Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sábado, 23 de novembro de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Sonhos escoteiros, o belo que a natureza tem.



Sonhos escoteiros, o belo que a natureza tem.

Nota... Eu desejo que sua semana seja maravilhosa quando for acampar. Quanto verdes irias ver, o desabrochar de uma rosa, que exala seu perfume, como de costume quando o sol começa a esquentar, ou como seu singelo beijo que me deixa lá nas nuvens, lugar onde o cheiro do seu perfume costuma me levar!

                        Estão a me dizer que os sonhos dos jovens de hoje são outros. Repetem a todo o momento que o mundo da simplicidade, da natureza, da fonte de água limpa e do canto dos pássaros que um dia foi um pedaço do céu e a voz de Deus para os escoteiros, são poucos que conseguem ouvir. Um dia você acorda e vê que não é mais o menino de outrora que a vida mudou e suas escolhas são outras. Esqueceu seu estilo de apreciar gostar e amar a natureza vivendo cada momento, cada pensamento, tudo que recebemos de Deus e da natureza a vida. Agora você vê que o aprendizado o estilo e o hábito nos faz amar e sentir a natureza em todo seu esplendor acabou. Um poeta dizia que é acreditando nas rosas que as fazemos desabrochar. Já nos perguntamos qual o propósito dos pássaros cantarem, pois o canto é o seu prazer uma vez que foram criados para cantar? Devemos voltar à mente humana sem se inquietar com a extensão dos segredos dos céus? A diversidade do fenômeno da natureza é tão vasta e os tesouros escondidos em nossa mente não são mais aqueles que um dia procuramos sem encontrar? É, e quando chega à primavera podemos ver o espetáculo do desabrochar das flores, o vento que sopra mais formoso e os habitantes da floresta sentem na pele o florescer para a vida.

                         Quantos de nós chefes motivamos nossos jovens para ver a beleza e o encantamento da natureza? Será que ainda vivemos para dar aos jovens sonhos de uma vida em pleno campo, deixar que eles viagem pelas estrelas, pelo firmamento e sentir o perfume da floresta em flor? Será que podemos mostrar a eles o cheiro da terra, o silencio e o ronronar da mata? Quantos de nós ensinamos aos nossos jovens a dormir sob o manto da noite, a ouvir o vento e tentar entender porque ele viaja nos trazendo a brisa, deixar que ele nos leve para longe. Quantos que um dia dormiram sob as estrelas, uma barraca que fica armada no firmamento. E ao acordar com o lusco fusco da manhã, rosto molhado do orvalho do amanhecer, pássaros cantando voando em bandos para mais um dia de esplendor. Quem teve o privilégio de ver a nevoa crescendo em cima das águas calmas de um riacho, lindas cascatas de águas cristalinas e fria brotando da terra? E quem aprendeu a não se assustar sem sentir ameaçado com um lobo guará que aparece sua frente quem sabe querendo dizer: - Somos irmãos tu e eu! Não importa o tempo, se soubermos amar a natureza amamos a liberdade, a tempestade o frio e o calor. Mesmo com seus perigos a selva nos ensina e nos mostra o som da chuva, o clarão dos raios que pipocam no céu. O medo do trovão acaba o vento acalma, os grilos repicam canções de ninar. O pisca-pisca dos vagalumes é uma doce visão para nunca mais esquecer. O cantar da cigarra, o ribombar surdo, ressoando fortemente na queda de águas cristalinas de uma cachoeira encantada. Viajar, pés no chão a caminhar olhando cada passo que nos leva para as criações do Criador. Um animal que passa, um beija flor que para no tempo a ver onde pode ter o seu caule da vida.

                       Nada se perde tudo se transforma quando se ama a natureza. As delicias de uma sombra embaixo de uma árvore centenária, ouvir o ranger dos seus galhos ao ver e sentir o vento passar. Procurar através de suas folhas uma nesga do sol ou pássaro cantante invisível que canta tão belamente. É lindo sentir a harmonia, a estética da mata que foi feita para nosso deleite de sombras e cantos invisíveis só para os que não querem acreditar. Bom demais ver os insetos apressados, um frescor diferente do aroma das flores silvestres tudo é lindo tudo parece dizer que a natureza quer falar com você. E o cheiro da terra? Impossível descrever. Coisas de velhos mateiros que aprenderam a viver com a natureza no respeito que é devido de um Escoteiro.

