Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 8 de setembro de 2012

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

              Difícil escrever sobre religiosidade. Difícil mesmo. Acredito que muitos sabem que sou espiritualista. E como tal tenho um enorme respeito pela escolha religiosa de cada um. Todos que acreditam no Senhor estão indo para o mesmo caminho. Não existem errados existe sim uma plêiade de homens e mulheres filhos de Deus. No escotismo tive contato com vários tipos de crenças. Em nenhuma delas desconheciam a palavra “amor”. Afinal foi “Ele” quem disse que devemos amar uns aos outros. Mas cada um tem uma interpretação da palavra “amor”. Vai chegar uma época que ela será igual para todos. Tal e qual o Cristo nos ensinou.

            Lembro que nos velhos tempos tínhamos um grande apoio dos católicos na colaboração do escotismo. Difícil um pároco recusar um pedido para criar ali um Grupo Escoteiro. Tive inúmeros amigos padres. Até um Bispo. A maioria vestia o caqui com calças curtas. Vários deles participavam sempre do meu convívio familiar. Um deles foi um companheirão nas jornadas, nos acampamentos e nos vários cursos que participei. Alguns ficaram marcados na lembrança para sempre. O Escotismo sempre foi um marco no catolicismo. Na minha época os evangélicos não davam muita importância. Diferente de hoje que são um baluarte para muitos grupos escoteiros e recebem excelente apoio. Exceção para os Desbravadores que sempre tiveram apoio dos evangélicos e por sinal ótimos amigos.

          A religiosidade está sempre presente no Movimento Escoteiro. Um dia um Escotista me disse que não era religioso. Difícil convencer alguém quando pensa assim. Como não acreditar se a promessa diz que devemos cumprir nossos deveres para com Deus? Eu não entendo isto. Para ser franco não entendo muitos que dizem ser Escoteiro de corpo e alma. Não posso aceitar esta indiferença que alguns tem com outros só porque não pertencem a mesma organização. Julgam como se fossem juízes, dão sentenças como se fossem jurados. Quem é certo quem é errado? O que diz o quarto artigo? Amigos de todos?

           Tenho amigos em todas as organizações escoteiras existente no Brasil. Já vi meninos e meninas em todas elas fazendo um escotismo de boa qualidade. E sorrindo o que mostra que estão orgulhosos de onde estão. E ficam adultos não se entendendo. Cada um com seu motivo. Quando vejo isto me lembro das palavras de Chico Xavier – Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível! Lindo isto. Amar aos outros sobre todas as coisas, dar as mãos em todas as horas, será que podemos acreditar que um dia seremos assim? Eu tenho certeza que sim. A evolução dos tempos fará do escotismo uma escola de amor e fraternidade sem igual. Baden Powell (BP) disse isto quando assentou as bases do escotismo. Uma grande fraternidade mundial unindo nações.

           Sou feliz quando encontro um Escoteiro. Não importa de onde ele seja. Meu abraço e o aperto de mão não irá faltar. Um dia vamos chegar lá onde todos saberão respeitar e serem respeitados. Sem donos da verdade, sem serem donos do escotismo que não foram eles que criaram. Sem falsas interpretações apenas um sorriso nos lábios e amor no coração.

          Admirador de Chico Xavier, não esqueço nunca suas palavras – “Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocamos nele corre por nossa conta”, e para finalizar ele disse também – “O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrificios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros”.

          Saudades do Padre Tonino, do Padre Antônio, do Padre Julio, do Padre João, do Padre Henrique, do Padre Salvador, do Padre Bruno, do Padre Francisco e de muitos outros que agora os nomes não me vêm à memória. Saudades de todos eles. Grandes escoteiros. Grandes amigos. Sempre com uma palavra amiga. Nunca discutimos religião. Um enorme respeito entre nós. Nossas conversas eram sobre a Lei Escoteira. Bons tempos que se foram, mas tenho certeza que muitos pastores, padres e outros religiosos hoje também estão na luta para um escotismo de amor de respeito e fraternidade. Parabéns a todos eles e aceitem do fundo do coração o meu Sempre Alerta com um vigoroso aperto de mão esquerda!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A simpática Viúva Dona Eufrásia Mercês Pimenta



