Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Sete de Setembro “Independência ou morte”!
Nota
- Em 7 de setembro de 1822, foi proclamada,
oficialmente, a independência do Brasil, em São Paulo. Quando regressou ao Rio
de Janeiro, Dom Pedro foi aclamado imperador e coroado com o título de Dom
Pedro I, em dezembro de 1822. Data cívica comemorada pelos escoteiros em todo o
Brasil.
- Qual jovem não sonhou um
dia em desfilar na avenida, uniformizado, marchando garboso, seguindo uma bela
banda dos escoteiros, o povo aplaudindo, os pais gritando: - Ali está! É meu
filho! Isto arrepia qualquer um que teve a oportunidade de estar em um belo
desfile. É nesta hora que dizemos: Orgulho de ser escoteiro.
Desfilei
muito nos sete de setembro em minha vida escoteira. Os preparativos, o desfile,
depois a comemoração na sede onde se hasteava a bandeira e os comes e bebes
trazido pelos pais. Sempre foi um dia de festa de alegria de mostrar ao povo
que os escoteiros existiam e estavam ali presentes e sempre alerta para o
orgulho do Brasil.
Nesta
hora sei que a maioria já está voltando do desfile e em muitas cidades do Brasil
eles se abrilhantaram para mostrar seu amor à pátria. Orgulho de todo menino, a
gente sente no corpo um tremor em saber que tantos olhos nos veem como um
soldado mirim do Brasil. Não importa aqueles que não nos consideram soldados. Não
importa. Nossas raízes para defender a pátria nunca será esquecida.
Na minha cidade o povo corria em peso para
ver os desfilantes. O Tiro de Guerra, o Batalhão da Policia Militar, Grupos
Escolares, Colégios e claro os Escoteiros. Palmas e palmas. No palanque o Chefe
do Grupo orgulhoso seu chapelão de abas largas e com suas estrelas de atividade
brilhando. Quando saiamos da rua transversal, sempre na Frente o Pavilhão
Nacional em seguida a banda, depois os lobos, os Escoteiros, os seniores e pais
cada um se empertigava para mostrar seu orgulho em estar ali.
O trecho do desfile não
era mais que oitocentos metros. A apoteose era em frente ao Palanque das
autoridades onde sempre fazíamos evoluções, malabarismo e nosso caminhão com a
carroceria aberta estava lá à barraca armada, uma mesa e um fogão suspenso que
na hora exata quando passava pelo palanque o café está sendo coado. Já tinha um
Escoteiro preparado com uma bandeja, xicaras e ia servir o café para o
Prefeito, O doutor Juiz, O padre, o delegado e o comandante militar e o Capitão
do Exercito.
Nosso desfile não parava por
aí. Algumas ruas antes de voltar para a sede e o povo na porta na janela
aplaudindo. Era rotina passar por várias ruas na volta para a sede. As famílias saiam de suas casas e
vinham aplaudir. Ao chegar à sede, mesas cheias de salgados e você podia
escolher: – Coxinha de galinha, bolinhos de carne, empadinhas da dona Armênia,
croquete, bolinhos de bacalhau, pastel de carne, de queijo, pasteis de
mandioca, e você ainda tinha suco de uva, de limão de groselha, de laranja
todos naturais para sua escolha pessoal.
E a gente saia da
sede com os olhos brilhando e sonhando. Sonhando com um novo Sete de Setembro.
Quanto tempo, quantos Sete de Setembro eu vivi. E fico triste em saber que em
algumas capitais não se marcha mais. A maioria anda em passo comum alguns
conversando e lá vão desordenados pela avenida sem saber aonde vão. Porque esta
mania de achar que marchar não é escoteiro? Ainda bem que são poucos. Muitos
Grupos ainda tem no sangue a marcha infante de um escoteiro orgulhoso do seu
País.
- Três âncoras
deixou Deus ao homem: O amor à Pátria, o amor à liberdade, o amor à verdade.
Cara nos é a Pátria, a liberdade, mais cara; mas a verdade, mais cara de tudo.
Damos a vida pela Pátria. Deixamos a Pátria pela liberdade. Mas à Pátria e à
liberdade renunciamos pela verdade. Porque este é o mais santo de todos os
amores. Os outros são da terra e do tempo. Este vem do céu e vai à
eternidade... Rui Barbosa.
VIVA O
SETE DE SETEMBRO, A INDEPENDÊNCIA DO NOSSO BRASIL!
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