Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. A experiência serve para que?



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
A experiência serve para que?

Nota – Dizia um padeiro da minha terra que quem não sabe fazer a massa não sabe fazer o pão. Muitos dirigentes escoteiros hoje em dia se meteram na padaria escoteira sem saber fazer a massa e estão metendo os pés pelas mãos.

                   Um famoso pedagogo e pensador respondeu assim: - Para muito pouco. Só que o pouco para qual ela se presta é muito importante. E completou: - “Experiência é aquela coisa maravilhosa que lhe possibilita reconhecer um erro quando você o comete de novo”. Como ele eu acredito em experiência. Acredito em erros e acertos. E completou dizendo, ou melhor, lembrando B-P que o erro seja o pai dos acertos. Experiência é como escrever um livro. Você vai juntando as palavras e quando vê está tudo completo.

                   Temos hoje dezenas de novos lideres fazendo experiências no escotismo. Mais de trinta anos e até hoje pouco resultado. Ou melhor, tem sim, aparecem mais e mais adultos para fazerem novas experiências. O escotismo é uma fonte enorme para muitos aventureiros que acreditam mesmo que tudo precisa mudar. Fecham-se em seus “ninhos” de poder e com um sorriso nos lábios vão apresentando suas novas ideias, que não são mais que copias de outros que assim também pensaram e escreveram.

                   Francamente, eu não bato palmas para estes que se intitulam lideres e lá vão a fazer das suas. As fontes do poder é um prato cheio para eles. Fazem de tudo para ter o poder, ser mais um da corte, quem sabe sorrir por saber que agora pertencem a casta dos Lordes Escoteiros. Adoram e depois começam a alardear suas ideias. Não são sugestões, pois eles já tem tudo definido. Como não existe uma punição para seus erros já que ninguém irá cobrar no futuro eles se sentem prestigiados. Falam bonito. Quem os houve ou lê fica admirado ou pasmo porque ainda não tinham pensado nisto.

                     O tempo de escotismo me faz pensar diferente e não me empolgo. Afinal já vi tantas coisas nesta minha vida que nada mais me surpreende. Mas caramba! E a experiência deles? Porque não exigimos certezas e não dúvidas, resultados e não só experiências? Tudo bem. B-P já dizia quem nunca errou nunca experimentou nada novo. Divirto-me quando leio Marisa Martins em seu blog – “Existem pessoas que tem o cérebro “menor” do que uma formiga, a boca maior do que um elefante, e ainda se acham os Reis da Selva”!

                     Joaquim aquele português bonachão dono da padaria da esquina nunca foi Escoteiro. – Chefe Osvaldo, eu digo sempre para o padeiro: Quem não sabe fazer a massa não sabe fazer o pão. Estamos cheios de aprendizes de padeiro nas lideranças Escoteiras. Tratam seus associados como “vaquinhas de presépio. Não consultam, não fazem pesquisa, não são transparentes e nem reconhecem quando deu tudo errado. E mesmo assim lá estão eles com suas propostas incríveis para fazer do escotismo brasileiro um orgulho nacional”.

                    É triste quem se acha dono de tudo, dono das ideias. Esquecem que as pessoas têm sentimentos, constroem sonhos, criam laços e não sabem que um dia o que acreditaram não existe mais. O tempo passa, o Escotista desestimula, põe seu boné e lá vai ele para nunca mais voltar. Eles irão guardar os momentos mágicos que passaram com sua garotada. Nada, além disto, a não ser a decepção de pensar que poderia ter sido diferente. Vez ou outra encontra alguém, fala do passado e hoje no presente passa longe do que se acreditou ser uma filosofia de vida para sempre.    

                     Sou um Velho Chefe Escoteiro calejado já vi coisas do arco da velha. Dou-me ao luxo de desaprovar, censurar e condenar tais lideres que para mim não sabem “fazer a massa e querem fazer o pão”. Posso falar de cátedra. Já fui um dirigente regional, nos tempos da diligencia e participei diretamente de muitos Indabas para consultar ou ouvir as duvidas levantadas pelos participantes. Fizemos acampamentos regionais e cursos à maioria gratuitos. A luta era para conseguir doações e não para fazer caixa. Quantas correspondências enviamos? Quantos parabéns a você? Quantas cartinhas perguntando: - Porque saiu? Podemos ajudar? Estas mudanças, estes sorrisos de vencedores nas fotos quando eles se reúnem me dói fundo. Sei que não o futuro que sonhei dificilmente irá realizar.

                      Não sou um amador. Vivi o escotismo como muitos como eu desde menino. Lutamos para manter o simbolismo e a tradição. Hoje não, agora só doutor, pedagogos, copiadores do mau escotismo em alguns países aonde vão a buscar suas experiências para aplicar às cobaias de um escotismo que tenta se levantar e não consegue. Quando digo isto muitos se revoltam. Mas revoltar por quê? Quem nos reconhece como um movimento educacional na sociedade Brasileira? Quem nos dá o valor devido nas esferas governamentais e empresariais? Uns gatos pingados.

                          E lá estou eu neste dia ainda sombrio, retornando de minhas viagens de sonhos, imaginando o impossível que ainda tenho dois braços não tão fortes e duas pernas que ainda andam com dificuldade sem menosprezar Caio Martins. Mas a verdade é outra. São recordações que vagueiam a mente no passado e no presente. São boas lembranças que nos faziam felizes, momentos inolvidáveis e inesquecíveis. Se pudesse ter o dom de voltar atrás e decidir estes momentos que vivem na memória eu não mudaria uma vírgula que fosse. Mesmo que as reticências do presente assim o exigissem. Meu passado me ensinou sim, pois aprendi que “Quem não sabe fazer a massa não sabe fazer o pão”.

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