receber uma apresentação dos meninos.

                      Patrulha? Não. Nenhuma delas tinham entre si jovens que permaneceram por muitos anos. Contava-se a dedo aqueles que participaram de vários acampamentos na mesma patrulha. E tropas novas? Sempre desmanchando as patrulhas para formar outras. Jogos? Os touros tem três? Tira dois da lobo. Por quê? Por quê? Para que viviam em uma patrulha? Para serem jogados aqui e ali? Melhor sair da tropa. O programa na minha rua é melhor. Lá meus amigos me respeitam.

                      - Olhem, dizia o chefe. Sábado como sabem iremos para um acampamento. Como a Lobo e Pantera estão com poucos elementos (elementos? Pensei que eram escoteiros) vamos dar uma mexida e tirar uns daqui, outros dali e assim teremos três patrulhas completas! – Formidável! Perfeito! Encontrou o ovo de Colombo! Um novo BP! Um sistema de patrulhas que devíamos orgulhar!

                          Porque não analisar a saída de alguns, o motivo, ouvir o próprio jovem ou a jovem, e ver onde está o erro? Dele? Dela? Seu? Do monitor? Reuniões ruins? Você já foi a casa deles e procurou saber os motivos reais?  – Meu jovem, o que houve? Qual o motivo? Depois, sim depois mudar se necessário. Claro, você está ali para eles não para sua satisfação pessoal. Eu digo sempre. Tropa com patrulhas de três ou quatro significa que não estão gostando. Pode ser também culpa dos Monitores apesar de que seu treinamento e formação cabe ao chefe. Sempre achei que é melhor prevenir que remediar. Enfim, uma série de fatores que só mesmo os dirigentes da tropa podem saber e analisar.

                       Se isso acontece com você é hora de mudar. Mudar rápido. Como?  Ponha seus conhecimentos a funcionar. Você não fez cursos? Não tem uma biblioteca escoteira em sua casa? E afinal não conhece um bom assessor que possa lhe ajudar?  Mas desculpem, estou falando para poucos. A grande maioria dos que me lêem sabem como fazer e fazem certo. Acreditem, não tenho a última palavra, sempre digo e afirmo e repito o que BP disse – Os resultados é que são importantes e se o que está fazendo faz com que sua sessão ande sempre completa, que os jovens estão ficando por mais de dois anos então parabéns. Você está no caminho certo.