Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Falando por falar...


Falando por falar...

                   Eu não procuro flores, sei que elas vêm a mim sem eu ir atrás. As flores são meus milhares de amigos aqui. Aceito todos. Aceito até mesmo os sem camisa, os que não querem mostrar o rosto aceito até mesmo àqueles com nomes esquisitos. Para mim serão considerados amigos e bem vindos. Sei que nem todos são como eu e nem pensam como eu. Mas isto não é bom? Eu vivi em outra Escola da Vida, em outra escola escoteira, aquela de se apresentar sempre como Escoteiro sem nunca esconder a ninguém o meu amor pelo movimento. Não foi BP que disse que o melhor marketing para o escotismo é se apresentar bem uniformizado? Toda minha vida usei meu uniforme com orgulho e sem ele estava com minha flor de lis na lapela. Fazia questão de dizer: Sou Escoteiro! Agora entendo que muitos não pensam assim. Um direito. Confesso que não vejo com bons olhos meninos meninas ou até adultos fazendo careta na foto de perfil, com a língua para fora, sem camisa e alguns de maneira até um pouco inconveniente. Eu gostaria que eles se orgulhassem do que são. Escoteiros de coração. Mas eles não tem este direito? Tem sim. Eles não devem e nem podem pensar como eu.

                  Não me meto em outras plagas aqui que não seja escotismo. As visitas que recebo em minha casa sabem disto. Agora os amigos que vêm a São Paulo me telefonam para me conhecer, querem apertar minha mão. Serão bem vindos. Os recebo com amor e alegria. Faço tudo pelo escotismo e aqui nunca verão uma publicação minha desmerecendo políticos, governantes, atos contrários ao que penso. São temas que não vão ajudar e sim causar revolta. Não critico aqui ninguém. Chico dizia que a gente ser magoado é ruim, mas magoar alguém é terrível! Sei do que são capazes muitos que não pensam assim. Eu não insisto em mostrar erros que não posso provar. De vez em quando gosto de elogiar alguém que acho merecedor. Pode ser um artigo ou uma foto. Mesmo que não seja do nosso movimento. Sinto imensa falta de fotos dos meninos e meninas Escoteiras bem uniformizados, fazendo escotismo correto, aprendendo a fazer fazendo sem chefes por perto. Vejo aqui muitas fotos de adultos, recebendo condecorações, certificados e outros mais. Claro, eles fizeram por merecer e porque não mostrar suas conquistas?

                   Costumo viajar nas páginas de muitos amigos a procura de uma boa foto, de uma patrulha, de uma matilha (nunca vi uma em foto) no campo, em grandes atividades aventureiras e sempre bem uniformizados. Adoro patrulhas completas, monitores e patrulheiros ou patrulheiras sorrindo, orgulhosos de estarem ali. Mas dou preferencia aos que se orgulham de vestir seus uniformes. Disto não abro mão. Sinto falta destas fotos no Brasil. Abasteço-me muito com fotos de outros países. Tem cada uma que fico feliz só em ver. Meninos sorrindo, uniformes nos trinques, vivendo eles a sua aventura. Sempre coloquei aqui minhas fotos de adulto e Velho Escoteiro. Elas tem o intuito de mostrar que devemos sempre aprimorar em nossa apresentação para servir de exemplo. Muitos me enviam fotos, difícil dizer para eles que nem sempre posso aproveitar.

                  Procuro levar a todos que gostam do que escrevo uma palavra amiga, um sorriso, um conto mostrando nossas nuances, nossas tradições falar de felicidade, de elogiar, sentindo o valor do método Escoteiro e não critico abertamente os que acham que o escotismo hoje é outro. Claro que nem sempre concordo, mas eles tem o direito de andar com suas próprias pernas. Se vai dar certo ou não, não serei eu a julgá-los   A meu modo costumo escrever mostrando que nosso caminho atual nem sempre nos conduz ao sucesso. Muitos acham que me meto onde não devo. Não bato palmas para nossos dirigentes. Eles que escolheram o que querem fazer e se acertam ou não foi uma livre escolha. Não gosto de correr atrás, perguntar o que vão fazer. Acho isto antidemocrático. Não critico os lideres da UEB por não me reconhecerem como contador de histórias. Afinal é uma escolha minha não ter o registro. Não gosto de burocracias e nem me sinto bem sendo fiscalizado. Hoje acho difícil fazer escotismo alegre e solto, vivendo no campo, correndo pelas campinas subindo em árvores ou montanhas como no passado.

