Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CÁ ENTRE NÓS, CHEFES



EImer Souza Pessoa
  "Viver como Escoteiro é crescer como indivíduo!".

Reflexões de um “Velho Lobo”
26 - CÁ ENTRE NÓS, CHEFES
Como Chefe em um Grupo Escoteiro, tive várias vezes à oportunidade de abordar, nos Conselhos de Chefes, um tema que considero de muito interesse para o Escotismo, que acredito ser conveniente resumi-lo em umas tantas linhas para serem repassadas, a fim de fazê-lo chegar a um maior número de Chefes.

“- E que assunto tão importante será esse?” estará você perguntando.
Pois bem, meus caros Chefes, tratam-se da falta de variedades nas atividades escoteiras! O risco das reuniões maçantes!

O jovem ingressa no Escotismo atraído e entusiasmado pelo ambiente de aventura, pelo anseio de vida ao ar livre, pelo desejo de fazer alguma coisa bem diferente do quotidiano da sua vida rotineira e monótona da escola e até mesmo do lar.

Porem, o que acontece? O ideal seria que o jovem conservasse sempre aquele entusiasmo inicial; que para ele, cada reunião ou cada excursão fosse uma nova aventura, uma nova experiência de algo interessante e útil.
Assim, os jovens ao invés de perderem o entusiasmo, o aumentariam ao irem vivenciando e compreendendo, cada dia mais, as maravilhosas aventuras que o Escotismo oferece.

Na maioria das vezes, as seções vão entrando por um caminho de monotonia e rotina que, em poucos meses, liquidam com o entusiasmo do melhor dos Escoteiros.
E isso é lógico se o jovem sabe que, nas reuniões, sempre se faz a mesma coisa; que as excursões e acampamentos são realizados sempre nos mesmos lugares e com umas pequeninas variações em algum jogo ou atividade.

O Escotismo para ele vai perdendo esse romance, esse espírito de aventura, de novidade, até chegar inevitavelmente o momento em que o jovem passa a considerá-lo como quaisquer outras tantas associações e clubes e, então, prefere empregar melhor o tempo que gastaria nas reuniões e atividades, indo ao cinema, a praia ou qualquer outra espécie de passa tempo ou até de outra índole...
Neste momento estará se instalando a evasão na seção e só não fecha porque a procura também é grande, mantendo uma alta rotatividade. Um sai e outro entra, permanecendo por algum tempo, até cansar.

Para o jovem, o importante é o “divertimento” que a aventura proporciona! Se ele não encontrar essas qualidades, ele sai. Vira rotina na seção. Eles não estão preocupados com a formação de seu caráter...
Contribuir para a formação do caráter é problema nosso, dos adultos, e para isso temos que mantê-los na seção.

Não podemos estabelecer por princípio de que os Chefes sejam os únicos responsáveis de tal situação, pois existem muitas outras causas que também influenciam.
Porem, falando francamente, na maioria dos casos, os Chefes são realmente os responsáveis. Culpados? Nem sempre... Mas responsáveis, sim!

Umas vezes, por falta de tempo, outras por falta de entusiasmo e até por falta de preparação. Muitas vezes os Chefes ainda estão em processo de capacitação.
Mas, onde a falha está sempre é na falta de novas atividades; na falta de iniciativa para dar o toque de variedade, de novidade nos jogos e nas atividades e aventuras já conhecidas.

Esquecem com freqüência a trilogia da boa programação: tem que ser atraentes progressivas e variadas!  
Sabemos que é relativamente trabalhoso manter atualizado o repertório de jogos e atividades apresentando sempre novidades, mas também é certo que o repertório existente e já conhecidos, com um pouquinho mais de trabalho e criatividade, podem receber variações interessantes. E, não esquecer que o efetivo muda, no máximo, a cada quatro anos...

O mesmo acontece com os cardápios. Um mesmo alimento pode ser apresentado de formas diferentes, dando a impressão que estamos comendo algo de novo.
Um bom Escotista não deve contentar-se em apenas possuir uma boa caderneta de jogos e canções. O que deve, acima de tudo, possuir a inquietude e iniciativa suficientes para fazer e apresentar programas diferentes nas reuniões, excursões e acampamentos.

