Crônicas de
um Velho Chefe Escoteiro.
Relatos dos
tempos atuais.
Fidelidade e
lealdade existem?
- Tem de existir. Viver
em um mundo que desconhece tais princípios seria o caos. Seria imprudente
imaginar um mundo só de sabidos, aproveitadores, tubarões e vampiros. Afinal
nós que somos do Movimento Escoteiro, aquele que deixou uma Lei cheia de
artigos e conceitos tais como: Honra, integridade, lealdade, presteza, amizade,
cortesia, respeito, proteção à natureza, responsabilidade, disciplina, coragem,
ânimo, bom-senso, respeito pela propriedade e autoconfiança. Ufa! Tudo isso? Lembro-me
de Sinfrônio Loredo quando entrou na Patrulha Touro virou para mim e disse: -
Alguém cumpre tudo isso? Até hoje me pergunto se alguém cumpre tudo isso.
Perguntar aos que hoje participam do Escotismo que sabem que vivenciamos modernos
tempos onde existem locais próprios para expor seu pensamento, sua maneira de
vida e suas escolhas pessoais nos deixam sempre com uma dúvida enorme se todos
os adultos escoteiros são assim. Sei que não. Tem muitos que sabem do seu papel
de Chefe Escoteiro e o levam a sério.
Coronel Santana fazia
questão de viver em seu estilo próprio adquirido na escala hierárquica familiar.
Sabia que era um titulo honorífico e nunca foi lotado em alguma força militar
existente no Brasil. Não enganava ninguém que o titulo foi comprado e não valia
mais. Seu Tataravô pagou uma nota às autoridades da época e entregaram para ele
devidamente registrado em cartório o Titulo Honorífico Militar de Coronel. Ele
passou para o filho que passou para o filho do filho e todos descendentes na
Fazenda Guatemala julgam que tem direitos inalienáveis e devidamente
comprovados com a documentação da época. Foi ele quem explicou a Sinfrônio
Loredo que o respeito aos princípios e regras norteiam a honra e a probidade e
fidelidade aos compromissos assumidos. Sei que o tema é espinhoso,
principalmente no que vivemos na atualidade em todo o mundo. Têm os Presidentes,
Primeiros Ministro, Reis e Rainhas, Portentosos ditadores, enganadores e tantos
mais. Difícil analisar se vamos encontrar na maioria as necessidades inerentes
do que se prega nos artigos da Lei Escoteira.
Entendo que o populacho
internacional tem liberdade de propagandear o que entende das normas da boa
educação, da lealdade, do respeito da fidelidade cortesia e o sagrado dever de
se portar como entende correto. Dizem que os seus direitos terminam onde
começam o deles (o meu nem comento). Me visto de pudico Escoteiro e pergunto à
plebe dos nobres lideres do Escotismo do Brasil em todas as camadas diretivas
se o termo “fazer o melhor possível” seria uma maneira de liberdade de expressão
como o direito histórico (?) no Brasil de se manifestar livremente, emitir
opiniões, pensamentos e ideias quando está na qualidade representativa de um
movimento de jovens cujos princípios elevados são o norte para motivar e formar
cada um dos seus jovens membros. Fazer o melhor possível? Teríamos muitos motes
para definir sobre o prometo e a sequência fazer o melhor. Mas seria viável
ficarmos sempre a nos empoderar no direito de explicar o obvio? Este é o
exemplo a seguir?
Assim como Jocasta a filha de Menocenes na
mitologia grega, mãe de Édipo que deu seu filho para o Pastor do Monte Citéron
para que o matassem na floresta, eu também não sou exemplo no antes e no
depois. Tenho sim alguns princípios quando me visto escoteiro, quando me digo
escoteiro, quando defendo suas ideias e as do edificador do Escotismo. Quando
estou em espírito me fazendo reconhecer como tal procuro agir conforme aprendi
com a Lei sem me defender com a frase “Fazer o Melhor Possível”. Às vezes me
pergunto qual a diferença entre fidelidade e lealdade. Lá vou eu perscrutar na Enciclopédia
mundial... – Fidelidade significa a qualidade daquele que é fiel. Lealdade
exatidão e honestidade são semelhantes para mim, à qualidade de quem é leal.
Pensando nessas palavras o mundo às vezes é cruel. Costumamos confiar e somos traídos
por emoção, por um fato, por uma palavra que não nos agrada. Escoteiramente
evito me imiscuir nas minhas escolhas política, religiosa ou ideias preconceituosas
do que o meu semelhante faz ou deixa de fazer.
Sinceramente me assusto
com esta pandemia, com os caminhos que estamos vivendo politicamente sem esquecer
que temos nosso direito, mas temos o dever de ser exemplo para uma juventude
que vai crescer e muitas vezes lembrar-se dos atos dos seus superiores para ter
uma escolha pessoal de vida no futuro. Me preocupo com muitos que estão a
copiar Fake News, muitas delas injuriosas, onde não se vê a lealdade à cortesia
o respeito e isto vai de encontro aos princípios escoteiros que um dia
prometemos mesmo que a abertura para dizer que estamos fazendo o melhor possível
não é significativo para os jovens que prometemos ajudar. Sei que se for
responder as réplicas, tréplicas e quadruplicas não irei convencer e nem mesmo
confirmar onde está à razão de tudo isso. Sei que as redes sociais são livres
para que cada um expresse da maneira que escolher desde que não ofenda a ninguém.
Apresentar com o perfil se identificando como um escoteiro, lembrando que somos
apolíticos quando nos apresentamos assim, acredito que a perda das ideias
escoteiras tão sublimes tão cheias de amor e fraternidade acredito ser uma
obrigação.
Não esperem de mim
réplica, tréplica ou quadrúplica. Não pretendo ensinar adestrar ou formar Escoteiramente
quem quer que seja. Meu tempo já passou. Sonhava e ainda sonho com as diretrizes
mundiais do Escotismo de Baden-Powell. Vejo que muitos no Parlatório ainda não
mediram a profundidade de suas escolhas e atos junto aos fedelhos escoteiros
que tem em seu líder o exemplo a seguir. Diz um ditado que não devemos meter o
bedelho onde não fomos chamados. Na próxima irei cumprir a frase conhecida por
todos. Mesmo assim acreditava e ainda acredito que o Escoteiro é puro nos seus
pensamentos nas suas palavras e nas suas ações.
Uma ótima tarde, um fraterno
abraço e o meu Sempre Alerta a todos.
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