Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

“happy ending” Um final feliz!



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
“happy ending” Um final feliz!

                  Como está lindo o sol. Não sei por que nunca soube que ele seria tão importante em minha vida. Nunca fui tão feliz como agora. Sentia-me bem ali, melhor do que antes junto a amigos do bairro, soltando pipas, jogando bola, ou contando “causos”. Tentei convencê-los a ir comigo, mas riram dizendo que ser Escoteiro é para trouxa. Eles coitados não tinham a menor ideia do que eu estava fazendo, mas eu sabia o que eles estavam fazendo. Eles não estavam fazendo nada. Nesta hora tenho certeza que alguns dormindo, outros na porta olhando a rua vazia e pensando no que iam fazer. Quanta diferença! Meu dia, cada dia era melhor que o outro. Para dizer a verdade até minha mãe duvidou que pudesse gostar tanto como gosto de ser Escoteiro.

                 Meu nome é Marcus.  Nunca pensei em ser escoteiro. Tinha visto eles algumas vezes no parque, no shopping, e em bandos cantando e rindo pelas ruas do bairro. Bando de loucos pensava! E eis que um dia passei próxima a sede deles. Uma turma correndo, outra jogando, lobinhos de azuis procurando um tal de Mowgly, os grandões em cima de uma árvore dizendo que era um Ninho de Águia. Pode? E fiquei ali parado olhando embasbacado e pensando comigo mesmo – Que diabos era tudo isto? Risos. Desculpem os diabos. Maneira de dizer. Sem perceber me aproximei mais. Um Chefe sorridente me olhou e abanou o chapéu dizendo – Olá! Já conhecia os escoteiros? – Não Senhor! – Então se aproxime. Se quiser você brinca um pouco em uma patrulha e alguém de lá vai dizer a você quem somos nós!

                 Foi o meu começo. Nunca na vida tinha sentido algum igual. Uma turma que chamavam de Patrulha que pareciam irmãos. Bem mais que irmãos. Cada um sabia o que fazer. Sempre ajudando um ao outro. Em um jogo de quebra canela com um cobertor nenhuma canela foi quebrada, mas quantos tombos! – Me contaram sobre como surgiu o escotismo. Do general Inglês que foi seu fundador. Ensinaram-me nós, alguns sinais de pista, me mostraram o céu e disseram que ele era tudo para os escoteiros, muitas vezes a barraca para dormir. Falaram no sol, que sempre caminha para o oeste, falaram do vento, das chuvas gostosas do verão, das noites de lua cheia, nas estrelas, das brisas frescas da manhã de primavera, de um fogo que chamavam de Fogo do Conselho onde cantavam, brincavam e representavam. Meu Deus! Fiquei abismado. Voltei para casa correndo. Mamãe, Mamãe, você precisa me matricular nos escoteiros!

               Olhem, acho que valeu. Foi à decisão mais importante em minha vida. Meu Chefe que “cara” bacana. Alegre, jovial, espirito leve e solto a nos ouvir, compreender, aconselhar. Entrei na patrulha do Condor, me receberam com um grito de guerra. Aprendi logo. Gritava como nunca em minha casa. Minha família ria. Fiz minha promessa. Dia de festa, de fotos, de abraços dia que marcou para sempre meu coração Escoteiro. Todo mês saiamos da sede. Sempre para um lugar com cheiro da terra, onde poderia ter um riacho para brincar, para molhar os pés, para pescar! Em cada três meses um acampamento. Estes então! Incríveis. Cheios de aventuras. Uma vez seguimos os passos de um boi que havia entrado na mata. Fomos pé ante pé e o descobrimos comendo capim colonião como se nada acontecesse em sua volta.

              Fazíamos coisas do arco da velha. Subíamos em cordas em árvores frondosas, um dia inteiro preparando uma catapulta para ver que mandava mais longe uma bexiga cheia d’água! Quantas risadas! Uma ponte três pontas. Fácil de fazer para atravessar uma vala ou um riacho. Uma noite um jogo que nunca esqueci. Minha Patrulha foi sorteada para passar em um trecho do bosque pelas outras três e foi o máximo. Pintamos todo o corpo de preto. Aprendi a rastejar como exploradores noturnos e não consegui passar, mas dois da Patrulha conseguiram. E no último dia foi o dia que chorei. E como chorei. Foi lindo. Acenderam o fogo com um palito de fósforos. Uma festa, o Escoteiro que acendeu recebeu seu batismo de guerra. Pulou três vezes sobre o fogo e passou-se a chamar Nambiquara, aquele que é inteligente, muito esperto. Que lindo foi! Breve eu também terei meu nome de guerra. Estou escolhendo.

            E a noite foi encerrada cantando. Cantamos a Canção da Promessa e aquela que sempre marca “A Canção da Despedida”, como emociona! Como a gente nunca mais esquece! Parece que a união ali com as mãos entrelaçadas é como uma promessa de amor ao escotismo para sempre! Foi bom. Muito bom mesmo. O Escotismo mudou minha vida. Meu grupo escoteiro agora é minha segunda família. Lá tenho tudo que desejei. Adultos que parecem mais irmãos, escoteiros e escoteiras que se respeitam. Dizem que lá aprendemos não só a ser herói, mas também a ter palavra, honra e saber que a ética faz parte do nosso crescimento. Gente! Como sou feliz! Amo de montão o escotismo! Nunca mais irei esquecer as horas mais felizes de minha vida que ele me deu vai dar-me por toda a vida!

E quantos Marcus nós temos por aí?        

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