Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 20 de junho de 2014

E você? Porque saiu do escotismo?


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
E você? Porque saiu do escotismo?

            Já recebi quase uma dezena de e-mails de amigos aqui do Facebook onde comentavam sua saída do escotismo. Algumas foram traumáticas, outras, entretanto foram divergências de egos. Falam maravilhas da nossa fraternidade, mas será que ela é real? Somos mesmos fraternos? Cada um tem sua verdade e ser Salomão para dizer o certo e o errado é muito difícil. Mas sinceramente, só você que já passou por isto pode me dizer se ainda somos um movimento democrático, onde se aceita opiniões sem admoestações. Sei de casos que me assustaram, jovens meninos e meninas que precisavam de ajuda não foram compreendidos nos seus erros isto se houve erros. Vi casos em que uma Chefe do Grupo deu 90 dias de suspensão a uma menina. Como? Qual o seu direito em fazer isto? Os pais foram chamados? Foram solicitados a se manifestarem? Houve Corte de Honra? Discutiu-se em Conselho de Chefes? Foram a casa deles para saberem melhor o que houve?  Afinal se eles têm de estarem presentes na admissão não precisam na suspensão? Não simplesmente um comunica seco e nem escrito foi dizendo estás suspenso.

                   E os adultos? Quando entram é só sorrisos. Quando acham que podem opinar então começa a divergência. – Aqui mando eu! É voz comum. Ou então – É melhor se enquadrar nas normas, pois pode ser expulso! – E assim vai – Ou concorda com tudo ou vá procurar outro lugar! Claro que eles podem estar errados, mas devemos agir assim? E as tais Comissões de Éticas? Elas nunca dão resultados para os julgados e tem casos de enviarem após o “julgamento” uma “cartinha” sucinta. Já ouvi falar de casos de quatro, seis meses até um ano sem uma simples comunicação. Houve um caso que o “réu” foi suspenso até o resultado da Comissão e se passaram oito meses. Até que adultos ainda vá lá, apesar de que acho um absurdo o modo que demitem, suspendem e fazem patrulhamento ideológico. O que? Isto não existe? Melhor não discutir. Os defensores se fecharam em um redoma e só veem o que querem ver.

                     Um amigo me escreveu dizendo que eu deveria ouvir aqueles que estão saindo e saber seus motivos. Quem sabe fazer um condensado do que me relataram sem citar nomes e locais. Não sei se vale a pena, mas se você que está lendo quiser me escreva. Isto ainda não existe no escotismo. Uma ouvidoria ou quem sabe um Ombudsman (é um profissional contratado por um órgão, instituição ou empresa com a função de receber críticas, sugestões e reclamações de usuários e consumidores, devendo agir de forma imparcial no sentido de mediar conflitos entre as partes envolvidas) (no caso, a empresa e seus consumidores). – Chefe! Não precisamos! Vão dizer alguns. Muitos acham que andamos de mãos dadas, e que um sistema igual ao nosso traz direitos que poucos têm. Eu calejado no escotismo não vejo deste modo. São centenas de reclamações. Vocês sabiam que na maioria dos estados com maior numero de membros registrados, tivemos um bom numero de adultos que abandonaram as fileiras escoteiras no ano passado?

                      Quanto aos jovens quantos são? Quantos saem por ano e porque saem? Será que não existe um motivo para isto? Procurar culpados não vale a pena, mas ouvi-los vale e vale muito. Isto nunca foi feito, uma pesquisa séria de quantos deixam o movimento por ano. E qual a idade média de permanência? Também não sabemos. Mas porque a UEB não se preocupa com isto? Hoje o que vemos são adultos falando pelos jovens, pensando pelos jovens e dizendo onde eles devem ir ou fazer. Eu mesmo não tenho dados. Dizer que x por cento é assim ou assado é invenção dos estrategistas que acham saber de tudo. Para mim não importa se a cada ano estamos aumentando o efetivo. Quem sabe um trabalho bem feito para corrigir esta evasão claro, se ela existir não seria uma fórmula para aumentar ainda mais nosso efetivo.