Crônicas de um Chefe Escoteiro
A simpática Viúva Dona Eufrásia Mercês Pimenta

                       Há tempos que tínhamos ouvido falar das fantásticas quedas e corredeiras d’água na Serra do sol Poente. Falavam coisas lindas e sempre pensamos em ir lá. Mas o tempo foi passando e nada. Não era tão longe. Disseram-nos que mais ou menos 230 quilômetros. A estação da estrada de ferro ficava distante, e depois mais de 100 quilômetros. Podia até tentar levar as bicicletas no bagageiro do trem e de lá seguir nas bicicletas. Mas seria muito trabalhoso. Todas as quedas d’água e corredeiras diziam ficar nas terras da Viúva Dona Eufrásia Mercês Pimenta. Ninguém sabia dizer como ela era. Poderia ser simpática ou talvez não, pois poderíamos fazer uma viagem atoa caso ela negasse nossa entrada em suas terras.

                     Nossa Patrulha decidiu ir naquele julho de 1956. Onde morávamos o frio já tinha ido, o céu azul e o calor de mais de trinta graus mostravam que faríamos uma linda atividade. A Patrulha não foi completa. Chiquinho arrumou um emprego de ascensorista no novo prédio da telefônica e sair agora seria ruim para ele. Bem ainda restavam os cincos seniores da pesada que decidiram ir. Nosso plano era de dois dias de viagem nas bicicletas, ficar lá cinco dias e voltar. Nove dias total. Dois dias antes da partida deixamos tudo preparado e cada um levou seu material para colocar em suas bicicletas. Tínhamos vários bornais próprios que no bagageiro e no quadro levamos tudo além de nossas mochilas.

                   Na manhã de sábado lá fomos nós. O povo gostava de nos ver passar. As bandeirolas nas bicicletas chamavam a atenção e claro, sempre cantávamos a plenos pulmões quando fazíamos este tipo de atividade. Já nos conheciam. Pegamos a estrada que nos levaria a Nova Estância. Primeira parada. 120 quilômetros. Chegamos cedo. Passamos pela cidade e acampamentos na beira do Rio Paredes. No dia seguinte bem cedinho onde o sol ainda não tinha dado as caras e após um café do Fumanchú que era bom na cozinha lá fomos nós.

                  Ainda não eram cinco da tarde e começamos a subir uma montanha que não dava para pedalar. Empurrando subimos uma boa parte dela e avistamos uma placa que só poderia ser da Viúva Dona Eufrásia. – “Estância da Felicidade”. Bom saber disto. Se fosse verdade a viúva seria uma pessoa amável e não negaria nosso pedido para explorar e acampar naquelas terras de belas quedas e belas corredeiras. Eu mesmo já tinha feito plano de descer em uma numa jangada que iria construir. Adorava estas aventuras. Avistamos ao longe a casa da fazenda. Que beleza de casa! Linda! Parecia aquelas dos filmes mexicanos nos faroestes que assistíamos.

                Chegamos e avistamos na varanda uma mulher que só poderia ser ela. Alta, loira, magérrima, uma boca enorme com poucos dentes e cariados. Lembrei-me dos desenhos do Popeye. Era parecidíssima com a Olivia Palito! Mas falar o que ali? Precisávamos de autorização. Estávamos em terra estranha. Ela mandou subir. Vinte lances de escada até a varanda. Ao lado dela dois homens com cara de mau. Não nos apresentou. Depois ficamos sabendo que eram jagunços dela. Estranhei a mulher. Ela não tirava os olhos do Romildo. Era nosso Monitor. Não estávamos entendendo nada. Ela mandou sentar. Olhava para o Romildo como se fosse comê-lo vivo! – Voces podem ir passear onde quiserem. Este moço fica comigo!

               E agora? Fazer o que? Dona, disse o Fumanchú, ele é nosso líder. Sem ele não dá! – Ela nos olhou de cima em baixo, virou para um dos jagunços e disse – Leve-os até a saída da fazenda. Se não forem embora nada que uns tiros não resolvam. Meu Deus! Que enrascada era aquela? Todos nós tremíamos de medo. Romildo tremia mais ainda. Lá fomos nós sem o Romildo. Na porteira de saída os jagunços tiraram os revolveres. Saímos em disparada. Na curva paramos. O que fazer? Israel disse que devíamos esperar. Romildo a noite daria um jeito de fugir.  Assim fizemos duas da manhã, estávamos acordados a beira de um fogo e eis que ele chegou gritando – Montem! Pé na taboa! Os jagunços estão atrás de mim.