                   Existe hoje uma burocracia que não condeno. Algumas vezes é necessária. O escotismo tem outro caminho contrario ao que fiz. Qualquer ato mesmo que inocente ou acidental é sujeito as penas da lei. Não quero isto para mim. Quase mil noites de acampamento para saber como era gostoso fazer o que fiz sem burocracia. Prefiro escrever a alegria que era ser Escoteiro sem muitas bênçãos de nossos superiores. Não sou importante, nunca fui. Sou um Escoteiro que se entregou de corpo e alma desde menino. Não guardo mágoas, ódios e rancores. Não gosto de ofender quem quer que seja, mas não sou subserviente. Olho nos olhos como se fossem os meus e não um ser superior. Quando me chamam de chefão fico triste. Cada um de nós tem uma missão na terra e eu descobri a minha escrevendo. Sei que escrevo errado, pois minha universidade foi a Escola da Vida. Consegui aprender nas noites frias e sombrias, com vento calmo ou com tempestades,  na lua cheia que foi coberta pelas estrelas tão brilhantes que a gente se perdia na trilhas aventureiras. Aprendi muito vendo o que os outros faziam. Se meu verbo não é um adverbio, se meu substantivo não passa de um adjetivo não me importo. Podem dizer que escrevo mal, que erro muito. Mas se gostarem e entenderem o que escrevo sei que serei feliz. Ver os outros sorrirem, mesmo que esteja copiado meu mestre BP isto me trás grande felicidade.

            Sei que tem muitos que conhecem normas, leis artigos e parágrafos. Sabem de cor e salteado como movimentar o SIGUE, como falar com os donos do poder, de ir a encontros nacionais e reconhecer a cada um. Eu não sei nada disto. Não desmereço os estatutos apesar de não concordar com ele. Sei que não vou modificar o mundo escoteiro. Ele segue seu caminho e eu sigo o meu, aquele que vivi e aprendi a sorrir com ele. Enquanto viver vou continuar fazendo o que faço. Vou falar das flores do campo, dos ventos da primavera, vou contar histórias das mil e uma noites, vou contar estrelas no céu. Vou dizer como é bom acampar com amigos que fazem o mesmo que eu. Direi nas madrugadas que amo o pôr e o nascer do sol. Contarei maravilhas de uma cascata com sua névoa esvoaçante, falarei das florestas, das ravinas dos vales lindos que um dia conheci. Sei que isto não vai acontecer novamente, mas se um pequeno número de amigos tentar fazer com seus jovens o que fizeram comigo eu acho que venci a adversidade.

               Portanto meus amigos este sou eu, sem tirar nem por. Não sou rico, mal ganho para viver como um aposentado, mas não reclamo. Adoro minha velhice, minhas traquinices, minhas apendicites e tantos sites que me tornei amigo dos homens do jaleco branco. Passo horas gostosas aqui falando para uma telinha pequena e nem sei realmente seu alcance. Nunca vou vender meus contos. Eles são gratuitos. Nunca farei deles uma maneira para sobreviver. O tempo vai passando e eu ao lado dele faço meu destino. Termino dizendo que gosto de uma linda foto. Acho que ela fala mais que meu conto. Gosto de exemplos de jovens em suas fotos, com seus sorrisos e mostrando que o escotismo é assim. Um abraço, um aperto de mão e lindos sorrisos sem hora e sem lugar para acontecer.
Sempre Alerta!    

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