Vez ou outra publico a pedidos, contos ou artigos
escritos por meus amigos aqui do Facebook. Quem sabe poderá surgir um contista,
pois somos tão poucos e quando mais melhor. Se você tem um conto, uma história
ou mesmo quer comentar sobre escotismo me mande um e-mail com sua publicação.
(ferrazosvaldo@bol.com.br). Sendo válida será publicado. Abraços!
Conversa ao pé do fogo.
Agulhas Negras - Onde a aventura
começa.
Uma história contada e escrita pelo Chefe Nobuo
Otaguro do Grupo Escoteiro Indaiá-235 SP e a mim enviada pelo Escoteiro Igor
Lucio o qual orgulhosamente publico.
Vinte e um de novembro de 2015 duas horas da
manhã. Cinco jovens seniores do Grupo Escoteiro Indaiá iniciam uma das suas
grandes aventuras. Afinal são seniores e sabem que os desafios foram feitos
para eles. Não foi o primeiro e nem seria o último acampamento. Uma atividade
programada, conversada e planejada nos seus mínimos detalhes. Seniores são
assim fazem tudo com muito amor e a espera do grande dia para a viagem até O
Parque Nacional do Itatiaia no Rio de Janeiro foi de muita ansiedade, amor,
emoção e alegria. Finalmente o grande dia chegou. Uma breve parada em Jacareí e
chegamos à entrada do parque. Viajávamos desde as duas e meia da manhã. A
chefia sorridente, os seniores esperando a grande jornada. Sete horas e quinze
minutos na entrada do parque começamos a nossa grande aventura. Uma caminhada
gostosa, sofrida, mas cheia de vontade de conhecer de fazer um escotismo como
os seniores gostam. O Pico das Agulhas Negras era famoso, conhecido em todo
Brasil. Sonhos de muitos em passear nas suas trilhas, ver imagens lindas de
flores silvestres, nascentes de águas límpidas a convidar para beber.
O clima agradável da
primavera naquela manhã nos embebia com o ar puro sem nenhuma poluição e nossos
pulmões sorriam naquele ambiente fantástico. Uma flora e fauna endêmica, um céu
de brigadeiro prenunciava uma jornada inesquecível. Nada como sentar a beira da
trilha, beber uma água de cascata, uma breve refeição e a subida tem início.
Nem todos são mateiros e o cansaço, a falta de prática de exercícios físicos
regulares, a altitude toma conta do meu corpo e de muitos outros seniores
desacostumados com subidas íngremes e altas. As dores e câimbras em todos nós
não impedia o desejo de alcançar o cume da montanha. A cada para nos tocávamos
com a maravilhosa vista e ver ali o vento, ainda o orvalho da manhã, as flores
que apareciam nos dava a certeza da existência de Deus. Quatro rapazes e uma
jovem iam descobrindo a cada passo que o obstáculo é para ser transporto e não
desistido. Todos se sentiam como se estivessem no centro do universo,
principalmente pela vista maravilhosa, pelas nuvens que se espalhavam aos seus
pés, pois a altitude os deixou acima delas.
Quanta emoção para aqueles cinco jovens. Cada um distintamente diferente
um do outro, mas com o mesmo ideal. Nunca haviam escalado assim uma montanha,
nunca haviam experimentado uma emoção tão grande. Como é doce e linda a
liberdade. Olhar o ar que passa o vento que nos toca, o prazer de sentir a
brisa no rosto, o sol morno da manhã aquecendo a pele e o poder de ouvir o
grito da natureza e ver quanto somos pequenos diante dela. Ao nosso lado
naquela caminhada inesquecível três adultos experientes nos acompanhavam.
Conhecedores natos das trilhas e caminhos até o cume. Não sei por que um dos
adultos mais experientes, montanhista, já havia escalado varias vezes aquelas
serras não se sentia muito bem. Eu e mais o Davi conduzimos a Tropa, tentando
manter o equilíbrio até o cume. Foram quatro horas de escalada. Não existe alegria
maior que ver que a aventura foi completa. O brilho intenso nos olhares dos
jovens, o sorriso aberto e franco em cada um, a vista incrível do alto da
montanha nos trazia emoções nunca vistas. Ali perdido naquele espaço infinito
esquecemo-nos das nossas dores, do cansaço, da sede e de tantas coisas, pois
agora sabíamos que fizemos a coisa certa.
Nunca mais esquecerei
esta jornada. Nunca mais esquecerei os amigos jovens e adultos que ao nosso
lado botaram pé na estrada e cantando o Rataplã viu como é linda uma conquista
como a nossa. Agradeço a Deus pela oportunidade de viver essa aventura junto de
tão jovens e grandes amigos, tenham a certeza de que se algum dia vocês resolverem
voltar a esta montanha inesquecível eu estarei junto.
Sempre Alerta!
Obrigado ao Andrey, ao Igor, ao Carlos Daniel, ao Robert e especialmente a guia que nos deu novo animo de enfrentar a dificuldade. Abraços a você Isabela Ribeiro.
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