Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Jogo de Bases.


Conversa ao pé do fogo.
Jogo de Bases.

                                   Amanhã tem reunião? Ótimo. Hoje você já sabe que um bom programa de reunião deixará a tropa bem animada. Claro, ela já é animada e você sabe disto. Pensei em dar uma sugestão, mas olhe, é para os chefes mais novos que ainda não tem bons jogos de base. Quem sabe não é para você que está bem preparado e já sabe o que fazer. Os Jogos de Bases são realizados regularmente por muitas tropas escoteiras. Divertido e alegre ele forma os jovens nas técnicas escoteiras ou mesmo nos conhecimentos escoteiros. - As bases são lideradas por um adulto conhecedor do tema a ser aplicado. O tempo deteminado deve ser seguido criteriosamente.

- Escolhem-se quatro pontos no páteo ou local onde será realizado. Se possível uma Patrulha não deve ver o que a outra está fazendo. - Muitas vezes o jogo de base é feito com contagem de pontos, visando dar maior motivação a cada patrulha. Ex. cada base antes do inicio da atividade a patrulha já tem 10 pontos. À medida que vai desenvolviendo sua tarefa, o responsável da base, pode manter ou tirar pontos. A patrulha não é informada na hora o quanto ganhou. Isto será feito no termino da atividade em reunião ou no cerimonial.

- Antes do inicio, deve ser verificado se todo o material está disponível. O tempo fica a critério com a programação da tropa no dia.  Aconselho que não seja menor que 10 minutos por base.
Obs. Ao inicio do jogo, os monitores serão chamados e informados onde estão às bases e cada um recebe orientação onde irá iniciar sua patrulha. Exemplo – PT Lobo, base 1 (depois irá para base 2, PT Onça, base 2 depois irão para base 3 e assim sucessivamente dependendo de quantas patrulhas tem a tropa).

- Ao chegar à base, a patrulha dará seu grito e se apresentará ao chefe da base dizendo: – Sempre Alerta chefe! Patrulha X pronta para a atividade!  - Isto se fará em todas as bases. Mostra a educação e o respeito da patrulha e indica que ela está presente e aceita o desafio.
O chefe explica e começa a atividade marcando o tempo. Finalizado o tempo encerra a atividade. A Patrulha permanece na base até o apito previamente combinado para trocar de bases.

BASE 1 - Cada patrulha de olhos vendados irá fazer 4 nós e uma amarra. Não é coletivo e sim individual. Todos os membros farão a mesma coisa. Ao termino cantar a primeira parte do hino Alerta.

BASE 2 – Cada um será interrogado quais as leis escoteiras que sabe de cor. Maior ponto para a patrulha que souber mais. Terminado, cada patrulha irá fazer uma piramede, usando os membros da patrulha.

BASE 3 – Jogos do Kim. Jogo um – Dois bastões ou duas cadeiras, distante uma da outra um metro. Numa distancia de 15/20 metros, cada Escoteiro de olhos vendados irá passar entre o vão das cadeiras ou bastão. Nota. Antes ele deve ser girado em redor de si mesmo e colocado de frente ao vão. Jogo dois – cada Escoteiro irá encontrar um determinado objeto num raio de 10 metros. Este objeto será visto antes de vendar os olhos e poderá ser deslocado durante a procura por um ou dois metros do seu ponto inicial.

BASE 4 – Cada patrulha deve cantar uma canção escoteira. Melhor ponto para quem cantar dentro do tom e saber a canção completa. Todos serão observados. Após cada patrulha irá demonstrar os diversos tipos de formaturas usadas nas reuniões de tropa.


                 Lembro que as bases podem ser alteradas na sua forma ou no seu todo. Fica a critério da programação da chefia da tropa. Não sei se valeu, mas se sua tropa é nova ou está meio desanimada, mãos a obra. E lembre-se trabalhe com os monitores, dê as instruções a ele, e deixe que ele explique para a patrulha como será o jogo. Mesmo que haja discrepância ou mesmo que ele não transmitiu bem as normas do jogo, valeu. É assim que se faz o sistema de patrulhas. Desculpe se o jogo de base não é o que você esperava, mas olhe, quando Chefe de tropa a turma vibrava!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Vamos acampar?


Uma pequena crônica Escoteira.
Vamos acampar?

                 Doces palavras. Todos vibram. Até os faltosos mandam perguntar se podem ir. E quem prepara o acampamento? Monitores? Chefes? Pais? – Não importa, importa é a diversão da escoteirada. Até mesmo a lobada adora um acantonamento. E aí então aparece o cardápio. Cada grupo tem sua forma de ter um. Alguns as mães ajudam, outros mais ricos tem a nutricionista. A lista fica pronta, compras no supermercado, empacotar e lá vem o material de campo. Não vamos comentar aqui, pois já foi motivo de um artigo meu “Acampamento de Giwell”. (disponível em PDF) Não esquecer o pedido de autorização, o oficio ao Distrital e lá foram os bravos badenianos para o campo.