Buscar novas idéias que as tornem mais atrativas e que tenham algo de mistério e aventura. Bolar um fundo de cena desafiante, que desperte a curiosidade e tenha um toque de conhecimento das técnicas escoteiras...

Trazer uma nova música, mesmo adaptando a letra a uma canção popular de sucesso, aproveitar o conhecimento de outros Chefes e outras pessoas que desejam colaborar, sempre traz um ar de novidade. É o ato famoso de “dourar a pílula”! 

Quantas brincadeiras que aparecem na internet e a transformamos, sem muito esforço, em um bom jogo para “Dia de Chuva”?
Enfim, o Chefe eficiente está sempre “ligado” para reconhecer uma nova atividade em sua rotina profissional e deve ter sempre a ansiedade de conseguir algo novo e diferente para apresentar aos seus Escoteiros na próxima reunião.

Atos simples, como mudar constantemente a forma de inspeção da Tropa antes do Hasteamento da Bandeira já diferencia o início de uma reunião. Uma canção com movimentos já completa esse início, dando mais vida e alegria. Eliminar logo no início aquele que erra o “Jogo Quebra Gelo” é um ato que desanima quem vem de sua casa para se divertir na Tropa. Deixe-o continuar jogando agachado...

Técnicas para tornarem as reuniões eletrizantes existem aos milhares e se você é novo na chefia, consulte um Chefe mais experiente e recorra aos livros de jogos. Se você se empenhar em melhorar suas reuniões, verá que a cada dia vai tornar-se mais fácil e logo terá uma resposta positiva de sua seção!
Tente com força e verá o resultado!

Ilmar S. Pessoa – DCIM - 1984/2011.
55º MORVAN – Santos/SP.

BADEN POWELL




              Um amigo me enviou esse artigo hoje. Um bom amigo. Novo nos meus contatos, entretanto direto nas suas idéias. Não o consultei, mas aqui reproduzo. Façam bom uso.


BADEN POWELL – THE SCOUTER – 1921

                     Um dirigente escoteiro veio há mim outro dia com um esquema para organizar o Movimento de uma forma melhor da já existente. Contemplava certa quantia em dinheiro para gastar com dirigentes, secretárias em tempo completo, etc.; mas seu plano consistia em arrecadar contribuições dos distritos (associações locais, no texto original)

                   Uma parte da idéia consistia na criação de um comitê eleito de forma geral para administrar a organização; a vantagem era eliminar a desigualdade com que os distritos administram seus programas. Seria mais centralizado e organizado, poder-se-ia ter um registro que salvaguardasse o desenvolvimento, um padrão de eficiência nas tropas, mantendo uma supervisão geral.

                  Já estavam me descrevendo outras vantagens do esquema quando me senti obrigado a poupá-lo do enredo, assim que me adiantei com o seguinte comentário: Meu querido camarada! Mas você não precisa sustentar o escotismo. Por uma razão: o escotismo se estende além do Reino Unido e teu comitê deve representar todas as partes do império. Como a eleição irá fornecer os especialistas necessários para os diversos departamentos do escritório central? Os distritos desejariam gastar dinheiro para manter um escritório central? Acho que não. Estas são meras objeções materiais. Mas existe uma consideração maior: nós somos um movimento, não uma organização.

                 Nós trabalhamos através do amor e da legislação, e isto é o que nos diferencia de muitos outros sistemas; pode ser incorreto, mas é nossa maneira e, apesar dela, trabalhamos para fazer algo nos doze anos de nossa existência.

                  Acabo de voltar de uma bela viagem escoteira em outras partes do mundo e confirmei minha convicção de trabalhar por amor ao jovem, lealdade ao Movimento e camaradagem, que é através do espírito escoteiro e é a maneira de nos mantermos na linha correta.

                   É provável que muitos, como meu amigo, não conseguiram manter o espírito, mas por outro lado, muitos conseguiram e outros o estão adquirindo. A propagação da capacitação de dirigentes (18 autorizados este verão no Reino Unido) está ajudando no desenvolvimento. Nossa maneira de administrar está baseada em um verdadeiro e nobre princípio.

