Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 2 de junho de 2012

O sonho do menino escoteiro



O sonho do menino escoteiro
(Escrito pela Guia Isabel Cristina que caminha para ser brevemente uma ótima escritora de contos).

          O dia amanheceu lindo, um sol brilhante. Ainda bem, pois choveu muito na semana anterior. Jovino dormia. Um sono gostoso. Jovino tinha nove anos. Bom filho, alegre e prestativo, mas preguiçoso para levantar. Sua mãe o acordava e ele virava de lado e continuava dormindo. Sempre foi assim. Seus horários não eram obedecidos. Para chegar no horário na escola era um sacrifício. Dona Ermelinda suas mãe fazia tudo para ele ser mais responsável. Ele aos poucos à medida que ficava mais velho melhorava um pouco. Seu pai e sua mãe sorriam em saber que ele amava muito seu Avô, pois era o único que conseguia controla-lo. Os dois eram grandes amigos. 
          Seus pais trabalham muito. De família humilde e de poucas posses. Saiam cedo e só voltavam à noite. O Avô de Jovino tomava conta dele durante o dia. Jovino ou Jovi como era chamado por seus amigos, fazia tudo que queria. Jovi não era bom estudante. Os colegas da classe gostavam dele, mas as professoras reclamavam muito. Jovi realmente não gostava de estudar e muito indisciplinado.
          Um dia seu avô, o chamou e lhe deu um livro. No inicio Jovi pensou que não iria ler, mas a capa era linda e ele leu tudo. Da primeira a última página. Adorou a história, falava sobre um menino que era Escoteiro. Ele acampava, explorava a natureza (Se tinha uma coisa que Jovi gostava era dos animais e das plantas). O menino da história usava um uniforme bonito, sempre ajudava todo mundo e era um exemplo em sua casa e na escola.
           Jovi ficou encantado com a história. Até releu o livro várias vezes. Quem sabe o menino poderia ter sido ele? Antes de ser Escoteiro ele tinha sido um jovem mal educado, não obedecia a seus pais e tinha poucos amigos. O titulo do livro era interessante. “Faça o seu melhor possível’”. Jovi procurou seu Avô na casa toda. Ele dormia em seu quarto. Bateu na porta e o Avô já de pé perguntou o que ele queria. Seu avô também se chamava Jovino e Jovi contou para ele que leu o livro varias vezes e adorou. Seu avô Jovino explicou que o livro foi escrito por uma amiga e ela se inspirou nele.
              “Vovô”! O Senhor já foi Escoteiro? Seu Avô riu e disse – Fui sim meu neto. Desde sua idade. Agora não posso mais ir, pois você sabe que não tenho mais idade para frequentar. Seu Jovino levou Jovi para a sala e ficaram horas e horas conversando. Contou para ele sua vida de Escoteiro, seus acampamentos, suas aventuras e Jovi a cada instante mais e mais se encantava como os escoteiros. –Vovô! Eu posso ser um deles? Perguntou – Claro que sim. Mas olhe vais ter que mudar sua maneira de ser ainda vai ter que aprender muitas coisas. A primeira é ser obediente e disciplinado. Ser bom estudante e fazer com seus pais se orgulhem de você.
                Jovino uma tarde foi com seu Avô no Grupo Escoteiro do seu bairro e se matriculou. Gostou de todo mundo. E o uniforme Vovó? Só quando você estiver preparado. Tem muito chão para você aprender. Jovi não discutiu e fez tudo que os chefes mandaram. Tornou-se uma pessoa melhor, saudável e prestativa, tanto, ao ponto de seus pais estranharem. Jovi tornou-se, realmente, uma pessoa melhor. Passou a estudar, ser prestativo e como tinha aprendido a Lei dos Escoteiros ele agora tinha responsabilidade e seus horários eram ponto de honra. Disse para si mesmo que seria um Escoteiro puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações.
                Quando passou para os seniores, Jovi começou a escrever contos, histórias tudo que tinha feito na sua vida Escoteira. No seu primeiro livro colocou o nome de "O poder transformador do livro e da leitura". Faça como Jovi, venha você também ser um Escoteiro!

Atenção – Se você tem um conto ou uma história (uma pagina no máximo) mande para meu e-mail elioso@terra.com que depois de lido e aprovado (nem todos são) poderá ser publicado aqui e nos blogs que escrevo.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Pais, o que fazer com eles?



Pais, o que fazer com eles?