                  Já soube que tem pessoas de bem com a vida e na sua profissão a estudar a alimentação dos Escoteiros. Não desmereço e nunca vou desmerecer. Tudo que vem para melhorar a qualidade seja na formação como na alimentação Escoteira é valido. Mas como sou um chato de galocha tenho que dar meus pitacos. Claro que lembrando os velhos tempos. A alimentação? Ração A, B ou C. A “A” para atividades curtas de 12 a 15 hs, a “B” para as de dois dias completos a três dias. “E a C” para os acampamentos mais prolongados. Todos tinham sua lista em casa. Já sabiam o que levar. Sabiam de cor. – Arroz, feijão, batata e macarrão. Dois pedaços de linguiça, sal, gordura de porco (não havia óleo de cozinha na época) e tinha alguns que não esqueciam a pimenta ou uma cebola.

               Ninguém se dava ao trabalho de fazer compras para isto. Taxas de acampamento? Deus me livre. Não esquecer a querosene para o lampião. Em todas as casas não faltavam estas iguarias. Colocados em um potinho, em um saquinho bem embalado, no canto da mochila e lá no campo o intendente ou o cozinheiro juntava tudo. Claro, sem esquecer um pedado de sabão em barra. Fome? Ninguém passava. Não faltava também um bom peixe frito pego lá na lagoa e ou no rio. Verduras? O mato tinha de sobra. Lobrobô, Maxixe, abobora nas barracas dos rios, mandioca, goiaba, mamão, e para sobremesa uma “cana Cayana” Não esquecer um quati, um tatu, umas rolinhas gordinhas ufa! Delicia. Mas hoje esqueçam. Não podemos fazer isto. Uma vez Romildo queria matar um Jacaré pequeno. Matou. O Monitor era durão. Até que a carne não foi ruim. E viva a “Modernidade”.

              Como diz um amigo meu, nas grandes cidades se quer acampar pague. Pagar? Sim, tem a taxa do acampamento, tem taxa do fazendeiro ou recanto onde se pretende montar barraca. Nada é de graça. Hoje não se pode mais fazer o que fiz. E olhe, eu concordo. Proteção da fauna e flora faz parte da vivencia Escoteira. Mas uns peixinhos? Matar pássaros e bichos não pode e nem se deve matar. Assim em brinco com todos. Vai acampar? Leve carne da Friboi. Quem sabe o Tony Ramos aparece por lá para dar os parabéns. E o preço? Sei não. Mas o salário ôôô”.

  

domingo, 14 de setembro de 2014

O retorno do antigo Escoteiro.


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
O retorno do antigo Escoteiro.

                      - Bom tarde! Sempre Alerta! – Ele me olhou como se eu não fosse ninguém e disse – Bom tarde. – Olhe eu já fui Escoteiro aqui neste grupo estava passando e vi vocês. Resolvi visitar. – De novo aquele olhar obscuro como se eu fosse um intruso ou de outro planeta. – Tudo bem, fique a vontade disse. Eram duas patrulhas, uma com cinco e outra com três. Quatro mocinhas e três rapazes. – São Seniores? – Ele me olhou como se eu fosse um cego ou uma “besta” qualquer e disse – São sim. – Tropa pequena eim? De novo aquele olhar gélido. – Seniorismo é só para macho! Poucos topam! – Não entendi! As meninas são machos também? Ele me fulminou com um olhar. – Não entendeu? Muitos não ficam. Preferem outros programas. Prefiro assim, ficar com os que gostam. – É, compreendo. Mas vejo você falando muito com todos. Não conversa com Monitores? – Olha, estou ocupado. Falamos outra hora ok? Posso fazer a ultima pergunta? Só vi a resposta fulminante em seus olhos. – Bem é que vi o distintivo do Jamboree em você. Todos foram? – Não, fui eu o Diretor Técnico, uma guia e um membro da diretoria. Representamos o grupo. – Mas porque os outros não foram? - Não tinham condição de pagar! Pensei comigo – Um por todos e todos por um! Bah!
                   