                       Já vi alguém dizer que em cada cinco saem três por ano. Outro que não passamos de cinco por cento a evasão e muitos acreditando que seus jovens e adultos permanecem por tempo suficiente para adaptarem em suas consciências o que pretendemos dar a eles através do programa Escoteiro. Paro por aqui, teria mais e mais folhas para comentar que nosso efetivo relativamente à população jovem do nosso país só diminui anualmente. Não é com quinhentos e poucos municípios com uma unidade escoteira ou até com mais de uma que vamos vencer os outros cinco mil que não tem. Gostaria muito de ouvi-lo, seja você um jovem ou um adulto. Mas me mande um e-mail, manterei como confidencial e ninguém saberá que você enviou. Conte porque saiu do escotismo. Se achou que foram errados no seu julgamento, se ouve ameaças, se ouve patrulhamento ideológico gostaria de ouvi-lo.

                       Olhe, não sou nenhum “Papa” na matéria e nem tenho a solução nas mãos e acredite não sou parte da liderança escoteira e nem tenho poderes para tomar qualquer providencia legal. Mas acho que é hora de fazer um apanhado real e não fictício como fazem por aí. Não pretendo fazer deste artigo uma discussão aqui no Facebook. Já conheço de cor e salteado quando discussões são feitas através dos comentários. Eles não representam o que todos pensam. Se achar que deve me escreva. Serei um ouvinte fiel e tudo que disser será quem sabe uma maneira de alerta para evitar que isto aconteça novamente. Uma vez escrevi um artigo que intitulei – A LEGIÃO DOS ESQUECIDOS. Chefes que saíram e ninguém mais perguntou por eles. Mais para adultos, um dia destes volto a publicar. Obrigado.

Meu e-mail – elioso@terra.com.br

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Conversa ao pé do fogo. Já participou?


A arte de aprender a fazer fazendo.
Conversa ao pé do fogo. Já participou?

              Quantas? Não sei. Centenas e centenas. Cada uma mais deliciosa que a outra. A primeira vez dizem que a gente nunca esquece e eu nunca esqueci. Entrando nos meus catorze anos, acampado, vi após um jogo noturno que alguns jovens se reuniam em frente à Barraca do Chefe Vagalume. Não era do nosso grupo e morava em uma cidade próxima. Lá não havia grupo e ele tentava organizar um, mas era difícil achar patrocínio, mesmo que fosse só a sede. Assim amigo do nosso Chefe Jessé ele sempre filava uma boa atividade escoteira. Aproximei-me de mansinho e vi mais de vinte jovens em volta de um pequeno fogo em frente à barraca de chefia e senti que ali havia algum mais que desconhecia. Todos alegres, dando risadas, cantando, outros servindo bananas assadas, um bule de café fumegante que sempre estava sobre as brasas e ele o Chefe Vagalume parecia estar em todos os lugares.

              Para dizer a verdade eu já tinha feito algum parecido quando acampávamos somente com nossa patrulha. Mas ali o espirito era outro. Tudo improvisado. As canções brotavam sem a gente perceber, e as histórias? Cada uma mais linda que a outra. O Chefe Vagalume e o Escoteiro Lomanto eram bambas em uma história. Imaginava como conseguiam guardar tudo na cabeça. Esqueçam o Fogo de Conselho, pode até ser parecido, mas o Fogo de Conselho é único, dependendo da tropa ou Alcateia ele marca para sempre. A Conversa ao pé do fogo é diferente. Nada é programado, você fica o tempo que quiser. Sai e volta e as conversas entre amigos são normais. Ninguém dirige ninguém ordena e quando alguém faz algum interessante todos param e prestam atenção. Tem algumas conversas ao pé do fogo que demoram horas e outras pouco tempo.

