Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O filho do "Chefe".



Conversa ao pé do fogo.
O filho do "Chefe".

               A meditação nos trás paz e muitas vezes respondem as nossas inquisições do dia a dia. Eu gosto de meditar. Principalmente sobre o nosso Movimento Escoteiro. Voltei os olhos para o passado, aquele bem distante e depois fui percorrendo o caminho que conheci até chegar os dias de hoje. Quando jovem nossos escotistas eram oriundos do próprio movimento Escoteiro. Difícil explicar e difícil de muitos entenderem. Os jovens ficavam mais anos e a evasão era menor. Enquanto isso aconteceu se manteve o tradicional e o sistema de patrulhas que aprenderam em sua mocidade.

              O tempo foi passando. Já não havia tantos escotistas oriundos das próprias tropas. Alguns voluntários adentraram no escotismo. Isto foi bom, pois mantivemos o crescimento que desejávamos. Pequeno é claro, mas satisfatório. Infelizmente a evasão começou a aumentar. Acontece que as cidades crescendo e a falta de adultos se tornou uma tendência que poderia até prejudicar o andar do escotismo em termos nacionais. O número de escotistas advindo das tropas foi suplantado pelos pais. Um número crescente deles adentrou no escotismo. Aos poucos eles assumiram posições diversas na hierarquia escoteira e para nossa felicidade mantiveram o escotismo unido. No entanto foi aí que começaram as mudanças. Todos é claro sempre acreditaram que o faziam em beneficio do escotismo.

             A maioria dos pais permaneceram nas sessões escoteiras do grupo. Muitas tropas e alcateias devem agradecer a eles as suas atividades e continuidade. Como foi essa chegada dos pais? O jovem interessa em participar. A mãe ou o pai ou ambos o levam a um Grupo Escoteiro mais próximo. Isto acontece muito nas cidades maiores. Difícil deixar o jovem ir e vir só. Já não confiamos como antes. O pai ou a mãe ficam ali esperando o final da reunião. Duas três horas (depende muito do Grupo que leva a sério a pontualidade Escoteira e a retidão do horário). É cansativo. Mas chega uma hora que passam a gostar das atividades. E se já ficam ali esperando porque não participar diretamente? (o começo do vírus Escoteiro. Começa assim – risos).

              Quando entra o casal muito bom. Se não pode haver discordâncias no lar. Claro que o filho une a todos e o seu sorriso quando de uniforme faz com que os pais se entendam.  Ai vem à parte mais difícil. Deixar que o filho ande com suas próprias pernas. A proteção familiar sem perceber se estende ao grupo. Muitos pais acreditam piamente que isto não acontece. Os demais chefes da sessão olham de outra forma. Quando o Grupo Escoteiro tem boa estrutura tudo se resolve satisfatoriamente. Mas não é fácil. O espirito Escoteiro ainda não foi assimilado. Existem casos que isto até prejudica ao filho. Principalmente quando um dos pais é o titular da sessão e quer mostrar que ali não tem proteção.

              Outros casos são que os pais tem receio de fazer certos tipos de atividade que julgam ser perigosas. Não viveram aquela situação e não é fácil participar confiando. Se temos nas sessões escoteiras escotistas bem formados o problema inexiste. Caso contrário à discórdia poderá se um fato que prejudica em muito o filho ou a filha que aos poucos vai sentindo uma animosidade com sua pessoa. Não é fácil a convivência entre adultos seja no escotismo ou em qualquer parte da sociedade. Uma solução seria um Diretor Técnico com mentalidade aberta, democrático e com boa vivencia no escotismo. Teria que ser um “Salomão” para resolver contendas, um psicólogo para aconselhar e um político (no bom sentido) para resolver tudo entre todos os participantes adultos.

                     Mas sabemos que temos poucos desses escotistas no cargo de Diretor Técnico.  Pelo que vejo pelo que ouço e por histórias contadas o Conselho de Chefes de Grupo praticamente inexiste em boa parte dos grupos escoteiros. Apesar de tudo, se não fossem os pais o destino do escotismo teria sido outro. Talvez bem pior. Eles trouxeram sangue novo. Ideias novas. Vontade de fazer e agir. Louvo isso. Só está faltando um pouco de bom senso, pois tem alguns que galgaram postos nos órgãos superiores e estão a mudar achando que o mundo mudou. Tem até alguns que dizem que BP está ultrapassado, que o mundo é outro, que os jovens aspiram outra forma de atividade. Mil explicações.

                  Não discuto. Até acho válido. Poderia até ser um caminho que precisamos para trazer todos os jovens a uma organização como a nossa. Difícil é dizer como fazer com que os pais respeitem a individualidade dos seus filhos. Eu fui pai. Sei como é tive dois que alcançaram o lis de Ouro e o Escoteiro da Pátria. Os outros não. Nunca interferi. Em casa os tratava como pai e não como um Chefe Escoteiro. O incentivo existiu de forma simples. Nunca em tempo algum interferi em sua sessão com seus chefes escoteiros. Não gosto e nunca gostei de chamarem meus filhos do “filho do Chefe”.

Bem vindo os pais. Eles são hoje o baluarte do Escotismo nacional. Tem um longo caminho ainda a percorrer, mas quem sabe eles serão a solução do futuro? E claro seus filhos irão ficar mais tempo no movimento. Serão com certeza excelentes Escotista no futuro. Não existe outro caminho hoje. Sem os pais o movimento não seria nada do que é hoje. Mas os filhos são lobinhos e escoteiros ou seniores. Só isto. No grupo não são filhos. Não esqueçam. Não deixe que eles se ressintam por ser chamados o filho do Chefe. Você é Chefe de todos que estão lá e seu filho faz parte do todo e não individualmente.

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