Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

domingo, 30 de junho de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Eu conto histórias, mas sou um escoteiro e você?




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Eu conto histórias, mas sou um escoteiro e você?

- Oxalá fosse assim. Histórias a gente conta vive e pensa estar sendo uma das personagens. Sei que cada uma delas foi criada pela vivencia e outras surgiram como frutos da imaginação. Ainda vivo o presente, a vida que levo os amigos que tenho vão dando pequenos frutos neste mundo que Deus criou. Aprendi na Escola da Vida a tentar o máximo ser fraterno amigo de todos e irmão dos escoteiros, seja qualquer raça cor, credo ou classe social. Fico triste quando magoo alguém. Sem copiar Chico Xavier ser magoado é uma coisa, mas magoar alguém é terrível. Tento sempre ficar entre o bem e longe do mal. Mas às vezes não dá. Sem querer magoamos a quem não merece e às vezes pela idade me sinto magoado.

- Vejo muito nas redes sociais uma implicância até certo ponto correta de alguns que mais afoitos tentam criar e postar suas ideias ou mesmo comentar sobre a postagem de alguém. Coitado se erra nas palavras, se seu português é falho, se ele não teve a sorte de ter uma boa escola e aprender o bê-á-bá. Nestas horas tem os professores, os bons de substantivos, adjetivos, verbos e advérbios. Nestas horas olho para mim e me vejo um “cara pálida” que se encaixa naqueles que vão aprendendo nesta escola da vida que chamam de redes sociais. Metido a escritor lá fui publicar meus mestrados, que dizem ser encargos e práticas referentes a essa dignidade do cargo. Que cargo? Escritor de contos escoteiros? Gente! Quantos erros de português cometi. Alguns mais chegados tentaram me alertar outros nem leram dizendo que não dava para entender. Eles tinham razão, mal cursei o segundo grau. Fiquei pela metade. Escorando na roda da minha carretinha empurrada com dificuldade na subida ou chuva, fui aprendendo e hoje mesmo falhando muito o acerto ortográfico do Word me ajuda “prá dedéu”!

- E eis que vejo muitos chutando o pau da barraca daqueles que resolveram escrever e nem as palavras sabe como compor suas escritas literárias. Sei que muitos querem ajudar e nem sabe que isto para quem é corrigido é humilhante demais. Vou por o “cara” na escola da vida ou na escola dos meus filhos? Porque não entender e dizer a ele: - Vá em frente, gostei do que escreveu. Como dizia meu compadre padrinho de um filho meu lá da fazenda onde trabalhei: - Seu Osvardo, isto é mais maió de belo tamanhussa e biteleza! A vida é tão curta, passamos por ela tão rápido que nem sempre dá para voltar atrás. Poderia ter “estudado” mais e não o fiz. O que fazer? - Sentar na beira do caminho, descansar meu bastão no barranca da estrada, deixar minha mochila no capim e chorar o que não fiz? Outro dia vi um dos meus amigos virtuais educadamente corrigindo um pobre infeliz... Sem querer me pus no lugar do errático. Reclamei... E o meu amigo se foi magoado e nem me disse adeus. Acho que feri seus brios e olhe isto me doeu. Mas voltar atrás?

- Glosam muitos os inferiores da lei da escrita portuguesa. Não desmereço ninguém. Tive amigos que falavam tão mal o português que precisava viver mais junto a eles para entender. Mas o coração... Oh! “Mais maió de beleza”! Na minha Patrulha escoteira só o Rael era letrado. Não perdeu um ano sequer. Formou em Engenharia Mecânica. (ainda é vivo e professor). Fumanchu, Tãozinho, Chiquinho, Darcy e Malagueta só terminaram o primário. Eu erradamente me dediquei tanto ao escotismo que não fui tão bom aluno. Que adianta empurrar a carretinha, armar minha barraca, andar a pé pelas sendas escoteiras neste mundão de Deus e aprendendo com a natureza, esquecendo a tabuada e chegando a conclusão que minha matemática quântica de cipós e construções não vale coisa nenhuma hoje? Aos trancos e barrancos vou aprendendo.

- Olhe, eu tinha muitos assuntos para comentar. Alonguei-me demais com o grandioso idioma Português. Eu queria escrever sobre bondade, sobre fraternidade, sobre estes escoteiros que praguejam que são valentes e resolvem na base da justiça terrena seus devaneios com os adversários que se tornaram inimigos. Olhem meus amigos vou ser sincero, me assusto com muitos que se dizem escoteiros neste século XXI que tem tantos dissabores e perderam aquela qualidade de fraternidade e entender melhor o seu próximo. Essa cantilena de escotismo moderno deixo para os pedagogos de plantão. Dizem que breve teremos um Chefe para cada escoteiro na Escoteiros do Brasil. Dá para ver as fotos sem desmerecer, tem chefes demais no pedaço. Tem gente premiada tem gente promessada, tem gente letrada, tem gente recebendo o lenço, os tacos, tem gente recebendo comendas e medalhas cada um correndo atrás de um taco, do Tapir... (tem só o de prata? E o de ouro não vai ter?).

- Eles não estão errados. Pensando bem isto faz bem a formação da escoteirada. Mas falta pensar na “molecada” eles precisam aparecer, falar, dizer o que pensam ser fotografados, lutar pelo Cruzeiro, Pelo Lis de Ouro, Pelo da Pátria e pela Insígnia de BP. São tão poucos ou será que são muitos? Que as atividades sociais, a ajuda ao próximo, à limpeza da fauna e da flora, a educação e o respeito pela comunidade sejam uma meta escoteira, mas meus amigos tudo isso sem a atividade de campo, bons acampamentos, excursões, vida ao ar livre, dormir sob o sol e a chuva, uma boa Pioneiría no pedaço e deixar a moçada viver sem isto nada tem valor. Esqueçam um pouco seu crescimento dentro do escotismo como Chefe, pense no jovem, sua função é estar com eles, aprender com eles, vivenciar e parabenizar e elogiar.

- E vou terminando. Se eu ofendi alguém me penitencio. Ainda acredito num bom abraço, fraternal é claro, ainda acredito na lealdade, na sinceridade, na ética, no caráter e na tão discutida honra... (não posso mais dar minha vida pela minha honra?). Ainda acredito no amor ao próximo, no respeito e no escotismo como fonte de amor e fraternidade. Afinal não gostam de plagiar a velha serpente, a Kaa das Terras de Seeonee? “Somos irmãos de sangue, tu e eu, homens e serpentes”! Fica aqui meu fraterno abraço sem esquecer meu amigo o Lobo Gris, que na sua ingenuidade amigo de Mowgly repetindo aos habitantes da Jângal que ninguém ousará expulsá-lo, que dizia com lágrimas nos olhos: - Filhote de homem, senhor da Jângal, filho de Raksha, meu irmão de caverna, o teu caminho é o meu caminho, a tua caça é a minha caça e tua luta de morte é a minha luta de morte! E despediu de Mowgly dizendo: - “As estrelas desmaiam, disse com os olhos fixos para o céu... Onde me aninharei amanhã? Porque dora em diante os caminhos são novos”!

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