Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 28 de junho de 2014

Passo Duplo – Passo Escoteiro – Percurso de Giwell. Técnicas escoteiras, uma maneira de divertir aprendendo.


Conversa ao pé do fogo.
Passo Duplo – Passo Escoteiro – Percurso de Giwell.
Técnicas escoteiras, uma maneira de divertir aprendendo.

         Vejamos se você em sua Tropa Escoteira tem feito parabéns se não quem sabe pode pensar a respeito junto aos monitores? Estou falando hoje de três itens que acho interessante para a prática mateira. Pratica mateira? Bem alguns podem achar que não. Estou falando do PASSO DUPLO, do PASSO ESCOTEIRO e do PERCURSO DE GIWELL. Teria outros para comentar, mas hoje fico nestes três. Quem sabe podemos voltar novamente com mais alguns, mas ficamos concentrados nestes. Sei que a maioria já fez uma ou várias vezes. Isto é bom. Uma tropa afiada e melhor ainda uma patrulha afiada vale por duas. É como seguir pistas. Eu dou belas gargalhadas quando BP escreveu sobre pistas. Dizia ele: - Uma vez, uma menina inglesa me desafiou na interpretação de pistas. – A filha do Lorde Meath, um dia no jardim, descobrindo pista no chão perguntou-me que pistas eram. – Respondi: “Do gato comum” – E ela: - De que cor era o gato?”– Olhei no chão e nos galhos das árvores vizinhas. Não havia nenhum sinal. Então ela rindo me respondeu: - “O gato era de cor morena clara”. Perguntei-lhe: - Como você sabe? E ela com a maior inocência do mundo: - “Eu vi o gato passar”...!”.

           Sei que estes três itens parecem à primeira vista muito fáceis. Mas vejamos – Como saber se um Escoteiro ou Escoteira estão preparados? Fazer uma vez só não adianta. O Passo Escoteiro são 40 andando e 40 correndo. Não uma corrida de campeões. Para que serve? Para treinar o jovem nas caminhadas principalmente se houver uma necessidade de chegar a determinada hora ou mesmo em uma emergência. Quantos na tropa estão preparados? Treinar é fácil. Na sede isto pode ser feito, mas uma reunião feita fora da sede melhor ainda. Que não seja em ruas movimentadas. O treino é individual. Não adianta mandar uma patrulha treinar se não for individualmente. Quem sabe depois de exaustivamente treinado (pelo menos dois quilômetros) aí então a patrulha entra em ação em conjunto. O treino deve ser bem explicado ao Escoteiro. Manter a respiração uniforme, andar normalmente, correr calmamente sem muita pressa. Conseguiu percorrer os quilômetros sem se cansar? Ótimo. Estão preparados. Mas não esqueça, dentro de um ou dois meses repetir a dose.

             Vejamos agora o passo duplo. Para que serve? Para o Escoteiro aprender a medir distancias. Fácil. Na sede marque com uma trena duzentos metros. O Escoteiro (a) deve aprender quantos passos duplos ele anda em cem metros. Passo duplo significa dois passos valendo por um. Não é uma corrida de obstáculos. Deve se andar normalmente ou caminhar. Melhor ainda com uma mochila como se estivesse indo acampar. Ele anda os duzentos metros contando seus passos duplos. Ao final ele divide por dois e sabe quantos passos para cada cem metros. Isto deve ser feito muitas vezes. Treinar sempre em jornadas e caminhadas. Cada um tem seu próprio Passo Duplo. A maneira de caminhar nem sempre é uniforme. Desde que aprendi a muitos e muitos e muitos anos em sempre ando contando meus passos. Tornou-se um habito de comportamento. Quando mais jovem era 70 passos duplos por cem metros. Hoje passou a ser 85 passos duplos por cem metros. Já não sou como antes. E você? Já sabe qual é o seu passo duplo por cem metros? Não esqueça, a cada ano faça o teste novamente.