             Olhe levamos menos de um dia e meio para chegar em nossa cidade. Que aperto meu Deus! Romildo não quis contar nada. Com muito custo contou uma parte. A Viúva disse que gostou dele. Não iria mais deixá-lo ir embora. Só morto! Mesmo ele dizendo que era menor de idade, tinha família e nada. Levou ele para o quarto. Romildo não contou o que aconteceu lá. A gente imaginava. Conseguiu se mandar quando ela roncava e como roncava. Pena que nossa atividade deu em nada. Para não perder tudo que preparamos fomos até Derribadinha. Lá podíamos acampar a vontade nas Terras do Seu Machado.

             Um dia quando crescer em volto lá. Disse o Romildo. Irei com voces. Seremos seis homens feitos. Não posso ficar sem visitar aquelas terras cheias de cachoeiras e corredeiras! Pensei comigo. Ele vai sozinho nessa eu não entro mais e garanto que ninguém da Patrulha vai! Mas fiquei em duvida. Duvida mesmo. Ou será que Romildo gostou da Viúva Eufrásia Mercês Pimenta? Ninguém nunca ficou sabendo. Sei que ele casou com Marilda uma linda morena do bairro dos Pimentas! Risos. Nada disto. Nada a ver com a viúva! E depois não me digam que isto não são coisas de escoteiros? Risos.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Ordinário! Marche!



Ordinário! Marche!

      Isto mesmo, amanhã é Sete de Setembro. Um dos feriados mais importantes da republica. Principalmente para nós escoteiros. Dificilmente algum grupo passa sem comemorar. Tanto faz ser um desfile, ou uma bandeira aos céus, ou uma visita a lugares importantes ou mesmo uma palestra sobre o tema. Claro todos conhecem nossa historia. Na escola sempre os professores sempre diziam o que significava quando desfilávamos. Na tropa todos sabiam de cor e salteado. Alem do Sete de Setembro lembro que o dia da Bandeira também era muito comemorado entre nós. Teve até um dia que resolvi aprender a desenhar a bandeira dentro das medidas exigidas (módulos). Enrosquei-me quando fui ver como se colocava as estrelas. Aft!

       Mas assim como eu garanto que todos que participam se sentem orgulhosos. Mesmo se não desfilarmos dá gosto ver o Exercito, A Marinha, A Aeronáutica, a Polícia Militar e tantos outros. Nas cidades menores os colégios estão sempre presentes. E não podia faltar os Escoteiros. Estar ali, junto aos companheiros, orgulhosos desfilando vendo e sendo visto a gente sentia uma pontada no peito de satisfação. E as palmas? Sei que muitos grupos que amanhã lá estarão irão receber milhares de palmas. Merecem. Estão praticando cidadania.

       Ainda bem que no escotismo não esquecemos estas datas. Significam muito para os jovens. Outro dia ouvia um programa de radio que entrevistava alguns “estrangeiros”. Um grego perguntado o que achava interessante no Brasil respondeu que não entendia porque os brasileiros não se preocupam muito com tradições. São alegres, estão sempre a inventar uma dança nova, mas quando perguntados sobre os heróis do Brasil poucos sabem responder. No seu país não. Quem sabe por que tem tradições de milhares e milhares de anos. Eu até que entendo isto. No escotismo também poucos se preocupam com tradições.

      Mas voltemos ao desfile. Sei que muitos estarão garbosamente marchando e outros seriamente em passos normais. Escolha da chefia é claro. Se os jovens fossem decidir garanto que a maioria prefere desfilar. Sei que alguns chefes levam a serio o que diz o manual os outros levam a sério seu orgulho do passado, dos seus pais ou quem sabe quando marchavam garbosamente pelo seu colégio. Ambos estão fazendo cidadania. Desde pequeno que sempre fui “encucado” com o tal de Ordinário, Marche!. No dicionário significa mal feito, de má qualidade, bem, não importa. Seja o que for nunca esqueço todos nós, preparados para o desfile, o Chefe do Grupo em alto e bom som gritava – Grupo! Firme! Ordinário, Marche! E com nossa bateria e nossas cornetas, e nossas luvas brancas, nossos bastões afiados, lá íamos mostrar nosso Grupo Escoteiro a uma população que adora aquele dia.

