Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quarta-feira, 6 de julho de 2016

O fogo de Conselho.


Conversa ao pé do fogo.
O fogo de Conselho.

                     Todos vibram todos já participaram e todos guardam no coração para sempre. O Fogo de Conselho é único. Vale a pena participar de um e ver os sorrisos, os olhos as feições de cada participante não importa a idade vibrando com cada apresentação, cada canção cada aplauso daqueles que fazem todos se movimentarem para saudar os artistas e poetas que deixaram o palco da ribalta naquela clareira inesquecível. Cada Fogo do Conselho é único. Hoje contarei sobre o da Tropa. Só dela, perdidamente escondida numa floresta encantada. Patrulhas escoteirando em um local incrivelmente belo. Meninos escoteiros se deliciando com as atividades, com suas construções fantásticas, pioneiras, barracas, um fogão de barro aceso e a fumaça se espalhando pelo ar. Não existe felicidade como esta. - “Gente! A gororoba está pronta”! Sentados no chão ou em uma mesa rústica construída por eles, barulhos de colher e garfo a bater no prato e o sorriso brotando, pois a fome bate fundo e eles sabem que seu cozinheiro é dos bons.

                      O Fogo de Tropa é inesquecível. A Corte de Honra se esmerou em detalhar. Lá pelas tantas da noite, na porta da barraca do Chefe discutiram cada trecho, cada apresentação e o tempo de duração. A Patrulha de Serviço decidiu fazer um fogo diferente, uma abertura diferente, criado por eles ou quem sabe como a história do Escoteiro que um dia viajou no tempo só para participar. Falaram das reuniões indígenas, onde o Pagé sorrindo gritava assustando a todos: - Acenda-te fogo! E a chama brotava, subia pelo ar como a tentar se elevar até as nuvens e de lá chegar às estrelas. O dia chegou. As patrulhas prontas. Já se reuniram, já discutiram o que apresentar. Existe uma lei não escrita que no esquete todos participam. Na última noite um zum, zum corre pelas patrulhas. Muitas mantém segredo de sua apresentação outras querem a participação de todos. 

                       Fatos acontecidos no acampamento, fatos lembrados que nunca foram esquecidos, um Chefe que tropeçou e caiu, refeições de campo sem sal, com açúcar, queimados, pioneiras mal feitas que todos foram ao chão tudo é motivo para uma boa esquete. Alguns escoteiros tem seu instrumento musical. Um violão bem tocado e até mal tocado tem lugar garantido naquela noite inesquecível. Como disse o poeta: - Vai lá! Pega teu violão e mostra o teu sentimento. Expressa teus sorrisos na luz da lua, solta tuas angustias em um lá menor, e depois junta todos os teus acordes e brinca de poesia. Ah! Eis que chegou a hora. Todos vão cantando conversando e brincando até onde foi montado o fogo. Sempre em um local misterioso, quem sabe no seio da mata ou ao lado de uma cascata para sentir a vibração do cair das águas cristalinas criando um som fantástico naquela noite mágica.

                        Chegou a hora. Um monitor mais antigo assume como animador. Ele sabe que outros irão fazer o mesmo no desenrolar daquele fogo imortal. As madeiras foram empilhadas na técnica conhecida. Achas de lenhas estão próximas para o fogo não apagar. Levaram muitas bananas verdes, batatas saltitantes, dois bules de café cujas brasas irão se deliciar ao esquentar o chá e o café para a escoteirada. Sentam-se em qualquer lugar, não existe norma, existe alegria e vontade de brincar cantar e participar em tudo se possivel. – O espírito da coruja mora neste acampamento! Velha canção que ninguém esquece. Um intendente distribui biscoitos. O monitor da Patrulha de serviço toma seu lugar, é o responsável para não deixar o fogo apagar.

                     Esta patrulha de Serviço é das boas. Deixou pronto troncos para todos se sentarem a vontade. Um Escoteiro se aproxima do fogo. Todos ficam em pé. Ele sabe que só tem um palito de fósforos. Não pode errar. Era uma das muitas místicas que a Tropa fazia questão em utilizar. Há um silencio no ar. Ele apalpa as folhas e galhos secos na entrada do forno da fogueira. Uma chama no ar! O fosforo brilha, as chamas começam a aparecer. A Tropa conhece perfeitamente os costumes, valores e tradições culturais dos povos que habitaram o país no passado. Conhecem a importância do fogo que sempre foi um símbolo da energia da vida. Sabem que ele há muito tempo foi importante para a sobrevivência durante todo o processo da evolução do homem.

                               Lembram-se dos costumes, valores e tradições culturais dos muitos povos que habitaram nosso país no passado. Ali a mística não pode faltar. Todos entendem da importância do Fogo, como símbolo das energias da vida, na luta pela sobrevivência durante todo o processo de evolução do homem. Dos quatro elementos da natureza a terra, o ar e a água o fogo sempre fascinou o homem. Temido e amado, salvando ou ameaçando vida. Ele foi o responsável para o inicio da civilização, o homem aprendeu seu valor como fonte de energia. Aprenderam que os nativos e selvagens da Ásia e Africa ou mesmo os peles-vermelhas da América sempre se reuniram em volta de um fogo, pois sua luz e calor espantavam as trevas o frio e os animais. Neste momento sublime todos cantavam, dançavam sobre a cabeça de um grande animal que mataram, e ali planejavam suas caçadas de sobrevivência.

                      O responsável pela abertura não esquece a mística e o simbolismo da abertura. Porte firme ele faz a evocação dos ventos:
 Que os ventos do oeste, suave e agradável,
- Que os ventos leste, criador de tempestades,
- Que os ventos sul, quente e formador de nuvens,
Tragam nesta noite a alegria neste Fogo de Conselho, a vontade de vencer e nunca nos deixe esquecer de que somos todos irmãos de sangue, eu e você... Você trouxe outro amigo, e agora somos três... Nós começamos o nosso grupo, nosso círculo de amigos... E como um circulo, não tem começo e nem fim! Um por todos? – todos por um!


                   E tudo caminha para uma noite inesquecível. Canções incríveis, violão com suas cordas mágicas cantam a Árvore da Montanha presente naquele lugar, meninos escoteiros se divertem nas imitações, sorrisos em profusões. Alguém pega uma batata quente e grita: - Queimei! Gargalhadas, brincadeiras, os pássaros noturnos não se assustam com aquela escoteirada alegre e sorridente. Um cometa passa rasante no céu estrelado. A noite vai chegando ao fim. As mãos são finalmente entrelaçadas, canta-se uma canção inesquecível. Todos sabem que não é mais que um até logo não é mais que um breve adeus. Muito breve estarão reunidos outra vez. Sonhos perdidos e reencontrados, lembranças que ficaram para sempre no coração de cada um. A cadeia da Fraternidade foi o epílogo da apresentação. Não há mais palmas não há mais fogo. Hora de recolher. O Silencio da noite cai sobre as barracas que com seus jovens meninos irão adormecer e sonhar esperando mais uma noite inesquecível em um acampamento neste chão do Brasil. 

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