Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Um pouco da história do escotismo.



Crônicas escoteiras.
Um pouco da história do escotismo.

               Todo o escoteiro conhece um pouco a história do escotismo e o marco que foi o acampamento experimental na ilha de Brownsea. No centenário deste, que se confunde também com o centenário do próprio escotismo, todos temos a hipótese de reviver de alguma forma o que se passou naquela pequena ilha. Queremos deixar-te aqui algumas pistas e informações para que, no teu grupo ou agrupamento, possas organizar um “Reviver Brownsea” daqui por dois anos. Vamos a isso?

Os participantes

Alguns historiadores contabilizam um total de 22 rapazes, neste acampamento experimental. Para além dos famosos vinte, cinco em cada Patrulha, ainda Simon Rodney (12 anos), na Patrulha Lobo, e Donald Baden-Powell (sobrinho de B-P) que, por ter apenas 9 anos, ficou como Ordenança de Campo (uma espécie de auxiliar). A presença de Donald é confirmada e, dada a sua idade, pode ser “interpretado” por um Lobito.
Baden-Powell levou consigo um adjunto: Kenneth Maclaren, seu amigo de longa data da vida militar.
Para melhor viver o imaginário neste “reviver”, cada uma das confirmadas 23 pessoas em campo (B-P, o adjunto, o sobrinho e os cinco rapazes por cada Patrulha) podem usar um cartão pendurado ao pescoço, com a sua identificação, para todos serem tratados pelo respectivo nome.
Por ser um acampamento experimental, os rapazes vestiam-se de acordo com a moda da época.

A ida

A 29 de Julho, parte dos participantes (12 rapazes) embarcaram a bordo do Hyacinth, no porto de Poole, para fazerem a travessia de pouco mais de 3 km até ao cais de Seymour, já na ilha, percorrendo ainda cerca de 800 metros até ao local do acampamento, ao sul da ilha. No dia seguinte, chegaram os restantes. Na noite do dia 30, ao redor da fogueira, B-P contou algumas das suas aventuras na África e na Índia e deu informações sobre o dia seguinte, terminando o dia com orações.
Cada Patrulha ficou com uma tenda militar, em forma de campânula. B-P e os seus assistentes ficaram noutra tenda. Havia, ainda, uma tenda-cozinha e uma tenda aberta de um dos lados para se abrigarem em caso de tempestade.

As atividades.

A 1 de Agosto, começaram as atividades programadas para o acampamento, distribuídas da seguinte forma:

1 de Agosto: Preliminares - formação das Patrulhas, distribuição de tarefas, instrução para os Guias de Patrulha, etc.
2 de Agosto: Campismo - engenho em campo, construção de cabanas e esteiras, nós, fogueiras, culinária, saúde e saneamento, orientação em território desconhecido e barcos.
3 de Agosto: Observação - observar e memorizar detalhes ao longe e ao perto, pontos de referência, seguir pistas, dedução a partir de pistas e sinais, e treino da visão.
4 de Agosto: Vida na floresta - e de animais e plantas, estrelas, espreitar animais, observação de detalhes de pessoas e leitura do seu carácter e condição.
5 de Agosto: Cavalheirismo - honra e código dos cavaleiros, altruísmo, coragem, caridade e poupança, lealdade para com o rei, patrões e oficiais, cavalheirismo para com senhoras, a boa ação diária e como fazê-la.
6 de Agosto: Salvamento de vidas - em incêndios, afogamento, gás, atropelamento por cavalos, em esgotos, pânico, acidentes na rua e primeiros socorros.
7 de Agosto: Patriotismo - geografia colonial, história e feitos que engrandeceram o império, a marinha e o exército, bandeiras, medalhas, deveres dos cidadãos e auxílio à polícia. 
8 de Agosto: Jogos - campeonato desportivo envolvendo todos os temas abordados durante o acampamento.

                  Todos os dias havia inúmeros jogos: jogo do Kim, caça à baleia, seguir pistas, competição de nós, caça ao urso, tração da corda, observação de veados, etc.
Os elementos de cada Patrulha distinguiam-se por um pedaço de lã colorida, presa no ombro: azul para os Lobos, verde para os Touros, amarelo para os Maçaricos e vermelho para os Corvos. Cada Guia de Patrulha tinha uma bandeirola com o desenho do respectivo animal.
                 Cada noite, uma Patrulha ficava encarregue do “piquete noturno”. Levava rações de farinha, batatas, carne, chá, etc., e partia para um local indicado para bivacar, afastado do acampamento. Cada rapaz levava fósforos e o seu próprio tacho, cozinhando ali o seu próprio jantar. A seguir, eram colocadas sentinelas e montado o bivaque. B-P e os Guias das outras Patrulhas entretinham-se a observar o piquete até às 23h, hora a que os rapazes iam todos dormir, regressando ao acampamento no dia seguinte a tempo do pequeno-almoço. Eram feitos alguns ataques simulados para testar a capacidade de vigilância do piquete.
                  A instrução era dada sempre com pouca teoria e muitos exemplos ilustrativos, para não maçar os rapazes, seguida de jogos e competições sobre o assunto. Praticamente não se cantava mais nada no acampamento para além do “Inegoniama”. B-P distribuiu a cada rapaz uma insígnia em latão com a flor-de-lis. Alguns historiadores defendem que usou o mesmo esquema de classes que tivemos no CNE e que foi usado um pouco por todo o mundo.

Horário diário

A alvorada era às 6h00, ao toque de um chifre de Kudu que B-P tinha trazido de África, usado pelos Matabeles.

6h00 - Alvorada, arejar, leite e biscoitos
6h30 - Ginástica matinal
7h00 - Avisos das atividades do dia, com demonstrações
7h30 - Limpeza do campo
7h55 - Formatura, içar da bandeira e orações. Pequeno-almoço.
9h00 - Prática Escotista
12h00 – Banho
12h30 – Almoço
13h00 – Descanso
14h30 - Prática Escotista
17h00 – Chá
18h00 – Jogos
19h15 - Passar uma toalha húmida pelo corpo e mudar de roupa
20h00 – Jantar
20h15 - Palestras ao redor da fogueira
21h15 – Orações
21h30 - Deitar e silêncio.


                Posteriormente voltaremos com outras lembranças dos primórdios do escotismo.                                                   

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