                  Um dirigente (o qual faleceu e, portanto, posso falar abertamente) me perguntou em uma ocasião sobre a recompensa monetária pelo, segundo ele, trabalho que realizou para mim na sua qualidade de dirigente escoteiro. Tive que lhe explicar algo que ele me confessou nunca ter entendido: e era que ele trabalhava para os jovens e não para mim.

                     A proposta do escotismo é oferecida àqueles que se importa de coração com seu país e sua gente. Os homens que colaboram não são uma força de mestres e servidores, oficiais e soldados, senão uma equipe de patriotas unidos por um ideal comum; e esse ideal é a melhoria dos garotos.

“Coloque sua mochila, cante uma canção e parta conosco nesta grande aventura!”

CHEFE, PORQUE ESCREVE QUE É UM ESCOTEIRO E NÃO UM CHEFE ESCOTEIRO



CHEFE, PORQUE ESCREVE QUE É UM ESCOTEIRO E NÃO UM CHEFE ESCOTEIRO?

             Porque não? Eu sou um Velho Escoteiro. Não sou mais chefe. Alguns jovens aqui já me disseram que em seus grupos também tem velhos. Eles vão lá e ficam olhando e relembrando.

            Isto deve ser interessante. Muito. Mas eu não sou assim. Motivos de saúde não me permitem mais freqüentar Grupos Escoteiros. Mas se pudesse de maneira nenhuma iria para olhar. Iria para estar junto, brincando, correndo e vivendo o que eles vivem

            Meu trabalho hoje é ajudar aqui na internet, dar palestras (quando posso) e dizer a todos o quanto amo o escotismo. Tento transmitir a que não devemos ser arrogantes, prepotentes e olhar a todos com ar de superioridade. Nada disto. Amizade não se impõe, se conquista. Amor idem. Acho que não tenho inimigos, se tenho desconheço. Portanto adquiri uma experiência que sei muitos escotistas tem e eu de maneira simples tento passar para meus irmãos escoteiros do nosso país e até do exterior porque não? nos meus blogs eles sempre me procuram.

           Assim ainda acredito que estou na ativa. Entrei como lobinho, percorri todos os ramos, fui Akelá, Chefe de Tropa Escoteira, Sênior, Pioneiro, diretor técnico, Dirigente Regional, Conselheiro, membro da equipe de formação. Graças a Deus, consegui a Insígnia da Madeira em 1966. Depois obtive outras. Muito tempo. Tive a honra de ver jovens crescerem, se tornarem cidadãos, com caráter e ética o motivo principal da formação escoteira.

           Tento a minha maneira transmitir todo o conhecimento que adquiri. Nos meus blogs coloco minhas idéias, meu pensamento e no que acredito ser um escotismo forte e bem considerado pelas autoridades nacionais. Não tenho inimigos e se os tenho desconheço. Estarei sempre pronto a ser o primeiro a saudar e apertar com a mão esquerda do mais novo lobinho ao mais alto dirigente escoteiro.

           Convido vocês que ainda não conhecem, a conhecer meus blogs. Um só de historias escoteiras. Historias de jovens de todos os ramos. Alguns gostam outros não. Outro de um Velho Escoteiro. Chato, rabugento, mas com um amor enorme ao movimento. E o último só com artigos escoteiros. Alguns ferinos outros tentando colaborar com os escotistas em suas sessões com sugestões de atividades.


          Visitando, não deixei de colocar um comentário e se tornar um seguidor. Precisando, estou sempre às ordens, elioso@terra.com.br - email e MSN. De maneira nenhuma deixarei de responder. Lembre-se, me considerem como amigo e irmão escoteiro.
Osvaldo um escoteiro

“Coloquem sua mochila, cantem uma canção e partam conosco nesta bela aventura! ’

O FANTÁSTICO VÔO DO PÁRA-QUEDAS AMARELO


O FANTÁSTICO VÕO DO PÁRA-QUEDAS AMARELO

“Se um homem dispuser de uma peça de pano impermeabilizado, tendo seus poros bem tapados com massa de amido e que tenha dez braças de lado, pode atirar-se de qualquer altura, sem danos para si”. A frase é de Leonardo da Vinci, considerado um dos primeiros projetistas de pára-quedas, invento que possibilitou ao homem realizar o eterno desejo de voar - mesmo que por alguns segundos.