Já escrevi diversos artigos nos meus blogs sobre o tema. Não sei se serviram ou se simplesmente quem os leu sorriu e disse para si mesmo – Tenho outras ideias. Claro que deve ser assim. Quem não pensa e não segue seus projetos de vida e não têm objetivos nunca será nada na vida. Nem saberá como alcançá-los. Mas eles os pais são a razão da existência do Grupo Escoteiro. Infelizmente quando eles chegam veem tudo diferente. Parece que o dono de tudo é o Chefe Escoteiro. Esta é a impressão e acontece mesmo na maioria dos grupos escoteiros. É comum dizerem – “Meu” grupo, “Minha” tropa, “meu” Escoteiro, “minha” sede, comprou tudo! Ninguém disse a ele que é apenas o irmão mais "Velho". Nada mais que isto. Continuando, acho que na Loja Escoteira seja da sua região ou da nacional deve ter vários livros abordando o tema. Nos cursos hoje chamados de formação deve ter havido varias sessões para comentar e discutir o tema. Portanto o que escrevo não deve ser seguido à risca.
Mas acreditem. Vivi isto a minha vida Escoteira. Todos dizem que quem entra para o Grupo Escoteiro é o pai e não o filho. Verdade? Acreditam nisto? Eu sempre acreditei, mas o que vejo é escotistas reclamando da falta de participação deles. E ainda tem alguns a dizerem – O que fazer? O jovem é excelente! Grande Escoteiro! Os pais não ligam e eu o que faço? Claro, não o deixarei só. Se necessário sua manutenção no grupo fica por minha conta. Lindo não? Um Chefe abnegado. Mas ele está certo? Para muitos sim para mim não. Você é um voluntário. Um Escotista. Não é o pai, não é um religioso e nem é o professor ou professora dele e nunca vai substitui-los. Sua função? Colaborar no seu crescimento visando sua formação na escola, na igreja e no seu lar. Enfim você um colaborador e se o pai não entende isto tem muita coisa errada no seu modo de proceder.
É claro que em muitos grupos os pais tem receio em se aproximar. Os chefes se colocam em posição tal que são considerados “seres do outro mundo” (risos) perante aos pais. Quantos quiseram ajudar e o receio de não entender nada? Parece que escotismo é um bicho de sete cabeças! Claro, tem os outros que nem aparecem lá no Grupo Escoteiro. Culpa de quem? Do Chefe é claro. Já vi casos que um outro Chefe levou um jovem e o inscreveu dizendo – O pai é gente boa. Meu amigo ou meu irmão ou meu vizinho. Se precisarmos ele estará pronto a ajudar. É Certo isto? Totalmente errado. Conheço outros casos. O pai ou a mãe e claro na maioria das vezes sempre é a mãe, pois o pai não liga ou está ocupado. (?) Telefona ou passa rapidamente no grupo e diz – Chefe meu filho que ser Escoteiro. Pode fazer sua inscrição. Estou sem tempo agora, mas outro dia volto aqui para a gente conversar mais!
E assim vem caso sobre caso. Os erros vão se avolumando e o grupo passa a ser mantido por poucos e muitos escotistas financiando seus jovens. Um belo dia alguém em sua casa diz – Fulano! Você ganha pouco e ainda está gastando tudo no escotismo? E sua casa? Como é que ficamos? Claro, você pagou taxas dos meninos, pagou uniforme, e financiou seu próprio conhecimento técnico pagando as taxas de cursos que fez. E os pais? Para quem você está fazendo tudo isto? Para os filhos dos outros? É certo? – Meus amigos, torno a repetir quem entra para o Grupo Escoteiro são os pais, os filhos os acompanham. E só.
No dia que alguém os procurar, sejam claros. A presença de ambos é necessária. E não aceite desculpas. Serão dadas as dezenas. Quando aparecerem não faça pose de chefão. Procure sorrir, cumprimentar, apresentar-se, falar um pouco do que faz se tem família e depois ouvi-los. Deixe-os falar. Não fale nada! E só após isto, após ter uma abertura comece explicando o que é o escotismo e o que pretende. O que espera dele o pai e da mãe. O que ele o movimento fará pelos seus filhos desde que eles estejam presentes. Sem eles você não conseguirá nada.
Perca pelo menos uma hora com eles. Você está ali para isto. Se fizer tudo certo no primeiro dia um passo importante foi dado. Agora não abra uma exceção para o filho começar no primeiro dia. Eu sem um cursinho de pelo menos quatro horas com a presença de ambos não aceitava a inscrição. Mas admito que outros façam diferentes. Marquem duas semanas depois. Apresentem os pais ao grupo após o cerimonial de bandeira. Depois apresente o filho. Que o grupo os receba com uma palma Escoteira, que o filho ou a filha receba as boas vindas da sessão que vai ficar.
Teria aqui mais mil ideias, mas fica para uma continuação. Só para terminar, ligue telefone, visite. Você tem a obrigação de conhecer a família. Se conseguir ser amigo meu caro, você conseguiu tudo. E olhe, não o deixe de fora. Uma atividade social em casa dele e depois em outras se revezando. Todos levam bebidas (alcoólicas pode até ser, mas cuidado) e salgados. Tente reunir todos e quem sabe jogar? Claro porque não? Bons jogos com os pais são união e força e um belo caminho para eles no grupo. Se os pais são presentes, você terá dor de cabeça para dar função a todos. E nunca mais vai tirar do seu bolso o que pertence a sua família. E isto é muito bom! E vais sorrir nos cursos, pois pode fazer todos. Agora são os pais que pagam! Não acredita? Eu fiz assim. E conheço muitos que ainda fazem. Como diz o nosso amigo Lord Baden Powell (BP), este é o CAMINHO PARA O SUCESSO!
Aguardem uma segunda parte deste artigo brevemente.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O Movimento Escoteiro é apolítico?



