Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 7 de janeiro de 2012

ONDE ESTÁ WALLY (UEB)



Um artigo polêmico

Onde Está Wally?

O meu passatempo preferido de criança era brincar de Lego e achar o Wally... Quantas horas eu não fiquei na frente daqueles desenhos intrigantes...

Ontem me lembrei deste jogo tão divertido, que no passado me encantou e até hoje encanta crianças de todo o mundo.

Não sei se ele serve de comparação, mas estive pensando que muitos escotistas por este Brasil procuram um Wally, de outra maneira é claro, para tirar duvidas, para saber o que se passa, para discordar, para dar opiniões e até aprender mais rápido seus conhecimentos escoteiros.

Este Wally para mim é a UEB (União dos Escoteiros do Brasil), algumas Regiões Escoteiras e muitas outras organizações, que de uma maneira ou de outra poderia dirimir duvidas, dar idéias, sugestões e quem sabe ouvir e aprender com todos os membros do escotismo o que está se passando nestes rincões brasileiros.

Hoje, com a internet se expandindo, onde temos tantos meios de se comunicar de imediato, estas direções se concentram unicamente no seu Site. Isto as transforma em nosso imaginário, numa inacessível busca por ela e nunca o contrário. Só informam burocraticamente suas decisões, suas eleições, talvez facilitando algum impresso não cobrável, mas de maneira impessoal (que não se refere ou não se dirige a uma pessoa em particular, mas às pessoas em geral.). Isto não é bom. Claro, para os grupos registrados tem um informativo e acho que alguns emails são enviados.

Neste natal e ano novo, nos dois principais sites de amizade existentes no mundo, onde a participação escoteira é enorme, o Facebook e o Orkut, nem sinal. Nem mesmo um dos membros do CAN ou do DEN a dizer, - Bom natal! Feliz ano novo! Nada. Ei? Você não sabe, mas publicamos sim. No informativo da UEB e muitos outros lugares. Não vi. Não sei. Não me disseram nada. Se assim foi desculpe. Risos.

Vejo que diversos dirigentes com muito conhecimento e ligados a direções diversas, assim como ao adestramento (formação), também se mantêm distantes. Poucos se misturam aos humildes chefes escoteiros desses sites. Eu estou lá. Conheço uma “pá” deles. Acho que é um tremendo erro.  Se pensam que só em cursos irão resolver o problema ou tutorando por regime de comodato, não chegarão a lugar nenhum. (ressalvas para alguns que são participantes e interessam)

Outros artigos meus comentam sobre dirigentes encastelados em diversas organizações estaduais e nacionais, que acham que estão fazendo um excelente trabalho e não se dão conta da verdade. Ou seja, o que acontece nas diversas regiões do nosso país. Sempre com o mesmo tom, vão formando um séquito de seguidores, todos eles acreditando que ali estão os melhores (e muitas vezes são mesmo), mas de uma maneira retrógrada, vendo o que quer ver sem olhar mais ao longe. Nem sabem o que tem depois da montanha.

 Outro dia, entrei no site da UEB e vi lá que agora registraram 64.000 membros, Caramba! Não cresceu nada. Quase o mesmo número de 30 anos atrás. (e isto digo sempre, sem as jovens não teríamos crescido nada) Aproveitei e percorri outras paginas e lá estava as eternas resoluções.  Sempre a mesma coisa. Quando chegarmos pelo menos a 200.000 membros baterei palmas. Poucas, pois devíamos ter ultrapassados os 500.000 há tempos.

 Olhem, não quero me indispor com ninguém. Mas não sou seguidor. Tenho idéias próprias e sempre achei que o escotismo devia ser feito de maneira diferente. Nunca perder a tradição. Nunca. Não é porque tenho a Insígnia ou um “taco” (contas) (hoje não tenho mais) a mais que sou um professor, o chefão. O João chefe que entrou ontem sabe tanto de medicina e eu não sei nada. Se eu sou um chefão ele também é. Não me venham dizer que devia arregaçar as mangas e trabalhar em vez de falar. Fiz isso no passado. Não consegui convencer. Entretanto nunca me calei. Hoje mal posso sair de casa. Risos.

Outro exemplo. Publicaram no ano passado um convite a todos os escotistas do Brasil que poderiam se interessar a participar da DEN. A diretoria escoteira. Como sabem é escolhida e indicada pelo CAN. Pois bem. Li que foi escolhido o vice-presidente da DEN anterior. Nem o numero de interessados ficamos sabendo. Ninguém? Ou os candidatos não tinham as qualidades necessárias? Para que o convite? Que tipo de democracia é essa?

Nunca me desliguei da UEB. Ela é minha mãe escoteira. Até morrer ou ser expulso. Risos. Hoje não tenho registro em nenhum grupo. Prefiro ser independente. Luto por ela. Acredito nela. Mas não sou daqueles que muitos dizem: - Temos uma promessa e ela diz que devemos servir a União dos Escoteiros do Brasil. Nossa! Quem colocou isso na promessa? Não pensou que podíamos discordar? Ser oposição? Eu sei quem colocou lá pelo final da década de sessenta. Antes não existia. Não foi unânime. Idéia de dois. Mas deixa prá lá.