                   Quando somos crianças temos sonhos, desejos e não nos preocupamos se será alcançado ou não. Basta sonhar. Criamos em nossa mente tudo aquilo que gostaríamos de realizar. Nada há ver com a história, mas quando minha mente me leva ao passado de criança, lembro-me da personagem de Dibs: em busca de si mesmo. (autoria de Virginia M. Axline) È a história de uma criança que lutou pra conquistar sua identidade através do processo psicoterápico. O Livro oferece uma visão daquilo que chama busca de si mesmo. No final Dibs consegue emergir como uma pessoa brilhante e talentosa. Um verdadeiro líder.

                  Eu estava com treze anos. Pertencia a patrulha da Raposa. Éramos sete. Uma felicidade sem par. Sem televisão, sem internet, ainda sem pensar nas namoradas a patrulha escoteira era nossa vida. Reuníamos praticamente todos os dias. Amigos dentro e fora do escotismo. Cuidávamos com cuidado de nossa intendência. Pobre claro. Pouca coisa – um lampião a querosene, panelas de alumínio doadas por nossas mães, uma machadinha um facão tudo conquistado a duras penas. Duas barracas de duas lonas era nosso céu nos acampamentos. Daquelas usadas pelo exército na década de trinta.

               Estavam velhas e por mais que cuidássemos elas estavam se diluindo. Não tínhamos mais o que fazer. Tudo que nos disseram para fazer fizemos. Estava difícil acampar. Lonas extras? Nem pensar. Um preço que não tínhamos como pagar. Um dia achei uma revista na casa de uma tia, e vi um lindo para-queda. Encantei-me com ele. Mas como ter um para nós? Seria uma grande barraca. Daria para armarmos facilmente e caberia todo mundo.

            Sabia que era um sonho. Cidade pequena, só um cinema, uma igreja, uma praça com um coreto, alguns ricos e a maioria pobres. Em nossos acampamentos de fins de semana perdíamos muito tempo montando abrigos naturais. Tínhamos uma técnica própria, mas mesmo assim perdíamos tempo na construção. Um dia, acho que foi em um domingo de sol, vimos um avião sobrevoando a cidade. Uma surpresa. Isto nunca acontecia. Só ouvíamos os roncos de um que passava todas as quartas feiras pela manhã.

           Em dado momento, vimos alguém voando fora do avião (um teco-teco). Um pára-quedas se abriu. O povo da cidade parou. Embasbacados todos olhavam para o céu. Que beleza! Que espetáculo! O homem do céu caiu bem na praça e um bêbado que todos chamavam de Sebastião Barrigada ajoelhou-se no pé do pára-quedista e gritou bem alto – Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Todos caíram na risada.

              Eu não tirava os olhos do para queda amarelo. Ele enrolou tudo com carinho e explicou que sua irmã iria se casar e ele não queria chegar atrasado. Por isto o salto no para-queda. Ele não iria decepcionar Mercedes. Conhecia-a. Irmã de Laudivino nosso sub. Monitor. Grande. Fui correndo a casa dele. Chamei os demais da patrulha. Conseguimos o para quedas. Arquimedes o irmão de Laudivino nos presenteou. Um presente dos céus!

             Levamos o pára-quedas para a sede. Todos os escoteiros do Grupo se juntaram a nós. Ninguém tirava os olhos dele. Chefe Jessé chegou mais tarde. Sorriu. Grande chefe! “Fazer fazendo” era seu lema. Abrimos o pára-quedas para conhecer melhor. Muitas cordinhas de nylon que não conhecíamos. Uma época de cordas de cânhamo. Aquelas de fibras nos faziam arregalar os olhos. Foi aberto o para quedas. Nossa sede ficava na entrada da cidade. Na estrada do Alvarenga. Próximo ao rio das Flores.

              Um pé de vento apareceu de uma hora para outra. Levantou o pára-quedas. Todos correram. Eu não. Agarrei-me as cordas. Amarrei-me em uma delas. Era meu sonho! Não iria perdê-lo nunca! Fui levantado no ar. O pára-quedas com a força do vento se elevou a vários metros de altura. Virei um menino voador. Um medo incrível, mas não larguei o pára-quedas. Fui elevado a mais de oitenta metros de altura. Não vi. Meus olhos se mantinham fechados. Pedia a Deus que não deixasse perder o pára-quedas.