Acho que ao contrário de ficarmos reclamando devíamos arregaçar as mangas e cobrar dos políticos um lugar melhor

O Movimento Escoteiro é apolítico?

Não é um tema dos mais interessantes. Mas como teremos eleições neste ano, gostaria de expressar minha opinião, principalmente por ter vivido situações pitorescas em minha vida escoteira. Nosso movimento tem por principio ser apolítico. Acha ele que devemos ficar a margem e não tomar nenhuma atitude em relação a A ou B dos candidatos ou mesmos dos partidos. A Escolha e decisão são individuais e cada um deve saber em quem votar. Até certo ponto concordo. Mas isto não acontece em muitos países que o escotismo cresceu e floresceu. Lá o escotismo deu um enorme salto. Certo ou errado não sei.
Temos como convicção, talvez a maioria de nós, que a palavra escoteiro, tem muitas traduções e algumas delas seriam a honestidade, o caráter, a honra, a ética, a benevolência, o respeito ao próximo, as leis, enfim tudo aquilo que se espera de uma pessoa respeitada e digna na comunidade. Antônimo de muitos políticos que vemos hoje atuando. Claro, não são todos, têm muitos com excelentes qualidades, mas, não é fácil separar o joio do trigo.
É interessante, quando candidatos estavam sempre nos procurando nas épocas de eleições, mas depois é o contrário. Prometem como todo político, e depois desaparecem como poeira no ar. Dificilmente vemos na comunidade, na imprensa, qualquer menção de candidatos dizendo admirar o movimento Escoteiro, falando de suas vantagens ou mesmo fazendo proselitismo. Dificilmente mostram seu currículo escoteiro, do tempo que colaboraram da importância para eles da Lei e Promessa Escoteira, se orgulhar do que aprendeu no escotismo, trabalhando pelo nosso crescimento. (hoje seu currículo só é mostrando quando em algumas reuniões formais o convidamos a falar sobre seu passado).
Fazendo um pequeno retrospecto não se encontra em nosso país nenhuma organização, seja ela religiosa, empresarial, social entre outras que de uma maneira ou de outra não se envolvam na política, escolhendo seus candidatos e fazendo marketing deles, visando sempre se eleitos um futuro melhor seja financeiramente ou socialmente em proveito delas (as organizações) Isto não está errado.
No entanto o Movimento Escoteiro no Brasil não faz isto. Diz-se apolítico. Da maneira como estamos concordo plenamente. Não vejo até então alguém que tenha sido escoteiro e que após ter sido eleito, mostrou durante seu mandado que tem honra e honestidade (temos uns poucos casos como exceções) do ponto de vista da Lei e Promessa. E o melhor, trabalhado para o crescimento do escotismo. Seria bom se tivéssemos condições de conhecer sua plataforma e se basear dentro dos princípios éticos, e que demonstrar ser admirado e respeito como Escotista. Seria o candidato ideal. Será que teríamos?
Nossa arregimentação de adultos na maioria dos Grupos Escoteiros é pequena e a participação quase nula. O que acontece hoje é diversamente contrário do que sonhamos, pois não temos força para reivindicações. Por outro lado sem conhecer profundamente o candidato poderíamos eleger alguém não condizente com os propósitos escoteiros. Isto seria uma decepção em nossos sonhos futuros.
Eu mesmo fico constrangido quando alguém próximo tenta me mostrar o valor do candidato que escolheu. Tento ver seu currículo, não aquele de rotina, dizendo eu fiz isto e aquilo, mas gostaria de saber do seu passado, onde pudesse pesquisar se realmente é uma pessoa com elevado “Espírito Escoteiro” e olhe, mesmo não tendo sido escoteiro. Mesmo com um pequeno número de adultos atuantes, tenho certeza que somos uma força respeitável de votos. (quase dezoito mil segundo a UEB). Como usá-los é que não sabemos. Quando descobrirmos isso um salto enorme se terá dado no escotismo nacional.  
Antes de encerrar, gostaria de comentar um filme que assisti há algum tempo, em preto e branco de 1939, onde um chefe escoteiro, estimado em sua cidade e no movimento escoteiro, (foi escoteiro toda sua juventude) e por um motivo ou outro foi “guindado” a Senador em seu país. Achou que encontraria algum em que pudesse acreditar e fazer dos seus sonhos realidade. Viu que não era nada disto. Se um dia encontrarem em alguma locadora aluguem. Vale a pena nestas épocas de eleições.
Mr. Smith goes to Washington –(em português a Mulher faz o homem) Direção de Frank Capra - 1939: EUA:  129 min: branco e –preto - Com James Stewart (Mr. Smith), - Jean Arthur (Clarissa), - Claude Rains (Senador Paine) e - Edward Arnold (Jim Taylor)

