Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Mensagens de Baden-Powell. Pensamentos de BP sobre a religião.



Mensagens de Baden-Powell.
Pensamentos de BP sobre a religião.

Prólogo: - Um dia me perguntaram qual a religião de BP. Vejamos: Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, era filho do Reverendo H.G Baden-Powell, Ministro da Igreja Anglicana. Portanto, ele era anglicano, aliás, como a maioria das famílias aristocratas da Inglaterra eram.

Orações.
- É hábito excelente pedirmos também pelos outros. Por exemplo, ao ver partir um comboio, peçamos a Deus por todos os que nele viajam. O rapaz deve aprender a rezar e não a recitar orações. Outra sugestão que lhe dou é que desenvolva o hábito de agradecer a Deus, ou rezar em ação de graças, em todo e qualquer momento por qualquer pontinha de felicidade que possa ter sentido, como, por exemplo, um dia agradável, um bom jogo, etc. (e não simplesmente por uma boa refeição).

- Deste modo, a oração e a comunhão com Deus tornam-se um hábito de vida em vez de uma formalidade reservada a ocasiões bem determinadas e feita com palavras caras de que o rapaz só compreende uma parte. Deixemos que as orações nasçam do coração, e não que sejam ditas de cor.

- Os princípios fundamentais em que pessoalmente prefiro basear as orações são os de estas serem curtas, exprimidas em linguagem simples, e tendo por base uma ou duas ideias: - agradecer a Deus pelas bênçãos ou alegrias recebidas; - pedir proteção moral, força ou conselhos para fazer algo por Deus, em contrapartida. Uma cerimônia religiosa própria de Escoteiros deve ter tanto efeito nos rapazes como qualquer cerimônia realizada na igreja, desde que, ao realizá-la nos lembremos de que os rapazes não são homens adultos, e avancemos ao ritmo dos mais novos e mais incultos de entre os presentes.

- Não confundamos tédio com reverência, nem nos convençamos de que gera religiosidade. Deve o Chefe ouvir quando sentir que os jovens estão em duvidas quanto às inclinações ou ao seu caráter. Pode em grande parte conhecê-los escutando. Em geral, quando o Chefe tem falta de ideias, não imponha aos Escoteiros atividades que, em sua opinião, estes devam apreciar; deve, antes, descobrir, ouvindo-os ou interrogando-os, que atividades mais os atraem, e verificar até que ponto as pode pôr em prática.

- se forem de molde a beneficiar o rapaz. Perguntai ao rapaz. Esta sempre foi à fórmula mais conhecida para lidar com qualquer vulgar dilema da vida quotidiana. Da mesma forma, quando estiverdes em dúvida quanto à melhor maneira de lidar com o rapaz e educá-lo, poupareis tempo, preocupações e trabalho de reflexão e de observação se, em vez de estudardes volumes de Psicologia, consultardes a maior autoridade na matéria - o próprio rapaz.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Crônicas de um Velho Escoteiro. Quando o futuro chegar. As fotos que um dia correram o mundo.



Crônicas de um Velho Escoteiro.
Quando o futuro chegar.
As fotos que um dia correram o mundo.

Prólogo: - “As fotos - Caro Osvaldo Ferraz... As fotos... ah! essas fotos que acompanham seus escritos... Ate o prazer de vê-las será tirado das próximas gerações escoteiras, pois as da geração atual não se prestam mais... quer pela roupa usada, quer pela ausência de relatos fotográficos como os do nosso tempo”... (de um leitor amigo).

                     È mesmo, as fotos são documentos importantes para mostrar as gerações futuras de onde viemos o que somos e para onde vamos. Elas significavam um retrato vivo de um escotismo autêntico, onde o jovem aprendia a fazer fazendo, acampava diferente dos dias de hoje e sua sede de aventuras não tinha impedimentos legais para que não se fizesse como devia ser. Elas tinham um “que” saudosista que marcava uma época onde todo o método Escoteiro exalava verdades no campo ou na sede. Era uma forma de estar presente em qualquer ato ou fato, onde se era reconhecido pelo chapéu, pelo lenço e pelo uniforme impecável na sua apresentação. Uma disciplina aceita e não imposta, uma aceitação sem obrigação. Onde a Lei e a Promessa ainda não tinha discussão se deveria ser alterada ou não.

