Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sábado, 18 de maio de 2019

Crônica de Um velho e Saudoso Chefe Escoteiro... Melodias... Canções... Cantigas e toadas Escoteiras.




Crônica de Um velho e Saudoso Chefe Escoteiro...
Melodias... Canções... Cantigas e toadas Escoteiras.

Prólogo: - “Não, tempo, não zombarás de minhas mudanças! As pirâmides que novamente construíste não me parecem novas, nem estranhas; Apenas as mesmas com novas vestimentas”. William Shakespeare.

Um Chefe um dia me disse: - Porque não cantam mais as canções tradicionais escoteiras? Tradicionais? Pensei qual seria o gênero musical para denominar musica tradicional escoteira. Seria musica folclórica? Ou aquela transmitida de viva voz ao longo das gerações escoteiras? Pensei com meus botões... Será que ele tinha razão? Tudo está mudando e quem sabe nas diversas sessões escoteiras não existem mais os chefes tradicionais para ensinar a cantar a nossa Tradicional Musica Escoteira com amor. Temos muitas, temos melodias, temos cantigas e até toadas não esquecendo o Quebra Coco uma linda musica nordestina de Cordel.

Muitos chefes escreveram e deixaram nas páginas da internet “Cancioneiros” que se tornaram lendas, mas que ficaram no esquecimento da memória dos jovens de hoje. Pensar que agora seria impossível ter uma roda de amigos escoteiros, em volta do fogo, em uma noite linda sapecada de estrelas, uma lua “bunita que nem um queijo” um céu convidativo, uma viola cantante tocando ao amanhecer... ”Acorda escoteiro, acorda, que o galo já cantou”. E na barraca molhada do sereno da madrugada ele chega na porta e canta sorrindo... “Cantou, cantou? Cantou, cantou, cantou”! Lembro de Zé Duarte, um pioneiro com sua viola mágica, um sorriso gostoso, olhava além da mata e dedilhava e o som do violão corria nas trilhas da floresta: “Vem depressa correndo escoteiro, ajudar o cozinheiro, a fazer o jantar... Supimpa, supimpa, Parazibum, zibum!

Quantas saudades... Melodias que entraram na mente e ficaram para sempre morando na alma... No fundo do coração... Ao som de um violão, uma gaita, uma flauta mágica, ou até o Guia da Tropa Zé Pereira tocando seu pandeiro e cantando... “De BP trago o espírito, sempre na mente, sempre na mente”... Pato Negro, um sênior da Tropa Condor, tinha o dom com uma pequena panela de alumínio, fazia duas “baquetas” pequenas e a musica levada pela saudade se espalhava pelas campinas... “Está tudo azul, o caminho aberto, sopra o vento sul tudo dando certo”... E quando a noite chegava, lá estava Trindade Zulu, com sua flauta mágica tocando baixinho fazendo os escoteiros chorar... “Prometo nesse dia, cumprir a Lei, sou teu Escoteiro Senhor e Rei”! E quando ele tocava A Canção da Despedida? Ai, ai meu Deus! Se não me arrebento eu choro... Putz! Quantas saudades.

Não dá para esquecer Totonho das Rosas, um Chefe violeiro das antigas, que não deixava ninguém gritar alto quando cantavam uma canção escoteira. Fazia questão de ensinar o Bê-á-bá de como um coral se formava e cantava... Era “Bunito” de ouvir e ver a tropa cantar... “A árvore da montanha, o Cucu, Põe tuas mágoas no bornal, Adeus montes e vales, Cumbayah, Lá bela polenta, Canção de Gilwell, Canção do Clã, Guin-gan-guli, Foi Tupã, Ascenda à fogueira, e para dormir cantavam Boa noite Escoteiro"... Nossa! Tinha canções prá dar e vender, todas tradicionais cantadas pelos bisavós escoteiros até o lobinho recém-nascido no escotismo. Tristão Corneteiro ficou famoso com seu clarim quando tocava nas noites e nas madrugas o Silêncio e o Toque do Alvorecer... “Em silêncio acampamento... Este canto vinde ouvir, são fagulhas na fogueira que nos dizem... Escoteiros a servir!

Mas o tempo foi passando, os Velhos Escoteiros cantantes deixaram de existir. Tudo é novo no pedaço, agora as canções são outras. Algumas até guapa, catita, outras belas e muitas bem-posta com a turma cantando alto e dançando conforme o bailado demanda. As musicas, as canções, as melodias que o Escoteiro e o Lobinho cantaram nos seus idos tempos, foram levadas pelo vento e como disse o poeta: “O vento toca o meu rosto me lembrando que o tempo vai com ele... Levando em suas asas os meus dias, desta vida passageira minhas certezas, meus defeitos nada pode detê-lo, mas algo o tempo vai guardar, e eu no meu coração guardarei, minhas canções minhas velhas melodias que o tempo não vai apagar!

“Terra do belo Olmeiro, lar do castor... Terra onde o alce airoso, é o senhor... E como em sonho fui ao lago azul rochoso, um dia, ah! Um belo dia eu voltarei de novo”!


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