Uma linda historia escoteira

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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

A História do Colar de Dinizulu

 A História do Colar de Dinizulu

Em 1888, quando uma expedição britânica foi enviada para a Zululândia, África do Sul, ela teria que combater Dinizulu, Rei dos Zulus - um experto e bem conformado homem com 2m de altura. Em ocasiões oficiais Dinizulu usava um colar com quase 3,5m de comprimento feito com mais de 1.000 contas de madeira, feitos de uma madeira amarela da África do Sul e enfileiradas em um laço de couro cru.

O colar era uma distinção conferida à realeza e distinguidos guerreiros. Durante as hostilidades que ocorreram em Natal e na Zululândia, naqueles longínquos dias, o homem que mais tarde viria a ser o fundador do Escotismo - o Capitão Robert Baden-Powell - ganhou a posse do colar de Dinizulu.

Muitos anos depois, em 1919, quando Baden-Powell instituiu o curso de treinamento para Chefes Escoteiros ele se lembrou do colar de Dinizulu e pegou duas contas e as amarrou nas pontas de uma tira de couro, criando a Insígnia de Madeira - para ser usada nos pescoço e ser uma insígnia de reconhecimento aos Escotistas. A Insígnia de Madeira, com as suas replicas, agora é usada por milhares de homens e mulheres ao redor do mundo.

Há algumas continuações à história do colar de Dinizulu. Em 1963 um neto de Dinizulu Mangosuthu Gatsha Buthelezi, visitou o Canadá para participar do Congresso Mundial Anglicano em Toronto e em uma visita a ele foi hospedado por um membro da equipe do Distrito Escoteiro de Otawa, DSM. Oliver Belsey. No Natal seguinte ele enviou ao Sr. Belsey um cartão de Natal mostrando o seu falecido pai executando uma dança Zulu, em uma pintura feita por ele, estando o seu pai vestido de todas as regalias de um Chefe Zulu e duas contas de madeira (Insígnia de Madeira) tomadas de uma premiação militar de um dos guerreiros e Dinizulu que as deu em 1962.

Em 1965 no Kwakhethomthandayo, a sede da corte real, próximo a Nongoma na Zululândia, a história do Escotismo foi feita com a Investidura do Chefe Principal, Bhekuzulu Nyangayizwe, diante de 5.000 pessoas. O Chefe Principal foi investido como Escoteiro por um Comissário da Sede nacional da Associação Escoteira da África do Sul.

Para marcar o 12º Jamboree Mundial e o 60º Aniversário do Escotismo, os Escoteiros Sul-africanos decidiram fazer quanto cópias fieis do colar de Dinizulu. Após muita pesquisa e meses de trabalho duro de pioneiros europeus em Natal, e escoteiros zulus de tropas da cidade de Natal, as quatro réplicas do original foram acabadas.

Três delas foram levadas para o 12º Jamboree Mundial em Idaho, E.U.A., em agosto de 1967. Para que fosse colocado em um museu um colar foi presenteado ao Executivo Escoteiro Chefe do país hospedeiro, Boy Scouts of America; outro ao então Diretor Geral do Birô Mundial Escoteiro e o último ao Chefe de Campo do Centro Internacional de Treinamento de Gilwell Park, em Londres. O quarto colar permanece na África do Sul como um marco histórico da terra de origem da Insígnia de Madeira.

Outras historias.
Outras histórias do colar são contadas por muitos Chefe e historiadores. Uma dela diz que quando B-P chegou a uma zona de  penhascos, bastante arborizada e com cavernas, chamada “Ceza Bush”,  identificada como baluarte de Dinizulu e dos seus homens, já estes  tinham escapado para a República do Transvall. Os britânicos só  encontraram cavernas abandonadas e cabanas queimadas, numa das quais B-P  terá - segundo contou ele próprio em 1925 - encontrado o colar “isiqu”  de onde provieram as primeiras contas da Insígnia de Madeira. Dinizulu  entregou-se três meses mais tarde ao Governador do Natal, em casa da  família Colenso, que apoiava a causa Zulu.

No seu livro “Lessons from the Varsity of  Life” (1933, capítulo V - Zululândia), BP relata o incidente em “Ceza  Bush”, mas não faz qualquer referência ao colar “isiqu”. Curiosamente,  nesse mesmo texto, conta como se apoderou de um colar de contas de uma  rapariga Zulu que foi atingida por uma bala perdida e faleceu durante a  noite, mesmo ao lado de B-P. Nos diários onde Baden-Powell descrevia  detalhadamente todos os pormenores da sua vida, também não foi feita  nenhuma referência ao colar.


Formato das contas atualmente.
As contas que hoje ostentamos nos nossos  colares da Insígnia de Madeira são um pouco diferentes das primeiras.  Estas tinham um formado mais delgado na zona onde passa o fio de couro,  para o encaixe entre elas. A “falha” nas extremidades é natural. Ao  fazer os cortes em “V” nas extremidades, que seriam queimados, o  interior do cerne da madeira de salgueiro desfazia-se, dando origem às  pequenas “falhas”, características, também em “V”. Algumas das contas  que são produzidas hoje em dia, não trazem estas pequenas “falhas”,  sendo os cortes apenas pintados, e não queimados, exceto na zona da  “falha”, que fica da cor da madeira. Exemplos de contas atuais, com tonalidades diferentes, algumas das quais sem a “falha” nas extremidades.

Dizem alguns historiadores que BP nunca conheceu Dinizulu.  Se o colar “isiqu” que BP levou para Inglaterra era mesmo de Dinizulu,  fica à imaginação de cada um.




Nota de Rodapé: - Diz a “lenda” entre os escoteiros, que  foi o próprio Dinizulu quem ofereceu o colar a B-P. Esta versão foi  passada pela associação escoteira inglesa, a partir da década de 50,  devido ao embaraço causado pela versão anterior, segundo a qual B-P  ter-se-ia apoderado do colar, abandonado por Dinizulu numa cabana  especialmente preparada para ele. Conheça uma das histórias do famoso Colar.

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