                    Tivemos homens que se dedicaram a mostrar como se fazia escotismo através das fotos. Pierre Joubert. Ele um ilustrador Francês, divulgou o Escotismo na França e no mundo com seus desenhos, levando milhares de jovens durante várias gerações as aventuras vividas pelos Escoteiros. Dizem que suas pinturas eram iguais ou melhores que Norman Rockwell. Estes e outros famosos ilustradores fizeram uma geração aprender a fazer fazendo só olhando suas fotos e desenhos. Na série Signe de Piste Pierre se supera. Seus desenhos ricos em detalhes são acessórios importantes para os textos dos livros que ilustram. Vários desenhos no novo (antigo) Manual do Escotistas do Ramo Escoteiro lançado em parceria com a Oficina Scout foram inspirados nos desenhos de Joubert.

                      Uma foto faz que as pessoas lembrem-se do seu passado e que fiquem conscientes de quem são. O conhecimento do real e a essência de identidade individual dependem da memória. A memória vincula o passado ao presente, ela ajuda a representar o que ocorreu no tempo, porque unindo o antes com o agora temos a capacidade de ver a transformação e de alguma maneira decifrar o que virá. A fotografia captura um instante, põe em evidência um momento, ou seja, o tempo que não pára de correr e de ter transformações. Ao olhar uma fotografia valorizamos o salto entre o momento em que o objeto foi clicado e o presente em que se contempla a imagem, porém a ocasião fotografada é capaz de conter o antes e depois.

                      São as fotos nosso marco da história. Seja ela o que for. Na fotografia encontramos a ausência, a lembrança, a separação dos que se amam, as pessoas que foram para outra vida, e as que desapareceram. As fotografias nos mostram a realidade do que foi e do que será. Mostre uma foto de Escoteiros de alguns anos passados e qualquer um irá identificar que aqueles eram meninos aventureiros, Escoteiros que sorriam no perigo, não tinham medo da noite e das florestas. Uma foto de um campo de patrulha, de uma jornada, da alegria em alcançar o pico da jornada, da velha carrocinha que tantas saudades nos deixaram, da ponte construída, do ninho de águia da escada de cordas e tantas outras construções que  ficaram na história.

                     Um Velho amigo me corrige a dizer que isto não acontece mais. O que foi não volta mais, o que será daqui para frente só as gerações futuras poderá dizer. Já não se vê fotos de patrulhas, a escalar montanhas, em suas barracas nos seus campos de patrulha, da cozinha fumacenta das artimanhas e engenhocas que tantas saudades nos trazem. Brincar em arvores com suas cordas solta no ar. Correr atrás das borboletas, colher flores silvestres para enfeitar a mesa rústica do jantar. Lavar sua própria roupa, dobrar nas técnicas aprendidas, vestir o uniforme com orgulho para se apresentar a quem nos quer ver. São as fotos os documentos do passado. São as fotos que dizem o que fomos e são elas que trazem recordações de cada um que tiveram o orgulho de estarem presentes nas grandes atividades Escoteiras.

                    Esperemos que as gerações futuras possam ver o escotismo de Baden-Powell como ele foi e como ainda deveria ser. Estamos esquecendo que os meninos daquela época eram sonhadores aventureiros e falamos para os de agora outra linguagem. Não deixamos que eles digam ou sonhem que são heróis, que gostariam de fazer uma grande aventura. Em nome de novos tempos vamos aos poucos fingindo ouvir a opinião deles. Os que falam o contrário são frases que não passam de uma metáfora. Hoje os que ainda ficam aceitam por pouco tempo e não tem mais os sonhos que os jovens meninos ingleses tinham quando colecionavam o “Aids to Scouting (Ajudas à Exploração Militar) ou mesmo o Scouting for Boys (Escotismo para rapazes). Quem sabe posso estar enganado. Quem sabe teremos um futuro maravilhoso e os meninos e meninas da geração futura iram sorrir com suas fotos, com suas lembranças e com o escotismo aventureiro que sempre sonharam.

                   E eu, um Velho Chefe Escoteiro saudosista vou tentando achar aqui e ali, as fotos que um dia vivi e sei que muitos viveram comigo. Elas fazem parte da minha, da sua e de toda histórias dos Velhos Escoteiros que como eu ainda tem sonhos. São elas as fotos que como comentou o meu amigo, ainda dão o prazer de vê-las.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Conversa ao pé do fogo. Nomenclatura e símbolos do ramo Lobinho.



Conversa ao pé do fogo.
Nomenclatura e símbolos do ramo Lobinho.

Prólogo: Um artigo feito para leigos que ainda não conhecem a fundo o ramo lobinho. Os símbolos e nomenclaturas aqui descritos são bem conhecidos dos nossos chefes de lobos que estão na ativa. Se você que está lendo tem um filho na idade de sete a dez anos, procure uma alcatéia de lobos em um Grupo Escoteiro e vais ver em pouco tempo uma mudança enorme no seu caráter.

