Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Minha terceira carta para Baden-Powell



Osasco, 05 de janeiro de 2017.

Prezado e querido amigo Baden-Powell.
Uma ótima tarde para você aí no céu.

                    Se não me engano, esta é terceira carta que escrevo a este mestre que tenho muito carinho. Sei que as respostas só as conhecerei quando estivermos juntos em sua estrela aí no céu. Afinal sei que a vida é uma sucessão de fatos onde aprendemos na Escola da Vida como caminhar e aprender com os próprios erros. Se não me engano o Senhor disse isso em um dos seus comentários no livro Rastros do Fundador. Olhe eu não li, mas copiei um PDF em inglês e estou traduzindo pelo Google já que de inglês eu não falo “bulhufas”.

                 Sabe meu amigo Mestre, não tenho nada novo para contar. Afinal seus amigos mais elevados espiritualmente que eu já devem ter contado tudo que vem acontecendo aqui na terra. Ando “tropeçando” contando os dias que irei partir para minha caminhada nas estrelas. Já não posso mais fazer minhas jornadas, minhas aventuras em cima do meu cavalo de aço (bicicleta) correndo por trilhas ou estradas de terra aventurando no desconhecido. Já não posso mais viver longas noites nos picos distantes, nos vales profundos, nas travessias de rios caudalosos, e ficar horas vendo a partida do sol e a chegada das estrelas brilhantes nas belas noites de acampamento. Tudo ficou para trás. Agora só lembranças.

                 Sei meu Mestre que ainda tem muitos escoteiros sonhadores como eu, que dão tudo para uma aventura como as que eu fazia antigamente. Mas Mestre hoje não dá mais, a idade chega e a gente vai ficando cansado vivendo encostado para não cair. Infelizmente Mestre tem ainda aqueles que chegam para escoteirar e se decepcionam com os homens que lá estão a dirigir. Tem de tudo, tem Chefe dono da verdade, tem Chefe que só quer poder, tem Chefe ocupado e tem o Chefe que só pensa “naquilo”. Ops Mestre, quando digo naquilo é seu sonho para ser um Grande Chefe, melhor que o senhor, que inventa faz e acontece querendo provar no imaginário que um dia sonhou e todos sabem que não vai dar certo.

                Ando escrevendo muito ao seu respeito. Sou diferente de muitos Escoteiros hoje considerados Vovô Escoteiro, que sabem sim discordar, dizem do seu tempo, mas onde estão ensinando? A quem? Um cursinho? Mestre, até que eu gostaria de ajudar assim como eles, mas tenho outro tipo de luta, aquela de tentar acordar os que foram subjugados por uma ideia que não é a sua. Eles mestre são guiados pela ponta do nariz e nada vem adiante e tem muitos que parecem o seu gansinho quando disse: “Tem gente que é um gansinho no modo que vai atrás, dos outros que vão à frente – nem sabe para onde vai”... Nas pisadas do pai ganso, vai pisando o filho atrás! Ele nunca fará nada que não tenha feito o pai!

              Vez ou outra Mestre tento escrever o seu modo de pensar. Opa! Ainda não cheguei lá, quem sabe estou vendo pela metade, e sua pura verdade é contada de outra maneira, mas Mestre, nunca digo asneiras só aquilo que li e aprendi com meus 77 anos de vida. Tem hora que dá vontade de parar, de escrever de mostrar o verdadeiro escotismo que acredito. Mas quem se importa Mestre? Sua filosofia pelo menos foi implantada no cérebro da maioria, mas os nossos lideres atuais aproveitaram para uma lavagem cerebral, onde o cérebro obedece, onde aproveitam para implantar mudanças de pensamento e atitude. Uma reeducação visando mudar as crenças filosóficas do escotismo que eles acreditam.

                Sei que falar assim é enfiar a mão no vespeiro e os defensores se multiplicarão para dizer que sou atrasado, um velhote senil que não vê a modernidade, um dinossauro do tempo que devia pegar a diligência do além e partir para nunca mais voltar. É Mestre, eu não devia me meter com o excelente escotismo praticando hoje. Sabe Mestre não estou “galhofando”, nada disso. Muitos comentam que fazem o escotismo moderno, mas sem esquecer as raízes. Mestre infelizmente os novos lideres não ouvem ninguém. Eles tem agora a percepção de como fazer escotismo baseado nos estudos dos grandes filósofos mundiais da atualidade, e dos novos pensadores e pedagogos que estão surgindo aos montes no escotismo. Acham que o método seu deve ser guardado no fundo do bornal.

                Olhe meu querido Mestre, não vou ficar aqui choramingando, reclamando como uma mala velha que se abriu no meio da estrada da vida e tudo que construiu o vento levou. Até mesmo nem sei por que ainda continuo batendo na mesma tecla, mostrando em contos, em história, em artigos tolos, enganosos para alguns, colocando letras e sinônimos, sem esquecer-se dos antônimos, formando palavras de escotismo do campo, de amizade, de patrulhas formosas, saudosas do escotismo que acreditava fazer.

                Eu meu caro Mestre não guardo rancor. Tento passar a todos que se colocam como irmão escoteiro, atrás destas paginas brancas do computador, que o escotismo é de todos, não tem dono. Basta seguir a trilha que o Mestre nos Deixou. Tento não ser egoísta, individualista e meu exemplo é de respeito, de ouvir opiniões de ser amigo, de não ficar questionando a maneira correta do escotismo que fiz e se ele foi o que sempre acreditei que deveria ser.

              Meu fraterno Abraço Mestre. Não vai demorar muito para abraçá-lo pessoalmente... Se me for possível. Acredito que é um espírito superior e que sua morada fica bem perto onde está o Criador. Quero ouvir suas histórias de Mafeking, de suas aventuras na Africa dos seus sonhos e no que acreditava ser melhor para o mundo de hoje. Lembranças a Senhora Olave, aos queridos amigos que fizeram o belo escotismo ao seu lado, aos Chefes de Campo de Gilwell Park que um dia irei conhecer. Até mais e meu Sempre Alerta para Servir!

Chefe Osvaldo Ferraz, vulgo Vado... Um Escoteiro!

nota: - Ações falam mais alto que palavras e um sorriso denuncia: - Gosto de você. Você me faz feliz. Estou satisfeito pôr vê-lo. Um sorriso insincero? - Não, este não engana ninguém. Todos nós somos capazes de conhecer quando ele é forçado! Do livro Caminho para o Sucesso de Baden-Powell. Minha terceira carta a Baden-Powell. Tirada da minha imaginação. Uma maneira de dizer o porquê ele foi tão importante em minha vida. Bem vindos!

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