Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sábado, 12 de janeiro de 2019

Conversa ao pé do fogo. Conversa ao pé do fogo... Suas origens e o escambal.



Conversa ao pé do fogo.
Conversa ao pé do fogo... Suas origens e o escambal.

Prologo: Muitas vezes esquecemo-nos das coisas mais simples no escotismo, deixando de lado o verdadeiro espírito escoteiro que marca definitivamente nosso interior, nosso eu. O escotismo tem nuances indescritíveis. A conversa ao pé do fogo é uma delas. Tente pelo menos uma vez...

                                 Tem origem? Fogo de Conselho eu sei que tem, mas Conversa ao pé do fogo? Se tiver não sei. Quem sabe recordando as noites nas tabas indígenas, onde os guerreiros se encontravam em volta do fogo para contar as aventuras do dia, onde suas mulheres e filhos assistiam a tudo com um ar de espanto. Podem dizer que nada diferente do fogo de conselho. Pode ser.

                               Ali quem sabe tudo é espontâneo, despretensioso, ingênuo, puro conversas simples e verdadeiras, recordações de tempos memoriais. Tem alguns que são simplórios outros mais organizados, mas nada que possa fugir de um papo ameno, sem programas sem hora de começar e terminar. Não tem animador, não tem diretor é tudo no improviso.

                               Alguns dão mais valor a uma boa Conversa ao Pé do Fogo que um jogo noturno. Ele pode ser feito no campo da chefia, ou no campo de uma Patrulha, dependendo da escolha da Corte de Honra. Não pode faltar um bule de café na brasa, quem sabe um pratinho de biscoito e para os mais afortunados uma banana assada... E deixa rolar...

                                Repetimos, não pode ser obrigatório, só vai se quiser. Tem Chefe que faz questão de rolar madeira para sentar, tem outros que constroem bancos para ficar mais confortável. Alguns fazem questão de ser em frente a uma barraca. O fogo não é alto, é branco, achas mais grossa para evitar estar levantando para avivar o fogo. Conversas entre os escoteiros, entre os chefes, cantorias, causos, tudo ali é sorriso aberto, abraços sinceros escoteiramente formais.

Prelúdios de Conversa ao pé do fogo.
1)     - Sentado na porta da barraca do Monitor da Touro, deglutia uma peixada na brasa. Havia até limões galegos para servir os gulosos. Fora convidado para o jantar, mas a hora se estendeu até meia noite. Um bule de café ferventava junto à fogueira. As demais patrulhas foram chegando uma a uma. Foi uma das melhores Conversa ao Pé do Fogo que participei. Até eu mesmo esqueci-me da hora. As canções, os contos curtos, as piadas e os cometas que infestavam o céu deixaram para trás a escuridão da floresta. Abri exceção: - Alvorada as oito! Todos foram dormir, eu sorria na trilha que me levava ao campo da chefia. Dormi feito um anjo e acordei pensando que era Baden-Powell.

2)     Tem brasa no braseiro neste fogo de conselho... Tem sono escoteiro, tem fagulha piscando no ar... Tem coruja cantante, lua errante que nem um queijo, estrelas no céu a brilhar... Tem mata, tem nascente, tem brisa solta no ar. Amanhã sol poente, tem jogo e inspeção... Tem bandeira a arvorar... Tem barraca, tem pata tenra a chorar com saudades da mamãe... Tem Chefe para ajudar, tem outros para ensinar e tem aquela Chefe para rezar... Não é mais que um até logo, vou dormir e você? Até amanhã...


3)     Uma noite qualquer, quem sabe em um Inverno bem gelado? Olhar perdido no universo, uma clareira na floresta encantada, amigos em volta, um violão cantante, um olhar distante e a gente medida: - Como é bom ter amigos, perto ou longe eles sempre estão com você, pois muitas vezes os amigos são a família que nos permitiram escolher. Um calorzinho gostoso, um café amargo, um chimarrão cheiroso corre de mão em mão; Crepita a fogueira, entre nuvens e estrelas, pululam vagalumes no céu. Saudade dela danada, vontade de dizer bem alto: - Amor me traz um mate, senta aqui do meu ladinho, põe mais lenha na fogueira, esquenta “nois” um pedacinho, e enquanto a chaleira não chia, deixe-me provar os seus beijinhos! E a gente vai vendo a noite passar olha a dança dos pirilampos em volta das chamas, vendo seus medos virarem fumaça. Bom demais ser Escoteiro!

                         Até mais, você é meu convidado para a próxima conversa ao Pé do Fogo, vamos cantar, relembrar velhos tempos, falar de amores, de aventuras de ladeiras quebradas, ou quem sabe falar de Escotismo? Até mais.

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