Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

domingo, 26 de outubro de 2014

Ser ou não ser. “Hasta La Vista Baby”!


Conversa ao pé do fogo.
Ser ou não ser. “Hasta La Vista Baby”!

                 Não queria parodiar Shakespeare. “Ser ou não ser, eis a questão: Será mais nobre em nosso espírito sofrer pedras e setas com que a fortuna, enfurecida, nos alveja. Ou insurgir-nos contra um mar de provocações E em luta pôr-lhes fim? Morrer. dormir: não mais”. – O que tem a ver tudo isto com o que escrevo? Quem sabe nada a ver com minhas implicâncias atuais. Dizem que velhos Escoteiros são assim mesmo. Chatos, um pé no saco, implicantes. Mas ponham-se no meu lugar, vim de uma época de orgulho em tudo que fazíamos no escotismo. Onde o respeito à cidadania, as nossas tradições, a Lei Escoteira sempre se pautaram pela ética e o respeito. Claro, ética que acreditávamos, pois hoje a ética é vista de outra forma. Criam-se tantas coisas a bel prazer de um e de outro. Em nome de uma liberdade que não poderia existir modificam-se normas estatutárias que para mim não passam de ilusões de megalomania. Entendam isto não podia ser decisões de poucos. Todos os adultos deveriam estar envolvidos. Impossível? Impossível para quem não quer ouvir opiniões.

                Não sei se todos os estados mudaram ou os mesmos continuam na liderança de sua região. Difícil saber se a oposição foi eleita. Eram os melhores? Pode ser. Pode não ser. Comentários pipocam de norte a sul.  Muitos acreditando em mudança. Sei não. Eu sou igual a São Tomé, tenho de ver para crer. Vou falar francamente. Não gosto de meias verdades. Aqui no meu estado prometeram muito. Talvez por que estão sendo cobrados por muitos. Mas sinceridade? Eu não faria assim. Não faria porque vejo o escotismo de uma maneira simples sem complicar. Se tivesse que decidir seria de outra maneira. Nada de burocracia. O Grupo Escoteiro se tornou uma empresa. Bom isto? Também não sei. São cursos para tudo. Aquela leveza, simplicidade do passado acabou. Precisamos hoje de uma parafernália de aprendizado para sermos felizes pra sempre. Mentira? Veja abaixo se você for abrir um grupo escoteiro:

Certidão de Busca para inscrição no município; Pagamento das taxas  pertinentes no próprio cartório. Estatuto Social em 03 vias; Proceder o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica na Secretaria da Receita Federal e alvará de licença - corpo de bombeiros. Tem mais? Putz grila! E os cursos para aprender a manusear o tal de SIGUE? Deus me livre. Nunca ouvi falar disto, mas olhe, em nome do moderno até aceito.

                 Acho interessante. Na maioria dos países com associações escoteiras, não se vê chefes inventando nada. Os uniformes são iguais de norte a sul salvo locais mais frios que usam calças compridas e mangas também compridas. Aqui? Virou bagunça. Desculpem meus amigos mais chegados por falar assim. Um dirigente diz – Agora é a vestimenta. E lá estão membros da direção e da equipe de formação usando. Não digo que estão errados nada disto. Foi implantado por dirigentes que adoram inventar. E os chapéus? ”É de tirar o chapéu”! Até nas cantinas dos “come quietos” agora são vendidos. Eles pululam nestas atividades de fazer caixa (camporees, ajuris, aventuras e etc.) Olhe, não fique bravo comigo. Já disse. Sou um chato de galocha. Mas sabem me dá nos nervos ver dirigentes nacionais ou regionais com a tal vestimenta, mas cada um usando o que gosta dos dezenove tipos que estão à venda. Você pode escolher. São mais de 19 modelos. Pode? Mas eu pergunto isto existe em pais sério? Pode até ser que tem alguns que imitaram jovens em jamborees e isto foi passando de mão em mão. Mas são minorias. E diziam que seria bom para os mais pobres. Pobres? Quem usa são os ricos, pobres dificilmente podem comprar.

                Não sei se aprenderam alguma coisa do passado. Claro que sei que muitos são da nova geração. A geração que acha que pode tudo e que tudo é certo para eles. Acho que nunca ouviram falar de Garbo e Boa Ordem. Apresentação pessoal. Uniforme? O nome diz. Todos iguais. Ainda bem que temos gente que guardou no peito a lembrança do orgulho escoteiro. Souberam adaptar a modernidade sem esquecer o passado. Mantem viva a memoria Escoteira com orgulho. Ainda lembro-me do surgimento do outro uniforme que depois chamaram traje. Calça cinza chumbo, camisa azul mescla. – Nas atividades nacionais, ou no próprio Grupo Escoteiro o dirigente da atividade dizia – Chefes, o uniforme nesta atividade será o social ou o caqui. Eu mesmo dirigi cursos onde se determinava qual uniforme para a atividade. Hoje? Cada um se apresenta como quer. Uma parafernália de cores e tipos.

                Acho o escotismo tão simples, tão alegre, que as pessoas aborrecidas deveriam colocar o chapéu e sair por aí recitando “Hasta La Vista Baby”. (risos sei que me enquadro nisto). Quanto vale um sorriso? De graça para um Escoteiro. Um aperto de mão? Um orgulho de apertar a mão de alguém. E o Sempre Alerta? Questão de honra em ser o primeiro a dizer. Hoje? Não sei. Falo mais para os adultos e meu Deus como temos espalhados por aí tantos e tantos se pavoneando. Dizendo estarem no caminho para o sucesso. Quem sabe estão mesmo? E olhem, dou boas risadas numa charge que existia no passado – “E ainda dizem que somos um movimento organizado e uniformizado” – Época do Escoteiro Chefe Arthur Basbaum. Foi um orgulho para mim apertar sua mão. E seu uniforme? De cair o queixo.

               Mas os tempos são outros. As forjas da vida não temperam mais o aço que um dia forjaram escotistas dirigentes desta estirpe. Arthur Basbaum, Benjamim Sodré, Darcy Malta, Floriano de Paula escoteiros chefes que dava gosto olhar, aprender e cumprimentar. Sem desmerecer muitos que hoje primam pela sua honradez, caráter e ética e claro tem sua maneira de pensar, eu ainda me bato pela cidadania, do garbo e da apresentação. Não importa qual uniforme. Mas que seja um ou dois e que os chefes sirvam de exemplos para os jovens e outros chefes que virão. Esta barafunda de hoje joga por terra todo um trabalho realizado por aqueles que primavam pela apresentação.


               E viva os nossos dirigentes. Vamos dar um voto de confiança. Agora é esperar quem será o novo Presidente ou Presidenta. Meu voto é meu é secreto. Mas sei de muitos que tiveram sua escolha contada em Fogo de Conselho. Pena que eles não fazem o mesmo com nossos presidentes nacionais. Ninguém se preocupa ninguém contesta então para não virar um caos vamos aceitar as mudanças no tempo. Disseram-me que existe uma luz no fim do túnel. Enquanto isto me deixem embarcar na Enterprise. Vou por aí onde ninguém esteve. Data estelar? Não sei. Espaço? Que seja a fronteira final. Estas são as viagens de um "Velho" Chefe Escoteiro chato de  galocha a bordo da nave estelar Enterprise. Em sua missão de muitos anos... Para explorar novos mundos... Novas regiões escoteiras, nova Direção Nacional, novos diretores regionais e nacionais e pesquisar novas vidas... Novas civilizações escoteiras... Audaciosamente indo onde nenhum homem exceto Lord Baden Powell jamais esteve.

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