Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Só escoteiros ainda podem viver e sentir a natureza.



Crônicas de um Chefe escoteiro.
Só escoteiros ainda podem viver e sentir a natureza.
                      
                            Eu sei que tem muitos de nós escoteiros que tem uma queda por lugares lindos, onde podemos sentar e ficar horas e horas sem piscar, só a observar a paisagem, sentindo o cheiro da terra, o perfume das flores silvestres, criar histórias, lembrar-se do seu passado tudo no mais completo silêncio. Dizem que assim fazem os poetas, os que tiveram grandes amores, os amantes da natureza e claro, aqueles escoteiros especiais que vivem e sonham com as campinas verdejantes e floridas, os vales e bosques, as montanhas, as gargantas enormes, os despenhadeiros longínquos e os picos mais distantes onde um dia assentaram acampamento.
                           
                           Eu sempre amei fazer fotos onde as paisagens se destacavam. Quem sabe foi porque vivi ao vivo e a cores a beleza de um Escoteiro sonhador que aprecia a vida selvagem e a natureza intacta em uma floresta qualquer. Elas as paisagens são para mim uma maneira de me aproximar mais do criador. Sou um Escoteiro privilegiado. Consegui viajar por este mundo de Deus e ver com meus próprios olhos as belas paisagens que ficaram na memória para sempre.

                          Na serra da Piedade, consegui um momento inesquecível. Uma vista de tirar o folego. Estava sentado em uma pedra enorme, bem no seu cume e olhando um infinito horizonte, e uma pequena nuvem deixou cair pequenos pingos de chuva. Misturavam-se com o sol e o vento fazendo enormes arcos íris bem próximo a mim. Difícil esquecer. Que espetáculo. Na floresta do Papagaio levantei cedo, abri a porta da barraca e outro espetáculo maravilhoso. Milhares de borboletas de todas as cores bem próximos faziam seus bailados no ar. Fiquei hipnotizado. No Itatiaia também sentado em uma pedra olhando o horizonte vi ao longe uma águia, enorme, os raios de sol sobre ela e parecia ser dourada e sendo levada pelo vento. Aos poucos ela ia se aproximado e quase próximo fez um bailado impossível e pegou no ar um pequeno tiziu, que esqueceu os perigos que poderia correr ali.

          Uma tarde em um acampamento. Sentado a beira de um lago, vi uma pequena sucuri se aproximar nadando em curva sem fazer barulho e engolir de uma vez só um pequeno sapinho que tomava sol em cima de uma folha qualquer. Mas espetáculo mesmo foi na Cachoeira dos Sonhos. Época da Piracema. Maravilhoso. A tentativa dos milhares de peixes, de todos os tamanhos, os saltos ornamentais sem desistir nunca tentando subir a cachoeira procurando um local onde pudessem cumprir seu destino e eu sabia que muitos não iam conseguir. Fiquei ali por horas e horas. Eu gostava muito de acampar sozinho. Uma ou duas vezes lá ia eu em busca dos meus sonhos. Não existe nada mais belo. Sem vozes humanas, sem barulho, sem telefone, sem televisão e só você a sentir a natureza assumindo e encobrindo você da cabeça aos pés. É nesta hora que se adquire a percepção da visão, do olfato, do tato e do paladar e a audição é perfeita. Ninguém mais para dizer sim ou não. À noite, sem falar, sem se mexer a ver o balet dos vagalumes, os grilos saltitantes no meio deles, as formigas serviçais, um tatu que é iluminado nos seus olhos pela chama da fogueira. É incrivelmente belo.

          Sempre tirei lindas fotos. Tinha 150 slides inesquecíveis. Em 1979, um jovem respondia sobre Baden Powell no SBT. A escoteirada vibrando e torcendo. Alguém me pediu as fotos para o SBT passar durante as perguntas. – Chefe vamos mostrar o escotismo para o Brasil! Fiz minha boa ação. Não me devolveram as fotos. Fui até lá inúmeras vezes. Já nem existem mais. As mais lindas fotos que eu tirei por este mundão onde fui. Gosto de fotos lindas, de paisagens lindas, vistas ao vivo e a cores. Não posso mais ver isto. Não posso. Mas sou feliz, pois tive a oportunidade de ver, de sentir o vento no rosto, de ver o nascer e o por do sol em terras distantes muito alem daqui. Onde fui avistei eu vi o mais lindo por do sol de um monte próximo ao mar. Gaivotas dançando no ar. Coisas fantásticas deste mundo que os escoteiros vivem e sabem apreciar.

           Bem aventurados os que ainda podem fazer tudo isto. Bem aventurados o que militam no escotismo, pois mesmo não sendo anjo e nem profeta eu digo: É deles, só deles esta esplêndida natureza que Deus no deu.          

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