Sinopse - O escoteiro encontra as raposas

Somente escoteiros acreditariam na existência de políticos como o senador Smith. Ele é honesto, idealista e tem uma incrível disposição para lutar pelo que acha correto. Está certo que ele é um caipira ingênuo que caiu no ninho das velhas raposas de Washington, mas os filmes de Frank Capra são assim: falam sobre pessoas simples com valores simples.
Jefferson Smith é um inocente homem do interior que é levado a Washington por um grupo de políticos para se tornar senador dos Estados Unidos da América. Mr. Smith (James Stewart) foi designado para o senado americano após a morte do titular da cadeira. O governador que o indicou queria apenas um fantoche para terminar o mandato que não atrapalhasse os planos dos donos do poder local. Mr. Smith foi para Washington e ficou deslumbrado com todos aqueles símbolos patrióticos que ele só conhecia através dos livros escolares e de sua vida escoteira.
Os problemas começaram para ele quando resolveu apresentar um projeto no senado. Sua intenção era construir um acampamento para escoteiros em seu estado natal (espécie de campo escoteiro para ser usado por vários grupos em qualquer tempo). Até aí, nada de errado, mas infelizmente, seu projeto seria erguido em uma área que o poderoso magnata Jim Taylor (Edward Arnold) queria inundar com a construção de uma represa.
O senador Smith, que até então só divertia os jornalistas políticos com sua ingenuidade, passou a ser uma pedra no sapato do homem mais poderoso de seu estado. Só vendo o filme para saber como Mr. Smith enfrenta a confusão. E como os escoteiros fizeram para ajudá-lo. Os poderosos querem transformá-lo em uma marionete a serviço de seus interesses. Aos poucos, o homem vai percebendo o mar de lama em que se enfiou e que seria capaz de destruir tudo o que sempre acreditou em relação à bondade e ao caráter dos semelhantes.
Começamos pelo idealismo, depois vamos ficando mais e mais pragmáticos, até que no final nos tornamos só ambição e cobiça? Bem, talvez o idealismo não seja apenas uma febre juvenil. O que o mestre Frank Capra nos dá a entender é que o povo quer líderes entusiasmados que lutam pelos valores básicos que qualquer escoteiro conhece. Talvez esse filme pareça ingênuo a muita gente, mas é essa pureza que o mantém década após década na lista dos melhores filmes de todos os tempos.

Tudo o que peço aos políticos é que se contentem em mudar o mundo sem começar por mudar a verdade.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O "Velho" e saudoso bastão Escoteiro.



O "Velho" e saudoso bastão Escoteiro.