                     Acampe, em montanhas, em vales, em serras ou várzeas onde os animais pastam, onde a busca da sobrevivência faz parte da vida daqueles que são os donos da natureza. Acampar em uma praia deserta é extraordinário. Sons maravilhosos do mar ao subir ou descer da maré uma obra tão bem feita que sabemos que ali mora o Redentor. O bater de asas de um albatroz, de uma gaivota a se exibir no ar, de um trinta-réis ou de um Atobás. Se tiver sortes quem sabe aparece uns tesourões gritando no espaço a procura de um cardume que lhe dará o alimento do dia. Ah! Sonhar com a natureza, viver com a natureza, sentir todo seu esplendor entrando em seus poros e fazendo sentir o espetáculo que um dia Deus nos deu e nada cobrou. É como as tempestades que deixam cair às folhas verdes assustadas ainda no outono que um dia brotaram no desabrochar dos lindos campos, suas essências... Deixadas como folhas em vendavais. Voando, vagando, sem destino; por entre pensamentos, como mãos que tocam almas, fazendo das harpas sons siderais.

                      Não há como esquecer o som do regato, dos peixinhos que pulam a procura de um inseto, no coaxar de um sapinho, do lindo som de uma cachoeira fantástica, do bater de asas de papagaios coloridos.  Os sons das abelhas e dos beija flores a procura do néctar nas flores, de olhar uma campina verdejante e ver o vento tocar as folhas do capim, das flores silvestres e elas como se fosse uma onda verde vão e vem no horizonte. São tantos os sons da natureza que é impossível dizer que Deus não está ali. Sons e sons. Da noite do dia. Do nascer e do por do sol. Sons da chuva, da terra molhada, do riacho manso que corre para o mar. Sons das ondas, das gaivotas, dos falcões, dos macacos guinchando nos galhos como se estivessem a rir de nós. Sons das estrelas, da lua, do sol. Sons imperdíveis da nevoa da madrugada. Quantas saudades daqueles dias que o som da natureza me invadia e tomava conta do meu ser. Um som como se estivesse ouvindo melodias nunca antes tocadas por nenhuma orquestra deste mundo. Sons da natureza!



quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Conversa ao Pé do Fogo. Técnicas de acampamento.




Conversa ao Pé do Fogo.
Técnicas de acampamento.

... - Acampar não é somente armar uma barraca. Acampar é muito mais. Mesmo com o mundo moderno dos rapazes e moças eu garanto que os jovens ainda sonham com as atividades mateiras, acampamentos em lugares inóspitos, explorar novos rumos e descobrir locais nunca vistos. Compete a você dar a eles tais programas e corrigir os rumos a cada tempo se fizer necessário. Bom campo, bons ventos e seja feliz!

É no acampamento que conhecemos melhor o jovem e podemos ajudar na sua auto afirmação. É a motivação mais importante para o Escoteiro e deve ser levado a sério. O jovem entrou no escotismo pensando encontrar aventuras. No seu intimo sonha em descobrir um novo mundo quando fizer atividades aventureiras. Ele quer ser um herói, um explorador, um bandeirante, um caminheiro a procura de aventuras em seu acampamento. Se bem feito deixará marcas e se mal feito ele vai embora. O escotismo é principalmente desenvolvido ao ar livre. O Sistema e Patrulha é a base para tudo. Ter bons monitores é sinônimo de sucesso. Converse com eles, troque ideias, veja o que pensam e o que gostariam de ter. Afinal ser escoteiro sem bons acampamentos não vale a pena.

                  Técnicas de Acampamento. Existem mesmo? Dizem que foi isso que BP fez quando acampou pela primeira vez em Brownsea. Desde os primórdios do escotismo que os acampamentos são sinônimos de sucesso na formação escoteira. Os resultados são sempre os melhores. E quais são esses resultados? – Sem sombra de dúvida é o motivo maior da vida escoteira e motivação para ficar por muitos anos na vivência escoteira. Nada substitui o acampamento na formação escoteira que se pretende dar ao jovem participante. É onde podemos conhecer cada jovem em particular e ajudar a formar seu caráter, sua honra e ensinar a ele a ter o espírito Escoteiro do qual todos se orgulham. Veja se você utilizada às técnicas de acampamento em sua Tropa:

- No programa da sua tropa consta pelo menos dois acampamentos de 3 a 4 dias por ano, dois ou três de fim de semana, excursões e atividades aventureiras. Isto sem contar o programa do Distrito ou Região que não pode e não deve sobrepor ao programa da tropa. - Acampar com seus monitores e subs pelo menos duas vezes ao ano. Aprender com eles a arte mateira, dar liberdade que aprendam com seus patrulheiros a viver em grupo e no campo as patrulhas são livres para desenvolver o sistema de patrulha independente da chefia. As patrulhas estão preparadas para em acampamentos curtos construírem pelo menos um fogão suspenso, uma mesa, bancos e toldos, fazem uso de um WC/particular. Nos grandes acampamentos quem sabe uma grande pioneira feita por patrulha. Não se esqueça da segurança nos acampamentos.

