Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A Canção da Despedida.


Conversa ao pé do fogo.
A Canção da Despedida.

               Diga-me quem não a conhece? Quem nunca se emocionou a ponto de chorar quando a cantou pela primeira vez? Impossível dizer que existe alguém assim. Não importa a idade, a cor, a crença, a religião. A Canção da Despedida marca. Ela entra na gente e nos faz tremer de emoção. Ela é incrível quando cantada em volta do fogo, olhos dormentes a entorpecer o corpo, mãos firmes entrelaçadas, um circulo perdido em sonhos de nunca mais perder as esperanças. Ah! Quantas esperanças de nos tornar a ver. Nesta hora não dá para olhar o amigo do lado. Os olhos estão marejados de lágrimas. Seria tristeza? Seria alegria? Difícil explicar. “Os antigos conhecidos deveriam ser esquecidos e nunca lembrados”? Diz sua letra original. Nunca poderiam dizer. “Pelos velhos tempos, nunca vamos esquecer um dos outros. Iremos correr as colinas, colher as margaridas, mas já vamos a tantos lugares e estamos cansados, vamos ainda recordar os velhos tempos”? É... A letra original é bem diferente da nossa.

               Bendito Robert Burns que escreveu a letra. Das terras da Escócia alcançou o mundo e Guy Lombardo criou a musica. Deus do céu! O mundo mudou depois desta linda canção. Tornou-se tradição nas comemorações de ano novo em centenas de países. Seu nome em Inglês é Auld Lang Syne. Dizem que significa Velho longo, uma vez que, ou outros dizem que seria muito tempo atrás, dias de muito tempo, pelos velhos tempos ou quem sabe para os bons e velhos tempos. De uma coisa eu sei, ela sempre que nos vem à mente nos emociona mesmo nos longínquos tempos. Quando surgiu no passado já significava que era importante lembrar amizades de hoje e de ontem. Nós mantemos a tradição de cantar sempre nos Fogos de Conselho, em nossos encontros Escoteiros, em atividades mil. Ela virou uma tradição também em outras partes do mundo. Pelos velhos e bons tempos que vivemos neste mundo! E melhor ainda, pois nunca iremos perder a esperança de nos ver novamente!

           Cada um de nós tem uma história para contar. Uma história que esta canção faz parte da vida, da história Escoteira e que quem sabe de tão linda poderia ser escrita no livro da vida de cada um Badeniano. Poderia dizer que a vida escoteira se tornaria sem sentido sem ela. Esquecer que não é mais que um até logo? É um breve adeus meu amigo, você sabe haverá outros dias e junto ao fogo vamos de novo nos ver e nos encontrar. A Canção da Despedida marca. Ela entra em nós como se fosse um novo mundo para vivermos. Temos mil canções, mas esta é especial. Nunca descobri quem foi que fez a letra para os Escoteiros e esteja onde estiver ele estava iluminado pela maravilhosa letra que escreveu. “Com as mãos entrelaçadas, ao redor do calor, formemos esta noite um circulo de amor” Maravilhoso! Espetacular! Incrível a emoção quando se canta apertando as mãos dos companheiros que estão junto a nós e olhando o crepitar da fogueira, das fagulhas se perdendo no céu.

            Ah! Meus fogos de Conselho. Lembranças que não se apagam. A gente ali, com muitos amigos em volta, o fogo crepitando, quem sabe alguma tocha vermelha iluminando ao redor. A escoteirada gargalhando, apresentações lindas, Do Rei da Macedônia, do Professor Pardal e do Serafim – Aquele que fica assim! Demais, demais mesmo. As palmas se desdobrando, são tantas. Adorava a do peixinho, do trem, do sapo falante da batida no corpo, da mexicana, e claro da nossa mais famosa palma Escoteira. A noite alta, o fogo terminando, a gente olha para o céu estrelado e pensa que não tem mais nada tão lindo para viver. É uma hora de plena felicidade. Todos esperam ansiosa a última apresentação. De todos. Agora é hora de entrelaçar as mãos. Sentir o calor do seu amigo ou da amiga, ver seu sorriso, olhar nos seus olhos e ver a esperança nascendo, pois ele assim como os outros sabem que a Canção da Despedida marca, hora de chorar? Para alguns não dá para evitar. Melhor é deixar as lágrimas rolarem pela face, e dizer – É de alegrias seu moço!