                      Tenho lido aqui comentários a respeito do bastão Escoteiro. Interessante. Já há tempos foi abolido. Quem comenta mais são os saudosistas. Eu entre eles. Agora que não existe ainda bem que sobrou o bastão da Patrulha, claro sem ele como usar totem? Tenho receio que também vão aboli-lo.  Não sei. Não digo que não usaria de novo. Mas porque não? Para dizer a verdade eu usaria sim. Mas concordo com o que dizem. Um trambolho para levar e trazer do acampamento e muitos que não estão acostumados irão esquecê-lo em qualquer encruzilhada de uma aventura, acampamento, ou seja, lá o que for. Mas meus amigos, sempre disse que tudo é uma questão de costume. Hábito de comportamento. Eu quando jovem nunca fiquei sem o meu. Eu mesmo o fiz. Calmamente sem pressa. Escolhi de um pé de goiabeira, acho que durou muitos anos. Mesmo passando para os seniores eu ainda o usava, apesar de que nesta sessão praticamente ninguém nunca o usou. A Patrulha sabia reconhecer um bom bastão escoteiro. Ele contava a história de seu dono. Seu tempo de atividade, seu crescimento, suas etapas, seus acampamentos. Mil coisas. Lembro que até o meu Insígnia de Escoteiros todos os alunos ainda usavam o bastão.
                     Mas o bastão queira ou não tinha mil e uma utilidades. Abrir picadas em matas, se defender de animais peçonhentos, e olhe importantíssimo em trilhas desfeitas para fazer barulho e espantar alguma cobra no caminho. Elas correm com o barulho. Ele era imprescindível em jogos, serviam como escada para elevar um Escoteiro em uma árvore alta, na montagem de campo e claro nunca esquecer suas mil e uma utilidades nos casos de emergências: - Uma torção do pé, alguma dor na coxa e se necessário se transformar em uma maca rapidamente com duas camisas. Sabe o que fazia nos Grupos Escoteiros que dei minha colaboração? Todos quando chegavam ao campo, tinham de fazer seu bastão Escoteiro e andar com ele. Fácil de fazer. Medidas? Altura até o inicio do pescoço, uma circunferência do dedo indicador e polegar em forma de O, e pronto você tem seu bastão escoteiro. Escolher uma madeira boa nem sempre é possível. Ma você deve lembrar aos escoteiros que ele deve aguentar seu peso, e não deve ser pesado para que fique fácil seu manuseio. Dependendo do bambu ele pode ser usado sem sombra de dúvida. Claro que ao terminar o acampamento ele seria descartado.
                    Muitos não gostavam. Escolheram tanto e agora jogar fora? Não dava para pegar ônibus urbano, mochila, sacos de intendência e bastão. Mas sempre dávamos um jeito. Lembro-me que qualquer Escoteiro sabia como usar. Quando estavam em forma, em posição de alerta (sentido), descansar ou saudando a chefia e a bandeira e andar em marcha de estrada. Até hoje gosto de ver um Monitor ou sub. passando o bastão para o outro. Uma cerimonia que todos orgulhavam. Não sem se ainda fazem assim. Mudou-se tanto!
                Mas convenhamos que hoje ele seja supérfluo. Quem o dispensou eu não sei, mas deve ter feito uma grande pesquisa nacional com os escoteiros para acabar com ele. E penso que todos concordaram. Aos poucos retiram muitas coisas do passado. Acredito que os jovens agora pensam de maneira diferente. Tenho que concordar. Nossos dirigentes devem saber o que fazem. Mas acreditem, quando vejo uma foto de outros países ou mesmo aqui do nosso, onde os meninos estão de bastão fico orgulhoso. Dei boas gargalhadas quando alguém me disse que BP colocou o bastão para lembrar o fuzil do exército, pois ele sempre viu todos como futuros soldadinhos. Risos. Dizem tanto sobre BP. Meu amigo BP! Falam tanto sobre ele que até esqueço se foi verdade mesmo que existiu. Quem sabe agora existe os novos que são modernos e um dia serão considerados os novos Baden Powell da liderança mundial escoteira. Mais modernos mais atuais. Fazendo um escotismo forte e vigoroso. Orgulho da nova geração.
                Um dia vou por aí a vaguear e se achar um belo bastão e eu o trarei comigo. O meu não tenho mais. E este se achar vai ficar em lugar de honra em minha casa. Irei colocar nele tudo que fiz e que ganhei na minha vida Escoteira. Mas isto não deve interessar a ninguém. Não mesmo. Existem outras situações mais importantes para preocuparem. É melhor deixar com os antigos as recordações. São coisas de “Velhos” escoteiros rabugentos e suas manias. Risos.  

terça-feira, 29 de maio de 2012

O meu "Velho" livro de Atas.



O meu "Velho" livro de Atas.

