Conversa ao pé do fogo.
Sinais de pista.
Técnicas escoteiras, uma
maneira de divertir aprendendo.
Prólogo: - Sobre a personagem Kim descrito neste artigo:
Publicado pela primeira vez em 1901, A história de Kim vem
encantando e seduzindo várias gerações de jovens e adolescentes em todo o
mundo, com as aventuras e a absoluta disponibilidade de Kim, o menino que podia
se mover livremente por todo o território indiano, disfarçar-se, viver ao ar
livre, sem entraves, quase sem regras.
Pistas... Já foi feito em sua tropa isto eu tenho certeza. Mas agradou? Os
Escoteiros e Escoteiras gostaram da atividade? Você repetiu? Bem vejamos o que
BP dizia sobre pistas: - “Para um bom explorador, seguir as pistas
torna-se um costume. Sem saber, ele está sempre em busca de ”pistas”, enquanto
se ocupa de outros serviços”. O Escotismo é uma arte em que a gente se exercita
a vida toda, mas dificilmente um homem “branco” chega àquela perfeição a que
tem um indígena (sudanês Bosquímano da África do Sul, Gonds da Índia ou negro
Australiano). Onde o branco supera o indígena é no uso da inteligência para
descobrir o significado dos sinais. Pôr pistas, não se entende só os passos,
tudo aquilo que envolve sentidos, é pista. – E BP completa: - Uma
vez, uma menina inglesa me desafiou na interpretação de pistas. - A filha do
Lorde Meath, um dia no Jardim, descobrindo pistas no chão perguntou-me que
pistas eram. - Respondi: “do gato comum” - E ela: - De que cor era o gato?”-
Olhei no chão e nos galhos das arvores vizinhas. Não havia nenhum sinal”. “Então
ela me respondeu:” O gato era de cor morena clara”. Perguntei-lhe -” Como é que
você sabe? - e ela: - “Eu vi o gato passar”. Portanto se ainda não chegou a este ponto quem sabe uma boa conversa com
seus monitores não iriam surgir novas ideias?
Comecemos com uma tropa que já tem uma boa ideia sobre pistas. Ela já seguiu
por mais de dois quilômetros e se saiu bem. Agora é hora de subir um degrau na
arte de seguir pistas. Vamos treinar a todos a seguir e entender as pegadas em
suas diversas situações. Comece em uma pequena estrada, quem sabe próximo a uma
fazenda ou um sitio. Se não encontrar um trecho molhado e com barro faça com
eles um trecho assim, não é difícil. Quem sabe uns dez metros para começar.
Primeiro passa um Escoteiro o menor da tropa e por ultimo o maior. Depois ao
lado das pegadas deixadas faça de novo, desta vez com as mochilas. E para
encerrar com um Escoteiro correndo e depois carregando outro. Todas as
patrulhas em volta prestando atenção como se fosse um jogo de Kim. Após as
patrulhas fazerem um relatório sobre o que observaram. Qual a diferença de
pegada por pegada? Altura, peso, idade, andando ou correndo? Estas técnicas de
pistas devem ser feitas pelo menos uma vez a cada três meses. Exercitar, fazer
discutir em Patrulha e em uma dinâmica de tropa. Toda vez que as patrulhas
estiverem em marcha de estrada convide a eles que relatem o que viram.
Interessante é a diversificação. Pegadas descalço, pegadas com sapato, com
tênis ou chinelo. Botina ou bota é uma boa. Agora é hora de tentar descobrir
pegadas de animais. Se conhecerem algum fazendeiro lá é o local ideal. Pegadas
do gado, de porcos, de galinha, de cães enfim toda a bicharada do habitat. Hora
de usar a memória para identificação. Uma pegada de um cão, daqueles maiores se
aproxima um pouco do de uma onça. A diferença é que a onça anda devagar e
quando corre é em saltos. Seguir também pistas feitas sem usar as conhecidas.
Um pequeno galho quebrado apontando a direção. (quebrado da altura da mão
esticada do escoteiro pode se saber a altura). Um galho virado para o chão
explica que houve uma parada dos que faziam a pista. Nada de riscar ou chapiscar
árvores. Cada patrulha deve ter seu estilo e o bom mesmo é se ela criou seus
próprios sinais. Se as outras não souberam pode dar um excelente jogo de seguir
pista.
Pegadas, pistas simples ou não. Estas sempre devem ser cobradas em marcha de
estrada ou mesmo uma jornada ciclística. Um lembrete já conhecido de todos, mas
que sempre é bom lembrar: - Pista não é para um somente. Pelo menos dois para
evitar desacertos. Os sinais são feitos à direita dos caminhos. No inicio
da aprendizagem os sinais devem ser visíveis. Quando venta não pode ser
utilizados papéis ou folhas. Os sinais não devem ser traçados a mais de um
metro de altura do solo. Nos cruzamentos de estradas deve sempre ser colocado o
"caminho a evitar" nas que não vão ser utilizadas. Nos lugares de
movimento devem ser feitos muitos sinais. Os sinais devem ser traçados
obedecendo às condições do terreno: em terrenos difíceis de cinco em 5 metros,
nas rochas de dez em dez, nas matas de 20 em 20, nos campos de 30 em 30 metros.
Jogos de sinais de pistas sejam eles dentro dos padrões conhecidos da tropa
sempre chamam a atenção principalmente se antes de seguir o Chefe conta uma boa
história sobre o tema. Kim para quem leu e conhece é perfeito para isto. Kim é um órfão irlandês, o “amigo de todo mundo”, que vive ao
deus-dará pela cidade de Lahore, na Índia dominada pelos ingleses, até que se
torna o discípulo de um lama, um sábio tibetano engajado numa busca mística. Ao
mesmo tempo, aproveitando seu grande talento para o disfarce e a facilidade que
tem de dominar vários dialetos, torna-se agente do coronel Creighton, o sagaz
chefe do Serviço Secreto que investiga os detalhes de uma conspiração na qual
espiões russos estão envolvidos. Kim se entrega de corpo e alma ao que, ao
longo da narrativa, é chamado de Grande Jogo. O livro foi escrito por Rudyard Kipling, o mesmo
que escreveu o Livro da Jângal.
Criando situações reais ou imaginárias dos
perigos que estão em volta das pistas na trilha ou estrada o sucesso é garantido.
Quando uma patrulha está seguindo uma pista evitar outra junto a ela. Dar certa
distância entre as patrulhas. Lembrar ao Escoteiro ou Escoteira que ao seguir
uma pista, não se deve chamar atenção falando alto, gritando e comentando. Use
da imaginação com seus monitores. Pistas são excelente meios para desenvolver a
mente. Kipling célebre escritor britânico, escreveu diversos livros e no
escotismo dois são bastante utilizados. O Livro da Jângal e a novela Kim que
celebrizou o menino observador. Aconselho aqueles que puderem adquirir este
ultimo livro que ele denominou de novela a ler com atenção. Baden Powell em
Brownsea já comentava as utilidades do menino Kim na arte da observação e
dedução.
De Rudyard Kipling: - Nenhum homem tem o dever de
ser rico ou grande ou sábio, mas todos têm o dever de serem honrados... Tenho
seis regras que me ensinaram tudo que sei: O que? Por quê? Quando? Como? Onde? E
quem?
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