              Eu já vi Conversas ao pé do fogo em uma patrulha, onde sem perceber as demais patrulhas ali acampadas acorriam. Nada de fogo enorme e sim achas grossas para durarem mais tempo. Conheci monitores que sabiam conquistar a todos pelo sorriso e pelas histórias. Claro que a gente morria de rir com os pata tenras que vendo tudo aquilo se arriscavam a contar uma história e nela se embananavam. Mas ninguém criticava e havia até palmas para estes com suas piadas, seus jograis, suas histórias e suas canções. Nas patrulhas havia a obrigação de dormir antes das onze da noite quando o Chifre do Kudu anunciava a hora de dormir. Com chefes somente era diferente. Eu mesmo perdi a conta quando íamos dormir lá pelas tantas, madrugada adentro, mas sabendo que no outro dia tínhamos responsabilidades e não podíamos fugir delas.

                Um boa Conversa ao pé do fogo deve ter seu código de conduta não escrito para que não fuja do nosso ideal Escoteiro, da nossa promessa e do nosso desejo fraterno para que não ofender quem quer que seja. O espirito ali era o de ser puro nos pensamentos nas palavras e ações. Quando acampamos devemos deixar nossa marca e ela acontece em uma Conversa ao pé do fogo. Aqueles que um dia desejarem fazer um, fica meu conselho. Nada obrigatório, quem sabe avisar a um ou dois que depois do jogo noturno ou atividade noturna você fará uma Conversa ao pé do fogo. Se perguntarem o que é não diga nada, só diga que está aberto a todos e não tem hora de começar e nem de terminar e que ninguém é obrigado a participar. O resto é com eles. Não faça propaganda para não haver decepção depois. Aos poucos os jovens vão aprendendo e no futuro farão o seu próprio em suas patrulhas.

               É bom ter um bom bule de café cheio, para a gauchada um chimarrão, bananas ou batata doce para assar. Tudo fica ali na brasa, pois o fogo não deve ser alto e achas grossas para durar e evitar sempre alguém ter de alimentar o fogo. Aprendi e costumava fazer em frente minha barraca e as banquetas são a grama do local. Os finais da Conversa ao pé do fogo é simples. Muitos já se foram para suas barracas e os poucos que ficaram agora deitados olhando para o céu vão contando pedaços de sua vida, de seus amores, do escotismo e dos sonhos que um dia acham que vão realizar. Se passar um cometa cintilante, grite bem alto para todos ouvirem: “Estrela cadente, não caia na minha mão, Estrela brilhante, traga seu brilho no meu chão. Estrela cadente, por favor, atenda ao meu pedido”. E faça um pedido logo, pois dizem que ele atende a todos que sabem pedir sorrindo.


               Eu sei que muitos de vocês já fazem normalmente uma conversa ao pé do fogo. Escrevi pensando naquele que já viu e os que e não tem ideia do que seja. Claro aqueles que em noite escura ou com luar, em um belo acampamento ainda não fizeram uma conversa ao pé do fogo. Cantem baixo, cantem com amor. Não leve nada escrito e deixe a improvisação chegar de mansinho e pense que a vida é bela para quem um dia teve a sorte de participar, de uma bela, simples e gostosa... Uma conversa ao pé do fogo!

No Acampamento


Lembranças de Baden-Powell
 No Acampamento

Eu escrevi minhas notas este mês no acampamento. Eu espero que muitos Chefes Escoteiros tenham sido capazes de passar seus feriados deste ano em acampamentos, como eu. Se desfrutou disso tanto ou mais que eu, terá feito uma boa coisa.
Tenho certeza que uma semana ou duas de tal vida é o melhor descanso restaurador e o melhor tônico para o corpo e a mente que existem para uma pessoa, seja ele menino ou idoso. Por acampamento eu quero dizer um acampamento no bosque, não um acampamento militar para alojar um grande número de pessoas sob uma lona. Este não é mais parecido com o tipo de acampamento que eu defendo do que um gafanhoto é parecido com um ganso. O acampamento Escoteiro deve ser do tipo acampamento de bosque, se quiser ser realmente bem educativo. Muitos acampamentos militares, não a maioria, são responsáveis por causar mais prejuízo do que bem aos jovens, exceto aqueles com boa administração e supervisão rígida. Considerando um acampamento mateiro, se corretamente desenvolvido dará desenvoltura individual e ocupação aos jovens todo o tempo.