Nossos lobinhos e lobinhas convivem constantemente com uma série de nomes e símbolos originários da história do Povo Livre: Alcatéia, Matilha, Lobinhos e lobinhas, Gruta, Grande Uivo, Flor Vermelha, Roca do Conselho.

- A Gruta - A gruta é o abrigo onde os lobos se reúnem para planejar suas caçadas. É a sala da Alcatéia decorada com os elementos significativos e aos quais os lobinhos e lobinhas atribuem valor.

- O Uniforme - O uniforme ou a vestimenta permite a exposição de símbolos e distintivos. Cor, bandeira e hino - O amarelo é a cor do Ramo Lobinho e a bandeira da Alcatéia é um retângulo de 98 cm x 68 cm de largura, na cor amarela com o desenho escolhido pela Seção. O hino dos lobinhos é “Irmão de lobo nasci, de um povo livre e valente...”, mas o Manual indica “A flor vermelha”.

- O Totem - O bastão-totem da Alcatéia traz a figura de um lobo na parte superior e representa o Povo Livre de Seonee. Ele contém fitas com os nomes dos lobinhos e lobinhas, nas quais são gravadas as suas conquistas. É uma espécie de talismã coletivo e está presente em todas as ocasiões importantes para a Alcatéia. Estrutura da Alcatéia - Os lobinhos são organizados em matilhas, cuja formação coloca à frente o líder (Primo ou Prima) eleito pelos demais. O Segundo ou a Segunda vai atrás da fila da Matilha para ajudar o Primo ou a Prima a orientar a Matilha e cuidar de seus elementos. Cores das Matilhas - Branca, Cinza, Preta, Vermelha, Marrom, Amarela e Castanha (cores de lobos).

- A mística no ramo Lobinho.
- Uniforme - A Alcatéia usa uniforme ou a vestimenta. O boné é opcional no traje, mas é importante para proteger a criança do sol e do sereno, além de receber o distintivo do Lobo (azul). Distintivos - São as marcas das aventuras pela Selva. Eles contam a história de cada um. - O distintivo deve ser encarado como uma conquista marcada pelo empenho pessoal. Não existe excesso de distintivos quando todos eles são merecidos. Incentive as crianças a se esforçarem para isso.

- Lei do Lobinho - Grandes conselhos em pequenas frases assertivas conduzem os lobinhos à vivência dos valores preconizados pelo Movimento Escoteiro, concretizados pelas situações e ações dos personagens da Jângal.

- Flor Vermelha - é a festa em torno do fogo, uma grande oportunidade para invocar a fraternidade escoteira e dar oportunidade aos lobinhos a expressarem-se teatralmente.

- Roca de Conselho - É a assembleia dos lobinhos como o era para o povo livre. É um exercício de democracia e da qual participam as crianças e os Velhos Lobos.

- Livro de Caça - Pode ser um álbum ou um caderno onde são registradas as aventuras dos lobinhos e as tradições da Alcatéia.

- Saudação – Assim como na Jângal as palavras “SOMOS DO MESMO SANGUE” permitia que todos se reconhecessem, em todo mundo os lobinhos se reconhecem por meio da saudação. E de seu lema “Melhor Possível”.

- As áreas de desenvolvimento – seus personagens símbolos são exemplos de vivência das propostas de desenvolvimento que fazemos às crianças e muitas passagens das histórias do Livro da Selva mostram isso.

- Concluindo: A ênfase do Ramo Lobinho é a socialização dos jovens. A melhor maneira de influenciar os lobinhos a respeito da importância da vida em coletividade, onde cada um apoia e é apoiado pelo outro é por meio de exemplos da Jângal, onde o discurso nunca é incoerente com a prática. O Fundo de Cena proporciona emoção, ação e poesia, o que diferencia uma Alcatéia de um grupo de garotos que estão meramente e por acaso, reunidos...

domingo, 16 de dezembro de 2018

Crônica de domingo. Escotismo vale a pena à dedicação?



Crônica de domingo.
Escotismo vale a pena à dedicação?

Prólogo: - No dia que entrei no movimento Escoteiro, não tinha ideia do nível de importância que ele conquistaria em minha vida. Sem saber, cruzei meu caminho com ele e, de repente tudo passou a fazer mais sentido. Foi então que me completei até o dia que descobri que meus caminhos poderiam ser outros.

                         Em uma roda de chefes em volta de uma fogueira, escutava uma discussão acalorada entre os mais afoitos escotistas que o mundo já conheceu. Pelo menos na palavra deles. Surpreso ouvi essa pérola: “No escotismo descobri que o mínimo já é o máximo”. E só de estar junto aos jovens e meus amigos escoteiros sinto que a vida flui e se torna mais fácil! Bom isso. Se entregar a uma causa tem enormes valores não só como princípios de ajuda ao próximo como se sentir importante dentro do conceito pedagógico na formação do caráter.