Fiz um contato com um novo amigo do CAN. Pessoa interessada. Honesta. Modesto. Parece um escoteiro leal. Sem a aureola de grande chefe. Acha que muita coisa está mudando. Disse-me que em alguns anos teremos um novo escotismo. Fico contente. Pela primeira vez alguém ligado a liderança Nacional entra em contato. Eu acredito nele. Entretanto o tempo não para. Vamos ver, assim como ele deve haver outros. Palmas para eles. Mas falem mais com seus amigos escoteiros, não fiquem aí encastelados na posição de líderes.

Gostei de receber noticias diretas via email. Foi bom. Como vejo por aí processos e mais processos, até pensei que iriam me processar também. Risos. Seria incrível que depois de 63 anos dedicados ao escotismo quase que integral, vivendo em acampamentos, em campos escola, lutando para a formação sadia dos jovens em grupos escoteiros isso me fosse acontecer. Seria um final feliz?

Wally precisa dar as caras. Precisa aparecer. Chega de um a dizer ao pé do ouvido: - Olhe ouvi falar que a UEB vai fazer isso e aquilo. Estão mudando. Vão acabar com o uniforme (risos) não haverá mais tradições. (risos) As modalidades do mar e ar serão extintas. Isso não é bom. Todos devem ter direito a opinar. Não somos cordeiros levados por um final de promessa infeliz. Que o diga uma mensagem de Baden Powell que todos conhecem sobre organizações.  

 Vamos aguardar. Quem sabe as mudanças estão mesmo vindo?

  • Às vezes é melhor ficar quieto e deixar que pensem que você é um idiota do que abrir a boca e não deixar nenhuma dúvida.
  • Anônimo

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

PROJETOS DE PIONEIRIAS - Fasc. 06



O "Velho" Escoteiro é um personagem do blog
http://chefeosvaldo.blogspot.com editado em fascículos

PROJETOS DE PIONEIRIAS  fasc.06

Seja paciente com tudo que não tenha solucionado em seu coração
E procure amar às próprias perguntas.
Não procure às respostas que não lhe podem ser dadas
Porque não poderia vivê-las
E o que importa é viver tudo.
Viva às perguntas agora
Talvez gradativamente e sem perceber
Chegue a ver algum dia distante às respostas.
RAINER MARIA RILKI

PARA AQUELES QUE TIVERAM A OPORTUNIDADE DE FAZER E SE ORGULHAR DE UM PROJETO BEM FEITO E BEM REALIZADO.

     - Você pode ver em ambos os casos que o crescimento nunca vai se igualar, mas a verdade é que a sua maneira, cada uma dessas patrulhas estão alcançando o objetivo. - Disse o Chefe.

     A diferença estava à vista. Logo ao chegar ao acampamento de fim de semana, uma Patrulha nova, recém formada, tentava fazer o melhor possível para sua instalação do campo. Às outras três, bem mais experientes, estavam bem à frente, com quase todos os acessórios necessários prontos.

     Era um acampamento de dois dias. Chegaram sábado pela manhã, e iriam retornar no domingo à tarde. No entanto, a instalação padrão sempre foi exigida. O motivo era simples: - Precisavam aprender que o campo de Patrulha seria uma extensão de suas casas e o mínimo de conforto deveria ser conseguido. Não se pretendia formar técnicos em construções e projetos, mas cada um deveria ter a mínima noção de que sua parte era importante nesta montagem de campo. Era assim o Sistema de Patrulha e assim se trabalha em equipe.

     Nada ali era improvisado. Às patrulhas em reuniões anteriores, tinham decidido o que fazer e como fazer.  Muitos dos escoteiros já conheciam bem o “Projeto de Pioneiras”, que o chefe sempre falava.

     “Os projetos” tanto poderiam ser de uma pequena ou uma grande pioneiría. Devia ser levados em consideração a duração do acampamento, o material que estaria disponível no campo e o programa. Tudo era muito simples, dizia o Chefe:

     - Nada de burocracia.  A experiência com o tempo facilitava muito mais a montagem de campo já que os projetos em sua maioria estavam prontos no arquivo da Patrulha. A liberdade para criar e modificar era ampla e irrestrita. Havia o básico para um acampamento de uma noite ou de mais, dependo do planejamento anual.

     - É possível que você tenha razão, - falou o “Velho” - Hoje já não é possível encontrar facilidades de locais para acampamentos e principalmente em florestas com alguns tipos de madeira para corte. Mas vamos olhar para o outro lado da questão. Não pretendemos que o jovem se adestre para se preparar de uma eventual possibilidade de no futuro usar tais conhecimentos. (apesar de saber que é um excelente meio para descobrir seu potencial profissional!) A possibilidade de se perderem numa floresta é mínima.

     - A técnica de pioneirias tem a finalidade de preparar seu espírito para a vida de adulto - continuou -. Saber que às dificuldades serão vencidas, e que em qualquer ramo de atividade é necessário estar bem preparado e só assim poderá vencer na luta pela sobrevivência profissional. A inventividade faz parte do homem, mas a maturidade traz o sucesso.

