Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Comentários de Baden Powell. Qual a melhor estrutura para o Movimento Escoteiro?




Comentários de Baden Powell.
Qual a melhor estrutura para o Movimento Escoteiro?

... - Baden-Powell escreveu uma série de relatos autobiográficos excelentes. Eles incluem histórias de sua infância, sua carreira, a fundação e os primeiros anos do Escotismo e histórias de suas viagens e aventuras. Lições da Universidade da Vida foi escrito em 1933, quando BP estava com 76 anos de idade. É o seu trabalho mais longo autobiográfico. Ele reúne vários segmentos em sua vida fascinante e significativa. Muitas obras biográficas mais tarde utilizadas como ”Lições..." como uma fonte importante. Uma pena que ainda não traduzido e publicado nas Lojas Escoteiras ou livrarias do Brasil.

- Baden-Powell na publicação The Scouter (1921) deixou suas imprensões sobre a necessidade de termos uma estrutura escoteira própria para que pudéssemos dar ao jovem a formação que ele propunha no seu método de educar. Hoje poucos pensam como ele. A maioria deseja ter grandes sedes, uma organização perfeita, nada diferente de muitos que pululam em todo o planeta. No Brasil copiamos a organização de um partido político, um sindicado e esquecendo que devíamos ter vida própria, seguindo o próprio caminho que fizemos até os dias de hoje. Os lideres atuais se apegaram na nova odisseia da modernidade, pensando que com isso o escotismo terá um novo caminho uma nova descoberta e um novo desdobramento da metodologia que sempre deu certo e hoje dizem não dá mais.

Por estes dias publiquei um artigo, dando sugestões e mostrando o que se pode fazer para dar aos jovens o verdadeiro sentido escoteiro... A vida ao ar livre, a natureza aprender o melhor que existe e instruirmos com ela. Nota-se que semeia nos dias de hoje a convicção de um pensamento chamado de Escotismo Moderno, e a maioria dos chefes que adentraram no escotismo nos últimos anos acreditam no que dizem os novos lideres, dão exemplos da nova forma de vida nos dias de hoje, nos comparam com outras associações e dizem da dificuldade em se locomover e principalmente na marginalidade que não dá trégua em qualquer lugar ou situação. Pode ser, ainda não vi marginais atacando escoteiros e ninguém duvida que possa acontecer assim como um atropelamento, um raio que cai, pisar de mau jeito e porque não uma bala perdida.

Muitos dos novos voluntários por não terem tido a oportunidade de ter feito escotismo no campo, hoje como pais muitas vezes não dão liberdade de seus filhos para crescer e serem donos de sua própria decisão. Um dia eles darão adeus e irão viver suas vidas. Faz parte da vida em comum. Será que estarão preparados? Será que os pais irão continuar dando proteção? Aprendem nos seus grupos, nos cursos, com seus APFs preocupados em seguir a cartilha da associação e por falta de adestramento técnico, de vivência, de aprender a fazer escotismo com a própria consciência baseada no principio do Fundador. Sempre encontram dificuldades para por a sessão no campo, vivendo escotismo puro, de raiz, de aprendizado geral de andar com suas próprias pernas. A duvida, o medo, a desculpa dos pais que não concordam entre tantas outras objeções faz com que o escotismo se transforme em uma Escola Especial, um programa específico onde já existem salões, mesas, cadeiras e quadro negro para o aprendizado. Difícil mostrar que este não é o caminho. Será que já vi este filme?

Em 1927 Baden-Powell escreveu na revista “Te Scouter”, o que ele pensava como deveria ser a estrutura e a organização do Escotismo, aonde ele tivesse plantado raízes para dar ao jovem o que ele sonhou naquela época e ainda sonha até hoje. Vejamos:

- Um dirigente escoteiro veio há mim outro dia com um esquema para organizar o Movimento de uma forma melhor da já existente. Contemplava certa quantia em “dinheiro” para gastar com dirigentes, secretárias em tempo completo, etc; mas seu plano consistia em arrecadar contribuições dos distritos (associações locais, no texto original). Uma parte da ideia consistia na criação de um comitê eleito de forma geral para administrar a organização; a vantagem era eliminar a desigualdade com que os distritos administram seus programas. Seria mais centralizado e organizado, poder-se-ia ter um registro que salvaguardasse o desenvolvimento, um padrão de eficiência nas tropas, mantendo uma supervisão geral.

Já estava me descrevendo outras vantagens do esquema quando me senti obrigado a poupá-lo do enredo, assim que me adiantei com o seguinte comentário: Meu querido camarada! Mas você não precisa sustentar o escotismo. Por uma razão: o escotismo se estende além do Reino Unido e teu comitê deve representar todas as partes do império. Como a eleição irá fornecer os especialistas necessários para os diversos departamentos do escritório central? Os distritos desejariam gastar dinheiro para manter um escritório central? Acho que não. Estas são meras objeções materiais. Mas existe uma consideração maior: “nós somos um movimento, não uma organização”.

Nós trabalhamos através do amor e da legislação, e isto é o que nos diferencia de muitos outros sistemas; pode ser incorreto, mas é nossa maneira e, apesar dela, trabalhamos para fazer algo nos doze anos de nossa existência. Acabo de voltar de uma bela viagem escoteira em outras partes do mundo e confirmei minha convicção de trabalhar por amor ao jovem, lealdade ao Movimento e camaradagem, que é através do espírito escoteiro e é a maneira de nos mantermos na linha correta. É provável que muitos, como meu amigo, não conseguiram manter o espírito, mas por outro lado, muitos conseguiram e outros o estão adquirindo. A propagação da capacitação de dirigentes (18 autorizados este verão no Reino Unido) está ajudando no desenvolvimento. Nossa maneira de administrar está baseada em um verdadeiro e nobre princípio.

Um dirigente (o qual faleceu e, portanto, posso falar abertamente) me perguntou em uma ocasião sobre a recompensa monetária pelo, segundo ele, trabalho que realizou para mim na sua qualidade de dirigente escoteiro. Tive que lhe explicar algo que ele me confessou nunca ter entendido: e era que ele trabalhava para os jovens e não para mim.

A proposta do escotismo é oferecida àqueles que se importam de coração com seu país e sua gente. Os homens que colaboram não são uma força de mestres e servidores, oficiais e soldados, senão uma equipe de patriotas unidos por um ideal comum; e esse ideal é a melhoria dos garotos.

Assinado. – Lord Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, aquele que dizem por aí, o homem de Gilwell!

Nenhum comentário:

Postar um comentário