- As patrulhas possuem e mantêm com esmero seu material de intendência, o material de sapa, vasilhame, barracas, e outros e para isto o intendente cumpre com suas obrigações. As patrulhas conseguem levar em longas distâncias sacos caixas ou similares suas tralhas para acampar. Você preparou seus monitores para agir em caso de tempo chuvoso, ensinou a eles a técnica de previsão do tempo e sabem como agir nesses casos. As patrulhas tem liberdade para fazer acampamentos e atividades ao livre sem a presença do Chefe desde que bem planejada e em local de segurança.

- Na falta de cabos ou sisal as patrulhas são peritas no uso do cipó ou embiras. Conhecem suas especificações e sabem a melhor maneira de utilizá-los. Além dos nós, amarras e costuras de arremate elas dominam perfeitamente a confecção de uma cabana ou oca indígena e sabem improvisar um abrigo natural em pouco tempo.

- Sua tropa tem a mão pelo menos três locais de acampamento e mantem amizade com os proprietários mostrando a eles que sabem cuidar da área utilizada sem prejudicar a natureza. Entregaram para eles o lenço do grupo em uma cerimônia de bandeira (sem juramento) como prova de agradecimento. Eles confiam, pois viu o exemplo dos acampamentos ali realizados onde a preservação e a limpeza é ponto de honra para a tropa.

- Os monitores sabem que a preparação de um acampamento requer consulta a patrulha nos casos de confecção dos programas das atividades ao ar livre e o Chefe é informado das ideias sugeridas. As funções na patrulha tais como cozinheiro, aguadeiro, construtor de pioneirías, intendente, escriba entre outras são realmente levadas a sério na patrulha; O monitor já sabe que pode confiar na sede ou no campo que eles cumprem satisfatoriamente suas funções.

- Durante o acampamento o Chefe e seus assistentes só visitam o campo de patrulha se convidado. Os chefes nos acampamentos tem seu próprio campo e cozinham para si sem depender das patrulhas. Ele através de atividades próprias com os monitores sabe que pode confiar na liderança e na união da patrulha. O Chefe sabe que eles aprenderam o respeito pela natureza, sabem distinguir uma água potável de uma não potável. Mantem seus materiais individuais e seus uniformes para em caso de inspeção estarem prontos para a apresentação. Estão sempre preparados para uma inspeção de rotina ou de surpresa. Todos sabem que os horários deste que definidos são cumpridos religiosamente. O Chefe tem perfeito conhecimento das regras do POR sobre normas de segurança para acampamentos.

- No retorno de um acampamento antes da saída do campo é feito uma inspeção no material, primeiramente pelo Monitor para ver se tudo está correto, se não falta alguma ferramenta e depois pela chefia para ver como ficou o local se melhor que o encontraram. Dificilmente e só em casos excepcionais a limpeza seria feito na sede. Tudo deve estar bem limpo, afiado, oleado e empacotado. Seus monitores sabem como agir em caso de borrasca, chuva intermitente ou uma grande ventania preservando todo seu material individual e coletivo.

- Você e seus monitores levam a sério a análise do programa e irão discutir os bons momentos dos maus momentos para que no próximo isto seja evitado. É muito bom saber o que gostaram e do que não gostaram. As atas da patrulha e da corte de honra sempre irá constar um resumo de como foi o acampamento. Seu exemplo pessoal dá segurança aos pais que tem plena confiança sem ficar importunando sobre a segurança, sobre os cuidados que devem ter com os filhos.

                   Se você meu amigo Chefe tem esta rotina em seus acampamentos meus parabéns. Você está no caminho certo. Caso contrário não me leve a mal, mas seu sistema de patrulhas deixa a desejar. Seus monitores não estão preparados para liderar outros jovens da sua idade na vida do campo. É preocupante, pois um acampamento mal dirigido, mal programado é motivo de desconforto e desistência. Insisto que sem bons monitores dificilmente se terá o sucesso esperado na formação dos jovens. Compete ao Chefe preparar e isto leva tempo. A motivação é sinônimo de sucesso. Baden-Powell sempre ensinou que a melhor maneira do Chefe aprender as técnicas mateiras é junto com seus monitores.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. O Sistema de Patrulhas pelo Capitão Roland Philipps.




