Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sexta-feira, 18 de março de 2016

Conversa ao pé do fogo. Porque a saída é maior que a entrada?


Conversa ao pé do fogo.
Porque a saída é maior que a entrada?

                     JF tem 42 anos, foi Lobinho, Escoteiro não esquece nunca seus velhos tempos. JF é meu filho caçula. Foi primeira Classe e Lis de Ouro nunca esqueceu sua prova de jornada. Como Sênior resolveu sair. JF tem dois filhos. Um dos filhos tem 14 anos e o outro 11 anos. Bons filhos, educados, estudiosos e com formação exemplar. Nunca foram escoteiros. Quando conto histórias prestam atenção perguntam, mas não insistem com o pai para levá-los a um Grupo Escoteiro. AF tem 45 anos. Minha filha. Não foi Lobinha e nem escoteira, pois ainda não havia a coeducação. Quando pode entrou em uma Companhia Bandeirante. Autorizado à entrada de meninas, foi escoteira e logo passou para guia. Conseguiu o Escoteiro da Pátria. Um belo dia resolveu sair. Tem duas filhas uma de seis anos e outra de 21 anos. Nunca foram Escoteiras e nunca se motivaram apesar de que a de seis ainda não tem a idade exigida. Quem conhece as duas sabe da estupenda formação moral que possuem. A mais velha já conhecida de alguns chefes foi amplamente admirada por muitos deles.

                      MF tem 48 anos. Meu terceiro filho. Formação intelectual das melhores. Exemplo de pai e de esposo. MF foi Escoteiro, mas ao passar para Sênior resolveu sair. MF tem dois filhos. Uma menina de três anos e um menino de onze anos. O mais Velho é um primor de educação e ótimos conhecimentos de moral elevado. Nunca se interessou a ser Escoteiro. Próximo à residência não existe núcleos escoteiros. WF é o meu filho mais Velho. Tem 50 anos. Como Sênior conquistou diversas especialidades e o dois distintivos de eficiência que existiam na época. Ficou por quatro anos e resolveu sair. Tem dois filhos. Uma menina e um menino. Ela com dez anos e ele com quinze anos. Educados, prestativos, tem formação moral elevado. Nunca se interessaram em ser escoteiros apesar de que na cidade que residem não tem nenhum núcleo Escoteiro. Até hoje meus quatro filhos recordam com alegria seus tempos de escotismo e sempre tem uma história para contar. Meus oito netos ainda não tiveram o tal “mosquitinho” para dar a mordida de ser mais um desta estupenda organização mundial.

                        Celia desde que se casou me deu todo apoio não deixando de participar como Chefe de lobos. Ficou comigo e atuando até meados de 1995 quando deixou o movimento. Fez diversos cursos, um IM parte II e por mais de dois anos foi coordenadora bandeirante. Eu nasci Escoteiro, vivo Escoteiro e vou morrer Escoteiro. Nunca forcei meus filhos a nada. Vez ou outra pergunto por que ainda não fizeram de seus filhos um Badeniano. Cada um tem sua explicação o que acho plausível. Não é fácil encontrar um núcleo escoteiro que pode dar o que eles tiveram nos grupos de origem. Sem desmerecer não sei se os filhos ficariam por muito tempo com os métodos e programas de hoje.

                          Porque escrevi isto? Sempre a bater na mesma tecla. A saída é maior que a entrada. Os jovens e hoje não sei se em minoria ou maioria não tem mais aquela paixão de outrora. Quem sabe o espirito aventureiro não mais existe em muitos Grupos Escoteiros. Foi criado um novo sistema, modificado outros tantos e ainda insistem em métodos modernos, em provas de classe que não tem motivação. Muito das provas de hoje eles tem com amigos, na escola e em casa. Repetir no Escotismo fica sem graça. Se antes éramos mais sonhadores a procura era maior que a saída. Patrulhas ficavam anos e anos sempre unidas. Poucos saiam. As vagas quase não existiam.

                           Os jovens de hoje são conduzidos de forma mais formal, sem técnicas e quando aplicadas perdem o valor dependendo do método de aplicação. Impossível motivar quem vai para o campo com seu celular. Impossível criar à mística mateira em locais onde a civilização se concentra a sua volta. Olhar os campos, as florestas, uma aguada sem casas por perto quase nunca é possivel para criar uma mística própria que motivasse o espírito aventureiro. Não há mais procura de interessados e estes quando aparecem são poucos e logo desistem. Ter jovens com estrelas de atividade com quatro, cinco ou oito anos é procurar uma agulha no palheiro. As reuniões muitas vezes são incompreensíveis, sem motivação e os jovens poucas vezes são consultados. Dizer o que querem ou pediram é utópico. Quem pode sugerir tem entre dezoito e vinte seis anos. Não podem representar nunca aqueles que estão chegando e procurando um novo modo de viver aventuras e descobrir novos horizonte.


                         Meu filho mais Velho na semana passada veio almoçar conosco. – Pai! Não entendi! Fui com o meu filho a uma festividade em sua escola e lá estava muitos escoteiros. O Chefe de roupa civil com um lenço no pescoço e a maioria dos meninos sem uniforme. Ele só ficava chamando e formando. A maioria dos alunos não estavam nem aí com eles. Agora é assim pai?

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