            A cidade inteira viu o menino escoteiro agarrado ao pára-quedas. Não entenderam nada. Uma multidão seguiu o pé de vento e o pára-quedas. Ele desceu suavemente na baixada do cristão. Graças a Deus! O local não tinha árvores e era um descampado onde acampamos várias vezes. Não tive um arranhão. Todos bateram palmas. Abri os olhos e vi uma multidão em minha volta. Sebastião Barrigada estava lá – Louvado seja o menino filho de Deus! Disse.

             O pára-quedas deu uma linda barraca. Durou anos. Mesmo depois que fui para os seniores e finalmente os pioneiros, lá estava os raposas orgulhosos de sua barraca de pára-quedas. A única nas redondezas. Ninguém tinha. Só ela. A Raposa que nunca mais esqueci. Não sei o que aconteceu depois. Cresci, mudei de cidade, participei de outros grupos, mas acreditem, nunca mais esqueci o fantástico pára-quedas amarelo. Um sonho que se realizou!

Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos dos sonhos que tivemos dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

(publicado)
“Viver para os outros é não somente a lei do dever como da felicidade.” 
Filósofo: (Auguste Comitê)

“Coloque sua mochila, cante uma canção e parta conosco para esta grande aventura!”

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

AFINAL EU SOU UM HERÓI?



AFINAL EU SOU UM HERÓI?

Algumas pessoas têm o dom de em casos de emergência, tomar atitudes rápidas e acertadas. Eu não. Não consigo retrucar na hora em que é necessária uma boa resposta ou mesmo decidir o melhor caminho a ser tomado em casos de emergências. Preciso de tempo para analisar e pensar no que fazer ou falar.

Sempre ouço aqui e ali, de atitudes corajosas tomadas na hora do acontecimento e até críticas de que outros não o fizeram. É muito difícil fazer e fácil analisar depois do fato.

Lembro que alguns anos atrás, eu estava em uma seção de cinema e alguém gritou - fogo!

Ouve um verdadeiro pandemônio. Vi em um canto da sala, rolos de fumaça. O cinema não estava cheio, mas havia mais de uma centena de pessoas. Poucos se preocupam em saber onde são as saídas de emergência quando entram. Na hora do acontecido, são brutalizados e empurrados como um estouro de uma boiada sem rumo definido.

É difícil pensar em tal situação! - Acredito que os heróis se preparam antes ou estão devidamente preparados aguardando o momento certo. Como nunca fui herói, eu não sabia o que fazer. Fiquei em pé e via horrorizado a anarquia, os gritos, as crianças e mulheres em desespero. Minha preocupação no momento não era em me safar dali. Estava boquiaberto com tudo que estava acontecendo e fiquei desesperado não pôr mim, mas pelos outros!

Quando dei conta, a sala já estava vazia e alguns gritavam de dor e de desespero. Os funcionários já estavam a postos tentando apagar o incêndio e eu ainda estava ali, em pé, semi-paralisado sem saber que atitude tomar.

Alguém me pegou pelo braço e disse para não preocupar, pois o foco do incêndio havia se apagado. Não prestei atenção nele. Agora já sabia o que fazer! - Ajudar os feridos. E assim o fiz.

Tinha conhecimento de primeiros socorros e pude colaborar bastante. Era mais um anônimo que no final chega à conclusão qual decisão tomar. Mas demorou. Poderia ter morrido ou quem sabe ser mais um do salve-se quem puder.
 
Demoro em tomar decisões. Assim como eu, acho que muitos também. Não sou herói e nem estou preparado para tal. Naquele momento não preocupei com minha vida porque não sabia o que fazer. Outros não. Primeiro pensaram em si. Acho que tivemos heróis gritando e orientando para que todos tivessem calma e ajudando mulheres e crianças.

Eu sou assim e tenho que aceitar as pessoas como elas são. Cada um tem seu estilo e isto pode até ser ensinado. Não sei se na hora certa agiram como for preciso. Eu me considero um bom escoteiro, mas me falta muita coisa para aprender. Os fatos acontecem sem a gente esperar. Você se prepara para um aparece outro. Enfim, o que importa é se no início ou no final demos a nossa colaboração. Ainda bem que o escotismo me deu conhecimentos que pude usar e ajudar a quem precisou.