Muitos não gostam do livro de Atas. Acham enfadonho e sem graça. Sempre que convidava pais para participarem da diretoria do Grupo Escoteiro quando comentava sobre as atas um olhava para o outro como a dizer – Faça você – Prefiro outro cargo. Não sei por quê. Afinal atas tem uma importância enorme na vida de um Grupo Escoteiro. Claro, sei que nos grupos que voces atuam elas são feitas assiduamente. Eu sempre gostei de atas. E gostava e ainda gosto de escrever. Colocar ali o que cada um diz sua opinião seu estilo de interpretar uma situação, é como sentir a vida dentro daquelas páginas que um dia irão ser lembradas como um fato histórico. Experimente ler uma ata alegre, cheia de sabor, escrita por alguém que dá um toque especial. Vale a pena. As lembranças se você esteve ali naquele dia irão trazer de volta tudo que foi falado, anotado e escrito.
Sempre acreditei na importância das atas. Gostaria de voltar a minha cidade e ver se as da Patrulha que participei as atas daquela época estão em mãos de algum antigo escoteiro. Sei que o grupo não mais existe, mas quem sabe tem alguns vivos lá? Seria uma grata surpresa. Já pensou? Ler o que escrevemos durante todos aqueles anos como escoteiros e seniores? Sempre acreditei que não existe um modelo de estilo de escrita em atas. Nas manuscritas não pulava linhas e quase nunca colocava parágrafo.  Os espaços vazios fazia um traço diagonal e assinava.
A patrulha tinha dois bons escribas. Eu uma vez fui, mas não fui muito aceito. Enfeitava muito no que escrevia. Claro nossas atas contavam sempre tudo que fazíamos em acampamentos, excursões, entrada e saída de escoteiros. Não faltava a entrega de distintivos, estrelas, etapas e tudo que se relacionasse a patrulha. Decisões da Corte de Honra (quando podíamos saber). As reuniões de Patrulha nunca eram feitas sem uma boa ata. E olhe, chegamos a ter mais de dois livros de atas por ano. Uma vez contei oito em cinco anos. Alguns dizem que na Patrulha não são atas e sim diário. Se fazem e ficam gravados para sempre não discuto, mas que vale a pena vale. Quando os anos passam você pode ver ali o cargo de cada um na Patrulha, o dia da promessa, o dia da estrela de um ano, dois, três e os cordões, a segunda e a primeira classe. Os acampamentos, as eficiências de campo, as histórias que surgiram e aconteceram.
São tantas coisas que valem a pena anotar que poderia escrever várias páginas sobre o tema. Por toda minha vida vivi junto a um livro de ata. Nunca deixei de ter uma para anotar e lembrar-se do dia em que foi escrita. Eu acredito e sempre fiz assim que os livros de atas devem ficar a disposição de todo o Grupo Escoteiro e dos visitantes que se interessarem em ler. Nada do Diretor Administrativo levar para a casa, deixar a sete chaves em uma escrivaria qualquer.
Uma vez, quando fui nomeado Comissário Regional fiquei três fim de semana inteiro na sede regional lendo atas que ali encontrei. Uma verdadeira historia contada por um simples livro do escotismo no estado. Tinha um livro de atas de 1930! Falava coisas que sequer pude imaginar. E olhem, é ruim quando você pergunta se o grupo tem tudo isto e a resposta é negativa. Fica como se o grupo não tivesse história, como se seu passado fosse suprimido para a posteridade.
Mas devemos ensinar bem aos escribas como escrever. Se não for assim as atas se tornam tediosas e muitas vezes poucos querem ser os “contadores de histórias” para escrever uma boa ata. O mesmo digo para um adulto que assumiu esta função. Procure dar uma conotação especial ao fato. Claro não é uma narrativa de uma partida de futebol e nem tampouco um conto das mil e uma noites. Leva-se tempo para aprender a escrever com transparência e fazer do acontecido um espelho do real.
Gosto de ver Grupos Escoteiros que tem história. As atas tem papel fundamental. Na minha humilde opinião até mais do que fotos. Um livro de ata da Patrulha, da Corte de Honra, no caso dos seniores/guias do Conselho de Tropa, do Conselho de Chefes do Grupo e da diretoria do grupo, das assembleias. Muitas? Não. Cada uma tem sua particularidade. Cada uma tem sua história. Espero que isto faça aqueles que ainda não tem pensar mais no assunto. Colocar o supérfluo é fácil difícil é criar uma surpresa, uma maneira alegre da escrita onde às personagens ficam simpáticas a todos que leem.
Espero ter contribuído para que o Grupo em que colaboram possa ter sua história contada em seus detalhes mais lindos e suas mais loucas aventuras! 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A lenda do Tico-Tico da asa partida



