Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O legado do lobinho Pasqualino



Uma fábula deliciosa para os chefes de Alcateias lerem ou contarem aos seus lobinhos e lobinhas.

O legado do lobinho Pasqualino

                Pasqualino queria muita coisa. Parecia um menino mimado. Queria e pedia aos seus pais videogame, uma bicicleta e roupas novas. Ainda não tinha sete anos e seus pais, pessoas humildes tentavam explicar e ele as dificuldades que estavam passando. Ele não entendia, ou melhor, não queria entender. Quando resolveu entrar para os lobinhos foi um Deus nos acuda! Seus pais o levaram e o matricularam, dizendo ao "Chefe" Escoteiro que não tinham condições financeiras. Pasqualino gostou. Divertia-se. Não era um bom lobinho. A Akelá o ensinou as cinco leis e ele nem aí. Na matilha não obedecia ao primo. Nas formaturas ficava brincando para chamar a atenção de todos.

                Sempre davam uma oportunidade a Pasqualino. A própria Akelá estava desistindo. Foi à casa de seus pais e mesmo humilde era limpa arejada e o casal de uma simpatia radiante. Na sua promessa acharam que Pasqualino iria mudar. Não mudou. O Grupo Escoteiro comprou para ele o uniforme e Pasqualino nem sorriu. Achava que era a obrigação de todos para com ele. Era assim também na escola. Todos preocupavam com seu futuro. Isto não podia continuar. Mandar embora do grupo o Pasqualino não era a solução. Iria continuar assim e apesar de pais maravilhosos todos achavam que o futuro dele seria nebuloso.

                Um dia em um feriado de Sete de Setembro a Alcatéia foi fazer um acantonamento. Claro, a taxa de Pasqualino foi paga pelo grupo. Sua mãe esmerou em tudo para que fosse separado para ele tudo que a Alcatéia pediu para o acantonamento. Mas ao chegar lá, ele viu que os outros da matilha tinham coisas que ele não tinha. Esbravejou. Reclamou. Quem não conhecesse achava que ele era um pobre menino onde todos só queriam prejudicá-lo. No sábado à tarde, enquanto sua matilha era encarregada da limpeza do salão onde se reuniam Pasqualino se mandou.

               Pensou consigo que iria dar um susto na Akelá e quando sua mãe soubesse o que aconteceu ela iria dar muito mais a ele. Menino danado o Pasqualino. Ao sair na pequena trilha que levava a uma montanha ele se encantou. Era como se a trilha o hipnotiza-se. Seguiu a trilha cantando “A Promessa de Mowgly era matar o Shere Khan”. Ele gostava desta. Cantava muito. Viu que próximo à trilha tinha um regato e por que não dar um mergulho? Pois é. Pasqualino não tinha mesmo responsabilidade. Pulou na água e deixou a correnteza o levar. Não viu, mas uma enorme cachoeira engoliu Pasqualino e ele caiu de uma grande altura.

              Desmaiou. Acordou com a barriga cheia de agua e viu ao seu lado um enorme tigre que o olhava e sorria. Custou em Pasqualino? Custou conseguir que você me achasse. Pasqualino tremia. Quem é você? Shere Khan meu caro Pasqualino. Tentei pegar o Mowgly, mas Baloo e Bagheera não deixam eu me aproximar dele. Agora tenho você. Vou comê-lo inteirinho. E Shere Khan ria. Pasqualino começou a gritar e saiu correndo. Corria e gritava. Ao seu lado Shere Khan o acompanhava e dizia: - Pode gritar, ninguém vai ouvir. Ninguém se interessa por um lobinho indisciplinado como você. Não deu mais. Pasqualino caiu e acordou na caverna de Shere Khan. Ele tinha ascendido uma fogueira. Lembrou-se do fogo do conselho que assistiu no ultimo acampamento. Agora era diferente. Tenebroso por assim dizer.

             Estava amarrado. Chegaram outros tigres. Enormes! Dentuços! Olhos vermelhos com fogo.  Este vai ser nosso banquete? Perguntaram. Shere Khan ria e dizia – Vamos nos fartar. E esse vai ser delicioso. Ele grita, ele berra por qualquer coisa. E melhor sua carne deve estar estragada, pois não se contenta com nada. Só sabe reclamar e pedir. Não faz nada para ninguém! Um dos tigres lambeu os beiços. Que delicia! Pasqualino estava horrorizado. Lembrou-se de rezar. Nunca tinha feito isto. Tudo que queria conseguia mesmo sendo pobre por isso nunca rezou. Sua oração não saia. Estava rouco. Levaram-no para o fogo. Os tigres começaram a dançar em volta e a cantar: “Come, come tigre manco, que é hora de fartar, vamos todos meus amigos, pois é hora do jantar!”.