                 Todos já devem saber o que seria um Percurso de Giwell. Trata-se de conseguir dados relativos a um trecho percorrido e passá-lo para o papel, traçando o esboço cartográfico. Partindo de um ponto chamado estação inicial, seguir uma estrada anotando os detalhes de interesse o azimute e medindo as distâncias. Material necessário: Prancheta, lápis, borracha, régua, transferidor, papel quadriculado, e bússola prismática. Antigamente se usava muito quando na Jornada de Primeira Classe. Como sei que ainda mantem a prática de jornadas não como no passado, o percurso é deveras interessante. Impossível ensinar por aqui. A literatura escoteira é vasta sobre isto. Conhecer bem a orientação por bussola ou outros meios, sabendo medir distâncias (ver o Passo Duplo) e considerando as diversas estações demarcadas, é um maravilhoso meio de orientação e serve muito para que outras patrulhas o utilizem em suas jornadas se forem fazer o mesmo caminho. Claro que se espera que um Escoteiro (a) esteja devidamente preparado para isto. Fazer um percurso de Giwell é divertido e quem faz uma vez nunca mais esquece. Um dia no campo é pouco para isto assim repetir sempre anualmente é válido para que ele seja executado sem erros.

              Estas atividades feitas no campo são deliciosas. Para isto deve ser programado um sábado ou domingo em local previamente escolhido onde não possa haver senões para que o Escoteiro ou a Escoteira se sinta livre e sem preocupações com terceiros. Se por acaso algum Chefe se interessar no Percurso de Giwell eu tenho um material em PDF feito por um distrito Escoteiro excelente.

Divirtam-se e lembrem-se: - Escotismo é aventura. Escotismo se faz lá no campo. 

terça-feira, 24 de junho de 2014

A lenda de Sasquatch, o lobo solitário da Montanha de Cristal.


Lendas escoteiras.
A lenda de Sasquatch, o lobo solitário da Montanha de Cristal.

             Esta é uma história de um lobo, um lobo solitário que nas madrugadas vagava pela Montanha de Cristal com seu uivo sinistro como a pedir à ajuda que nunca teve. Dizem que ele chorava, que de seus olhos negros sempre se via uma lágrima a cair. Não é uma história de um final feliz. Disseram por aí e eu não posso afirmar que os lobos nas montanhas andam em matilhas, o mais forte protege o mais fraco, mas quando ele está Velho, sem condições de sobrevivência é deixado pelos demais e morre uivando de fome sede e frio. Mas deixe-me contar a vocês a história de Sasquatch. Foi Sandra quem o apelidou assim. Sandra foi outra que viu seu mundo desmoronar. Mas não vamos avançar a história. Melhor narrar parte por parte para que vocês conheçam melhor tudo que aconteceu com Sandra e Sasquatch, o lobo solitário da Montanha de Cristal.

            Sandra tinha trinta e seis anos quando Otávio seu marido faleceu. Ficou mais de quatro anos agonizando de hospital em hospital até que Deus o levou e quem sabe para melhor. Sandra não chorou. Chorou sim quando soube que ele tinha uma grave doença pulmonar e que não sobreviveria mais que um ano. Viveu quatro anos dos mais felizes em sua vida com ele e o tratando com o maior carinho. A doença consumiu tudo que tinham. Gastaram todas suas economias. Vendeu sua casinha que compraram há muitos anos com muito sacrifício. Não tiveram filhos. Otávio já doente no primeiro ano de casado resolveu assim. Seis meses depois da morte de Otávio, Sandra ainda morava só. Uma irmã no nordeste escreveu para ela para ir morar com ela. Sandra não quis e resolveu ficar. Sua tristeza quando chegava à noite em casa do seu trabalho era enorme. Lia um livro, um programa de TV e ia dormir sonhando com Otávio ao seu lado.

            A vida de Sandra era uma rotina. Foi Amélia sua colega de trabalho quem mudou tudo. – Preciso de uma assistente. E você vai me ajudar disse. – Sandra riu e aceitou. Quem sabe o Escotismo lhe daria um novo caminho? O tempo passou. Amélia casou e saiu do Grupo. Sandra ficou em seu lugar. A Alcateia passou a ser um pouco sua vida. Dedicava de corpo e alma aos seus lobinhos. Adorava os meninos e as meninas. Fez curso, aprendeu muito em outras alcateias que visitou e acantonou. Tonho e Marilda eram suas assistentes. Baloo e Bagheera. Os lobinhos e as lobinhas tinham verdadeira adoração por eles. Sandra já não mais se sentia só. O escotismo deu a ela nova motivação e uma filosofia de vida que ela nunca esperava.