     - Também não vejo tanta dificuldade em conseguir um local para pelo menos duas vezes ao ano, poder utilizar a técnica de pioneirias. Existem tantas fazendas e grandes sítios, onde algumas árvores são consideradas como “praga” que pôr mais que se corte mais ela se multiplica. Um exemplo é o “Assapeixe“, sem nenhuma utilidade e qualquer proprietário (desde que seja amigo dos escoteiros - emendou -) ficaria satisfeito pela poda ou corte e não irá ser prejudicado e nem iríamos agredir o meio ambiente.

      Também se podem usar outros tipos de madeira, tipo eucaliptos, bambus etc. que são plantados com a finalidade de uso diversos, principalmente na construção civil. O que não se pode, é tentar formar e adestrar técnicas de campo, usando um fogareiro a gás, pois isto não traz nenhum beneficio a não ser a técnica de cozinha, e que claro também faz parte do adestramento.

    Infelizmente, alguns de nossos Escotistas pôr não estarem devidamente preparados já que não vivenciaram tais técnicas, procuram de todas às formas motivos diversos para fazerem Camping e não acampamentos. - Posso afirmar que é possível manter um padrão técnico de pioneirias em qualquer parte do mundo. E afinal é o sonho de qualquer jovem é saber que vai participar de um acampamento com padrões escoteiros, dormindo sob barracas, fazendo sua própria comida, construindo sua cama sua cadeira, sua mesa e até sua torre de observação. 
  
     - O importante é o trabalho em equipe. A Patrulha é a base para que esta técnica seja primordial no seu crescimento. Os Escotistas não podem de maneira nenhuma tentar modificar as estruturas e métodos somente porque acham que não é possível ou pode ser substituído.

     - Vou ser sincero, o que cortamos de madeira em um acampamento, claro, desde que o Projeto foi bem feito é o mínimo e não prejudica de forma alguma o meio ambiente. Quando você corta uma arvore, em alguns casos elas produzem diversas mudas que pela simples razão da natureza se multiplicam. E se você ensina aos jovens como devem plantar mudas, você está retribuindo em dobro o que cortou.

     - Devemos também ensinar aos rapazes e moças que a proteção e o respeito à natureza faz parte da formação e do “Espírito Escoteiro”.

Tive que concordar com o “Velho”. Escotismo é campismo na sua forma primitiva. Mudar isto seria mudar o sistema e a sua maneira de ser. Nós e amarras são técnicas escoteiras com finalidades objetivas. Se for para fazer Camping, um ou dois nós bastam para armar a barraca.

     O “Velho” pigarreou algumas vezes, foi conversar com a Vovó e esqueceu que eu estava na sala. Nada mudou no país de “Abrantes”. Eu estava acostumado.

     Mas valeu mais uma noite e a conversa com o “Velho”.  Meu Adestramento estava sempre aprimorando, principalmente agora que bolei uma nova mesa de patrulha com apenas quatro pedaços de madeira de 2 metros!

                                                                             O. PATA... TENRA..

É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

COMO FAZER UM PLANEJAMENTO ANUAL



Reflexões de um Velho Lobo

 05 - COMO FAZER UM PLANEJAMENTO ANUAL

Em primeiro lugar vamos conceituar o termo Planejamento, diferenciando-o do termo Programa, identificando as suas diferenças fundamentais.
Planejamento – Atividades que o Grupo Escoteiro deverá realizar ou participar durante o ano escoteiro.

Programa – Composição das atividades (reuniões, adestramentos, jogos, acampamentos, reuniões especiais etc. etc.) detalhadas, determinando conteúdo, local, horário, responsável etc. que levarão os jovens a cumprir suas metas, progredindo tecnicamente e espiritualmente dentro do Programa de Jovens, no seu ramo.

Visto isto, apresentamos uma forma de elaborarmos o Planejamento Anual de um Grupo Escoteiro sem despendermos muito tempo de uma só vez, adotando o seguinte roteiro:

A Diretoria, de posse do Planejamento Nacional, Regional e do Distrito Escoteiro, datas Cívicas e Festejos do Grupo, montam um “esqueleto” do Planejamento Anual, colocando as datas que o Grupo irá participar como, por exemplo, a Semana Mundial do Escoteiro, Acampamento Geral, Semana da Pátria, aniversário do Grupo, Dia da Bandeira, Dia do Município e outros eventos tradicionais do Grupo. Em seguida, tiram-se cópias deste “esqueleto” e entrega-se à Chefia de todas as seções.

Com este Planejamento simplificado em mãos, os Escotistas das seções se reúnem com seus Monitores/Primos em dia, local e hora que mais lhes convierem e elaboram o Planejamento de sua seção, cujas atividades são confirmadas através dos diagnósticos feitos pelas Rocas de Conselho, Conselhos de Patrulhas e tropas, no final de cada Ciclo apresentando as atividades para montar os Ciclos de Programa, escolhidas no Jogo Democrático (acampamento, excursões e outras atividades), ajustando o planejamento durante o ano.

