Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Apenas um comentário...


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Apenas um comentário...

O que é farda: Tipo de roupa que, possuindo determinado padrão, é utilizada por militares, estudantes etc.: Sinônimos de farda: Traje, uniforme, beca e fardamento. Vestimenta: - É usada como sinónimo de vestuário, trajes ou roupa.

                   Meus amigos e amigas do Movimento Escoteiro. Os que me acompanham devem ter notado que as fotos que ilustram minhas publicações em sua maioria são de jovens sorrindo, fazendo escotismo e se possivel praticando o escotismo de campo. Costumo dar preferencia a boa uniformização de alguns países principalmente Portugal e a França pela apresentação que fazem do uniforme. No Brasil faço questão das fotos com uniforme caqui e quase nunca a Vestimenta. Por quê? Como sabem sou um Velho Escoteiro que preza muito o garbo e boa ordem. Um “çabio” da EB resolveu adotar como norma e liberou para quem quisesse usar a vestimenta com a camisa para fora, sem o meião tradicional e calçado de qualquer cor. Este Velho Chefe acha isto fora de propósito. Os comentários que tenho ouvido e visto não são benéficos a esta maneira de se vestir escoteiramente.

                Desde os primórdios do escotismo no Brasil, nosso maior Marketing sempre foi o nosso uniforme e a boa ação. Mesmo com um efetivo bem menor, éramos conhecidos de norte a sul, e frequentemente as empresas ou novos produtos lançados davam preferencia ao escotismo de uma maneira geral. O Sempre Alerta, o Rataplã, a calça curta, a boa ação e as atividades de campo eram sinônimos de escoteiros do Brasil. Aparecíamos no rádio, na TV (no seu inicio) nos jornais e éramos constantemente contatados para palestras em escolas, universidades, grupos empresariais entre outros. Ainda não havia a preocupação de ter um caixa sadio e nem esta falta de espirito Escoteiro onde quem não tem registro não existe para a EB. A UEB na época não tinha ainda sede própria, poucos profissionais, mas muito mais atuantes, pois de Norte a sul alguns deles se sobressaíram ajudando e colaborando na formação de chefes e Grupos Escoteiros. Eu sou testemunha da história de alguns deles.

                  O tempo encarregou-se das mudanças que estamos vivendo hoje. Não temos marketing, vez ou outra pejorativamente somos comentados na TV no rádio e na imprensa escrita. O escotismo tornou-se um eterno desconhecido, salvo algumas cidades do interior nem vistos somos mais. Vamos de carro e de carro voltamos. Muitos vestem seu uniforme ou vestimenta na sede. Vergonha dele ou vergonha de ser escoteiro? A EB de hoje se preocupa mais em aumentar seu caixa do que abri-lo para ajudar os Grupos Escoteiros mais necessitados. Um trabalho de confiança, de colaboração nunca é feito gratuitamente. Fazem questão de mostrar quando alguma atividade nacional dá prejuízo e choram com isto. Quando dá lucro ninguém fica sabendo.

                 Neste mar de mudanças, de alterações do método, dos valores do passado e da preocupação em zelar pela continuidade dos dirigentes, pela empáfia de alguns ou mesmo pela truculência ou prepotência por estarem revestidos em um cargo nacional, dificilmente os associados da EB podem participar diretamente na eleição dos diretores ou mesmo sugerir o melhor caminho a seguir. Vemos uma democracia participativa onde poucos podem opinar ou votar. A cada dia somos surpreendidos por uma mudança, uma exigência e alguns mais próximos dos grupos fazem questão de dar seu credito aos de cima, ameaçando aos mais humildes com dizeres nem sempre educados. Não são muitos, graças a Deus.

                  No meio do alvoroço das mudanças criaram a vestimenta. Um “çabio” dirigente sem consulta a turba escoteira das unidades locais, riscou no ar um desenho de 19 tipos, sendo que um deles permite o uso da camisa solta, da meia de qualquer cor e da apresentação. Qualquer um pode ver que ter dezenove tipos é fora de propósito e por outro lado uma forma de engordar o caixa da EB. Afinal a EB é detentora de tudo que se diz Escoteiro, a única que pode vender produtos escoteiros e ninguém pode em sã consciência discordar que ela age como um “Truste” transformado em Associação. Sei que foram benevolentes em dar aos grupos o direito de escolha o que vestir. Uniforme ou vestimenta. Em contra partida exigiram no início o uso da vestimenta por parte de todos aqueles que tinham um cargo na EB. À medida que novos grupos iam surgindo à vestimenta é quase imposta aos novos grupos. Passaram anos e estamos hoje com alguns de uniforme e a maioria com a vestimenta. Se ela desbota, se ela é de péssima confecção, se ela não aguenta as atividades de campo dos escoteiros, poucos reclamaram. Alguns pagam com prazer trocando a cada seis meses a vestimenta. Bom ser rico.

                   Sei que muitos terão mil e uma explicações para tal ação. Não entro no mérito. Não adoto o modernismo feito de maneira tão simplória, cuja apresentação para mim demostra falta de garbo e se apresenta aos olhos do publico de maneira adversa ao que criamos entre a população brasileira no passado. Escolhas são escolhas. Parabenizo aqueles que se apresentam com a vestimenta mostrando orgulho do que usam a estes terei sempre uma nota de parabéns. Não importa se a norma existe. Quem as fez deve ser alguém que não conheceu o significado de garbo, de orgulho Escoteiro que tanto presamos no passado.


                  A história é uma só. Não vou contá-la novamente. De uma coisa eu sei, o escotismo brasileiro está sendo aos poucos achincalhada por alguns dirigentes que ainda não se tocaram das nossas tradições e do nosso orgulho do escotismo que fizemos. Não temos marketing. Dizer que basta o espírito Escoteiro e que o uniforme é apenas uma peça complementar não vai explicar o esquecimento da sociedade brasileira para com o escotismo. Quem sabe um dia teremos uma liderança nacional que vai se preocupar com nosso futuro e pensar mais nos associados e não no caixa e com isto poderemos ver frutos que hoje não vemos.

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