       Parabéns meus amigos. Gostaria de estar com voces. Não posso. Desejo um desfile dos bons. Que seja um dia marcante. E se puderem depois de cantar o Hino Nacional, não se esqueçam do nosso querido Rataplã.

Ra-ta-plan! Do arrebol, 
Escoteiros, vede a luz! 
Ra-ta-plan! Olhai o sol 
Do Brasil que nos conduz.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O Lobinho Naldinho e a terrível Casa do Espanto.



Lendas escoteiras
(uma historia para ser contada aos lobinhos/as)
O Lobinho Naldinho e a terrível Casa do Espanto.

                Naldinho estava na janela olhando de soslaio para que ninguém o visse da casa em frente a sua. Já havia seis dias que ele fazia isto. Sua mãe e seu pai achavam que ele estava dormindo. Dormia cedo. As nove já subia para o seu quarto. Mas desde o dia que foi fechar a janela por causa de um vento súbito ele viu três formas pessoas em forma de fumaça descer pela chaminé da casa vizinha. Naldinho tinha nove anos. Era lobinho da matilha verde. Já tinha dois anos de lobinho. Todos gostavam dele. Há um ano era o primo da matilha. Conseguira a Primeira Estrela e pensava que até o fim do ano receberia a segunda estrela. Sabia que pelas onze ou onze e meia às assombrações iriam aparecer. Todos os dias era assim.

              Naldinho lembrava quando ao chegar da escola não viu a placa na casa que fora de Dona Matilde. Seu Geraldo morrera e ela resolveu ir embora morar com a filha. Colocou a casa a venda. Naldinho ao beijar a mãe perguntou quem era os novos vizinhos. Sua mãe disse que não viu ninguém. Não houve mudança. Durante muitos dias a casa ficou fechada até que na noite fatídica Naldinho viu as aparições entrarem pela chaminé. Logo notou que havia barulho e janelas fechavam e batiam. Luzes da cor violeta e roxa toda hora piscavam na casa. Isto acontecia até altas madrugas. Naldinho não sabia quando terminavam. O sono chegava e ele ia dormir. No primeiro dia comentou com sua mãe. Ela como sempre disse que ele estava vendo muito filme de terror. Engano. Naldinho nunca viu nenhum.
            
                Na reunião de sábado comentou com Princesa, a sua segunda (o nome dela era Paty) sobre o acontecido. Ela acreditou. Sapinho o terceiro da matilha também (Norberto). Eram os três que ficavam mais juntos, pois alem de serem da mesma matilha estavam na mesma classe na escola. Naldinho queria levá-los a ver a descida dos fantasmas noturnos, mas era impossível naquela hora. Nenhuma mãe deixaria eles ir lá. Uma semana tentou ver se as mães deixavam os dois dormir lá de uma sexta para um sábado. Deram uma desculpa de um trabalho para a matilha. Uma das mães perguntou a Mirtes, a Akelá e ela não se lembrava de nenhum trabalho. Deu em nada.
           
            No sábado após a reunião, Naldinho propôs aos dois irem até a casa e tentar entrar. Sapinho tremeu e disse que tinha medo. Princesa apesar de ter duvida topou na hora. Nem bem a reunião terminou saíram correndo, pois se atrasassem na chegada em casa ia ser um Deus nos acuda! Procuram alguma janela aberta e com surpresa viram que todas estavam abertas e as portas também. Entraram. Sala vazia. Sem móveis. Cozinha nada. Subiram ao andar superior. Um cheiro de queimado. Um quarto. Nada, vazio. Segundo quarto uma surpresa. Cordas, velas, uma machadinha, um facão, potes cheios de uma coisa vermelha (seria sangue?) e muitos gravetos num canto. Assustaram-se.
             
No segundo quarto outra surpresa. Uma cama sem estrado. Um emaranhado de arame farpado fazia às vezes de colchão. O que era aquilo? O que significava? Sapinho começou a tremer e chorar baixinho. Pedia insistentemente para ir embora. Naldinho resolveu descer e ao chegar embaixo um barulhão. As janelas se fecharam automaticamente. As portas estavam trancadas. Tentaram abrir e nada. Meu Deus! E agora? Sentaram em um cantinho debaixo da escada e ficaram ali tremendo de medo. Viram as sombras aparecerem pela saída da chaminé. Sapinho chorava baixinho. Princesa de olhos arregalados. Naldinho achou que era o Chefe. Levantou-se e disse – Eu não tenho medo! Sou lobinho! O lobinho é forte! – As sombras riram. Pegaram os três e os levaram ao andar de cima onde em um quarto foram amarrados. Umas das sombras tomou vida. Um enorme tigre dentuço. – Você é o Shere Khan?
           