             Pasqualino acordou gritando. Gritava e berrava. Sentia a chama do fogo da caverna do tigre lhe queimando o corpo. A Akelá estava assustada. Viu Pasqualino deitado debaixo de uma arvore e nem sabia o que aconteceu. Bem, conta-se a lenda que Pasqualino mudou. E como mudou! Ninguém mais reconhecia nele o Pasqualino de outrora. Dizem e isto eu não sei, que Pasqualino só fazia o bem. Era amado na Alcatéia e quando foi para a tropa foi recebido com grandes abraços e lá fez grandes amigos.

         Os pais de Pasqualino se sentiram os mais felizes do mundo. Seu filho do coração era outro. Agora não importava para ele a riqueza. Tudo que conseguia sabia dar valor. Valeu Pasqualino. Valeu. Espero que seu legado sirva de exemplos a todos os lobinhos indisciplinados que ainda existem por aí. Sei que são poucos, pois os que conheço sempre ouvem os velhos lobos.


          Até hoje Pasqualino dá risadas. Sabe que Shere Khan mais uma vez perdeu. Tigre manco tigre louco, vá para sua terra! Para sua caverna mal cheirosa! Se um dia o encontrar você não vai me reconhecer! Pasqualino ria. Pois é meus amigos eu soube que se tornou um grande médico e que ajudava em todas as favelas da cidade. No Grupo Escoteiro que organizou só aceitava meninos e meninas pobres. Sempre contava para eles que ali Shere Khan não tinha vez! Viva Pasqualino, que ele consiga atingir a felicidade e encontre o caminho para o sucesso que merece!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Porque não temos apoio?


Porque não temos apoio?
Artigo escrito pelo Chefe Elmer S. Pessoa – DCIM e Lenita A. Pessoa - DCIM                                                                                             

Todos nós sabemos a resposta! Ou ainda melhor, até pensamos que sabemos, procurando alguma resposta nas possibilidades que nosso cérebro acumula e que nos satisfaça plenamente. Ainda, na linha da divagação, achamos simplesmente impossível àquele que conheça um pouco mais o Movimento Escoteiro, não reconheça nele os benefícios oferecidos às crianças, jovens, adultos e a família como um todo! E isso sem mencionar a ativa participação do Escotismo em várias áreas incluindo, conservacionismo, sustentabilidade e trabalho comunitário.

Isto não existe, já nos expressando com raiva, por não entender a lógica desta questão. Um dia vou falar “poucas e boas” para algumas autoridades...  Mas toda essa ira termina em nada, como já aconteceram inúmeras vezes. E, não podemos nos esquecer de que é sempre mais fácil colocar a culpa nos outros, do que fazer uma criteriosa autoavaliação e reconhecer que temos muito com tudo isso. Também nos foi dito, procurando uma justificativa, que um país em crescimento tem muitas carências em todos os setores, inclusive na área assistencial, faltando recursos para hospitais, creches, escolas, atendimento emergencial e outras tantas necessidades, não sobrando verba para ser dotada ao Escotismo...

Mas, na réplica eu insisto: a verba não é para dar condições de ampliarmos nossa atuação, beneficiando diretamente crianças e jovens e, como consequência, toda uma sociedade? Mesmo assim, tudo continua na mesma, faltando à verba que, na realidade existe porem não chega ao destino previsto, tendo em vista os noticiários dos Jornais, rádios e TVs. Incompetência, negligência, falta de iniciativa, isolamento social, falta de alguém dinâmico na área de relações públicas, penetração junto às autoridades constituídas e aos órgãos do jornalismo escrito, falado e televisado e outras tantas coisas mais, que contribuem para esse diagnóstico.

Não chegaríamos a tanto, contudo, penso que vocês chegaram à mesma conclusão do que eu: A somatória de um pouquinho de cada um, não é? Até a falta de tempo implicaria neste episódio cujos resultados só temos a lamentar!  Mas, que não há uma explicação racional para essa falta de apoio, não há! Somos, no Brasil, por volta de oitenta mil membros do Escotismo! É uma força muito grande e que abrange ambos os sexos e em todas as idades! Atingem as diversas religiões, profissões, padrões culturais e econômicos, etnias diferentes, tendências políticas variadas e ainda, com a capacidade de fazer do Escotismo um Movimento suprapartidário e, para todos aqueles que desejarem filiar-se a ele. E, notem bem: Trabalhamos de graça!

Mesmo que fosse por interesse de promoção pessoal, seria racional recebermos apoio das autoridades, pois, de uma forma ou de outra, formamos uma numerosa “mão de obra gratuita” fazendo muita ação social que caberia ao governo fazê-las. Nem por esse caminho nos apoiam... E por que não desistimos de continuar “dando socos em ponta de faca”?  Não paramos de insistir em ajudar o próximo? Não fazemos do Escotismo apenas um clube social, esportivo, aventureiro, de campismo e outras coisas mais, de menor responsabilidade? Por que pensar no menos favorecido?