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O Sistema de Patrulhas pelo Capitão Roland Philipps.



... – Dentre os grandes personagens do Escotismo Mundial, um deles é o autor do mais lido livro sobre o método escoteiro. É ele o Capitão Roland Phillips que escreveu o livro “O Sistema de Patrulhas” publicado em inglês em dezembro de 1915. Esta obra importante para as tropas escoteiras foi complementada por outro livro o “Aplicando o Sistema de Patrulhas” editado por E.E. Reynolds. O Sistema de Patrulhas de Roland tem seu lugar até hoje na formação das tropas não só as novas, mas como as mais antigas. Você pode adquirir esses dois livros na Loja Escoteira Nacional ou gratuitamente em PDF pelo meu e-mail: ferrazosvaldo@bol.com.br.

 Ninguém pode falar em sistema de Patrulhas sem lembrar-se do capitão Roland Erasmus Philipps. Ele nasceu em Westminster, Inglaterra, no dia 27 de fevereiro de 1890. Estudou direito em Winchester e Oxford. Foi o precursor a entender o que Baden-Powell queria dizer sobre Sistema de Patrulhas. Baden-Powell quando da morte de Roland disse que o Movimento escoteiro teve uma perda irreparável. Roland Philipps nos deixou seu entusiasmo pelo escotismo através de seu livro O Sistema de Patrulhas e, além disso, em seu testamento deixou a The Roland House, dizendo: Deixo essa propriedade de Stepney Green. Façam uso deste lugar para ajudar os jovens da melhor maneira possível. Tenho certeza que Deus abençoará o trabalho que se leve a cabo neste lugar”.

Em 1911, em uma caminhada pelos campos de Liverpool, encontrou alguns membros da Quarta Tropa Escoteira de Blundellsands. Ao conversar com estes jovens, Roland soube que precisavam de um líder. Foi assim que, aos 21 anos de idade, Roland Philipps encontrou o trabalho que conduziria sua breve vida.
Como Comissário Escoteiro, entre 1912 e 1914, desempenhou as tarefas nesta área de maneira brilhante e escreveu o famoso livro Sistema de Patrulhas: um complemento à obra básica do Escotismo, o Escotismo para Rapazes, de Baden-Powell.

Caído em combate.

Na Primeira Guerra Mundial, a brigada onde Roland Philips era capitão recebeu a missão de tomar Ovillers, umas das vilas mais fortificadas pelos alemães.
Enquanto esperava o sinal de ataque, a trincheira ocupada pelo Capitão Roland Philipps foi alcançada por um morteiro, deixando-a totalmente em ruínas. Em um primeiro momento, se pensou que o capitão estava morto, porém, seus homens o desenterraram ileso dos escombros. Mal havia passado o incidente quando ordenaram o ataque. Ao sair da trincheira destruída, foi ferido em uma perna por metralha, e caiu ao chão. Colocou-se em pé imediatamente e novamente caiu, desta vez por uma bala de uma metralhadora que atravessou sua cabeça. Faleceu no dia 7 de julho de 1916.

Diversas são as histórias deste famoso escoteiro. Seu livro ficou marcado para sempre na história pela sua simplicidade e pelas informações sobre a monitoria. Foi ele quem declarou “o espírito de patrulha e uma disposição moral, uma atmosfera especial o ambiente natural de onde se desenvolvem os jovens, que se faz sentir-se parte essencial de uma unidade completando-a”. Sua presença se manifesta até nas palavras mais insignificantes e nos atos e gestos de cada jovem. E necessário que cada escoteiro "sinta" que sua Patrulha deva ser a melhor e para isto deve fazer tudo que puder, para poder falar com orgulho "Eu pertenço a esta Patrulha".

- O novo escoteiro deverá aprender a desenhar o emblema de sua Patrulha usando como uma assinatura. Estas são os meios para fazer germinar e angariar profundamente o espírito de Patrulha. Em se tratando de escotismo os mínimos detalhes têm uma extraordinária importância porque contribuem para criar o ambiente. O essencial é que cada patrulha tenha uma característica própria e que escoteiro tenha consciência de que possui alguma característica que os destinge dos demais.

Sem o Sistema de Patrulhas não existe o verdadeiro escotismo de Baden-Powell.