A lenda do Tico-Tico da asa partida

Quanto tempo! Muitos anos quando ouvi esta história que hoje resolvi contar. Se não me engano foi a Chefe Marlene. Hoje ela também está tão velhinha como eu. Nunca me esqueci dela. Sua Alcatéia era um doce. A alegria era reinante. Conheci muitos dos seus lobinhos, hoje homens feitos. Chefe Marlene era de uma simpatia que quem a conhecesse diria que não tinha inimigos. E não tinha mesmo! Um dia na casa dela me contou uma história que a principio não acreditei muito, mas era a Chefe Marlene. Tinha palavra.
Lavinia tinha seis anos e meio quando entrou para Alcatéia. Assim começou a sua narrativa a Chefe Marlene – Era uma menina triste. Quase não sorria. Brincávamos sempre com ela e ela séria. Mas sempre achei um dia ela iria mudar. Não se entrosou muito na matilha. Fazer amigos para ela era uma dificuldade. Sempre se mostrando arredia. Acho que foi no Acantonamento que fizemos em Rio Bonito que tudo começou. Seriam três dias. Os pais de Lavinia eram muito simpáticos. Alegres e eu não entendia a personalidade de Lavinia com a sua testa sempre franzida e os lábios fechados. Ela custava a enturmar apesar de que sua matilha verde era especial. Antiga e a maioria dos lobinhos eram como irmãos.
Tudo corria bem até um dia depois do almoço que demos pela falta dela. Um jogo gostoso chamado “fugindo do lobo mau” e ela sumiu. Onde estaria? Procuramos em volta das arvores, na casa sede e nem no riacho vimos nada. Era um riacho tão raso que a parte mais funda não passava do calcanhar de um lobinho. Uma hora depois vimos ela surgindo com um sorriso nos lábios. Era um sorriso tão bonito que desistimos de chamar sua atenção na hora. Alegria geral, depois de seis meses na Alcatéia pela primeira vez ela sorria. Esperei o jantar e quando todos sentaram na varanda para um breve tempo livre a procurei. Ela sorria para mim e dizia – Akelá, hoje é o dia mais feliz da minha vida. Fiz uma amizade que acho ninguém tem. Achei um Tico-tico da asa partida e ele gostou de mim e eu dele.
- Como sabe que é um Tico-tico? Perguntei. Ele me disse! Agora sei como são. Topete baixo listrado, belo, amarelo e ele disse que era um “macho”. Ele se assustou com um filhotão de chopim querendo comida e gritando com ele. – Asas da imaginação pensei. Deixei-a acreditar no que dizia. Não sabia se era para o bem dela ou não, pois agora sorrindo valia tudo. Até a história fantástica que contava. – Sabe Akelá, ela continuou – Ele estava fraco, pois sua companheira que o ajudava com alimentos tinha vários dias que não aparecia. E o que você come eu perguntei. – Ele respondeu – Sementes, insetos, mas preste atenção - Muitas vezes acham que somos pardais. E porque sua asa partiu? – Ele fechou os olhos e chorou baixinho. Um gavião malvado.
- Olhe ele dizia, eu tenho raiva dos chopim. Eles são parasitas. Botam ovos para nós chocarem. Não gosto e ele chorou de novo. Olhei para Lavinia e não vi nenhuma mentira em seu rosto ou seu modo de falar. Claro sei que passarinhos não falam assim deixei que ela desenvolvesse sua criatividade. Em pouco tempo ela esqueceria tudo. Todos os dias enquanto durou o acantonamento ela me pedia para visitar o Tico-Tico. Claro deixei, mas ela insistia para ir sozinha. É perto. Não vou me perder. Assim foi até o último dia. Uma surpresa aconteceu. Antes do retorno ela correu até o ninho do Tico-Tico e trouxe-o com ela. Achei que não seria bom que ela levasse para casa. Chorou tanto que achei que poderia, mas desde que sua mãe autorizasse.
No ônibus todos cantando e Lavinia conversando com o Tico-Tico. Todos assustaram quando uma vozinha fininha no do fundo gritou – Não parem de cantar! Adoro o que voces cantam. Até sei cantar a Arvore da Montanha! – Quem foi? Quem era? Não vi ninguém. Lavinia disse que era o Tico-Tico. Fui até lá para repreendê-la e o Tico-Tico virou para mim e falou. – Olá Akelá Marlene, a Lavinia fala muito bem da senhora. Chefe, um susto eu levei. Enorme. Quase caí ao chão. Acredite Chefe, o Tico-Tico falou mesmo!
Não disse nada. Fica o disse pelo não disse. Tico-Tico falante? Essas alcateias tem cada uma. Ouvi uma vozinha lá da cozinha dela chamando – Ela me convidou a ir com ela. O Tico-Tico estava em cima da mesa ciscando, dando pulinhos e vi que sua asa estava boa. – Um veterinário. Remendou tudo. Agora ele passeia por aqui quando Lavinia vai para a escola. Este é o tal que fala? O Tico-tico me olhou, ciscou para frente e para trás e disse – Acha que sou mentiroso Chefe? O Escoteiro e o Tico-tico tem uma só palavra e sua honra vale mais que sua vida!
Podem achar que é uma lenda. Mas acreditem, eu “quase” juro que é verdade. Danado de Tico-tico falante. Um tagarela isto sim! Risos.  

domingo, 27 de maio de 2012

Posso lhe falar francamente?



Posso lhe falar francamente?