Nem trabalhando com um número enorme de voluntários a serviço da sociedade carente as autoridades colaboram... Porem sabe que estamos presentes nas catástrofes, nas campanhas oficiais do governo e isto sem contar todas as ações oriundas das nossas iniciativas. Nem precisam chamar, porque nos apresentamos para o trabalho sem sermos chamados... Fazemos isso porque está em nossa missão, em nossa Promessa e em nossa Lei Escoteira! Fazemos a Boa Ação, o trabalho comunitário e as ações de sustentabilidade por índole, pelo fato que o “Escoteiro ajuda o próximo” e para formarmos bons cidadãos, como comprovadamente o fazemos há mais de cem anos! Imaginem vocês, o quanto mais poderia ter sido feito se tivéssemos apoio das autoridades constituídas... Quantos jovens mais seriam bem formados seguindo o método Escoteiro e seus princípios.

Não deixaremos de fazê-las por um ato de rebeldia, ou de protesto. Apenas lamentamos a quantidade que deixamos de fazer, quantas pessoas poderíamos ajudar, minimizar suas dificuldades, se tivéssemos um apoio efetivo. Acreditamos que, quando pararem para pensar e, sensibilizados, perceberem que o Escotismo é um movimento criado para formar bons cidadãos e que o auxilio as pessoas e entidades, fazem parte do nosso programa, certamente nos darão melhores condições de crescermos e multiplicarmos nossas ações.  

Tudo o que o Escotismo solicita é direcionado a outros que recebem dentro da maior transparência. Para nós basta à cessão de um local em uma escola para ser a sede do Grupo e que pudéssemos usá-la sem problemas com a escola para as reuniões de Escoteiros e algum material de campismo, pois o restante pode deixar por nossa conta.


Enquanto a situação não se alterar, vamos nos arranjando como sempre o fizemos e sem deixar de cumprir nossa obrigação, ensinando às gerações futuras que elas serão frutos do que fizermos agora. Com apoio ou sem ele o que não tememos é o trabalho!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Minha linda Barraca Suspensa.


Lendas escoteiras.
Minha linda Barraca Suspensa.

           Quando eu era lobinho me perguntava, uma barraca suspensa? O que seria? O vento a levantar a lona? Pendurada em um avião? Teria que amarrar? Se o vento fosse muito forte teria que ter bons espeques para segurar. E assim eu ficava a pensar o que seria uma barraca suspensa. Não tenho certeza, mas acho que foi um acampamento de lobos, isto mesmo, uma época que lobinhos acampavam na Floresta de Mowgly, dormíamos sob barracas, ajudávamos o sênior guia da nossa matilha no almoço, no jantar no café e olhe que tinha alguns guias seniores que deixávamos fritar um ovo, uma linguiça e eu um dia já com dez anos fiz uma sopa de macarrão que nunca mais esqueci. Deliciosa. Nosso Akelá disse que não devia sobrar nada, pois Shere Khan o tigre malvado poderia rondar o acampamento para pedir um pratinho. Comemos a mais não poder.

           Lembro que no dia seguinte chegaram os seniores para acampar bem próximo a nós. Foi então que vi pela primeira vez uma barraca suspensa. Linda, enorme, duas barracas uma em cima da outra, ela ficou tão alta que chegou ao céu! Queria tocar as nuvens e pedi para ver de perto, uma escada de cordas, subi devagar e sonhei em dormir ali. À noite sonhei. Estava de Uniforme Escoteiro. Meu chapéu de abas largas me protegendo do sol. Transportei troncos enormes, abri valetas enormes, cortei cipós que nunca tinha visto. Procurei ver o fio do meu machado do lenhador, o fio da minha machadinha, o fio do meu facão. Precisavam ser afiados. Comecei meu trabalho, minha barraca suspensa seria alta, muito alta, daria para acariciar as nuvens quando passassem. Não sei se terminei, pois acordei com o Baloo gritando Lobo, Lobo, Lobo. Danado de Baloo! Eu queria tanto ver a linda Barraca Suspensa que construí.

           O tempo passou. Fui crescendo, crescendo até que um dia nos fomos com a patrulha acampar. Queríamos construir a nossa primeira barraca suspensa. Deveria ser linda, forte como um touro. Alta como as nuvens no céu. Impossível de ser escalada e quem sabe um elevador para nos levar até lá? Risos. Bíceps a postos! Chapelão a proteger do sol, entramos na mata - Madeira! Meu Deus! Que época boa, hoje dizem que dizimamos nossas florestas. E antes? Quantas madeiras caíram para nos proteger das intempéries? Uma mata que engolia seus troncos, que de tão forte produzia centenas de outras e que se não tomássemos cuidado ela nos engoliria também. Um dois até três para arrastar os troncos. Outros embrenhavam-se mais no fundo da mata escura. Galhadas enormes, onde está o céu? Ali tem um lindo cipó, enorme, grosso firme e diziam que o cipó-cravo era o melhor. Seria este um cipó-cravo?

