Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018



Papeando nas areias do Waingunga.
O Ramo Lobinho. Parte II.
O que disseram os Chefes sobre o artigo.

                 Ontem publiquei um artigo sobre o Ramo Lobinho e sua provável evasão após a passagem. Dentro das minhas ponderações não sei se me fiz claro do que os Lobos Modernos aprendem, e os Escoteiros Modernos dão continuidade. Se tivéssemos em volta da fogueira mil Akelás interagindo sobre o tema não sei o que iria acontecer. Sei que tem chefes de alcateia que buscam ideias e aprendizado, mas sei também que tem aqueles para quem os lobos da alcateia se tornam filhos. São os pais e as mães de Mowgly. Quem sabe baseados na figura de Akelá e Raksha.

                  Por outro lado é fato notório que muitas tropas ainda não estão preparadas para receber os lobinhos. Lobinhos? Esse diminuitivo é a diversão na Patrulha. Eu disse que a maioria que passa são diminuídos em sua importância e às vezes menosprezados até mesmo pelo noviço que entrou há poucos meses. Do que adiantou seus três ou quatro anos de lobo? De que adiantou suas etapas ou mesmo seu Cruzeiro do Sul?  Quem sabe você pode analisar.  

                  Quem sabe um dirigente, um formador ou um Assessor Pessoal poderiam dar subsídios para isto não acontecer. Sinceramente nem sei se estes temas são motivos nos Distritos, regiões e outras atividades nacionais.  

                Temas que poderiam ser discutidos a dois, a três ou até mesmo no Conselho de Chefes são relegados ao esquecimento. A importância é de quem escreve um bom manual, uma boa literatura dizendo o que devem fazer os chefes de lobos e escoteiros. A ideia de uma família no Grupo Escoteiro muitas vezes é esquecida ou postergada. Ouvir, escutar, perceber, entender e sentir parece não fazer mais parte no Dicionário do Grupo Escoteiro.

                Poderia eu escrever aqui centenas de artigos que poucos iriam levar em consideração. Dirigentes e formadores aqui não aparecem e nem dão sua opinião. Eles gostam mesmo é de uma boa palestra e ali em frente aos alunos se tornam a autoridade no assunto. Achei interessante postar aqui o pensamento de algumas chefes de lobo e de tropa que comentaram o artigo. Quem sabe pode trazer subsídios para uma futura avaliação dos resultados. Fiquem a vontade para discordar. (Em OF para evitar constrangimentos).

Comentários do Artigo Papeando nas areias do Waingunga. O Ramo Lobinho.

Comentários I. - Sentimos mesmo essa diferença... Nesse tempo observamos que poucos lobos seguem em frente após a passagem para outra sessão... Perdemos por vezes jovens motivados, pela chefia não entender que ele acabou de chegar e ainda tem o lobo nele e precisa ser trabalhado para tornar-se um escoteiro.

Comentários II - A grande questão é que na maioria dos grupos a alcateia atua isolada do ramo escoteiro. Ao contrário das tropas escoteira e sênior que há um vínculo maior. É comum vermos escoteiros e seniores interagindo, até porque os vínculos já foram criados na tropa escoteira. Já os lobinhos vivem totalmente a parte de tudo isso. É difícil ver essa amizade entre os lobinhos e os escoteiros. Enquanto o jovem está na alcateia ele vive uma realidade muito diferente da tropa. Quando o lobinho passa para Tropa ele não é acolhido pelos escoteiros, na verdade o pensamento é quase unânime por parte da tropa "Esse lobinho vai ver só. Ele vai se ferrar na nossa mão. Ou ele vira um escoteiro de verdade ou sai do grupo.".

Comentários III - E o resultado todos nós sabemos qual é. O grande problema disso tudo é o choque de realidade. Hoje o universo da alcateia é totalmente diferente dos outros ramos. E eu acho que a alcateia, está sim virando uma sala de aula. Não digo um jardim de infância, mas uma sala de aula. Fico cada vez mais perplexa com as atividades apresentadas hoje para o ramo lobinho. Um monte de recursos audiovisuais, papel colorido, tintas, canetas, colas, tintas, fantasias, etc... Eu fui professora primária e me sinto como se estivesse voltado à sala de aula. As crianças fazem isso à semana inteira, e quando chegam ao grupo no sábado à alcateia parece uma extensão da escola. Quando começou a evasão dos lobinhos do nosso grupo, eu fui conversar com alguns pais e a resposta era a mesma... “Ele está desmotivado”!

Comentários IV - E alguns pais bem sinceros chegaram para mim e falaram: - “Chefe, estive observando algumas atividades e elas são chatas, não atrai a criança, escotismo é natureza e não se vê mais isso”. Quando as crianças não estão dentro da alcateia, estão em atividades dentro de ginásios, cinemas, teatros, museus. Chefe... - Me disse o pai: - Isso eu faço com meu filho nos dias de chuva que não tem aonde a gente ir.  Fala-se tanto que devemos ouvir os jovens. Mas não me parece que os jovens estejam sendo ouvidos. Só se ouvem os sábios pedagogos do escotismo moderno que acreditam cegamente que estão fazendo o melhor para o escotismo e que essa é a melhor forma de atrair e manter os jovens no ME. Triste realidade a que vivemos.

Comentários V - Minha briga sempre foi essa Porque lobinhos tem que estudar pra fazer promessa escoteira? Eles já prometeram seguir uma lei, não seria apenas renovar? Porque tem menos direitos se já aprenderam a cumprir a lei e a fazerem nós e fogo e mais algumas cositas? Não ganhei a briga, pois as desculpas não me convenceram. Mas continuo a luta.

Comentários VI - Lendo com calma, vi que acabamos passando por isso na alcateia; as crianças vivem a fantasia no mundo da Jangál e quando partem para a cidade dos homens, poucos continuam. Para eles é difícil deixar a fantasia e viver a realidade.

Comentários VII - Bom dia chefe. Tenho ido a vários cursos, tudo é ensinado para cursantes. Mas porque eles não fazem como aprendem. Vejo chefes, próximos a mim, inventando coisas desnecessárias e até absurdas. E esquece-se de ensinar aos jovens o necessário.

Nota – E então, deu para tirar alguma conclusão? Eu tenho a minha e sei que você tem a sua. Mas sabe a melhor de todas? É Ver os lobos fazendo a passagem para Tropa Escoteira, ficando lá quatro anos e finalmente entrando na Rota Sênior. Quem não iria sorrir e pensar... Fiz minha parte... Valeu!
Obs. – As fotos publicadas são antigas. É possível que a maioria dos lobos já tenham feito à passagem. Espero que estejam firmes e escoteirando por aí!


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