Inclusive não há necessidade de determinar locais (se ainda não os tiverem) dos eventos maiores, acampamentos/acantonamentos, ficando este detalhe para a ação que deverá ser desenvolvida três meses antes de um evento, baseando-se no ADD (antes, durante e depois) de cada atividade.

Feito este trabalho inicial, promove-se uma reunião conjunta (Indaba de Grupo) no qual todas as seções montam o Planejamento Anual do Grupo, acertando datas comuns como, por exemplo, as passagens de Ramo, Boas Ações coletivas, e outras atividades que serão realizadas em conjunto por algumas seções ou por todo o Grupo Escoteiro.

Estará feito o Planejamento Anual do Grupo Escoteiro, respeitando-se as modificações que certamente ocorrerão na implementação do Programa de Jovens, levando-se em conta o desenvolvimento pessoal de cada membro, suas propostas, e os Ciclos de Programa.

A seguir, reúnem-se novamente por seção, podendo ser em outro dia, e cada uma, baseados em suas necessidades em completarem os Ciclos, montam os Programas de Reuniões, de Acampamentos/Acantonamentos, de Excursões, visitas etc.. Não devendo ultrapassar o período dos Ciclos de Programa, pois neste período de tempo devem ser feitas avaliações do progresso dos jovens da seção, sendo então, proposto o Programa do próximo Ciclo, sempre orientado pela consulta aos jovens daquela seção.

Os ingredientes destes Programas devem ser progressivos, atraentes e variados, motivando-os a prosseguirem no Escotismo, e com isso, vivenciando a Promessa e a Lei Escoteira através das atividades realizadas.
Qualquer Planejamento deve ser avaliado periodicamente, levando-se em conta o grau de interesse dos jovens e adultos e o aproveitamento obtido frente aos objetivos propostos para o Ciclo em andamento.

Naturalmente, não é imperativo terminar o Ciclo para a avaliação, pois se for detectado alguma distorção, esta deve ser corrigida no meio do período.  Ao primeiro sinal de evasão ou apatia de jovens ou mesmo de adultos, procura-se em uma avaliação emergencial, a causa do desinteresse e fazer as alterações necessárias com objetivo de retornar ao caminho do entusiasmo e motivação.

O Planejamento Anual deve ser seguido o mais exato possível, alterando-se somente em casos de chuvas inesperadas, cancelamento de eventos de terceiros e outros casos de força maior.

Alguns recomendam que a data da montagem do Planejamento Anual deva ser logo no final do ano, mais a prática tem mostrado que é mais fácil no início do ano, quando o Grupo ainda está em férias, e os Ciclos de Programa, logo no início das atividades escoteiras, já com os novos membros que entraram no Grupo.

Gostaria de sugerir um procedimento que pode ser feito, tornando o Indaba de Grupo, um acontecimento familiar e recreativo, de grande aceitação.
Propomos fazer o evento fora da cidade, não muito perto (para não vir dormir em casa) e não muito longe (para não encarecer e perder muito tempo com a viagem) reunindo Escotistas, Dirigentes e seus parentes próximos, em alguma fazenda, clube de férias, casa de campo ou praia.

Normalmente, viaja-se na sexta feira à noite, chegando ao local de madrugada, indo para o alojamento dormir.  No sábado, enquanto as famílias se confraternizam em divertimentos comuns (piscina, campo de futebol, passeios pelos arredores etc.) os Escotistas trabalham avaliando o ano anterior, montando o Planejamento, determinando coordenadores para cada evento geral, escolhendo locais e atividades sociais, financeiras e filantrópicas.

À noite, brinda-se a todos com um evento à fantasia em um jantar festivo, não tendo hora para terminar.  Domingo, já com a missão cumprida, todos se confraternizam em jogos, brincadeiras, passeios e um saboroso churrasco.  Viaja-se de volta para casa no período da tarde.

Desta forma, homenageamos e agradecemos aos familiares que não estão envolvidos diretamente com o Escotismo, mas que, com suas anuências, colaboram de forma marcante, propiciando que seus maridos e esposas participem desta grande família que é o Escotismo!

Elmer S. Pessoa – DCIM  -   janeiro 1980 /2011.
55º MORVAN – Santos/SP

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O SONHO NÃO ACABOU!



O sonho não acabou!

O sonho acabou, vamos encarar a realidade. "

                Metade a favor, metade contra? Não estão entendo? Nem eu! Risos. Mas vamos tentar explicar melhor. Quase sempre um e outro escreve, comenta e me dão suas opiniões sobre a palavra “tradicionalismo”. Estou me referindo ao escotismo. Vejamos o que o diz a Wikipédia: - O tradicionalismo é um sistema filosófico que coloca a tradição como critério e regra de decisão, entendendo a tradição como o conjunto de hábitos e tendências que procuram manter uma sociedade no equilíbrio das forças que lhe deram origem.