            Tudo aconteceu em julho. Anualmente sempre faziam um acantonamento no Rancho dos Grandes Amores. Seu Ruan proprietário adorava os lobos e dizia sempre – Enquanto estiver vivo aqui será um rancho de lobos! Atrás da casa sede tinha uma montanha. Linda. Muitos bosques e uma nascente. Sandra quando ia ali ficava horas e horas a olhar para ela. Chamavam-na de a Montanha de Cristal. Sandra não sabia por que, mas no dia da viagem para o acantonamento bateu uma enorme saudade de Otávio. Três anos sem ele e ela não entendia aquela melancolia, logo agora em um acantonamento. Quem sabe por que ia só e os seus dois assistentes iriam à noite. Duas mães foram juntas para ajudar na cozinha e limpeza diversas. Chegaram, arrancharam, e logo começou as atividades. Iam ficar três dias.

         À tarde do primeiro dia enquanto os lobos arrumavam suas tralhas para a noite e o banho Sandra como sempre olhava para a Montanha. Assustou quando avistou um Lobo parado em uma pequena trilha olhando para ela. Não sabia o que fazer. Entrou correndo na casa sede. Olhou pela janela. O lobo se afastava. Mancando. Notou que sua perna direita estava quebrada. Sentiu pena dele. Sem perceber o chamou de Sasquatch. Nada há ver com a história do homem de neve que contam por aí. Ela saiu de novo da casa. O lobo parou e voltou. Ela notou seus olhos tristes. Parecia que lagrimas caiam. Não era possível. Ela devia estar enganada. Lobo não chora. Viu que ele se aproximou dela. Lambeu seus pés. Ela foi até a cozinha. Cortou um pedaço da carne do almoço do outro dia e deu para ele. Ele olhou para ela com os olhos húmidos e balançou a cabeça como a agradecer. Não comeu a carne. Pegou entre os dentes e subiu a trilha que levava ao alto da Montanha de Cristal.

       Sandra acordou várias vezes. Jurava ouvir uivos enormes. Acordou pela manhã e alguém uivava lá fora. Era ele. Sasquatch. Sempre mancando. Sandra aproximou dele e ele deixou que ela o acariciasse. Viu que a perna estava curta e tinha sinal de perfuração de bala. Um caçador malvado só podia ser. Ela o olhou nos olhos, viu o brilho firme a encará-la. Foi de novo buscar alimentação para ele. Ele ajoelhou e balançou a cabeça. Deu um enorme uivo pegou a carne com os dentes e de novo seguiu a trilha da montanha. Vários lobinhos viram o lobo, tentaram se aproximar, mas ele mancando corria. Só com Sandra ele se deixava acariciar. Assim foram os três dias. No último ele fez um sinal para ela. Parecia saber que ela ia embora. Andava em direção à trilha, parava e olhava para trás. Sandra o seguiu. Não andou muito e ele entrou em uma pequena caverna.

        Sandra ficou com medo de entrar lá. Por diversas vezes Sasquatch chegou à entrada e fez o sinal para ela entrar. Resolveu segui-lo. O que viu foi de estarrecer. Dois lobinhos recém-nascidos mortos e dois vivos entre a vida e a morte. Tinha carne junto deles, mas não conseguiam comer de tão fracos. Olhou de novo para Sasquatch. Viu que ele era um lobo macho. A femea devia ter morrido, mas ele não abandonou os lobinhos. Filhos dele? Sandra não sabia o que fazer. Ele olhava para ela com carinho como a pedir que o ajudasse. Ajudar como? Ela tinha de ir embora. Sentia enorme pena dos lobinhos e sabiam que eles iam morrer. Fazer o que? Saiu da caverna. Olhou para o céu e perguntou a Deus o que devia fazer. Viu em uma nuvem Otávio a sorrir para ela. Era alucinação, ela não acreditava nisto. Resolveu voltar ao Rancho. Olhou para trás, Sasquatch ajoelhado uivava. Um uivo dolorido, choroso, e lágrimas caiam de seus olhos.

