Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
O Escotismo
segundo Baden-Powell.
Prólogo: - No escotismo
de hoje estamos vendo tantas divergências, pessoas assumindo cargos sem merecê-los,
alguns levando sua vida “escoteira” no grito ou na valentia, sentindo-se dono
das ideias, alegando um novo escotismo de mentalidade aberta e moderna que
assusta. Como acredito na tese Badeniana, no que escreveu o fundador não
importando a década ou mudanças, saquei das memorias de BP alguns trechos que escreveu
e que merecem ser lidos e compreendidos por todos que acreditam que o escotismo
Badeniano é o verdadeiro caminho para o sucesso.
- Nós do
Movimento Escoteiro temos que ser capazes de explicar, claramente, a finalidade
do Movimento Escoteiro, não apenas aos pais ou responsáveis, mas, especialmente
às crianças e jovens. Para estes, a explicação está inserida no programa
escoteiro, ao qual devemos dedicar muita atenção e estudo, disciplina e
organização. - Devemos tornar o escotismo ainda mais atraente, sem desculpas
que os shoppings, o videogame o celular e uma série de outros fatores são os que
afastam as crianças e jovens do Escotismo. Quem experimenta atividades
atraentes, progressivas e variadas, tem tudo para gostar. E quem gosta, fica.
Fica e trás outros para compartilhar desta experiência.
- Quanto
à conduta, se não somos capazes de dar o exemplo da Lei e da Promessa, não
deveríamos tentar passar estas normas de conduta para crianças e jovens. Não
estamos aqui falando em conhecer ou em “saber de cor”. Mas, de seguir os
preceitos éticos e morais da Lei Escoteira, fazendo com que, diariamente, a
Promessa seja cumprida por nós mesmos. Senão, como posso pretender ensinar
aquilo que não vivencio. - No livro “Lições da escola da vida”, Baden-Powell
indica quatro pontos necessários para fazer um plano de discurso, de livro ou
de uma atividade. Segundo B-P, estas são as
bases para o sucesso de qualquer projeto.
a) Saber
claramente sua finalidade e saber expressá-la;
b) Que
seja atraente;
c)
Formular uma lei que lhes sirva de linha de conduta; e
d) Formar
uma organização conveniente sob a liderança de chefes “competentes”.
Foi
exatamente isso que ele fez com o Movimento Escoteiro.
Amizade - “A amizade é como um boomerang, tu dás a tua amizade a um dos
teus companheiros, e depois a outro e a outro ainda e eles retribuem-te com a
sua amizade. Assim, a tua amizade e boa vontade iniciais vão-te fortalecendo à
medida que vão sendo transmitidas aos outros, e acaba por regressar a ti, em
retribuição, tal como o boomerang regressa à mão de quem o lança”. “Se não
tiveres medo das pessoas que encontras nem sentires antipatia por elas, também
elas, da mesma maneira, não te recearão nem desconfiarão de ti e terão
tendência para gostar de ti e serem tuas amigas”. (Impele a Tua Própria Canoa).
Fraternidade Mundial - “Se todos os homens tivessem”
desenvolvidos em si mesmo o sentido da fraternidade, o hábito de pensar em
primeiro lugar nas necessidades dos outros, e de subordinarem a elas as suas
ambições, prazeres ou interesses pessoais, teríamos um mundo muito melhor onde
viver. Um sonho utópico, diriam alguns, mas não passa de um sonho, por isso não
vale a pena tentar. “Mas se, ao sonharmos, nunca estendêssemos as mãos para
agarrar a substância dos nossos sonhos, jamais conseguiríamos progredir”.
- Aprender fazendo. - Todo o escoteiro tem de começar como
Pata-Tenra e cometer alguns erros no princípio. Como disse Napoleão, «Um homem
que nunca fez erros nunca fez nada». A criança quer estar a fazer coisas; por
isso, encorajai-a a fazê-las na direção correta, e deixai-a fazê-las à sua
maneira. Deixai-a cometer os seus erros; é por meio destes que ela ganha
experiência. A prova do pudim só se faz quando o comemos. Não faça ele (o
chefe) muito daquilo que compete aos próprios rapazes, e assegure-se de que
eles o fazem. «Quando quiserdes que uma coisa se faça, não a façais vós» é a
divisa apropriada.
- BP foi um iluminado ao escrever sobre a fraternidade que
não pode ser desvirtuada só porque hoje os tempos são outros. Ser Chefe no bom
sentido é saber compreender seus ensinamentos e não criar situações divergentes,
querendo impor seu ponto de vista em uma organização centenária. Quando
voltarmos nossos olhos e pensamentos no que ele disse e pensarmos que o
verdadeiro escotismo é o que ele nos ensinou então, seremos fraternos e iremos
entender que para ser escoteiro temos que desde já reconhecer que somos todos
irmãos.
- “Se todos os homens tivessem” desenvolvidos em si
mesmo o sentido da fraternidade, o hábito de pensar em primeiro lugar nas
necessidades dos outros, e de subordinarem a elas as suas ambições, prazeres ou
interesses pessoais, teríamos um mundo muito melhor onde viver. “Sir Robert
Baden-Powell”.