“Coloque sua mochila, cante uma canção e parta conosco para esta grande aventura!”  

O VELHO ESCOTEIRO SE DIVERTINDO



O “VELHO” ESCOTEIRO SE DIVERTINDO

"Se tens vento e depois água, deixa andar que não faz mágoa! - Mas se tens água e depois vento, põe-te em guarda e toma tento!" Vermelho ao sol pôr, delicia do pastor!”- "Orvalho de madrugada, faz cantar a passarada" - Nuvem baixa, cor de cobre, é temporal que se descobre "- São tantas lembranças quem temos mente que só esquece quem não aprendeu. - dizia o "Velho".

                            Hei "Velho" - disse - Se esqueceu que estamos em um estádio, em uma arquibancada assistindo a um jogo de futebol? - Aonde quer chegar?

                            - O "Velho" não tinha hora nem lugar para resmungar ou relembrar. Desde que tínhamos chegado, fomos xingados, devido ao cachimbo que ele fumaça e a fumaça que insistia em ir de narina a narina dos torcedores próximos a nós. O Estádio estava lotado. Era um jogo de final de campeonato, e eu torcedor fanático pôr um dos times não podia perder. O "Velho", que eu não sabia para qual time tinha preferência, se convidou a ir comigo. Quem sou eu para dizer não.

                            - Olhe só para a cara de cada um - continuava o "Velho" - Torcem sentados, numa boa, enquanto 22 jogadores e um juiz correm o tempo todo. E vem você me dizer que isso é esporte. Pode ser para quem está no campo, mas para nós não.

                            Não discuti com o "Velho". O jogo estava empatado em 1x1, e os nervos dos torcedores estavam à flor da pele e prontos para explodir. Em dado momento, devido a uma jogada perigosa, se fez enorme silencio no estádio, pois um jogador importante de um dos times tinha se machucado. Havia duvida se ele voltaria ou não.

                            Nesse momento, o "Velho" levantou e virando para os torcedores, ficou em posição de sentido e fez a saudação escoteira gritando a plenos pulmões: - SEMPRE ALERTA! - Foi à conta. O estádio veio abaixo. A gozação foi tremenda. Tivemos que procurar outro local para ficarmos mais a vontade.

                            Na volta fiquei pensando se nos meus 80 anos seria como ele. Ao chegar a frente à casa do "Velho", e ele descer sem agradecer, voltei para a minha casa e no caminho não tive duvidas. Seria uma honra ser como ele. Não importava as excentricidades que para mim eram virtudes. Se o Escotismo era o que ele gostava, porque não vivê-lo plenamente? Esqueci de completar - meu time perdeu de 5x1!

“Coloque sua mochila, cante uma canção e parta conosco nesta grande aventura!”

A ESTRELA VERDE





A ESTRELA VERDE (UMA METÁFORA EM F ORMA DE HISTÓRIA)


             A estrela verde. Quem sabe ela vai me trazer a paz que eu preciso para olhar o futuro e dizer: “Cada pessoa cria e modela o seu próprio destino, seu futuro será resultante de seus pensamentos presentes. As idéias assim como as sementes que se colocam no solo acabam por germinar.” (Anônimo)
               Era uma vez… Milhões e milhões de estrelas no céu. Havia estrelas de todas as Um dia, elas procuraram o Senhor Deus, Todo-Poderoso, o Senhor Deus das cores: brancas, lilases, prateadas, douradas, vermelhas, azuis.
Universo e disseram-lhe:
“Senhor Deus, gostaríamos de viver na Terra, entre os homens”.
- “Assim será feito”, respondeu Deus. “Conservarei todas vocês pequeninas, como são vistas, e podem descer a Terra”.
                Conta-se que naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas. Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar e correr com os vagalumes, no campo, outras se misturaram aos brinquedos das crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada. Porém, passado algum tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o Céu, deixando a Terra escura e triste.

- “Por que voltaram?” perguntou Deus, à medida que elas chegavam ao Céu.
- “Senhor, não nos foi possível permanecer na Terra. Lá existe muita miséria, muita desgraça, muita fome, muita violência, muita guerra, muita maldade e muita doença”.