        Sandra voltou. Colocou os dois lobinhos no colo. Iria levá-los com ela. Não tinha outra saída. Desceu com Sasquatch a acompanhando. O ônibus chegou e a lobada cantando tomou seus lugares. Brincavam com os lobinhos que já estavam recuperando suas forças. Sandra deu leite para eles que beberam sofregamente. Ao entrar no ônibus deu uma última olhada em Sasquatch. Ele uivava e ela não sabia se de alegria ou tristeza. Sabia que não podia levá-lo. Não tinha condições. O ônibus foi saindo devagar pela estrada vermelha. Sasquatch tentou acompanhar, não conseguiu. Coxeava muito. Sua perna quebrada não deixava. Uivou muito e Sandra ouvia chorando baixinho. Quando o ônibus chegou à estrada asfaltada ele olhou pela ultima vez a Montanha de Cristal. Parecia que uma luz brilhante pairava sobre ela. Mas viu a figura novamente de Otávio sorrindo. Tranquilizou-se.


       Dizem que durante muitos anos Sandra cuidou dos dois lobos. Um ela chamou de Lobo Gris e o outro... Sasquatch. Por onde andava os dois lindos e enormes lobos a acompanhavam. Um de cada lado. Disseram-me que ela voltou muitas vezes a Montanha de Cristal. Foi até a caverna onde os lobos nasceram. Levou Gris e Sasquatch e eles uivaram por muito tempo como a lembrar de seu pai que deu a eles um grande carinho e amor e porque não a vida. Ao retornar ouviu bem no alto da montanha um uivo enorme. Sabia que era ele. Olhou para lá, não viu nada. Mas sentiu um calafrio. Não era ele em vida, mas ali estava seu espirito como a agradecer o belo gesto de Sandra. E posso garantir as mil e uma historia que um dia irei contar, Sandra viveu feliz para sempre na companhia dos dois lobos. Sei que ficaram amigos para sempre! E contam até hoje que uma estrela brilhante paira todas as luas cheias por cima da caverna da Montanha de Cristal. 

domingo, 22 de junho de 2014

De ilusão também se vive.


Conversa ao pé do fogo.
De ilusão também se vive.

           Sempre escrevo e conto histórias onde a aventura, a natureza e os belos sonhos Escoteiros estão presentes em todas as linhas dos meus escritos. Muitos dizem que o hoje não foi o ontem e o amanhã ninguém pode saber. Verdade sim, mas o nosso Movimento Escoteiro não é feito de sonhos? De sonhar em ser um cavaleiro andante? De montar em uma águia e partir em busca da terra do nunca? Quantos ainda ficam dias sonhando para o próximo acampamento? Sonhando em viver na floresta, em subir em árvores, em construir um ninho de águia ou uma ponte pênsil? E cantar? Sim isto mesmo, cantar ao redor de uma fogueira contando “causos” rindo das piadas alegres, deixar os olhos seguir as fagulhas que sem ninguém mandar se dirigem para o céu? – Mas Chefe, isto ainda existe, de maneira diferente, pois hoje os jovens nem pensam como se pensava no passado. Será mesmo? Não seria nossa culpa, pois aceitamos ou quem sabe impomos um programa que achamos bom por não acreditar mais que não existem Escoteiros sonhadores?

