Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

domingo, 5 de abril de 2015

Balada do vento amigo. Deixa o vento soprar em meu rosto.



Hora de dormir, amanhã é outro dia...
Balada do vento amigo.
Deixa o vento soprar em meu rosto.

Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai para sempre...

                      Eu já ouvi o vento soprar, forte e viçoso nas montanhas douradas do Baependi. Ele rasgava o dia e as noites através das folhagens como se estivesse reclamando da invasão dos seus domínios. Eu já ouvi o vento soprar, nas imensas planícies do Vale Feliz. Ele procurava espantar as borboletas coloridas que ali estavam à procura do mel escondido nas flores que caiam no outono. Quando eu olho para o oeste, seguindo o sol que busca se esconder nos vales verdejantes, eu ouço o vento soprar. Ela canta suavemente para me entreter na busca do infinito. Dentro de uma barraca que parece sair voando, o vento sul açoita sem pedir permissão. As vozes das tempestades são enfurecidas por ele. Ele o vento não pede passagem, ele vai onde quer e ninguém ousa interromper.

                      Eu gosto do vento. Não importa de onde vem e para onde vai. Já estive com os ventos da primavera, que traziam o doce perfume das flores, das matas, das florestas distante. Eu já estive com os ventos do verão, com as bravias chuvas espicaçadas por ele. Ele mandava trovões, raios inimagináveis e depois da chuva ele trazia a bonança com ventos calmos, pacíficos e o cheiro da terra, o perfume das folhas molhadas, nos mais altos galhos a passarada a cantar toadas maravilhosas ao sabor do vento cuja chuva o vento levou. Eu já vi passar os ventos do norte nos picos gelados das Agulhas Negras, ela parecia sorrir com a vasta imensidão a perder de vista. Eu já vi os ventos das ventanias que jogavam tudo ao chão. Eu já vi os ventos das borrascas cinzentas no mar gelado. Era bom olhar o infinito e ver as gaivotas na sua eterna luta com os ventos. Elas sabiam que iam perder por isto aprenderam a voar com os ventos.

                        Quando em marcha de estrada e o sol a pino, eu me entregava sempre aos ventos para me dizerem o melhor caminho. Beber a água da fonte, em uma sombra e os ventos soprando é indescritível. Eu já ouvi os ventos. Muitos. Os que se transformavam em arco íris, os que se transformavam em brisas, gostosas, sopradas de uma cascata borbulhante ou na madrugada a nos apanhar sem barracas tendo o céu de estrelas como casas, elas molhavam nossos rostos ao luar. Ventos do norte e sul, ventos do oeste e este, que eles soprem sempre trazendo a todos nós a alegria que merecemos. Um dia alguém me falou do vento – Sabes Escoteiro, se tens vento e depois água, deixe andar que não faz magoa, mas olhe se tens água e depois vento, põe-te em guarda e toma tento! É eu já ouvi o vento passar...

Deixa passar o vento
Sem lhe perguntar nada.
Seu sentido é apenas
Ser o vento que passa…
Consegui que desta hora
O sacrifical fumo
Subisse até ao Olimpo.
E escrevi estes versos
Pra que os deuses voltassem.
Ricardo Reis.


Boa noite. Uma linda noite de sono. Um lindo amanhecer e uma bela semana cheia de sorrisos e felicidades! 

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