Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

domingo, 15 de julho de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. “Alexandre Fejes Neto” Vulgo Chefe Lecão.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
“Alexandre Fejes Neto” Vulgo Chefe Lecão.

Dizem que amizades levam tempo para se concretizar. Mas tem amizades que se conquista em minutos.  Eu posso dizer de cátedra, pois aprendi a reconhecer amizades só no olhar nestes 78 anos de vida. Interessante que a gente houve falar de formadores, de chefes diretores, presidentes, Insígnias e aqueles mais simples nem são comentados. Exceto os dos seus círculos escoteiros e amigos quem poderia contar a vida do chefe Lecão? Quem era ele? Onde estão suas histórias, suas comendas que ele merecia? Sinceramente não sei se ele recebeu os méritos que merecia. Ele é como aqueles viventes na Legião Escoteira dos Esquecidos.

Sem escárnios ou ironia... Vamos falar do Chefe Lecão somente. Pois é, cheguei em SP por volta de 1977 e logo conheci os figurões escoteiros. Chefe Lecão não estava no rol dos maiorais. Pelo menos para mim que tantos cursos dei aqui e poderia tê-lo aproveitado no rol dos adestradores pelos seus altos conhecimentos. Isto ele tinha para dar e vender. E eis que 40 anos depois resolvi aceitar um convite dele no Facebook para um encontro de antigos escoteiros em um Fogo de Conselho em seu Grupo o Tabapuã. Mesmo com a saúde ruim lá fui eu para lhe dar um abraço. Surpresa, um homem simples, amigo, simpático, educado e prestativo me foi apresentado.

Só depois daquela estupenda batota de sete, eu ele, e mais três chefes aí incluído a Célia e meu filho que me levou até lá, fizemos um fogo de conselho. Lindo, maravilhoso, o local do grupo na SABESP era espetacular. Fiquei maravilhado com tudo com sua educação e fidalguia. Nem parecia que ali estava um jornalista, radialista escritor e Escotista brasileiro, que tinha por hábito difundir gratuitamente seus vários livros sobre escotismo e ecologia. Eu só fiquei sabendo disso tudo depois, mas nas pesquisas que fazia na internet.

De família de imigrantes vindos da Hungria, Alexandre era filho do sr. Alexandre Fejes Filho e da Sra. Rosália Anna Balogh Fejes. Cresceu em São Paulo se formou em ecologia, foi fotografo amador, videomaker, escritor pesquisador independente produtor de informática e de radio. Puxa! Chefe Lecão era um “Faz tudo” Um pedagogo e ninguém me disse nada? Foi lobinho, escoteiro até chegar a mestre pioneiro e Chefe de seu grupo. Fez vários cursos, mas nunca reconhecido como um dos maiores chefes do estado de São Paulo. Deram a ele a medalha gratidão bronze e mais nada. Não sei se ele merecia a Bons Serviços, a cruz São Jorge, a Tiradentes? Sem falar no Tapir de Prata. – Não sei. Ele não tinha tacos e nem cargos para tal honra. Falar mais sobre ele é falar em alguém que merecia muito mais do que foi homenageado.

Expert em Radio Amadorismo criou uma estação de Radioamador que recebeu da Anatel o indicativo de chamada PY2GET e incentivou a criação de um minicurso destinado ao aprendizado de radioamadorismo voltado ao Escotismo. No dia 25 de março de 2017 a Câmara Municipal de São Paulo conferiu ao Chefe Lecão (in memoriam) o prêmio Escotista Mario Covas Junior de Ação voluntaria. Profícuo escritor tem dentre suas obras escoteiras: - Milagres da Cozinha Mateira, espiritualidade Escoteira, biscoitos escoteiros, Scouts Song Book em dois volumes e Bamboo – Cultivo e pioneirías. Todos editados em PDF. Não sei se suas obras constam das publicações da Escoteiro do Brasil.

Quem diria que naquela noite, calma, serena, em volta de uma fogueira eu estava junto a um dos maiores escoteiros da atualidade. Um BP escondido em um grupo pouco conhecido e pouco reconhecido pelas suas qualidades escoteiras. Ali na minha frente, naquela fogueira Chefe Lecão com seu uniforme caqui simples não se mostrava um professor na minha presença, humilde ouvia mais do que falava. Foi uma honra ter estado lá naquele dia. Ter apertado sua mão e lhe dado um abraço. Pena que logo após aquele encontro ele veio a falecer.

Contar de seus prêmio literários científicos e tecnológicos seria falar de um “bom vivant” Escoteiro que vivia a incentivar os jovens a viverem na natureza e para a natureza, e sempre que possível fazendo atividades ao ar livre. Na SABESP onde fica o grupo Tabapuã é como se estivéssemos em um bosque, todo arborizado onde os funcionários e chefia admiravam e apoiavam as ações do Chefe Lecão nas suas lides escoteiras.

Não está mais entre nós. Deve estar fazendo suas atividades escoteiras de boa ação no céu. Para ele eu faço questão de ficar em posição de sentido e tirar o meu chapéu gritando solenemente Anrê, bravoô e Parabéns Chefe Lecão.

Nota – Chefe Lecão participou do movimento escoteiro desde lobinho e faleceu em janeiro de 2017. Intelectual autor de várias obras escoteiras teve uma vida cheia de atribulações como radialista e jornalista que era. Tive a honra de apertar sua mão e lhe dar um abraço. Um simples chefes que para mim irá ficar para sempre na história do escotismo brasileiro.

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