Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

domingo, 21 de setembro de 2014

Sobre o garbo e a apresentação pessoal.


Falando por falar. Comentando por comentar.
Sobre o garbo e a apresentação pessoal.

Prometi a mim mesmo não comentar mais sobre a nova vestimenta Escoteira. Não adianta e ela é um fato consumado. Mas será que não poderiam pelo menos ter mais garbo e orgulho quando estiverem com ela? O que o público irá dizer ao ver chefes e Escoteiros se portando desleixadamente? Uns com camisa para fora outros não (eu sei que os chefões deram seu aval), alguns com lenços dependurados ou amarrados, outros sem ele, uns com boné ou chapéu que nem sem de qual cartola tiraram, outros de sapatos ou tênis de cores diversas, ou sapatilhas, ou sandálias, com meias curtas de diversas cores e alguns sem meias. Calças curtas, calças compridas bendita escolha pessoal. Horrível. Sei que sou um Velho tradicionalista, mas onde está à uniformidade nisto?

Disseram-me que este uniforme que chamam de vestimenta seria ultramoderno e a juventude iria bater palmas correndo para participar do escotismo depois dele. Um Velho Lobo que ainda acredita nas boas intenções de nossa liderança minha disse que o escotismo agora se dividia assim: - Antes da vestimenta e depois da vestimenta. Os que tinham vergonha de postar a calça curta caqui e do uniforme caqui iriam correr em massa para ser um Escoteiro ou Escoteira.  Estou esperando as filas que irão fazer nas portas das sedes Escoteiras. Serão enormes! Quer saber? Se for verdade não será o escotismo que conheci. Mas sou um Velho chato de galocha e nunca irei abrir mão do meu caqui e meu Chapelão. Nem morto (morto não veste uniforme meu querido Chefe, diz meu anjo da guarda. Risos). Mas que seria bom se pelo menos alguns dos que estão portando a nova vestimenta pensarem o que o público vai pensar e se acharem que boa parte do nosso marketing é proveniente do nosso modo de vestir, que pensem duas vezes. Até hoje ainda me bato se irei colocar fotos nas minhas histórias que publico nas redes sociais desta nova vestimenta. Sei que se continuar terei que me adaptar. Não posso ser do contra sempre. (Ainda bem que não tenho muito tempo ainda a viver neste mundo que tanto amo).


E caramba! Eu de novo a falar deste tema. Tema que jurei a mim mesmo nunca mais vir a público para comentar. Mas a gente que é Velho, que um dia aprendeu que o escotismo está na alma e no coração, que um dia ficou no espelho a ver se estava bem uniformizado, que saiu dia e noite quando menino para engraxar sapatos e juntar o rico dinheirinho para fazer seu caqui querido, um dia se orgulhou em ver a comunidade batendo palmas para a gente, que um dia viu alguém dizer – Olhe que garbo! Olhe que simpatia! E que um dia, em alguma parte do nosso querido sertão brasileiro, numa jornada ciclística de mais de oitocentos quilômetros, ao parar numa pequena tapera ladeada por um riacho simples para matar a sede, um pé de pequi e um de goiaba, ver uma horda de meninos e meninas esquálidos, mal vestidos, de idades sucessivas, o pai e a mãe com um pequerrucho pendurado do lado e dizer – Filhos eles são Escoteiros! Batam palmas! Como são bonitos! Então me desculpem. Tenho que esquecer que jurei não mais falar sobre esta tal vestimenta! Que Deus me perdoe!  

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