Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Eu adoro a calça curta!



Eu adoro a calça curta!
 
              Ei! Nada contra de quem gosta da comprida caqui, amarela, cinza, azul, branca, marrom e agora verde. Nada contra. Mas eu? Eu adoro mesmo a calça curta. Quando visto meu uniforme caqui me sinto bem. Não sei por que. Sinto-me mais Escoteiro. Antigamente, lá pelos idos de 60, 70 e 80 havia uma norma no POR que dizia – Junto aos jovens e em atividades com eles se usa a o caqui tradicional (estava mesmo escrito tradicional). O cinza deve ser usado em cerimonias especiais, atividades sociais etc. Assim aquela norma valeu para mim até hoje. Sei que a jogaram pela janela e ela se foi com o vento sul que sopra forte para nunca mais voltar. Modernidade. Vento moderno.
               Sei que muitos hoje e até naquela época tinham vergonha. Aqui e ali alguns com a comprida caqui. Bem não era o meu caso. Nunca tive vergonha. Claro hoje vejo fotos de Baden Powell (BP) sempre de calças curtas nunca vi nenhuma foto com ele usando a comprida (estilo inglês podem me dizer) e me orgulho de ter feito o mesmo. Mas já me condenaram aqui por me arraigar nesta fútil ideia de manter uma tradição que não tem valor para eles. Claro. Respeito. Tradições? Bah! Para tradições. Mas insisto, eu adoro e sempre adorei minha calça curta. Quantas peripécias passei com ela. Mas as alegrias superaram. Chegar a uma cidade, com o grupo, com a tropa ou com a Patrulha o andar ereto em frente, sorrindo e vendo todos nas portas, janelas a admiraram aqueles esbeltos escoteiros (risos eu não era assim tão esbelto) a desfilarem, (Puts! Agora proibiram) bandeiras ao vento! As meninas nos vendo apaixonadas. De onde São? Olhe aquele ali, lindo! Risos.
              Claro, sempre provando a mim mesmo que enfrentaria multidões ou o que seja com ela. Um dia fui para a sede. A pé. Tinha a minha bicicleta. Era fácil ir com ela. Mas como era somente seis quarteirões porque não desfilar a pé? Fazia isto sempre (hoje se escondem em um automóvel e alguns nem o lenço colocam só na sede. Mas eles podem agora. É moderno). Ao passar em frente à Padaria do Osmar alguém gritou! Que belas pernas! Dez pratas para quem passar a mão! Engrossou! E agora? Dezessete anos, metido a valente, faca de um lado, machadinha pequena de outro. Um verdadeiro pistoleiro do oeste. Mão na cintura gritei! Quem se habilita? Quem vai ser o primeiro? Risos. Ninguém. Nunca mais falaram nada.
              A calça curta para nós era sagrada. Nossos chefes sempre usaram. Sempre eles são nosso exemplo. Hoje até dirigentes nacionais se vestem com o tal traje e participam de tudo. Exemplos? Claro. Quem os vê assim aprenderam e vão ensinar a todos a nova moda. Risos. E ainda me dizem que é barato simples e fácil de fazer. Mas e daí? Aumentou o numero de escoteiros por isto? E interessante, só vejo a maioria jovens e escotistas classe media usando. Principalmente em Jamborees, acampamentos nacionais e internacionais onde se paga uma pequena fábula para ir. Os humildes, os sem nada que nunca vão a estas atividades sonham em vestir um uniforme completo. Mas estou falando da calça curta. Desculpem. Saí do rumo. Perdi minha bússola prismática da minha lide “caqueana”. Vamos voltar ao percurso de Gilwell aqui comentado.
             Uma vez acampamos em Baixo Guandu. Um grupo começando. Mais de trintas jovens escoteiros. Esperaram-nos na estação. O trem chegou, olhamos espantados para eles, eles olharam espantados para nós. Eles de calça comprida. Todos. Nós de calça curta. Todos. E aí? Um Monitor me procurou. Por quê? Você curto e eu comprido? Não sei meu amigo não sei. Aprendi assim, nosso grupo é antigo. Sempre manteve as tradições. Fomos para o campo. A noite todos eles estavam de calças curtas. Risos. Arrumaram uma tesoura e picotaram a pobre da calça. Deus me livre!   
            Minha calça curta dos velhos tempos! Adoro você! Estranho até hoje quando vejo alguém de comprido caqui. Cinza até que vá lá. Mas como dizem os filósofos, tudo não passa de um hábito de comportamento e gosto não se discute. Aprendeu assim fará assim. Em breve estaremos todos de verde e caqui. Não sei se de chinelos ou sem meias, o calçado hoje pouco importa. Cobertura? Poderia ser um chapéu de cowboy vermelho vivo! Seria lindo, tudo colorido como se fosse um belo arco íris. Cacilda. Lá estou eu de novo a criticar e centenas a defender. Não tenho este direito, sou um "Velho" Escoteiro  chato, gagá e aposentado. Mas acreditem, não importa. Se eu vivesse mais cem, duzentos anos eu estaria envergando a minha linda, a minha gostosa, a minha deliciosa, a minha espetacular, a minha grandiosa, a minha imponente, a minha majestosa, a minha divina a minha linda muito linda calça curta!    

Um comentário:

  1. MUITO BOM... HAA SE TODOS PENSAREM ASIM.. ESCOTEIRO QUE É ESCOTEIRO USA CAQUI, SEMPRE ALERTA PARA MELHOR SERVIR.

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