               A Canção da Despedida seja aonde for é um espetáculo a parte. Cantar e deixar-se levar pela brisa, pelo vento, é um encantamento. Agora é deixar as lágrimas rolarem, elas fazem parte de você agora e você sabe isto acontece com todos. A cada estrofe olhamos para o céu estrelado e pensamos quão pequenos somos neste imenso universo. Mas ali, com as mãos entrelaçadas e junto aos amigos Escoteiros temos uma força enorme. Elevamos nosso pensamento ao criador para agradecer o que estamos recebendo. Uma força incomum nos move como a dizer que nunca haverá um adeus, sabemos que sempre haverá a realização de um sonho, um sonho Escoteiro, um sonho que fica marcado para sempre em nossos corações. E finalmente já com a mente posta um no outro, onde podemos dizer que somos irmãos para sempre, e finalmente agradecer a ele, pois nos trouxe a alegria de viver e conhecer que a felicidade está ali, junto a nós, entrando devagar em nossos corações.


Pois o Senhor que nos protege
E nos vai abençoar
Um dia certamente
Vai de novo nos juntar.

7 comentários:

  1. Lindo seu depoimento.
    E a emoção com que coloca cada coisa.
    Cheguei ao seu blog pois estava escutando músicas celtas, e de repente vem na Cabeça a Canção da Despedida. E aqui no seu texto, vi que a música tem origem na Escócia mesmo... países celtas. Que maravilhoso.
    Obrigada!

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  2. Comecei no escotismo a pouco tempo e toda vez que escuto essa música me emociono. Maravilhosa

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  3. Estou tentando encontrar o autor da letra!

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  4. Auld Lang Syne é uma frase do dialeto escocês que, significa algo como “muito tempo atrás“, “nos bons e velhos tempos“, “velhos tempos“. Tratava-se de um poema escrito por Robert Burns no ano de 1788 que foi logo adaptado ao ritmo de uma tradicional canção escocesa.

    Fonte: Site de músicas escocesas.

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  5. É tudo verdade. Aquela emocão era muito forte e ainda é, cantanto todos juntos a noite com as mãos entrelaçadas e o movendo o corpo como uma onda acompanhando nossas vozes adolescentes vibrantes sob o brilho da lua cheia....é de chorar só a lembrança....que o.mundo cante esta canção para sempre não apenas no final do ano, mas todos os dias como uma linda oração de paz, amor, união e solidariedade

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  6. Acredito que seu autor tenha sido Dr João Ribeiro dos Santos. Ele é autor do hino do Ajuri Nacional de 1957:


    Viemos do norte,
    do sul e do leste,
    viemos do oeste,
    de todo Brasil.
    Das praias, dos papas,
    Dos campos dos montes e
    Dos horizontes de todo Brasil.
    Das grandes cidades,
    Das vilas mais belas,
    Das casas singelas
    De todo Brasil.
    Mochila nas costas bandeiras ao vento
    Para o acampamento de todo o Brasil

    O Ajuri Nacional,
    Do Rio de Janeiro,
    É o marco triunfal do ano escoteiro,
    Comemoramos o centenário de Baden Powel o fundador,
    E do escotismo o cinqüentenário,
    Do acampamento da Ilha de Browsea,
    Na Ilha do Governador.

    Se ele é gaúcho.
    Você do amazonas,
    De baixo da lona são todos irmãos
    Qualquer cor ou classe,
    Qualquer raça ou credo
    Despertam bem cedo são todos irmãos

    Fazendo a comida universitários
    Peões e operários
    São todos irmãos
    Nascido em palácio, nascido em favela
    Lavando a panela, são todos irmãos

    O Ajuri Nacional,
    Do Rio de Janeiro,
    É o marco triunfal do ano escoteiro,
    Comemoramos o centenário de Baden Powel o fundador,
    E do escotismo o cinqüentenário,
    Do acampamento da Ilha de Browsea,
    Na Ilha do Governador.

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