Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Onde está o caminho a seguir?


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Onde está o caminho a seguir?

Estava na praia com o meu pai, e ele me pediu para ver se a temperatura da água estava boa.
Ela estava com cinco anos, e ficou contente de poder ajudar; foi até a beira da água e molhou os seus pés.
 “Coloquei os pés, está fria", disse para ele.
O pai pegou-a no colo, caminhou com ela até a beira do mar, e sem qualquer aviso, atirou-a dentro da água.
ela levou um susto, mas depois ficou contente com a brincadeira.
 “Como está à água?" perguntou o pai.
 “Está gostosa", respondeu.
 “Então, daqui pra frente, quando você quiser saber alguma coisa, mergulhe nela".

Não sou mais o "Velho" estudioso do passado. Tento ler quando possível às novas mudanças, mas sinto dificuldades em interpretá-las. Meus olhos estão um pouco cansados. São tantas resoluções normas, artigos que fazem da minha cabeça um redemoinho. Sei que sem entender bem os novos ventos escoteiros não posso discutir os velhos ventos que já ser perderam no tempo. Antes achava tudo muito simples. Três ou quatro e o feijão com arroz ficava pronto. Hoje não.

Outro dia recebi um email de um jovem Escotista. Dizia – Leio seus escritos. Alguns bons outros não. Se não vai até um grupo trabalhar, melhor não ficar dando opinião. Eu estou em uma tropa. Amo o escotismo. Porque não faz como eu?  O passado Osvaldo ficou para trás. Agora temos outro escotismo. Mais moderno mais atual. Tente conhecer melhor para não ficar só fazendo críticas. Chamava-me de Osvaldo. Não chefe Osvaldo ou senhor Osvaldo. Até aí tudo bem. Fiz um exame de consciência. Tentei me colocar com a idade que tenho como um novo voluntário em um Grupo Escoteiro qualquer. Sabem? Eu não saberia preencher a tal ficha de inscrição. Muito complicada para mim. Tentei mas achei que não iria me enquadrar em nada. Mas suponhamos que fosse aceito. Teria um “assessor pessoal”, ele iria dizer no final se seria aprovado ou não. Afinal não é assim que funciona?

Passado alguns meses, vi em sonhos o assessor pessoal dizendo ao seu superior o seguinte – Olhe chefe, acho que o "Velho" não serve. Não me ouve e sempre discute comigo o que tento passar para ele. Veja, ele no primeiro dia já criticou a forma com que fazemos o cerimonial. Disse que devíamos ter uma patrulha de serviço ou matilha. Pode isso? Deixar para os meninos tamanha responsabilidade? O pior, nas reuniões fica dizendo aos chefes que não devem ficar dando palestras, por mais de 10 minutos, e que quando fizerem isso procurem um local adequado, etc. e etc. Completou. Depois de 10 minutos ninguém está mais prestando atenção!

E sabe o que mais? No acampamento. Criticou o tempo todo porque levamos os lobinhos, escoteiros, seniores todo mundo junto e fazíamos jogos e atividades escoteiras e devíamos fazer em separado. E olhe, falou um monte dos pais fazerem as refeições para todos. Usem as patrulhas, elas devem ser autônomas. Uma piada chefe. O cara não dá. É “carne de pescoço” vive cobrando que façamos pelo menos uma reunião de chefes por mês. Reclama de tudo. Acha que somos ásperos de vez em quando. E ainda quer que nos transformemos em anjos. Detesta uma piadinha e reclama dos meninos e meninas dizerem de vez em quando uns palavrões! E a Lei escoteira? Só reclama.

Cobra da gente tudo. Boa ação, treinamento dos monitores, um pouco de autonomia as matilhas, mais atividades e menos papeis coloridos. Fala sempre numa tal pontuação mensal. Reclama por que nos os chefes arrumamos a sede. Fala com nosso Diretor Técnico como se ele fosse sim o professor. Vive enchendo a paciência que não somos democráticos. Não ouvimos o que os meninos têm a dizer. Outro dia fizemos a promessa de seis de uma vez. Foi uma festa. Eles nos procuraram claro, sei que nosso grupo é bom. Sei que muitos estão saindo, mas eu disse a ele que nem todo mundo nasceu para ser escoteiro. Se quiserem ir embora xau!

Reclama sempre porque o distrito faz muitas atividades. Reclama mais ainda porque nós os chefes sempre vamos a Jamborees, Grande atividades escoteiras e os meninos não vão. Pode? Afinal somos adultos. Podemos pagar. Para isso trabalhamos. Quando eles crescerem poderá fazer o mesmo não acha? Olhe se fosse enumerar tudo o mandaria para a “Tonga da milonga do cabuletê”. O cara é carne de pescoço mesmo! E olhe, fique lá conosco uma reunião e você vai ver o "Velho". Só “enchendo o saco”!

É, o melhor é ficar na minha. São tantas atribulações e exigências que não iria ser aceito mesmo. Eu sei que sou um "Velho chato” mesmo. Não vou parar. Podem me chamar do que quiserem. Minhas idéias do que aprendi eu irei insistir até o fim da minha vida. Não sou perfeito eu sei, mas queira ou não é a única coisa que posso fazer. Lutar pelos meus ideais!


E por fim, o velho chato. Vocês conhecem um Velho Escoteiro chato? Ele é aquele que já viu de tudo, sabe de tudo, comeu de tudo, trabalhou de tudo na vida. Foi sapateiro, fazendeiro, caminhoneiro, lenhador, pescador, dentista e quem sabe Escoteiro. Na época dele ele serviu o exército e fez maravilhas que nem o Indiana Jones faria. Os peixes que ele pescava mal cabiam no mar. Adora falar sobre a guerra e sempre te dá conselhos QUE VOCÊ NÃO DEVE SEGUIR. A esposa dele não é chata, ela é uma velhinha carinhosa e cansada, sentada numa cadeira, fazendo tricô, que só quer te oferecer bolinhos, biscoitos e cafezinho. Se a velhinha é viúva, aí lascou tudo... Ela é boazinha, mas é triste e solitária, quando recebe uma visita faz questão de te tratar como um príncipe, mas você não gosta de velhinhas e tá morrendo de pressa! Só passou na casa dela pra fazer algum favor pra sua mãe. A principal função dos velhinhos chatos é tomar o seu tempo e gastar os seus ouvidos!

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