Não tinha jeito. As sombras iam fritá-los na fogueira. Pedir socorro não adiantava. Gritar também não. Mas Naldinho não desistiu. Fechou os olhos e pediu a Deus, a Jângal, aos seus irmãos lobos que não os deixassem morrer. Um clarão enorme aconteceu! Quase cegou os olhos dos três lobos. Quando abriram viram um enorme Urso, uma enorme Pantera a gritar para Shere Khan: - Você não desiste mesmo não é seu Tigre Manco! Vamos lhe dar uma lição. Shere Khan deu enormes gargalhadas e sumiu na fumaça. Bagheera a Pantera Negra os soltou. Baloo o urso grandalhão e amigo os aconselhou – Nunca façam o que sabem ser errado. Voces conhecem a Lei do Lobinho – “O Lobinho ouve sempre os velhos lobos”. E os dois também desapareceram.
          
Voltaram para suas casas. Ainda tremendo deram o “Melhor Possível” um para o outro se se foram. Naldinho aprendeu a lição. Nunca mais tomou iniciativa sem antes aconselhar com seus pais, sua professora, e seus chefes. Uma semana depois nova placa anunciava a venda da Casa do Espanto. Desta vez Naldinho não quis nem saber quem iria comprar, quem iria morar e dormia cedo. Muito cedo. As máximas da Jângal nunca mais seria esquecida. Naldinho agora andava de olhos e ouvidos bem abertos, nunca deixou de pensar primeiro nos outros, andar sempre limpo, dizer sempre a verdade, e claro, dar boas risadas de tudo pois o lobinho é como Akelá levando sua Alcatéia com alegria e sempre procurando o caminho para o sucesso de todos!               

TÔ VELHO (a)! QUE COISA BOA!



                 Recebi esta mensagem via e-mail. Interessante. Nem tudo sou eu, mas tudo pode ser eu. Resolvi compartilhar com meus amigos e minhas amigas que estão agora vivendo a nova etapa da terceira idade (sabe, eu me pergunto qual é idade de quem está na primeira e segunda idade. Risos).

TÔ VELHO (a)! QUE COISA BOA!

                 Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa. Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítico de mim mesmo. Eu me tornei meu próprio amigo.
Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou pela compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio. Eu tenho direito de ser desarrumado, de ser extravagante.
                Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.
Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até às quatro horas e dormir até meio-dia?
               Eu Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 & 70, e se eu, ao mesmo tempo, sentir desejo de chorar por um amor perdido... Eu vou. Vou andar na praia em um short excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros. Eles, também, vão envelhecer.
Eu sei que eu sou às vezes esquecido. Mas há mais, algumas coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.
Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.
            Como não quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro?
Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.

            Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto. Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.
            Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo. Você se preocupa menos com o que os outros pensam. Eu não me questiono mais.
Eu ganhei o direito de estar errado.

             Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velho.
Ele me libertou. Eu gosto da pessoa que me tornei. Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será. E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).

Que nossa amizade nunca acabe porque vem direto do coração!

domingo, 2 de setembro de 2012

Um Capitão, um Coronel, um batalhão, dezenas de jacarés e... Muitas lambanças!



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Um Capitão, um Coronel, um batalhão, dezenas de jacarés e... Muitas lambanças!