                        Vi que ele não falaria mais. Procurei a Akelá. Uns doze lobinhos e lobinhas. – Olá! Melhor Possível! Um sorriso amarelo como resposta. – Já fui lobinho, disse. – Ah! Já foi? Hoje mudou muito – Notei que nenhum tem mais os distintivos de estrelas no boné. – O que é isto? Nunca ouvi falar. – Melhor mudar de assunto. – São suas assistentes? – O mesmo olhar do Chefe Sênior. – Sim. Ajudam-me. – Mas não as vejo fazer nada! – Farão quando eu mandar. – É seu programa? – sim, respondeu. – Não vejo o nome delas! – Não precisa, quando preciso as chamo. – Poucos lobinhos, só uns quatro com um ano e um com dois anos de atividade, por quê? – Eles acham que aqui é jardim de infância, chegam ficam dois ou três meses e vão embora. Melhor assim. Aqui tem que ter sangue! – Sangue? Não entendi! Tem alguém sem sangue nas veias? – Ela gritou com uma – Magda, corra até o almoxarifado e veja se tem papel e lápis, vamos fazer um jogo da “Velha”! – Mas você não tinha outro jogo aí no seu programa? Perguntei – Me deu as costas e se foi.
                   
                        Em fila vi que os escoteiros estavam chegando à sede. Rostos nada apreciáveis. Alguns com lenços tortos e outros com camisas soltas. Um Monitor arrastando no chão seu bastão totem da Águia Dourada. Não sei o porquê dourada, tudo bem.  – Bom dia! Sempre Alerta! – O Chefe me olhou, novo ainda não mais que vinte e seis anos. Idade ideal para chefia Escoteira. – Boa tarde ele respondeu. Sorri, esqueci que era de tarde! - Três patrulhas? – Sim, por quê? Notei que duas das meninas são monitoras e só uma um menino é. – Claro, elas são mais dedicadas. – Ah é? Não sabia! – O Chefe Sênior o chamou. Falaram por alguns minutos. Ele voltou – Olhe vou dar um jogo e não tenho tempo. Desculpe. Chamou todo mundo e gritando explicou como era o jogo. Os Monitores ali e na tropa Sênior serviam para ficar na frente com o bastão. Risos.
                       
                         Vi dois chefes se aproximando. – Olá, sou o Diretor Técnico. Você quer alguma coisa? – Não senhor, só visitando. Lembrando os velhos tempos! – Olhe, hoje estamos muito ocupados. Eu mesmo vou receber a visita do Assistente distrital. – Ah é! Posso ficar? Gostaria de conhecê-lo. - Posso perguntar? – Sim, ele disse. – Voces não tem lista de espera? – Me olhou com aquela cara de que comeu e não gostou – Não precisa. Os que aparecem é porque querem ser homens de verdade! – Não entendi! E as moças? – Ficou fulo. Olhe somos um grupo antigo, temos orgulho do que somos. – O outro me olhou e disse – Eu sou um assessor de muitos chefes. Não sou pata tenra! Tenho muitos cursos e oito anos de escotismo – Prazer! Bom saber disto! – O outro Insígnia (esqueci-me de dizer) me disse – Eu sei como fazer. Entendo de escotismo tá entendendo? Não nasci ontem! Sou Chefe aqui desde que o grupo iniciou! – Sim senhor, sim senhor meu coronel! Ficou puto! Me matou com seu olhar! Tal pai tal filho. Agora entendia a postura dos chefes no Grupo Escoteiro.

                        Chegou o Assistente distrital. Novo, uns vinte e cinco anos. Insígnia. Carreirista. Conheço o tipo. Que pose meu Deus! Abraços apertados. Olhou-me – Prazer Doutor Comissário! Falei juntando as botas em sinal de respeito.  Acho que não gostou. Não sou Doutor. Quem é você? Apresentei-me. – Um simples Escoteiro do passado. – Olhe, disse. Os tempos mudaram. Estamos mudando tudo. Para melhor – Notei disse, só de olhar já entendi. Você um comissário está de bermuda branca, camiseta rolê, lenço da insígnia, um tênis branco e gostei do seu chapéu eurasiano! – Foi à conta. – Você não me conhece. Estou sendo preparado para ser um formador. Já fiz diversos cursos! Mais um ou dois anos serei DCIM! Mais respeito! Você não sabe com quem está falando! Putz! O homem ficou bravo! Falar o que?


                       Ri por dentro. Se desse risadas poderia levar uns sopapos. Melhor ir embora. Se continuasse ali iria virar farinha de mandioca! Ainda bem que na semana anterior tinha visitado outro Grupo Escoteiro. Gente boa, sorridente, todos amigos, fui muito bem recebido. Abraços, endereços, Monitores em ação, Alcatéia lotada e uma enorme lista de espera. Disseram-me que o distrital e o Assistente quase nunca vão lá. Entendi. Ainda restam esperanças. Este escotismo é maravilhoso. Tem altos e baixos, mas não desiste. Disseram-me que é sangue Escoteiro. Sangue? Deve ser tipo “O” positivo. Rarará! E como dizem por aí, não se preocupe, os bons ventos voltaram. Confirme. A Terra do Nunca existe? Não sei, dizem que nunca é uma palavra que não existe. Melhor ir ao meio do oceano, quem sabe lá é só “poeira em alto mar?”.