Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Civismo, garbo e boa ordem. Onde está o erro?


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Civismo, garbo e boa ordem. Onde está o erro?

Segunda parte do artigo - O imbróglio de uma foto no Face book

Diversas vezes assisti e ouvi comentários diversos sobre ordem unida nas seções escoteiras. Eu mesmo tive experiências, algumas boas outras nem tanto quanto a ordem unida, marchas militares etc. Não sei o quanto isto implicou com minha formação escoteira e formação de vida. Acho que nada. E olhe, marchei muito quando jovem, tive instruções de ordem unida por muitos anos. Mas acreditem, nosso Sistema de Patrulhas era formidável.

Quando fiquei adulto, comecei a ver o escotismo de outra forma. Não na sua parte de  Princípios e Métodos, isto não. Alguns membros da Equipe de Adestramento, diretores nacionais e regionais nunca aprovavam muito a ordem unida. Dizem que o escotismo não é militarista e etc. e etc. No desfile devíamos apenar andar sem marchar (?), apenas mantendo o garbo e o espírito escoteiro.

Participei de alguns desfiles conforme as instruções dadas. Senti-me um peixe fora d’água. Andando feito um idiota (sem ofensas, por favor) Caramba! Pensei. Que mal faz marchar um pouquinho? Sentido, descansar, meia volta volver! Em frente marche! Palavras banidas do vocabulário Escoteiro? Vi tantas fotos de jovens recebendo, cumprimentando e saudado Baden Powell (BP) todos garbosamente perfilados que não sei o porquê desta implicância com uma marchinha ou ficar perfilado a moda militar. Nas suas exéquias as fotos dos escoteiros nada deixam a desejar o estilo militar britânico.

Claro que no passado, lá pelos idos de 1920/50, diversos políticos nacionais e regionais em cargos de relevo, aprovavam o escotismo de tal maneira, que, quase era obrigatório ter um Grupo ou Associação como se dizia na época em todas as escolas. Na falta de chefia, as polícias militares e o exército eram convidados a colaborar. Muitos cursos foram dados a estes, mas nem todos proveitosos.

No meu caso em especial marchei muito. Fui “bamba” em fanfarras. Isto não prejudicou em nada as atividades de tropa, o sistema de patrulhas e as atividades extra sede eram frequentes. (desafio a alguém ter mais noites de bons acampamentos do que eu) Nesta época sempre nos portávamos com uma postura militar o que para nós significava garbo e boa ordem. Acho que valeu muito para a minha disciplina e postura quando adulto. Aprendi a respeitar, a chegar no horário, (pontualidade britânica) a conversar com uma autoridade, enfim aprendi coisas que me valeram muito na minha vida Escoteira e profissional.

Hoje aconselho sempre que posso, que uma postura como esta é necessária. Admito que alguns pensem o contrário, até aceito, mas não acho válida participação de atividades cívicas, onde todos estão com uma postura e o escoteiro mantém outra. Melhor não participar. O público não vai entender e nem vamos ali explicar para todos o porquê desta situação ridícula. Risos. (para o publico é claro)

Fiz diversas pesquisas deste assunto na internet e vi que muitos psicólogos e pedagogos (nem todos) dizem o contrário do que penso. Acham que a formação não precisa disto e o movimento escoteiro também. Não sei. Não concordo muito. Precisamos mais de disciplina e respeito na juventude atual. A liberação, a escolha e a forma que é mostrada atualmente não me satisfazem. Prefiro um grupo sério no seu pragmatismo a outro liberal. Acredito que ambos podem atingir o seu objetivo, mas prefiro o primeiro no sentido mais disciplinar.

Ao formar patrulhas, matilhas, ou mesmo adultos escotistas em atividades próprias, insisto na disciplina, na postura militar sem exigir claro, igualdade aos métodos militares. Se colocarem escoteiros junto ao público durante uma festividade cívica, iram ver os comentários sobre tal colégio garboso e escoteiros displicentes. E não venham me dizer nada, vá dizer ao publico.

Gosto de desafios. Há tempos fiz um a um amigo que não concordava comigo. Dizia a ele – Olhe tenho visto milhares de jovens que juntos labutamos quando em tropas e alcateias e agora adultos são espelho na postura, na honra, na ética e no respeito. Caráter ilibado com famílias bem formadas.  Não participam de sessões escoteiras, pois não é esta a finalidade do escotismo. Agora não entendo porque dos milhares de jovens que vi crescer nenhum quis ser político. Por quê? Risos.

Todos eles receberam formação séria no escotismo. Postura militar sim, sem serem militar. Abomino qualquer outra característica que nos trazem os pensadores, a respeito de nossa juventude escoteira, mas acredito é claro, que também a forma apresentada por estes podem dar excelentes resultados.

Enfim, um pouco de ordem unida em suas seções, podem trazer excelentes benefícios no futuro e não fazem mal a ninguém. Não me convidem para uma atividade cívica onde os jovens estarão andando displicentemente, ou atividades escoteiras onde a postura é deixada a desejar. Não irei gostar mesmo.

"A educação, no sentido em que a entendo, pode ser definida como a formação, por meio da instrução, de certos hábitos mentais e de certa perspectiva em relação à vida e ao mundo. Resta indagar de nós mesmos, que hábitos mentais e que gênero de perspectiva pode-se esperar como resultado da instrução? Um vez respondida essa questão, podemos tentar decidir com o que a ciência pode contribuir para a formação dos hábitos e da perspectiva que desejamos." 

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