               E o Senhor lhes disse:
- “Claro, o lugar real de vocês é aqui no Céu. A Terra é o lugar do transitório, daquilo que se passa, do ruim, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre, é onde nada é perfeito. Aqui no Céu, é o lugar da perfeição. O lugar onde tudo é imutável, onde tudo é eterno, onde nada padece”.

.  Depois de chegarem todas as estrelas e conferindo o seu número, Deus falou de novo:

- “Mas está faltando uma estrela. Perdeu-se no caminho?”

.  Um anjo, que estava perto retrucou:
- “Não, Senhor. Uma estrela resolveu ficar entre os homens. Ela descobriu que seu lugar é exatamente onde existe imperfeição, onde há limites, aonde as coisas não vão bem.”

  - “Mas que estrela é essa?” Voltou Deus a perguntar.

- “Por coincidência, Senhor, era a única estrela dessa cor”.

- “E qual é a cor dessa estrela?” insistiu Deus.

  E o anjo disse:
  - “A estrela é verde, Senhor. A estrela verde do sentimento de esperança”.
E quando então olharam para a Terra, a estrela não estava só.

                      A Terra estava novamente iluminada, porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa. Porque o único sentimento que o homem tem e Deus não têm é a esperança. Deus já conhece o futuro, e a esperança é própria da natureza humana. Própria daquele que cai, daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que ainda não sabe como será seu futuro.

(retirado da internet. Anônimo)

“Coloque sua mochila, cante uma canção e parta conosco nesta grande aventura!”

SER ESCOTEIRO



SER ESCOTEIRO!

              Este poema já é conhecido. Aqui mesmo no face já foi publicado. Como conheci pessoalmente o ministro Gui Mondim, e pude ver seu amor ao escotismo, nada melhor que de novo publicá-lo. 

Despe teu uniforme, interesseiro,
Pois não é nele que vive a Disciplina.
Nem por vesti-lo te fazes Escoteiro,
Como o exige nossa lúcida doutrina.

Que importa a Promessa que te ensina
A ser da nossa causa um Cavalheiro,
Sem a conquista da insígnia peregrina
Do caráter de um homem verdadeiro?

Escotismo é escola de Lealdade,
De Amor, de Ação e Inteligência,
Isenta de arrogância e veleidade.

Se não o compreendeste, então importa
Que o construas primeiro, na consciência.
Cumpre a nossa Lei…
E depois volta!

Guido Mondin
Ministro e Chefe Escoteiro

 “Coloque sua mochila, cante uma canção e parta conosco nesta grande aventura!”



A PATRULHA DE MONITORES



A PATRULHA DE MONITORES

Todos nós, que fomos ou somos escotistas de tropa escoteira, seja masculina ou feminina, temos um carinho especial pelos nossos monitores. Claro eles são a razão do sucesso da tropa. Eles são diferentes, mais adestrados, mais experientes. Muitas vezes estão mais próximos a nós. Afinal é com eles que falamos no desenvolvimento na tropa, dos jogos, dos avisos, dos acampamentos enfim, são eles os nossos olhos e ouvidos junto aos demais escoteiros.

Isso não cabe nenhuma dúvida. E são mesmos os responsáveis diretos para o adestramento (formação) da sua patrulha e claro com a ajuda dos subs. Todos os chefes que assim agem sabem das vantagens de ter bons monitores e isso faz com que o crescimento progressivo não perca solução de continuidade. O monitor e o sub. estão mais próximos, podem colaborar nas etapas que o jovem precisar.

O Escotista de uma tropa escoteira tem um bom relacionamento com eles e considera a Patrulha de Monitores a maneira ideal do desenvolvimento da sua tropa. Essa patrulha é formada por todos os monitores e sub. monitores. Nesta patrulha o chefe e o monitor dos seus monitores. É uma patrulha organizada somente para o adestramento e formação dos monitores. Costumam ter (sem caráter de obrigação) a mesma organização de uma patrulha na tropa. Nome, Bastão totem, materiais de campo e sede, livro de ata, e divisão de encargos na patrulha. O Chefe deve ter a preocupação de que o companheirismo é a única forma do crescimento individual e coletivo.