Um grande acampamento tem necessidade de ser conduzido com uma quantidade considerável de rotinas disciplinares. Formaturas têm que ser asseguradas para dar ocupação e instrução aos jovens, reuniões fatigantes, inspeções de barracas, listas de chamadas, filas de banho, e assim por diante. Isto não serve para a revigorante vida ao ar livre, esse tipo de acampamento pode muito bem ser feito em barracas na cidade, não ensina aos jovens nada de individualidade, desenvoltura, responsabilidade, conhecimento da natureza, e muito menos (realmente pouquíssima) educação do caráter, para o qual o acampamento mateiro é o melhor, senão a única escola.
Mas um acampamento mateiro só pode ser realizado com um número pequeno de jovens, de trinta a quarenta, sendo este o máximo possível, e somente se o sistema de patrulhas for realmente e inteiramente colocado em uso Evidentemente é fácil alguém escrever a partir de um acampamento ideal deste tipo e pensar que todo mundo tem as mesmas possibilidades, mas eu não pretendo pensar dessa maneira.

Eu sei as dificuldades daqueles que tem que argumentar com um Chefe Escoteiro na Inglaterra, mas quero colocar o ideal à frente desses que não tem refletido muito cuidadosamente sobre a questão, e são inclinados, por costume ou exemplo, a achar que a forma militar de acampamento é a habitual e correta para os jovens. O ideal deve ser seguido o mais fielmente possível que as circunstâncias locais permitam. Aqui estou acampado perto de um rio que corre entre colinas revestidas de florestas. É perto de dez da manhã. Levantei-me as cinco, e estas cinco horas foram cheias de tarefas para mim, muito embora fossem não mais que pequenas tarefas de acampamento.

O fogão teve que ser reacendido, café e bolinhos foram feitos. Em seguida foram lavados e areados os utensílios de cozinha; coletada lenha para o dia (para queimar e formar brasa); uma nova barra e ganchos para panelas tiveram que ser cortados e aparados; uma tenaz para o fogo e uma vassoura de galhos para limpeza do chão do acampamento tiveram que ser cortados e feitos. A roupa de cama teve de ser arejada e guardada; as botinas foram engraxadas; o chão do acampamento foi varrido e o lixo queimado; a truta teve de ser destripada e lavada. Finalmente me barbeei e tomei um banho, e aqui estou pronto para as tarefas diárias que possam surgir. Mas levei cinco horas para tudo isso.

Meu companheiro foi ontem para o vilarejo mais próximo e deverá voltar logo com nossas cartas e suprimentos. Ele me encontrará em algum lugar pescando ou desenhando, e juntando amoras para nossa “sobremesa” de compota de frutas ao jantar; mas encontrará o acampamento varrido e guarnecido, fogão pronto para ser aceso, panelas, copos e pratos todos limpos e prontos para uso, à comida à mão. Nós podemos provavelmente “fazer as malas” e viajar em seguida, e ver um pouco mais das belezas da terra, como podemos “carregar nossas coisas” para o próximo local de
acampamento com uma agradável paisagem. Então vem todo esse negócio de montar o acampamento, buscar água e lenha, fazer a comida, e buscar seu próprio conforto. Toda uma sequência de pequenas tarefas cuja soma é importante. Todas elas dão prazer e satisfação ao homem mais velho, enquanto que aos mais jovens trazem prazer, experiência, desenvoltura, autoconfiança, pensamentos para os outros, e aquela excelente disciplina dos costumes campestres, sendo esperado que façam a coisa certa para eles.