        Quem sabe nós os adultos falamos por eles sem consultá-los dos seus sonhos? É fácil levar meninos para o campo, ficar horas falando disto e daquilo, esticar uma corda para que um por um passe sob os olhos atentos do Chefe. Se for assim o tempo passou e o sonho desmoronou. Pergunto-me se um dia na hora certa, no lugar certo, em uma sombra de uma grande árvore quem sabe ouvindo os sons da floresta ou do bosque tão perto, ou o doce cantar de um regato ao lado, sorrir ao contar que poderiam todos viajar pelas estrelas no céu azul? Seria esta hipótese plausível? Não precisa de muitos, pois não se cria sonhos com dezenas em sua volta, mas você e eu podemos sem sombra de dúvida começar com poucos. Quem sabe os monitores? Pense, continue pensando que você está com eles subindo uma montanha deixando que eles recebam o vento no rosto, que vejam ao longe o ribombar de um trovão e eles assustados não pensaram em se defender da chuva? Chuva? Bendita chuva que se cair irá criar na mente de cada um a vontade de se tornarem aventureiros audazes, e então por que não parar e contar uma pequena história? Criar em suas mentes que eles podem se safar com aquela chuva que os aventureiros de outrora souberam se safar?

      Tudo é tão simples quando pensamos que os jovens querem acreditar, querem ver, querem sentir, querem fazer e você meu amigo ou minha amiga é o espelho deles. O espelho que eles seguirão e não faça nada para estragar esta visão tão bonita. Deixe que eles viagem na imaginação. Acredite que a vida é um processo de maturidade e está só existirá se deixá-los subir a montanha e ver o que existe do outro lado. Tudo que você fará para criar a fantástica ilusão do sublime sonho mudará completamente a razão da existência dos jovens que de novo irão sonhar, mas sonhar os pés no chão, fazendo, agindo e vivendo o que puderam criar. Faça exatamente como o Código Samurai – A perfeição é uma montanha impossível de escalar e ela deve ser escalada um pouco a cada dia. Sem perceber estamos discordando sempre destes sonhos em achar que eles são impossíveis de realizar.

             Ninguém vive sem ilusões, sem uma bela imaginação, sem criar uma fantasia ou devaneio. Deixe que eles façam desta miragem a realidade que podem e devem criar. Aquele poeta não disse que a vida é feita de ilusões, mas não é das ilusões que saem os melhores momentos da vida? Não diga não aos sonhos deles e se eles não têm sonhos crie um para eles copiarem e fizer os seus. Todos os jovens querem viver o sonho de ser herói. Tiraram isto dele e nós podemos devolver em forma de escotismo aventureiro. Não aquele de uma fila interminável por uma estrada com você determinando aonde ir. Não tenha medo do que vai acontecer. Haja sim com cautela, mas sem tirar o espírito aventureiro. Lembre-se ali são eles os donos dos sonhos, os donos da aventura, você é um mero coadjuvante que tenta a sua maneira passar para eles o que um dia viveu. Agora o momento são deles e você deve aplaudir isto.

            Ninguém gosta de sonhar e ficar acordando vendo o tempo passar. Ver o vento vir e ir sem ter ao menos possibilidade de tocá-lo. Sem saber o som da floresta, sem saber como é o orvalho da madrugada a cair suavemente no rosto. Sem saber o que os pássaros dizem sem sequer reconhecer o cantar do regato que lhe forneceu a água para sobreviver. Deixe-os ver o vento balançar as árvores, deixe que eles descubram o caminho a seguir, deixe-os descobrirem como podem viver sonhando com os pés no chão. Esqueça a modernidade por alguns minutos e sim pode se preocupar com as adversidades dos novos tempos, mas faça tudo para que eles andem sozinhos. Eles um dia não terão de fazer isto? Belas são as palavras de Kipling que escreveu um dia quem sabe para nós chefes – Quem ao crepúsculo já sentiu o cheiro da fumaça de lenha, quem já ouviu o crepitar do lenho ardendo, quem é rápido em entender os ruídos da noite... Deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se volvem aos campos de desejo provado e do encanto reconhecido!

            Não vamos mais além, mas precisamos retornar aos sonhos que um dia os jovens tiveram, precisamos pensar que o mundo é como um acampamento em que montamos nossa tenda podemos apreciar a natureza, e depois voltamos para a nossa casa que é a eternidade. Termino este comentário de alguém que nunca ouvi falar. Osho. Quem foi não importa, mas uma coisa eu garanto é um criador de ilusões a nos mostrar que o caminho para prosseguir é sonhar e acreditar em seus sonhos:

- Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento.
Assim somos nós. Só podemos ir em frente e arriscar. Coragem! Avance firme e torne-se Oceano!