                Até aí tudo bem. Perfeito. Mas não acredito que todos pensam assim. Como as divergências religiosas existem em torno do que Cristo disse, também o mesmo acontece com o que fez, escreveu e disse nosso fundador Baden Powell. Com quem está a verdade? O Caminho para o Sucesso? Todos se arvoram em citar normas, livros, trechos enfim uma parafernália filosófica que sempre convencem uns e outros não.

                Eu mesmo de vez em quanto me considero um desses tais. Dizem que pessoas como eu tudo sabem de tudo, e não precisam de ajuda e nem da opinião de ninguém. Somos os chamados “Donos da Verdade” por assim se julgarem. Os “Donos da Verdade” tentam sempre convencer as pessoas de que sua maneira de ver as coisas é a única verdade que existe, quando na realidade sempre existem coisas distintas, maneiras diferentes de se fazer e ver as coisas. Cada pessoa deve ter uma personalidade, uma opinião própria. Para isso, somos dotados do livre arbítrio, e sempre que encontramos pessoas assim (como eu, risos) que querem nos dominar, controlar nossa vontade devemos reagir.

                Já me disseram que o que falta para os “Donos da Verdade”, é a Humildade. Claro que vemos isso em todos os campos de atividade. Ninguém pode ser considerado absolutista. Mas para onde estou indo? Risos. Acho que acredito ou acreditava em um escotismo perfeito, não uma Xangrilá, a cidade dos sonhos, mas algum parecido. A cada dia o escotismo está mudando. Suas tradições desaparecendo, sua metodologia que BP nos deixou sendo alteradas. Afinal nossos dirigentes também não são um pouco os “Donos da Verdade”?

                Como assim? Ora se eu costumo dar meus “pitacos” no que estão fazendo e eles, os dirigentes fazem sem consultas ou experiências pré-aprovadas e muitas com sucessos duvidosos, todos nós ao seu modo não somos os “Donos da Verdade”? Afinal se temos milhares de adultos e jovens no movimento, não seria de bom alvitre que cada um tivesse o direito a uma opinião, um parecer e quem sabe discuti-lo não seria uma questão de bom senso? Sempre me disseram que pode haver uma idéia melhor que a minha, e sobre a deles não poderia também haver?

                  Como disse um amigo, se aceita tudo bem, se não, cala-te, que é o melhor que podes fazer se não reunires condições de manter tua opinião. Já vi muitos cujos argumentos pela sua falta de oratória nem foram ouvidos e outros com bons argumentos, mas que não foram aceitos. Agora ser o “Dono da Verdade” acredito que muitas vezes podemos até estar escondendo a nossa sinceridade.

                  Estamos entrando em um novo ano. Muitos já se passaram. Criticam-me porque acham que nossos dirigentes fazem o que podem. E eu fico eternamente na berlinda só mostrando aqui e ali suas performances claro que na minha humilde opinião não estão dando resultados.  Quem sabe este é um dos meus defeitos, pois me julgando “Dono da Verdade”, boicoto na minha consciência as coisas boas, e apesar de que muitos “Donos da Verdade” arrastam multidões com suas palavras eu não arrasto ninguém. Risos.

                    Mas apesar de poucos anos que ainda me restam para criticar, firmo-me no ato da oposição, do meu livre arbítrio para dizer sem nenhuma duvida que o caminho para o sucesso devia ter sido uma mudança enorme na estrutura de nossa organização. Sendo que a primeira seria a humildade, a fraternidade e um sistema mais elástico dentro dos princípios democráticos onde todos pudessem ter voz e voto. Impossível? Não sei.

                     Este comentário me veio à mente por dois motivos. Um porque viramos um ano. Agora é esperar o relatório anual e ver o progresso. Outro porque um amigo escreveu em uma foto de um Jamboree lá pelos idos de 1983, em que dizia: - Valeu à pena ter ido. Acampamento por Patrulhas separadas. Hoje acabaram com isso. Só armam barracas e vão fazer turismo. Só isso. Escotismo muito pouco... E vem aí o Jamboree! Quem vai? Meninos da tropa que conheço não vão. Sem condições de pagar.

                      É. Tudo mudou. Não vale a pena apontar as mudanças que não são muito bem aceitas pelos antigos, mas muito bem recebidas pelos novos. Muitos que agora se tornaram os “Donos da Verdade” como eu, afirmam que este é o escotismo que precisamos. Quem sabe eles tem razão? Mas meu amigo que escreveu sobre o Jamboree sabe o que diz. Muitas mudanças, muitos sorrisos de moças e rapazes e nós os velhos escoteiros saudosistas vamos desaparecer com a história do escotismo.

                      Enfim, cada um escolhe seu caminho. Lutamos por outro escotismo. Este prevaleceu. Talvez o de agora seja realmente o Caminho para o sucesso. Mas me entristece pelo menos não ver uma mudança de rumo, uma democracia plena. Mas a vozes que se levantam são poucas e acredito que todos estão satisfeitos. Encerro este comentário me lembrando da historia de Mowgly, no magnífico livro de Rudyard Kipling, (Jungle book) O Livro da Jângal:

“Lembra-te que Bagheera te ama, disse ela por fim, retirando-se num salto. No sopé da colina entreparou e gritou: Boas caçadas em teu novo caminho, senhor da Jângal! Lembra-te sempre que Bagheera te ama. Tu a ouviste murmurou Baloo. Nada mais há a dizer. Vai agora, mas antes vem a mim. Vem a mim, ó sábia rãnzinha!