Eles não têm nenhum tempo para inatividade, e não há espaço para o ocioso. Mas isto é uma coisa bastante diferente daquelas ruas de lona, onde os suprimentos são entregues por uma empresa, e cozidos e servidos por empregados contratados, com os jovens em rebanhos, fazendo somente o que os mandam fazer.

Baden-Powell, setembro de 1911.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Anotações de um amigo Escoteiro. Falando por falar.


Anotações de um amigo Escoteiro.
Falando por falar.

(estas reminiscências foram escritas para um Grupo/lista que participo ali confidencial, mas resolveram transformar meus escritos numa mensagem. Que assim seja).

Na opinião deste humilde Escoteiro, o que precisamos é uma dose de escotismo
verdadeiro. Não isto que está aí e que cada um tenta explicar ao seu modo.
 “meus meninos" dizem alguns. Eles adoram a palavra meu. Ele diz "meus”
lobos, meus Escoteiros, meus seniores, meus monitores e dificilmente dizem -
Meu Chefe. Por quê? Acredito que ele tem todos registrados em cartório com o devido preço que pagou. Estes adultos que falam pelos jovens, que acreditam piamente que é isto que querem que defendem nas paginas do Facebook suas ideias e mostram suas fotos com certificados, com lenço de Giwell, suas ideias, seus programas e a gente, para sacanear vai à sua página e lá está ele na foto como sargentão com duas dúzias de gatos pingados. E putz, ele quer a todo custo a terceira e quarta conta.

Você acampa? A gente pergunta. – claro que sim e nas fotos em sua página lá está uma estrada, postes, várias casas, um montam de carros, cadeiras de praia, fogareiro a gáz e ao lado ele preparando o barro para a turma brincar. E aí gente pensa - É isto o acampamento dele? Onde está o sistema de patrulhas?

Esta do escotismo adulto que vivem falando quem sabe tem uma boa finalidade. Mas se como diz um poeta Escoteiro, se não tem tempo faça o escotismo adulto. E vem uma leva de ideias. Caramba! Se for para fazer isto vá fazer na tropa, no grupo.

Recebo dezenas de e-mail de chefes reclamando do entrosamento no seu grupo. Aí eu pergunto, vão atingir a finalidade? Sábado o Luciano Huck homenageou um voluntário pelo seu trabalho com escolinhas de futebol. Nota 10. Dizem que lá apareceu um grupo da Bahia. Não vi. Mas e o Chefe que tem anos fazendo o mesmo com meninos de classes C, D e o escambal? Ele foi homenageado? Não vai ser. Nossos lideres nem sabem o que significa isto. Se um dia sair alguma coisa do escotismo é um Deus nos acuda. Você viu? Agora somos famosos. Putz! Uma migalha e batem no peito.

São tantos adultos a falarem pelo jovem, a dizerem o que o jovem pensa que eu fico pensando se ele pensa mesmo assim. Quem sabe é verdade. Aquele ditado de água mole em pedra dura... O escotismo não é nada na sociedade brasileira. Nada mesmo. Ninguém de peso para dar um testemunho. Ninguém famoso ou importante para dizer - Vamos lá, vamos fazer um grande marketing e transformar um país de Escoteiros.

Alguém se habilita? Sei que muitos se habilitam a cargos, a terem um taquinho a mais, a sonhos de dirigir cursos, a se fazerem de Velho Lobo, a terem sua equipe e que uma vez por ano vão lá dar um cursinho. Haja paciência. Em 100 anos ele vai se tornar um expert em cursos. Um docente professor leva anos para se preparar e no escotismo poucas horas em alguns dias faz dele um Professor Escoteiro um tutor e mais um para dizer e bater no peito – escotismo é assim e se não acredita pegue seu chapéu e se mande!. Falar mal da estrutura e dos membros diretivos eu me excluo. Deixo para um amigo escoteiro que fala o que pensa e eu escrevo em baixo.

