Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Conversa ao pé do fogo. Dissecando um artigo publicado.


Conversa ao pé do fogo.
Dissecando um artigo publicado.

               Postei há dias um artigo sobre o portador da Insígnia de Madeira. Foi baseado em muitas publicações que li e também o que pensava Baden-Powell. Alguns poucos comentam que a IM era bem considerada no passado e hoje não mais. Sei que todos conhecem a história do curso, do lenço, das contas e de suas místicas e simbolismo motivo de orgulho para todos nós escoteiros. Até hoje em todo o mundo o caminho é um só. Ter a honra de pertencer ao 1º Grupo de Gilwell. O volta a Gilwell tão bem cantado em rodas de Insígnias da Madeira dão o tom às místicas que envolvem aos portadores da IM.

                Não importa que o 1º Grupo de Gilwell seja apenas uma quimera, uma criação hipotética. Ele existe na imaginação e faz parte da Mística do Escotismo que começou em 1910. Quando Baden-Powell escreveu e publicou o “Escotismo para rapazes” ele jamais imaginou as dimensões que sua criação chegaria a ter. O aprendizado dos primeiros chefes não tinha uma organização formal e na maioria das vezes era baseada no conhecimento geral. Baden-Powell viu a necessidade de organizar a formação dos chefes escoteiros de uma maneira mais metódica. Alguns cursos foram realizados em Richmond/Londres em 1909 e 1910 sob a liderança do próprio Baden-Powell. Eram cursos rápidos e o maior deles foi realizado em fevereiro de 1911. Com o advento da primeira guerra os cursos deram uma pausa para voltar posteriormente.

                Em 1918 com o fim da guerra o Movimento escoteiro crescia em ritmo acelerado. Precisam ter um local que servissem como área de acampamento e como um centro de formação escoteira. A história de Gilwell Park é conhecida de todos. Graças a Rosneath, de Dumbartonshire na Escócia que doou uma quantia em libras foi possível adquirir um local próprio uma área chamava de Gilwell Hall. Gilwell Park já com novo nome teve de ser totalmente reformado e foi inaugurado em 26 de junho de 1919. O primeiro curso de formação escoteira aconteceu de 8 a 19 de setembro de 1919 (onze dias, muito diferente de hoje) e dirigido por Francis Gidney, o primeiro Chefe de Campo de Gilwell contando com a participação do próprio Baden-Powell.

                As histórias reais e imaginárias, as místicas e simbolismo se sucederam após este primeiro curso. A Insígnia, o lenço suas contas hoje é do conhecimento geral. Anos se passaram e o sistema praticado em Gilwell rodou mundo e aportou no Brasil. Os cursos do passado eram realizados com copias mimeografados cedidos por Gilwell Park, muitos de 8 a 11 dias. A modernidade deu possibilidade de se modificar e alterar muito do que existiu. Bom ou não poucos ainda hoje usam o modelo Gilwellano. Felizmente ou infelizmente muitas das alterações feitas não só no curriculum do curso como em muitos programas foram feitos a poucas mãos.

                 A disciplina, a lei e a promessa são invocadas a cada um que discorda ou quer sugerir. O mote do vá a Assembleia não passa de uma ilusão. Enquanto não for alterado o Estatuto da União dos Escoteiros do Brasil, teremos decisões que muitas vezes são contrárias ao pensamento geral. A União dos Escoteiros do Brasil parece se satisfazer com a grande rotatividade/evasão ou em inglês Turnover. Isso faz com que muitos novos aceitem sem discutir ou argumentar o que ela diz através dos seus atos.

                 Nada que faz ou decide tem alcance maior do que sua máquina dirigente de poucos membros. A consulta às bases nunca aconteceu. Opiniões são desprezadas desde que vão de encontro ao pensamento dos dirigentes. As pesquisas entre seus membros e unidades locais nunca aconteceram. Infelizmente a IM tornou-se um símbolo de nobreza ou elevação de Status que muitos ainda não entenderam sua posição junto aos jovens. Nem todos se enquadram com o que escrevo e penso. Temos muitos chefes que merecem nossa admiração e respeito. Sejam eles IMs ou não.

                 A importância de ser um portador da Insígnia de Madeira vai além da formação de caráter e do entendimento que o escotismo foi criado para os jovens e o Chefe é um ator coadjuvante. Para eles todos deveriam se voltar com cortesia e respeito. Se hoje os que não concordam tivessem sua IM poderíamos dar uma nova fisionomia do que pensamos e agimos. Reclamar só não nos leva a nenhuma solução. Ficar entre paredes e pátio fazendo um escotismo arredio acreditando ser a melhor solução tenho minhas dúvidas. A continuidade e a perseverança principalmente dos jovens deve ser o objetivo final.

               Ainda tenho sonhos que os fiz desde os primórdios de minha existência escoteira. Conviver em fraternidade, harmonia, respeito e ética entre todos participantes do escotismo do Brasil e do mundo. Luto por uma democracia escoteira plena sem dono e com raiz. Onde o poder emana dos associados e há todos eles devem ser dada a possibilidade de eleger, votar e ser votado não importando seu cargo eletivo no escotismo nacional o sucesso é garantido.

               Quando arregaçarmos as mangas do uniforme, dizendo vamos em frente e saber que a união faz a força, o poder faz um milagre e a derrota um vencedor teremos sim um escotismo respeitado e reconhecido pelas autoridades e pela população brasileira, independente de ser um IM ou não.

Obrigado. Chefe Osvaldo.

Nota de rodapé: - Não deveria ser o artigo de hoje. Meu artigo o Portador da Insígnia de Madeira produziu inúmeros comentários em minhas paginas grupos e muitos que compartilharam. Alguns concordando e outros discordando. É bom isso quando vemos o meio escoteiro adulto participando mais e vendo onde irá colocar seus passos escoteiros no futuro. É apenas um pensamento de um Velho Chefe Escoteiro que pode estar errado já que não sou nenhuma sumidade ou entendido do Escotismo de Baden Powell. Tudo que sei aprendi na Escola da Vida.

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