Quando temos uma patrulha de monitores funcionando (devem-se incluir os sub. monitores) ativa e com tradições o desenvolvimento da tropa sempre será o adiante do esperado. É nesta hora que o chefe tem pleno potencial de desenvolver suas aptidões, e inclusive tendo a oportunidade de aprender juntamente com eles uma série de técnicas escoteiras que poderão ser úteis no adestramento de todos os patrulheiros.

As reuniões desta patrulha devem ser mensais ou em caso de necessidade a qualquer momento. Lembramos que não é uma Corte de Honra nem Conselho de Monitores. Nunca deve coincidir com as reuniões normais da Tropa Escoteira e atividades afins. Uma boa programação anual deve ser feita, contendo datas, atividades ao ar livre, aventureiras e com fins e objetivos determinados, mas sem prejudicar o tempo deles já que existe uma programação da tropa que eles se dedicam mais.

Quando fui escotista de tropa, costumava dizer em reuniões com eles, dávamos o grito de patrulha e sempre todos diziam – Patrulha Esquilo (exemplo) em reunião!

Atividades sociais devem ser incrementadas. Uma ida a um cinema, um passeio em um parque, a outros grupos escoteiros, visita a museus e lugares históricos. Tudo isto além de conhecimentos adquiridos, vai mostrar a comunidade que somos um movimento de jovens responsáveis. O marketing nesse caso é benéfico não só ao movimento como também o fator cidadania. É importante que todos saibam de suas responsabilidades, pois estão sendo vistos por centenas de pessoas que irão ter agora uma melhor idéia do que é o escotismo. A uniformização é parte importante da ação. Todos devem estar bem uniformizados inclusive o escotista presente.

Os assistentes também participam como irmãos mais velhos na patrulha. Podem e devem substituir o chefe da tropa. A divisão do trabalho facilita a todos. É necessário que devam dar a maior liberdade possível aos monitores e subs, sem interferir na programação a não ser para prováveis tomadas de rumo dentro de um programa pré-determinado.

Pensem e imaginem uma atividade de domingo, passeando pela cidade com fins objetivos, vendo a perplexidade e admiração dos transeuntes e ou fim de semana, em um local próximo, com boas condições de treinamento e adestramento de barracas, uso de material de sapa, cordas, acrescentando isto com uma pitada de treinamento de pistas, nós, sinalização (semáforas e Morse).

 Prevejam também como seria um acampamento só de monitores, com um ótimo programa a ser desenvolvido, principalmente de pioneiras, cozinha e atividades aventureiras. Poder ensinar a eles os pontos importantes que devem ser observados em um acampamento, a inspeção matinal, os cerimoniais de bandeira, conservação da natureza, fossas, pioneiras básicas, uso da lona, toldos e tantos outros que serão criados pelo escotista encarregado da atividade. Com isso a tropa dará um salto quantitativo e qualitativo na sua formação e desenvolvimento. 

Muito importante é mostrar a eles a responsabilidade de seus comandados dentro e fora da sede. Boletins escolares, deveres para com deus, obediência aos pais, Lei Escoteira são objetivos que não devem ser esquecidos.

É com esta patrulha especial que os escotistas iram ver o crescimento de suas tropas. Escoteira ou seniores/guias. A programação é extensa. Não vamos especificar aqui todos os itens importantes para um programa agradável e ao mesmo tempo aventureiro com a Patrulha de Monitores. Acredito que todos os escotistas participantes sabem bem das necessidades de todos.

Se ainda não tem, formem logo sua patrulha de monitores. Vai ver o ânimo que eles terão a proximidade e a amizade maior que irão adquirir. Não posso acreditar em uma tropa e no seu desenvolvimento sem ter bons monitores na liderança. Claro, será um trabalho constante. As eleições (datas definidas pela patrulha) irão ao rodízio exigir um retorno as origens do adestramento inicial, mas isto com o tempo se tornarão divertido e agradável.

Em um próximo artigo, comentaremos sobre a eleição de monitores, tempo de permanência, a escolha do sub enfim, assuntos conhecidos e escritos na literatura escoteira, mas pouco praticada nas tropas. Bons monitores, boas tropas, boas tropas sucesso garantido na formação escoteira!

“Coloquem sua mochila, cantem uma canção e partam com seus monitores para uma grande aventura!”

Boas atividades e até outra vez!