Agora vamos sair para o escotismo adulto. Muitos estão falando muito sobre isto. Uma diversão? Uma maneira de ajudar? Será que nele teremos os figurões? Enquanto não tivermos resultados e não me venham dizer que existem, pois na política mendigamos uma famosa frente parlamentar que de frente não tem nada. Alguém se habilita a dizer quais os benefícios que ela trouxe até agora? Temos regiões onde os eleitos como diretores regionais ou presidentes se tornam grandes chefes, olhando os demais por cima achando que são os donos de tudo. Se você olha e ouve e procura, não vais ver nele mais aquela humildade do passado antes da eleição.

Estão encantados com o poder. Mudando de assunto, nós temos profissionais Escoteiros gabaritados? Temos conferencistas e palestristas famosos? Algumas empresas ou associações nos procuram atrás destes chefes que entendem do riscado para darem uma palestra em seus redutos? Mesmo de graça? Para falar de basquete o Oscar cobra 50.000 reais. O Lula e o Fernando Henrique duzentos mil. Pouco ou muito? Sabe o que temos? Temos gente boa, gente humilde e temos também arrogante. Os humildes acreditando no que fazem e não tiro as razões deles, os arrogantes achando que caminhamos para o sucesso. Seis sete mil de aumento de membros por ano e todos batem no peito. Estamos chegando lá! Mais de 5.500 municipios no Brasil e temos 550 com escotismo. Somos grandes mesmo.

Se você um dia disser para um mutirão de chefes, que não estamos atingindo o objetivo teremos dezenas para dizerem o contrário. Eles sabem de tudo, são poliglotas e aprendem tudo do estrangeiro. Eles sim sabem o que o escotismo precisa, eles sabem onde vamos chegar, eles são superiores e acreditam que o futuro será dos escoteiros. Como não vou viver para ver, espero encontrá-los no futuro lá no céu ou no inferno para perguntar - E aí deu certo? O objetivo foi atingindo? E depois? Vou dar belas risadas.

Discutem em algumas listas o Escotismo Adulto. Na Europa é sucesso. Eu concordo e fico na minha. Talvez pelas centenas de noites de campo não só quando jovem como Escoteiro fazia ele e em todos os grupos que passei. Nunca perdi a oportunidade de acampar e viver a aventura como adulto. Não foi difícil, sempre tínhamos uma plêiade de chefes e diretores e formar duas três ou quatro patrulhas para partir em um acampamento era só contar dois e os demais diziam: Sempre Alerta Chefe, estamos contigo e não abrimos. Eles como eu adoravam. Para dizer a verdade as patrulhas se mantinham as mesmas por anos a fio. Só aqui em São Paulo fazíamos um ou dois por ano. Respeitando meus conhecimentos técnicos e teóricos nunca abusei deles. A cada dia eram eleitos dois chefes como responsáveis para desenvolver o programa que foi exaustivamente discutido em conselho de chefes. Nunca fiz isto quando acampava com jovens. Lá eles eram os objetivos principais.

Mas lembro de que levava ao pé da letra em termos nosso próprio campo de chefia, com cozinha e pioneirias. E quer saber? Eu desde que me tornei pioneiro tinha um hobby de acampar a escoteira. Sozinho mesmo. Foram mais de vinte deles. Fiz um na Serra da Piedade em Minas de quatro dias. Portanto participar, viver o sonho Escoteiro como adulto é fácil. Se tiver um distrito unido melhor ainda. Mas lembre-se, lá não havia sabe tudo, não havia chefão, meus tacos nunca deram as caras.

E meu amigo, as pioneirias, as inspeções, os jogos inter patrulhas, a caça ao tesouro
eram de arrasar. Que o digam que participou. Hoje não sei se isto é mais possível, pelo que vejo a maioria dos grupos os egos não permitem. Velho, agora, não posso mais a não ser sonhar. Convidar-me para uma barraca com camas, tv e toda a parafernália eletrônica perde a graça. Pensei em ir a Barretos onde fazem uma grande atividade regional e nacional. Não tenho condições. Mas você com seus sonhos, ainda jovem não perca a oportunidade. Convide, insista nada é impossível.


Obrigado.