- É difícil arrancar a pele, murmurou Kaa, enquanto Mowgly rompia em soluços com a cabeça junto ao coração do urso cego, que tentava lamber-lhe os pés.
- As estrelas desmaiam, concluiu o lobo Gris, de olhos erguidos para o céu. Onde me aninharei doravante? Por agora os caminhos são novos...!  

- Boa sorte para todos, ó chefe dos lobos!! Exclamou o vulto. E também boa sorte e rijos dentes para esta nobre ninhada, a fim de que jamais padeçam fome no mundo.”
Nota: Muitos dos trechos aqui citados foram copiados do magnífico artigo de Marcial Salaverrry – “Os donos da verdade”.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

OS SETE PERIGOS



Hoje resolvi republicar aqui este artigo de um Escotistas Inglês, chefe de campo de Giwell Park, escrito em 1957. Será que vale para hoje?

Acho que sim. Para mim sempre atual. Quem não conhece leia e dê sua opinião.


Os Sete Perigos

Por John Thurman - agosto de 1957 (chefe de campo de Giwell Park)
Recuperado pelo Chefe Maurício Moutinho

Existem sete perigos para o Escotismo, para os quais, me parece, devemos estar alertas e tomar cuidado:

1. Complacência, do tipo de pessoas que pensam: "há cinqüenta anos temos trabalhado assim e temos feito um bom trabalho, portanto continuemos assim". Recordemo-nos que o trabalho para os rapazes de hoje tem que ser feito pelos homens do presente. Estou tão orgulhoso, como qualquer outro Escotista, do nosso passado, mas isso não nos leva a parte alguma. Há, hoje, muito mais a ser feito do que houve em qualquer outra época e o máximo que o passado pode fazer para nós é inspirar-nos para um maior esforço;

2. Centralização. Acampamentos Nacionais, Regionais e Jamborees são muito bons, mas quando muito freqüentes, podem ser desastrosos. Devemos dar ao Escotista a maior oportunidade possível para trabalhar com a sua Tropa e infundir-lhe os bons princípios e não juntar os rapazes em grandes massas para um grande espetáculo. Às vezes existe tal número de atividades organizadas pelo Distrito ou Região que praticamente não resta tempo ao Escotista para trabalhar com as Patrulhas ou Alcatéias;

3. Super administração e não suficiente capacitação. Gostaria de sugerir-lhes dar uma olhadela nos orçamentos e balanços, para verificar se aquilo que gasta com papelada e administração está equilibrado com o que se emprega na capacitação técnica. Ambas as coisas são necessárias, porém mantenhamos o equilíbrio.

4. Seriedade Demasiada. O Escotismo é algo sério, contudo, uma das grandes coisas é a alegria de participar dele, isso tanto para os dirigentes como para os rapazes. Em alguns países, há o perigo de se pensar em termos educacionais ou psicológicos e, enquanto fazemos isso, perdemos muito da nossa condição de "amadores". E vocês todos sabem que como amadores somos bons, mas como profissionais somos péssimos. Somos uma parte complementar na vida do rapaz; complementar na escola, dos pais, da igreja, e, mais tarde, do trabalho.

6. Austeridade demasiada. Acho que tendemos a nos fazer demasiado respeitáveis e a nos converter em um movimento para apenas os rapazes bons, em vez de levar o Movimento para os rapazes que dele necessitam. O Escotismo nasceu em 1907 entre meninos pobres e, se economicamente os rapazes melhoraram desde então, por outro lado moral e espiritualmente existem rapazes tão pobres como naquela época, que necessitam do Escotismo.

7. Trabalhar para fazer super escoteiros. Devemos estar conscientes, no que diz respeito a adestramento, de não tratar de começar um curso a partir de onde deixamos o anterior, sem pensar que necessitamos começar e recomeçar sempre pelas bases e os princípios para progredir a partir destes.

Para terminar, recordemo-nos que Baden-Powell, em 1938, proclamava com orgulho e alegria o número de 3 milhões e meio de Escoteiros no mundo. Agora podemos ver um movimento que ultrapassou os 8 milhões, (1957) devido justamente à sua simplicidade e ao prazer dos rapazes que tem sido contínuo.

Sem dúvida, Baden-Powell tocou o dedo em algumas das mais formidáveis idéias e práticas que levam os rapazes a segui-las com entusiasmo, e nos métodos, e modo de manejar e guiar os rapazes. É por isso que devemos nos manter o mais possível dentro da simplicidade, da alegria e do entusiasmo que ele inspirou.

Os únicos capazes e possíveis de pôr o Escotismo a perder são os próprios chefes e dirigentes.

Se nos tornarmos arrogantes, complacentes e a nos fazermos passar por demasiado auto-suficientes, então - e apenas com essas coisas - poderemos arruinar o Movimento.