Desculpe, sei que aqui não é o melhor lugar. Mas não tenho outro. Gostaria de falar com você jovem Sênior e jovem Guia. Só voces dois. Os outros não precisam. Ele já tem suas vidas formadas e minhas palavras serão como o vento a soprar a noite no deserto dos sonhos. Para ser sincero nem sei se devia falar. Dizem que se conselho fosse bom seria vendido e não gratuito. Nosso amigo Baden Powell já disse certa vez que um homem passou por tudo na vida quando chega aos sessenta anos e os jovens não acreditam no que eles falam. Claro, dão-se conselhos, mas não se dá a sabedoria de aproveitá-los. Acho que foi um poeta quem disse isto.
É uma idade alegre, uma idade onde as preocupações se iniciam, onde a vida e o mundo são olhados de outra forma. Considero uma idade difícil de ultrapassar. Não tão fácil como a passagem do lobinho, mas agora uma passagem muito mais séria. Voces vão encontrar em seus caminhos, em cada esquina muitas trilhas para escolher. Os sinais de pistas que aprendemos como escoteiros ficaram para trás. Agora é um novo sinal de pista. Muito mais difícil. Fazer a escolha certa é uma arte que aqueles bons escoteiros saberão enfrentar. Isto faz parte da vida e nós possuímos um livre arbítrio para decidirmos qual caminho ou trilha vamos seguir. É difícil escolher a certa. Depois de escolhida não dá para voltar atrás. Podemos sim escolher outra e quem sabe iremos acertar desta vez? Escolhas difíceis.
Em cada etapa vencida neste caminho irá ver em cada esquina pessoas a oferecer a ociosidade, a alegria fácil a ter tudo sem fazer nada. É um mundo colorido que não existe a não ser no imaginário. Como dizem por aí – Não existe almoço grátis! Risos. O primeiro cigarro, o primeiro copo de uma gostosa bebida onde o mundo ficará divertido e as nuances que lhe acompanham deixarão de existir. Alguns mais afoitos lhes dirão que tem muito mais. Um cigarrinho estranho aqui, outro ali, e tudo vai chegando como uma avalanche que não foi decidida de uma vez, mas paulatinamente. Tudo na vida tem de ter um começo. Se quiseres fazer um trabalho tem de começar. Se quiseres ser alguém tem de haver um começo na escola até chegar à faculdade. Fácil. Começar é fácil. Quando a trilha foi bem escolhida tudo bem, mas se a escolha foi outra como disse antes é difícil voltar atrás.
Quando alguém lhe oferecer um caminho cheio de estrelas brilhantes, cuidado. Pode ser um caminho sem volta. Um cigarro hoje, outro amanhã e você dizendo, nada que preocupa. Posso deixar quando quiser. Engano. Não vai ser assim. O mesmo com o copo da bebida gostosa, do cigarrinho feito à mão e de tantas outras armadilhas que vai encontrar pelo caminho. Se você participa do movimento é mais fácil. Seus amigos também serão escoteiros. Amigos! São tantos que confiamos e pode ser que um deles irão nos decepcionar.
Conselhos, ah! Conselhos. Você ri. Os recebe todos os dias de seus pais. Bah! Não é assim que dizem? Mas como gosto de me espelhar em frases eu digo o mesmo, quem não escuta conselho, escuta coitado! Arrepender depois pode ser um sofrimento que vai machucar, vai doer lá dentro da mente, do coração. Não aceite o primeiro cigarro, não aceite o primeiro copo. Não aceite o primeiro cigarrinho feito à mão. Eles podem levar voces a caminhos nunca imaginados e nunca sonhados por escoteiros e escoteiras com formação digna.
Temos exemplos mil por todo caminho que passamos. Alguns que venceram e vão vencer sempre. Sabem o que querem e fazem de suas vidas o caminho do sucesso. São aqueles que adoram a natureza, colocam uma mochila e saem por aí. Deitam na relva e olham estrelas brilhantes no céu. Riem-se entre si com piadas alegres e recordam da alimentação queimada que fizeram. Levantam cedo e apreciam o nascer do sol. Vivem uma vida saudável para ver novamente o por do sol em uma tarde linda e gostosa. Por isto meu caro Sênior e minha cara Guia não sei se falei para o vento. Espero que minhas palavras não ficaram aqui inutilmente. Até é possível que voces já não precisam delas. Meu conselho não se se foi em vão. Acredito que já sabem separar o real do imaginário e o estão dispensando. Bom isto. Fico alegre. Graças a Deus que são dignos de sua promessa e mantem viva na mente a chama da Lei Escoteira. Parabéns jovem Sênior. Parabém jovem guia! Estou muito orgulhoso de voces!