               O sol a pino. Mesmo com o chapelão o suor escorria pelo rosto. Meninos ainda a sentir o suor resvalando pelo rosto, provocando orgulho pelo trabalho realizado. Levantar um varão, dois cipós – Vamos! Força! Mais uma vez! E o varão era encaixado na fossa feita. Firmar, pedras, pequenas lascas de madeira fincadas em volta. Poxa! Um já foi, faltam três! Três da tarde, o último no lugar. – Alguém achou bambu? Pergunta o Monitor. Nada! Só mesmo cortar galhos retos. E vamos lá à procura deles na mata escura. Cinco da tarde, dois já fizeram a escada de corda. Levantar um lado e amarrar, outro e mais outro, hora de fazer o forro de madeira. Cipós cruzam o espaço a procura do melhor lugar para amarrar. Quem já fez uma quadrada, uma diagonal ou uma paralela com cipó sabe como é. Ah! A barra pesou. Escureceu. Costuras de arremate no escuro. Neco! Você e o Jamil já cortarem bastante capim?

              Sete da noite, uma parada para o jantar. Protéus já a postos com um pequeno fogão tropeiro. Era questão de tempo. Um jantar delicioso. Oito e meia da noite. Vamos lá, Acho que se nós armarmos com calma o primeiro estrado cabe duas barracas. Amanhã vamos fazer o segundo andar. Puxa! Segundo andar? Não foi difícil. Dez da noite. Um banho no remanso do Riacho da Lua. Que banho gostoso. Um pequeno fogo, contar lorotas, Protéus faz um café, Nonato conta uma piada, sem graça, mas todos riem. Uma época que o sorriso brotava espontâneo. Vamos dormir diz o Monitor – Senhor! Olhe por nós nesta noite, deixe que as estrelas sejam nossos olhos e que a mata seja nossa companheira nesta noite. Obrigado pelo dia Senhor! E agente dorme o sono dos justos. Sete meninos Escoteiros querendo ser homens. Não esperaram crescer e ser seniores para construírem suas Barracas Suspensas.

             Barracas Suspensas. Quem não as fez? Qual aquele que foi Escoteiro e sênior e não construiu uma? Firme nos galhos das árvores, entrelaçando troncos, subindo madeira, olhando para o céu e dizendo – Me aguarde! Daqui a pouco chegarei aí! Todos nós nos orgulhamos do que fizemos. Nossas Barracas Suspensas baixas ou altas estão ali guardadas em nossa mente. Uma vez me disseram que quem não fez uma está devendo a sua história escoteira. Pode ser, mas de uma coisa eu sei, quando se termina, quando dá alguns passos para trás e olha o que ajudou a fazer a gente se sente orgulhoso. Quem sabe até pretencioso. Pode ser, mas não me culpem nem me condenem na minha primeira vez me senti altivo, entufado, orgulhoso, pedante, presunçoso, soberbo, ufano e vaidoso. Risos. Fazer o que? Afinal foi a minha primeira vez e a primeira vez a gente não esquece nunca! Minha linda Barraca Suspensa quando me lembro dela tenho certeza que as nuvens brancas que passavam faziam uma reverência.

              Minha Barraca Suspensa. Aqui ali e acolá. Na serra da Mantiqueira, na Serra do Cipó, no Pico da Bandeira/ou Serra do Caparaó, na Pedra da Mina, No Pico das Agulhas Negras, Na pedra do Sino, ali ficou minha marca. Minha não da patrulha. Quantas eu fiz? Perdi a conta. Foram muitas e algumas inesquecíveis como aquela feita na Mata do Morcego, madrugada fria, trovões ribombavam ao longe e se aproximando. Um enorme raio partiu uma arvore ao meio bem próximo a nós, um barulho enorme, parecia que a terra tragava toda a mata. Seniores pulando alto, descendo como se fossem lagartixas pelos troncos molhados. Caiu bem em cima da Barraca Suspensa. Coitada. Não teve chance. Foi pega de surpresa e não pode reagir. Uma noite enrolados uns com os outros sentados no molhado da relva, tentando dormir com a chuva miúda que caia.


               Barracas suspensas, tão altas que davam para tocar nas nuvens que passavam! Quantas caíram por não estarem bem afixadas? Ainda bem. Graças a Ele nosso fundador que dizia – “Se queres aprender faça você mesmo”. “Se errar tente de novo e continue assim até que um dia você conclua que fez o certo”