Feliz palavras de John Thurman. O mundo está mudando, e a mudança que o escotismo tem feito não sei se vai ser para o bem. Mas temos que acreditar.
Afinal estamos em 2012 não? O ano da esperança!

UM MILHÃO DE ESCOTEIROS EM NOSSO PAIS! IMPOSSÍVEL? NÃO!

2011 SE FOI



2011 SE FOI

2011 se foi. Tantas lembranças ficaram. Coisas boas aconteceram muitas. Não penso nas ruins. Risos. Acho que não tive. Conheci amigos, muitos. De todos os lugares. De muitos países. Valeu à pena? Claro que valeu. Enriqueci meus conhecimentos. Aprendi muito. Cada um dentro dos princípios badenianos.

Não posso pensar que de outra forma teria visto tantas alegrias, tantos sorrisos. Fotos mil. Moças, rapazes, homens e mulheres unidos em um só ideal. Voluntários ajudando uma juventude cheia de entusiasmo. E sabe o melhor disso? É ver que todos são iguais. Ninguem se coloca acima um dos outros. Quem vê quem conhece acredita. O ESCOTISMO PODE MUDAR O MUNDO!

Chegou 2012. Outro ano. Outra luta. Mais amigos irão aparecer. Fico feliz. O escotismo é especial. Lembro que alguém me disse que o sorriso do jovem é especial. Ele é sincero, verdadeiro. Acredito nisso. Claro, afinal o escotismo é para quem?
Uma vez li, lá pelos idos de 1957 um artigo que me chamou a atenção. Não vou transcrevê-lo por completo, mas é importante meditar no seu final:

- “Sem dúvida, Baden-Powell tocou o dedo em algumas das mais formidáveis idéias e práticas que levam os rapazes a segui-las com entusiasmo, e nos métodos, e modo de manejar e guiar os rapazes. É por isso que devemos nos manter o mais possível dentro da simplicidade, da alegria e do entusiasmo que ele inspirou. 

Os únicos capazes e possíveis de pôr o Escotismo a perder são os próprios chefes e dirigentes. Se nos tornarmos arrogantes, complacentes e a nos fazermos passar por demasiado auto-suficientes, então - e apenas com essas coisas - poderemos arruinar o Movimento.” (John Thurman, Chefe de Campo de Gilwell - 1957)

Que venha 2012. Mais uma batalha a vencer e vai ser vencida.

SEMPRE ALERTA MEUS AMIGOS E AO TRABALHO QUE O ESCOTISMO NOS ESPERA!

domingo, 1 de janeiro de 2012

APRENDER A FAZER FAZENDO



APRENDER A FAZER FAZENDO

Não confunda jamais conhecimento com sabedoria. Um o ajuda a ganhar a vida; o outro a construir uma vida.
Sandra Carey

           O método escoteiro é único e foi copiado por muitos, principalmente organizações educacionais e até setores de áreas comerciais e industriais. BP foi realmente benfazejo em suas idéias. Ele sempre enfatizou que nós chefes escoteiros, devemos fazer o tudo para que os monitores conduzam a própria patrulha sua moda. Quando um escotista está sempre olhando se preocupando, não deixando que eles façam sempre para aprender, é um erro e foge completamente do mais puro e mais correto método do Aprender a Fazer Fazendo.

         Aprender a fazer fazendo. Tão simples e muitas vezes esquecidos. Hoje as escolas, organizações e até universidades estão fazendo isso e estão tirando proveito, mais que nós escotistas cujo fundador foi o idealizador do método. E ainda tem alguns educadores que nos chamam de um movimento atrasado e ineficaz. Afinal existe maneira melhor para aprender? Errar quantas vezes for até fazer o certo?

         Existem diversas maneiras para fazermos isto. Primeiro, dando a eles toda a liberdade para programar o programa, ficando a cargo da chefia somente elementos surpresas e condições físicas e ambientais. Outro dia, comentava com um jovem sênior, sobre o programa da tropa, e ele me dizia que a chefia fazia tudo. Perguntei se ele não opinava e me disse que não, pois assim havia surpresa no programa. Finalizei perguntando se no ano anterior quantos entraram e quantos tinham saído? Sua resposta – Somos somente quatro. Os demais saíram e ninguém entrou. Aí veio a realidade. Ali nunca foi dada aos seniores a liberdade de aprender a fazer fazendo. Tanto fizeram para eles que resolveram sair.

        Uma guia me respondeu que nunca pensaram em fazer nada. O chefe fazia tudo, assim ficava mais fácil. Elas não tinham de se esforçar, havia sempre um ar de mistério e todos gostavam. Perguntei como sempre, - Quantos vocês eram no ano passado? O mesmo número de hoje, somos seis, claro, saíram quatro e entraram quatro. Não perdemos nada!