                         A principio o Movimento Escoteiro encanta, traz uma chama diferente, afugenta o medo da amizade insincera. Ao pisarmos o primeiro sinal de pista na trilha do descobrimento, sentimos um sopro de aventura desconhecida de uma vida nunca antes vivida. Meninos e Meninas cativam. Enchem-nos de graça e de valores cujos princípios morais, regras, conceitos bate fundo no intimo de qualquer voluntario que vê no escotismo algum diferente que antes não conhecia. Impossível não se entregar. Difícil não mudar o estilo de vida e que muitas vezes é motivo para discórdia familiar.

                          Tudo teve o antes e o depois. O antes uma vida cheia de rotina, seja profissional ou a dedicação aos mais próximos inclusive com os comprometidos com a família. As reuniões, os encontros de chefes, as Indabas, Os Acantonamento e acampamentos, os Conselhos, as Assembleias os cursos... Estes são demais. Saímos de lá cheio de vontade de praticar a metodologia escoteira para sempre. Alguns tem o privilegio de ter ao seu lado sua cara metade e seus filhos cuja entrada neste belo Movimento surgiu entre eles um compadrio muito mais abrangente do que a vida que antes levavam.

                          Ali surge um novo abraço, um novo aperto de mão, uma saudação gostosa de fazer. E chega o dia de tremer, não de medo, mas de orgulho por ser mais um pertencente a Grande Fraternidade Mundial. Dia da promessa, dia de sorrisos, de abraços e naquela cidade dos sonhos que nunca na vida real tinha concretizado tudo muda e para melhor. Será? O amor aos filhos se espalha aos outros filhos que não são seus. A entrega é total. Alguns pagam para manter toda essa felicidade nunca antes encontrada. Pagam para os filhos, para ele ou ela e até mesmo de meninos e meninas que antes nem conhecia. Coisas de voluntário!

                          Os amigos mais chegados espantam. Que houve? Quanta mudança? Antes o chopinho, a visita fraterna, o churrasco, as idas a praia ou ao sítio para comemorar anos de convivência. Agora nada. Muitos quando se aproximam é para o ouvir o mesmíssimo novo amor que o escotismo está proporcionando. Os familiares que convivem em outra rede social assustam com tamanha entrega. Nem pense em dar conselhos, vai ouvir o que não gostaria de ouvir.

                           E quando a esposa ou vice versa não participa? Aí começam as incertezas, as contrariedades, as reclamações e até mesmo a separação o que não é bom nem para um ou para o outro. Nossas lideranças seja no próprio grupo, no distrito ou nas Regiões, sem falar na Direção Nacional não tem pessoas preparadas para agir como aconselhador. Tudo tem seu tempo e sua hora e chega àquela velha frases que ninguém gostaria de ouvir: - Ou o escotismo ou eu!

                           Diferente daqueles que germinaram no escotismo desde seus tempos de criança. Já tem uma rotina de vida formada dentro dos princípios escoteiros que sempre viveu e reconhece como sua estrada do sucesso. Muitas vezes precisamos de anos e anos para estabelecer uma moral padrão de participação que não prejudica nem um nem outro. E quando achamos que nosso rebento não quer continuar e você acha que ele está sendo prejudicado? O que fazer? Entrar onde não é chamado para dar vasão ao seus pendores de sua criação? É duro de lascar não poder fazer nada sem prejudicar um ou outro.

                            É um tema ingrato. Para alguns um tema adorável que nunca interferiu em sua vida familiar. Para outros e posso garantir as centenas o abandono de uma causa que antes era tida como um caminho a seguir rumo ao sucesso e deixou de existir. Não há conselhos. Ninguém vai deixar a entrega só por alguns escritos ou orientações que não tem nada a ver com sua vida pessoal. Escotismo é assim, uma trilha ilhada de sinais de pista. Caminho a seguir, caminho a evitar, saltar o obstáculo e chegar incólume ao ponto de reunião!

                            Assim a evasão de pessoas magnificas que poderiam trazer valores e contribuições enormes a associação vai perdendo na trilha de BP muitos que acreditaram na esperança de ajudar e viver feliz. Mas nem tudo é amargo. A receita fica com a Chefe de lobos que me disse: - Chefe... O que antes caos, hoje é tranquilidade. O que era medo, hoje é confiança. O que era vazio, hoje é completo. O que era tristeza, hoje é sorriso largo. O que era busca hoje é certeza. O que me faltava era o “mosquito” me morder para ser e morrer Escoteiro!