Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Conversa ao pé do fogo. O belo do escotismo está em sua simplicidade.



Conversa ao pé do fogo.
O belo do escotismo está em sua simplicidade.

                     Pense comigo quanto tempo nós temos para ficar com nossos jovens? – Duas três horas por semana? Se somarmos as atividades ao ar livre, outras sociais ou prestação de serviços veremos que o tempo é muito pequeno para complicarmos demais as atividades Escoteiras. É bom quando vemos a moçada sorrindo em uma atividade qualquer. Ian Hislops no seu vídeo sobre escotismo para rapazes mostra o que precisamos para ver que o escotismo daquela época ainda tem seu lugar na época de hoje.  A descoberta da vida ao ar livre e de aventuras é a razão de ser das atividades escoteiras. Estamos hoje com uma preocupação pedagógica, planos bombásticos, cada um querendo descobrir o ovo de Colombo esquecendo que Baden-Powell já tinha descoberto e dado o caminho a seguir.

                   Antes o feijão com arroz dava certo, mas aos poucos tudo foi se modificando. Desenvolveu-se uma parafernália de cursos, visando aprimorar e qualificar o adulto voluntário. São centenas de novas ideias e planos miraculosos. Fico na dúvida da excelência de tantas informações, técnicas, pedagógicas, psicológicas para apenas duas ou três horas por semana. É necessário mesmo? Pensando bem será que os três livros básicos de Baden-Powell não nos dá o verdadeiro sentido do escotismo e seu sucesso? Nos primórdios do escotismo BP sentiu que não poderia deixar os jovens ao “Deus dará” sem ter pessoas qualificadas para ajudá-los no seu novo sonho aventureiro. Nos bosques, matas via-se meninos a correrem como se estivessem fazendo tudo àquilo que leram nos fascículos que ele escrevia. Ansiavam aventuras. Viver na natureza. Fazer o que ele descreveu tão bem nos seus fascículos “Scout for Boys”, ou melhor, Escotismo para rapazes.

                           Para testar as habilidades e conhecimentos BP fez acontecer o primeiro acampamento Escoteiro em Browsea. As bases do fazer fazendo foram assentadas. O tempo foi passando. Até alguns anos atrás tínhamos três cursos básicos para que o adulto pudesse adquirir conhecimentos técnicos até chegar a Insígnia de Madeira. Nestes cursos ele vivenciava a vida ao ar livre, os acampamentos, vida em equipe, e com isto o método e o programa foram mantidos na formula que BP acreditava. Aconteceu que muitos jovens começaram a abandonar o escotismo devido a sua nova roupagem e apresentação passou a realizar para atraí-los. Os chefes oriundos da própria tropa desapareceram. Começou-se a busca de novos voluntários que até hoje tentam dar nova forma ao escotismo que acreditam. Os cursos foram alterados. Experiências e experiências foram feitas. Muitas sem esperar os resultados e implantadas como fato consumado.

                            Ouvir o ponto de vista do rapaz quase não se utiliza mais. Os novos que se aproximaram, claro com exceções decidem em nome do jovem e acreditam que sabem o que o jovem quer. Com o tempo eles sequer são ouvidos. Alienaram o jovem na sua livre escolha. Como eles não conheceram a mística do verdadeiro escotismo de BP quando são consultados não sabem o que dizer. É fato que nas atividades escoteiras sempre tem um ou outro Chefe a dizer que tudo foi extraordinário e que “meus” Escoteiros adoraram. Alguns não concordam que exista a evasão. Outros que o caminho que percorrem conduzem ao sucesso.

                          São duas ou três horas por semana. Só. O que precisamos? Simples. Motivar a participação dos jovens espontaneamente, deixando que eles possam opinar e sugerir o que acreditaram ser o verdadeiro escotismo. Alguns chefes dizem que viver a vida de um aventureiro de um herói da floresta, de cozinhar sua comida, de construir o seu próprio habitat é coisa do passado. Alegam que não é isso o que eles querem. Se o jovem em seu bairro tem sua turma, se fazem seu próprio programa por anos a fio porque o escotismo de hoje complica nesta busca do diferente nas atividades Escoteiras? O que o fez procurar um dia o Grupo Escoteiro? O uniforme? A vestimenta? A formatura? Será que não ouviram falar nas atividades aventureiras, no herói da floresta? Na busca do impossível para realizar diferente do seu dia a dia? Se não encontra alegria e novas descobertas, se em vez de vida ao ar livre o que encontra não difere da escola ele um dia chegará à conclusão que é melhor sair. Ficar ouvindo o Chefe por tempo indefinido, sentar em cadeiras como se fosse na sua escola, ou mesmo um Monitor mal preparado quem sabe é melhor voltar aos seus amigos do bairro.

                         Acredito que muitos dos novos cursos podem ser válidos. Mas aqueles cujo método era diretamente proporcional ao Sistema de Patrulhas, a vida ao ar livre, aprender fazendo, vivendo a vida de um jovem para sentir o que ele poderia absorver isto sim seria um curso dentro dos padrões esperados. Escotismo não tem segredo. Qualquer um que entenda os objetivos do método e do programa, do fazer fazendo, do Sistema de Patrulha vai sem duvida nenhuma atingir o sucesso esperado. Como disse um antigo Chefe de Campo de Gilwell John Thurman.

- Existem fatores adversos que não nos dão a correta aplicação do método. O Escotismo é algo sério, contudo, uma das grandes coisas é a alegria de participar dele, isso serve tanto para os dirigentes como para os rapazes. Estamos a pensar somente em termos educacionais ou psicológicos e, enquanto fazemos isso, perdemos muito da nossa condição de "amadores". E sabemos que como amadores somos bons, mas como profissionais somos péssimos. Somos uma parte complementar na vida do rapaz; complementar na escola, dos pais, da igreja, e, mais tarde, do trabalho. Sem dúvida, Baden-Powell tocou o dedo em algumas das mais formidáveis ideias e práticas que levam os rapazes a segui-las com entusiasmo, e nos métodos, e modo de manejar e guiar os rapazes. É por isso que devemos nos manter o mais possível dentro da simplicidade, da alegria e do entusiasmo que ele inspirou. – Os únicos capazes e possíveis de pôr o escotismo a perder são os próprios chefes e dirigentes. Se nos tornarmos arrogantes, complacentes e a nos fazermos passar por demasiado autossuficientes, então - e apenas com essas coisas - poderemos arruinar o Movimento.

                      Precisamos repensar nossa maneira e nossas atitudes na aplicação do método Escoteiro. Sabemos que o mundo está mudando e podemos adaptar sem modificar o básico. Devemos repensar o que fazemos para manter o jovem no escotismo por um tempo mais longo. Muitos saem por não se sentirem a realização dos seus desejos. Não podemos esquecer que o escotismo é dos jovens para os jovens. Quando acreditarmos que podemos ter sucesso na aplicação do método Badeniano, então o escotismo vai conseguir atingir o que esperamos. Bons cidadãos conscientes de suas responsabilidades na comunidade onde vivem.

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