       Como não existem bons programas que despertaram seus interesses e os mantenham na ativa, ficam sempre comentando, programando, e contando os dias de alguma atividade regional ou nacional. Não tiveram outra em suas tropas que marcaram e pedem bis. Ali nessas atividades eles se realizam, não pelo programa em si, mais pela amizade e fraternidade. Ali nada farão a não ser divertir. Tudo já está pronto, até as refeições. A Direção programou tudo. Desde a chegada ao término. Tudo feito de antemão. Eles serão um Bon vivant. Ou seja, “Comemos e bebemos, a Deus agradecemos”.

        Sempre em toda minha vida escoteira, tentei mostrar as vantagens de deixar os jovens fazer. Seja seu crescimento individual, sua evolução técnica, e lembrava que todos, escoteiros e escoteiras tinham e tem em seus bairros amigos de infância, que se encontravam sempre, faziam seu próprio programa e ficavam eternamente juntos. Nenhum deles jamais reclamou do programa que planejaram ou fizeram.

       Em recente artigo comentei sobre o programa da tropa. A patrulha tem condições para fazê-lo. Muito mesmo. Claro, não todo ele, mas boa parte sim. E alguns até me disseram que o programa seria ruim, e eles poderiam não gostar. Mas você já tentou? Pelo menos tentou? Agora não é somente em uma ou duas reuniões que você vai conseguir motivá-los. Isso é como se fosse uma pescaria. Tem de escolher a isca, a vara e o local onde vai pescar.

       Pela experiência de muitos em tropas, vi que os jovens que fazem seu próprio programa, ficam mais tempo no escotismo. Facilitam sobremaneira o desenvolvimento de uma atividade, onde a técnica e o conhecimento adquirido é desenvolvido de maneira impar. Se você usa bem a Corte de Honra, se sua tropa faz semanalmente um Conselho de Patrulha e se você tem sua patrulha de monitores bem formada, você sabe como é. Sucesso na certa.  

       É comum encontrarmos escotistas construindo pioneirias e os jovens formados em circulo olhando ou dando ferramenta ou madeirame. Ele esqueceu que já é formado na escola da vida e não é essa a maneira certa de praticar o sistema de patrulhas. Ficar mostrando que sabe fazer ou é um mestre mateiro, não é o caminho. Inclusive um me disse que assim é melhor, pois os escoteiros podem ver como fazer e aprender no futuro. Não pegou nada.

      Por experiência própria, as tropas que atuam dentro do método, tem melhor desenvolvimento e se orgulham do que fizeram. Observe a alegria de uma patrulha que fez uma mesa mesmo que torta e quase caindo e outra olhando o chefe fazer. A arte de aprender fazendo também se aplica ao programa da tropa. Muitos chefes alegam que eles não entendem, não sabem como fazer, e acha que tudo vai dar errado com muitos meninos saindo por esse motivo.

     Temos que acreditar. É nossa obrigação. Já vi excelentes tropas, que se formam maravilhosamente, perfilam feito soldadinhos, cantam como passarinhos, jogam de maneira espetacular as atividades próprias, enfim quem não conhece o método escoteiro diria que é uma tropa modelo. Por outro lado já vi tropas usando o método correto, aprendendo a fazer fazendo que se saíram muito bem em tudo àquilo que é exigido deles. Agora com mais sabor, eles fizeram.

      Esqueçam o “Não vai dar – É impossível – Eles não sabe escolher e programar” isso não é verdade. Claro não é de um dia para outro que o chefe terá os resultados esperados. Aprender a pescar demora. Talvez o chefe que ainda não conseguiu não deu a isca certa.

      É preciso lembrar que nosso movimento tem características próprias. Colocar jovens em forma, marchar, perfilar, saudar, gritar e cantar qualquer um com boa postura e voz de comando consegue. Mas esse não é o chefe que esperamos ter. O chefe que precisamos é aquele calmo, que fala pouco, que confia é um irmão mais velho, um aconselhador, tutor, não o dono de tudo. E ainda tem aqueles que dizem – Esta é minha tropa, esta é minha patrulha, este é meu monitor, esta é minha escoteira. Caramba comprou tudo?  

      Experimente. Dê um prazo para você e para eles. Com o tempo irá se surpreender. Se mostrar aos monitores onde devem chegar, eles chegarão lá sem sombra de duvida. Confiar faz parte do método. Quem ensina e adestra é o monitor. Você sim é o monitor dos seus monitores.

       Se isso acontecer, irá ver maravilhas no crescimento de sua tropa. Tenho certeza que a evasão irá diminuir muito. Os amigos que não participam iram interessar e em pouco tempo as vagas serão preenchidas e a fila de espera irá crescer. Lembre-se, entra ano e sai ano, o melhor programa é feito pelos jovens, em seus bairros, na sua comunidade junto com seus amigos. Se for um programa ruim ou não eles gostam e estão lá sempre participando. Acredito que você não viu nenhum adulto lá com eles fazendo o programa e eles assistindo. Tenho certeza que não.

      Quando a tropa caminha com suas próprias pernas, quem ganha são os jovens e você. Eles porque estão aprendendo o que o escotismo se propôs, você porque vai ter mais tempo para eles e para sua família. Experimente não custa nada tentar. E vai se surpreender com os resultados.

"A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva
“do caminho que percorremos para encontrá-la.”
Anônimo