Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Cortesia é uma obrigação até de Reis!




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Cortesia é uma obrigação até de Reis!

- Ainda pela manhã, revia minhas publicações pendentes para postagens. São muitas. Fiquei entre três. Antes dei uma passada nas minhas páginas, grupos para ler quem gentilmente deixou uma mensagem, curtiu ou compartilhou. Eis que lendo aleatoriamente lá estão elogios, cortesia escoteira e alguns desabafos de chefes lamentando a falta de cortesia por parte do seu semelhante. Sei que isso faz parte, estamos aqui para aprender e com nosso livre arbítrio esquecemos muitas vezes como devemos ser e proceder. Vez ou outra um Chefe, ou um dirigente reclamam o modo como foi tratado e terminam assim: - Por mais que goste do Escotismo, por mais que acredite na sua filosofia, prefiro sair. Terei saudades do que fiz dos bons amigos, mas não dos que se acharam donos do poder, os únicos entendidos. Não terei boas recordações. Pessoas assim denigrem a imagem do verdadeiro Espírito Escoteiro. Cortesia?

- Um Chefe a quem guardo gratas recordações disse um dia em um curso onde era aluno lá pelos idos de 1961. Olhando para todos indistintamente disse: - Ser cortês não custa nada e, no entanto, vale muito! “É um comportamento que deveria ser utilizado muitas vezes, porque as palavras ditas com suavidade, tato e cortesia constroem, um “sinto muito”, um, ”por favor”, ou um “você primeiro” são o perfume da bondade que muitos deveriam se empenhar sempre”. Um Lord Inglês no Parlamento Britânico presenciou uma balburdia não própria naquele recinto e exclamou: A cortesia até dos reis e a obrigação dos educados! Afinal não é exigir muitos dos outros? Não devemos olhar mais para nosso “umbigo”? Sei que temos um artigo curto seco e grosso: - O Escoteiro é Cortês! Mas porque temos chefes que esquecem este belo artigo e se acham os melhores? São intragáveis, prepotentes, autoritários e parece não acreditar na Lei Escoteira. Sei que não são muitos, mas essa maçã podre tem estragado muito os bons voluntários que se aproximam do escotismo pensado encontrar “isso”, mas encontraram “aquilo”.

Tive a honra de conhecer milhares de chefes e dirigentes cuja educação ultrapassa as raias da imaginação. Prestativos, leais, sempre com um sorriso nos lábios, sabiam dar um abraço e um aperto de mão. Já sentiram a vibração em um aperto de mão? Chefe Conrado dizia que a gente sabe com quem está lidando por um simples aperto de mão. A corrente passa de um para o outro e em segundos captamos todos os fluidos bons e maus que possam existir no próximo ou em nós mesmos. Já vi colocações incríveis na minha vida escoteira por parte de outros adultos que se diziam escoteiros, mas para mim não passavam de um arremedo de amador. Quantas vezes pensei em parar? Em esquecer? Ou melhor, em revidar? Se você tem uma áurea brilhante segue em frente sem olhar para trás. Mas olhe, não sou santo, revidei e muitas vezes agredi por palavras o agressor e só não saímos para as raias da violência por que uma voz sempre me dizia que o escoteiro é Cortês, amigo e irmão dos demais. Mas ele meu amigo é meu irmão escoteiro?

Às vezes me ponho em marcha tentando melhorar e fazer do escotismo um mundo melhor. Tento a minha maneira mostrar o Escotismo de Baden-Powell, sem desmerecer ninguém. Se tudo que penso tivesse voz teria uma chusma de contendores, adversários da palavra e sei que aqui nesta rede social tudo descamba para o impróprio não levando a lugar algum. No passado nos encontros nacionais ou regionais chamados de Conselhos, seminários e Congressos (hoje conhecidos como Assembleias) haviam discussões interessantes, vários temas, onde a participação era aberta sem rumos pré-definidos. Ali uma dinâmica era interposta de maneira tal que a participação eram de todos. Hoje dizem os revoltosos presentes tudo está pré-definido, e ai daquele que ousar discordar. Receberá o silêncio ou uma admoestação de alguém que se acha no direito como “politicamente correto” da Escoteiros do Brasil.

Uma pena o abandono de muitos que teriam vantagens enormes para contribuir. Perde o escotismo, deixa um rastro de desconforto e melancolia... Eu continuo aqui de pé seguindo meu caminho que escolhi nos tempos áureos. Minha força é minha caneta, minha clava é minha mente, e graças a Deus por não ter um numero sequencial registrado na Escoteiros do Brasil ou quem sabe nas outras associações, ainda não tive ninguém a admoestar, repreender, espinafrar meus ideais Escoteiros. Dou sorrisos quando recebo um e-mail de um Chefe solicitando educadamente com elogios minhas publicações, sorrio muito mais com aqueles que nada dizem a não ser: - Pode mandar! E aqueles que ainda não imaginaram o trabalho para montar e distribuir publicações através dos e-mails e sem imaginar o que o Velho Chefe Escoteiro faria se copiasse seu e-mail onde minhas publicações foram oferecidas. Ah! Estou cansado demais...

Li gostei e anexei um poema da Polonesa Wislawa Szymborska. Merece ser lido:
“O poeta lê seus versos para os cegos. Não esperava que fosse tão difícil. Sua voz fraqueja. Suas mãos tremem. Ele sente que cada frase está submetida à prova da escuridão. Ele tem que se virar sozinho, sem cores e luzes. Uma aventura perigosa para as estrelas da poesia, para as manhãs, o arco-íris, as nuvens, os neons, a lua, para o peixe tão cintilante sob a água e o falcão tão alto e quieto no céu. Ele lê-pois já não pode parar – sobre o menino de casaco amarelo num campo verde, telhados vermelhos que se contam no vale, números irrequietos na camisa dos jogadores e a desconhecida, nua, na fresta da porta. Ele gostaria de omitir – embora seja impossível – todos os santos no teto da catedral, a mão que acena do trem em partida, a lente do microscópio, o anel e seu brilho, as telas de cinema, os espelhos, os álbuns de fotografia. Mas é enorme a cortesia dos cegos, admirável a sua compreensão, a sua grandeza. Eles escutam, sorriem e aplaudem. Um deles até se aproxima com o livro de cabeça para baixo pedindo um autógrafo invisível”.

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