Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

terça-feira, 1 de março de 2016

Conversando, falando, ouvindo e aprendendo sobre escotismo.


Conversando, falando, ouvindo e aprendendo sobre escotismo.

Outro dia recebi um e-mail. Diferente das dezenas que recebo. Não mudei uma vírgula e por que não publicar? Claro deixei o nome do autor em OF. Postando para que meus amigos possam acompanhar uma história de tantas que eu já vi e li.

                    Bom dia sou um (ex-quase chefe escoteiro), engraçado né? Pois é, em junho do ano passado inscrevi meu filho, que na época tinha nove anos no ramo lobinho em um grupo escoteiro da minha cidade. Para ajudá-lo nesta nova empreitada estudei bastante sobre o movimento, e o escotismo passou a ser o assunto das refeições lá de casa, eu dedicava um tempo de meus dias lendo sobre o movimento no Brasil e no mundo, e acabei por conhecer mais sobre o assunto do que a maioria dos outros pais. Assim que meu lobinho fez sua promessa eu o ajudei a conquistar sua primeira especialidade e durante a apresentação acabei por estreitar meu relacionamento com os chefes de sua alcateia e em conversas empolgadas que tivemos a Akelá percebeu meu entusiasmo pelo movimento.

                     No Grupo Escoteiro onde somos membros as alcateias fazem suas atividades às vistas dos pais e visitantes, já outros ramos não são avistados por que o terreno da sede tem formato de L. Um dia quando a Akelá ensinava alguns nós meu lobinho falou a chefe da minha profissão, Técnico em Segurança do Trabalho e que eu também sabia fazer nós, então a chefe me chamou, e me pediu para ensinar os lobinhos a fazer nó oito simples, pois ela não se lembrava, eu adorei. Não demorou muito para que eu fosse convidado a ser assistente. Em fevereiro deste ano fiz minha integração e passei a frequentar o grupo, meses depois o presidente me falou que eu deveria fazer o curso preliminar, mas a data seria justamente no final de semana do aniversário do meu filho mais novo, ele não gostou nenhum um pouco quando eu disse que não iria. Não demorou muito para que eu desanimasse. Quando foi em maio eu decidi abandonar o movimento, a Akelá ficou bastante triste e pediu para que eu repensasse, mas eu acabei saindo e desfalcando a alcateia.

                       Hoje eu sinto muitas saudades, mas olhando de fora eu percebo que os adultos do Grupo não são corteses, a maioria é arrogante, se acham superiores, olham a gente de cima para baixo. Isso me entristece muito, o escotismo que eu conheci na internet e nos livros não tem muito a ver com o que eu vi de perto principalmente nesta condição que eu vivo hoje. “Alguém que abandonou o movimento”. Eu tenho vontade de voltar, a Akelá e a vice-presidente insistem pela minha volta, meu menino já está indo para Lobo Caçador, logo-logo conquistará o IMMA e Cone Sul (por conta do tema do Rally deste ano), antes de sua passagem, creio eu que alcançará o Cruzeiro do Sul. Durante este poucos meses que passei na alcateia pude perceber o quanto eu de fato não tenho paciência com crianças. Minha esposa sempre foi contra eu ingressar no movimento, ela dizia, “você não tem paciência com seus filhos, por que terá com os dos outros”? Realmente, na hora de colocar as matilhas em ordem eu era bastante austero e me irritava com facilidade, mas na hora de contar histórias, aplicar brincadeiras e ensinar músicas eu me saia muito bem (dizia a Akelá).

                      No fundo eu quero voltar, mas percebo o quanto o movimento tomará de meu tempo, reuniões em casas de chefes, cursos, etc. Eu faço faculdade à distância e o tempo para ela já é escasso, e minha esposa não gosta muito, ela gosta do movimento, mas já deixou bem claro que jamais fará parte dele, principalmente por causa da arrogância de muitos chefes. Na minha cidade há outro Grupo Escoteiro e eu já até pensei em transferir meu lobinho para lá, mas eu receio perder parte deste processo rumo ao Cruzeiro do Sul, além do mais, ele já fez muitos amigos no atual Grupo e não quer sair.

                        Eu me pego sempre pensando no movimento, nos lobinhos, na progressão deles, se ao menos minha esposa curtisse comigo seria bem mais leve pra mim. Já teve vezes dela ir nos buscar ao final das reuniões e ficar do lado de fora pra não sofrer me vendo fazer parte daquele meio um tanto frio e falso, e eu não tiro a razão dela. A Akelá diz sempre “Se você se importar com os adultos, você não ficará no movimento, temos é que nos importar com os Jovens”. Engraçado é que até os jovens Escoteiros, Sênior e Guias são na maioria “malas” como se diz na gíria.

                     Certa vez houve em um encontro entre os dois Grupos Escoteiros de minha cidade eu pude ver que os jovens e adultos do outro grupo também são “malas”, por que isso? Uma coisa sempre me assustou bastante. Quando eu entrava em blogs, sites e vídeos sobre o escotismo e seus eventos, percebia um preocupante “fanatismo”. Parecia que as pessoas não respiram outra coisa senão aquilo. Ouvi de alguns familiares de escotistas daqui de minha cidade sobre o quanto seu parente escoteiro era estranho, porque só vivia para aquilo. Na época eu fiquei com medo de ficar assim, porque minha família, meu trabalho, meu descanso e minha religião sempre estarão acima de tudo, foi o que eu disse quando falei ao presidente que não iria ao curso preliminar, “é o aniversário do meu filho”. “Teve uma assistente de outro ramo que ficou embasbacada, ela me disse pasma“. - Não acredito que você não vai ao curso, mas e agora? Fiquei sem entender, por que o escotismo tem que estar em primeiro lugar?

Não sei por que eu resolvi contar tudo isto Chefe, nem sei se ao menos se você vai entender ou se importar com minha história, pode ser até que você se ofenda, o caso é que eu desabafei.

Sempre Alerta!

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