         Não gosto de contar estas lambanças do passado. Muitos não acreditam e outros já me disseram que lambanças não se contam. Será? Eu não penso assim. Se não acreditam paciência eu também costumo não acreditar. Risos. E não contar porque não? Se eu gosto de escrever acho que tenho este direito. Sempre existe a possibilidade de o leitor ler e depois de ler pensar que não leu! Mas não vamos perder tempo. Senhoras e Senhores! Com voces duas lambanças não tão boas como às outras já publicadas:
Primeira – 1968 - Regional em um estado brasileiro. À noite na sede regional dando plantão. Entra um Coronel da PM. Educado, simpático e ainda fez o Sempre Alerta no melhor estilo inglês batendo as botinas. Apresentou-se. Foi logo no assunto – Preciso de alguém para dar um curso para alguns voluntários na minha cidade. Queremos organizar um Grupo Escoteiro e não temos ninguém que conhece bem o escotismo. Terá todo apoio. Prefeitura, Lyons, Rotary, Maçonaria e Batalhão da Policia Militar. Conversamos por meia hora. Resolvi eu mesmo ir lá e preparar estes voluntários com um informativo. Dois dias. Expliquei sobre se poderia ser acampado. Dei detalhes. Dei relação de materiais. No dia determinado embarquei no noturno das onze da noite. Cheguei lá pelas sete da manhã. Um sargento em um jipe me esperando. Fomos para o local. Um clube de campo com um belo bosque. Barracas armadas e alinhadas uma ao lado da outra. Uma recepção militar. 60 soldados, cabos e sargentos formados em dois batalhões. Um corneteiro tocou “saudação à autoridade” quando cheguei.
E agora José? Ia ser difícil começar no sistema de patrulhas. Mesmo assim formei dez patrulhas com seis cada. Dei tempo para grito, escolha Monitor e chamei os monitores. O capitão não saia do meu lado. Vieram marchando e prestaram continência. O curso não foi ruim. Difícil esquecer o militarismo. O Capitão não gostava do que eu fazia. Não disse nada. Dois dias. No final todos eles sem uniforme. Civil. Se divertindo a valer. Patrulhas ótimas. Escotismo na “pinta”. Dei adeus. No retorno o capitão me levou até ao quartel para apresentar ao Coronel Comandante na cidade. Disse que foi informado como foi o curso. Não gostou. Seus soldados são soldados. Sem diálogos. Disse que não iam mais fazer o grupo. Melhor seria uma Guarda Mirim. Perdi meu tempo? Na estação todos os alunos estavam lá. Abraços, sorrisos, lágrimas e despedida. Juraram que o grupo ia sair. Uma semana depois fui chamado ao Quartel Geral da Policia na capital. O coronel pediu desculpas. Pela primeira vez soldados, cabos e soldados fizeram um abaixo assinado. Pediam o grupo. O coronel da cidade foi trocado. Um grupo surgiu. Cinco anos depois um dos melhores do estado!
Segunda – Estávamos em marcha de estrada, minha Patrulha com seis jovens. Israel não estava. Cansados. Interessante não sabia onde estávamos indo. Uma estradinha de terra. Dos dois lados plantação de cana. Uma hora depois um enorme lago. Tínhamos que atravessar. Dar a volta seria uma enormidade. Mais de oito horas para dar a volta. Achamos uma parte estreita. Mas diacho! A lagoa cheia de jacarés. Nadar ali não dava. Jacaré de lagoa não dá trégua e adora o gostoso corpo humano. Marinho estava com uma corda de 40 metros. Romildo descobriu que os jacarés seguiam sempre dentro da água onde a Patrulha ia. Na parte estreita eles ficaram enfileirados. – Deram a ideia e acho que foi o Fumanchú que se alguém corresse muito e saltasse em cima dos jacarés com algumas passadas iria chegar do outro lado. Levando duas cordinhas finas e depois envia-las por arco e flecha de volta poderia puxar a corda grossa.
Que cara inteligente. Pular em cima dos jacarés fazendo eles de escada. Risos. E quem se habilita? Todos olhando para mim. – Eu não! Nem pensem nisto! Mas eu era no colégio o melhor saltador. Escolha certa. Preparei-me. Fiquei de short. Tirei os sapatos. Se conseguisse não ia ser difícil fazer uma “Falsa Baiana” e todos poderiam atravessar e depois rir dos jacarés. Fechei os olhos, fiz uma oração, tomei distância e lá fui eu correndo. Pulei um, dois, três e no quarto perdi o equilíbrio. Cai de maduro dentro da lagoa. Vários jacarés me olhando e passando a língua de um lado e outro da bocarra. Comida farta pensaram. Eu era gordinho. Chorava e gritava, comida de jacarés! Meu Deus! Acuda-me! Acordei com minha mãe me chamando. Tirava uma soneca em minha rede. Ainda bem que foi um sonho. Suava a cântaros. Ainda bem. Detesto jacarés!