Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Quando a primavera voltar.



Crônicas de um chefe escoteiro.
Quando a primavera voltar.

               Tive muitas experiências na vida. No escotismo outras tantas. Serviram-me muito. Muitas vezes escrevo aqui com o coração me abrindo com amigos virtuais que tanto prezo. Outras tentando divertir a mim mesmo. Gosto de rir. Me faz bem. Do que escrevo alguns gostam. Outros não gostam. Agradar aos Deuses e Troianos é difícil. Eu sei disto. Claro que comentários airosos trazem um pequeno desgosto, não adianta dizer que não. O jeito é pular por cima, pois o sol vai brilhar novamente e a vida segue e devemos seguir com ela. Cada comentário que faço sobre nosso movimento sempre foi visando seu crescimento. Dizem que eu sempre fui um eterno “contra”. Se eu fui tudo isto não sei. No escotismo atuei em todas as áreas. Sem esquecer que fui lobinho, Escoteiro, Sênior Pioneiro e Vaqueiro. Risos. Vaqueiro? Bem esta é outra história. Gostosa e das boas! Atuei vários anos como Chefe nos lobos, nos escoteiros, nos seniores, e fui até Mestre Pioneiro, imagine! Aprendi muito. Vi jovens se tornarem homens. Mocinhas que cresceram e hoje atuam em diversas áreas de nossa sociedade. Aqui no face tem muitos deles.

                 Participei de dezenas de cursos. Acho eu que foram mais de uma centena. Atuei em liderança regional. Como se diz no exército, sempre fui um soldado obediente, mas não fazendo continência a tudo que os superiores diziam. Aqueles que me acompanham e leem meus blogs, devem ter uma ideia das minhas sugestões. Todas elas comprovadas por fatos onde vi os resultados. Fatos que participei. Já comentei sobre Cerimonial de Promessa, de lobos, sobre uniformes, sobre tradições, sobre lei Escoteira, sobre etapas e provas, programas, condecorações, sobre Sistema de Patrulha e do adestramento dos Monitores. Já comentei sobre a UEB, regiões, distritos e Grupos escoteiros. Já comentei sobre a força da amizade, do sorriso, do respeito para que um grupo possa ser uma grande família democrática onde todos têm o mesmo direito, claro e também os mesmos deveres.

                  Não desejo que façam o que eu digo nada disto. Cada um é cada um. Tem casos, no entanto que por experiência eu sei que não vai dar certo. Vendo e ouvindo aqui e ali, olha que são muitos que trocam ideias comigo eu vou dando meus “pitacos”. Se isto resolve ou não isto não importa. Outro dia um não concordou comigo quando insisti que a Patrulha em acampamento deve cozinhar para si. Dizia ele que assim não sobraria muito tempo para as atividades. Puxa! Existe atividade melhor que esta? Quer coisa mais linda? É delicioso estar ali, em tempo livre, com todos conversando entre si e fortalecendo a Patrulha! Vendo a fumaça de o fogão a lenha subir aos céus, o cheiro da linguiça sendo frita o calor do fogo nas panelas, os olhos do cozinheiro ardendo, alguém colocando uma acha de lenha no fogo, o aguadeiro correndo com a vasilha cheia de água, o cheiro do arroz, da batata frita! Isto meus amigos vale mais do que dezenas de outras atividades. O Sistema de Patrulhas nesta hora tem um valor enorme. E assim que ele é praticado com toda clareza. Onde se aparam arestas, onde se fazem planos, onde se aprende a amar e admirar uns aos outros.

                 Eu participei de uma Patrulha. Por muitos e muitos anos. Uma época que ainda não havia os tais programadas detalhados – 6:00 – Alvorada. 7:00 café – 9:00 inspeção – 09:30 bandeira, oração, avisos – 10:00 jogo – 11:00 mandar os pais aqueles folgados trabalhar para fazer almoço – 11:00, hora de levar a turma para pular no barro – 13:00 almoço, 14:00 siesta, internet e falar no celular. (tenho um artigo que fiz sobre celular e como dei risadas, meu Deus!) E por aí vai. Era diferente. Eu mesmo quando Chefe de tropa não dei muita bola por estes programas. Os que nunca participaram de uma boa Patrulha não sabem como é difícil aceitar lideranças, aceitar outros jovens junto a eles pensando diferente. É nestas horas que as ideias são trocadas. É nestas horas que a Patrulha fortalece. Que o diga quem fez assim quando Escoteiro.

                 Lembro meu primeiro curso. 1959. Cinco dias. Acampado (O IM dois anos depois foram nove dias acampado), mais seis chefes na Patrulha. Primeiro dia - o Escoteiro é cortes e amigo. Segundo dia – Aqui tem muitos que não querem nada uns coça sacos – Terceiro dia – Fulano só quer mandar e eu dando duro – Quarto dia – Começamos a conversar, um conselho de Patrulha. Resolvemos nos unir mais. E assim foi até o ultimo dia. Cozinhávamos, fazíamos pioneiras, tínhamos dezenas de sessões por dia, um verdadeiro acampamento e fazendo para aprender. Ali aprendemos os sentimentos de uma patrulha. Vivemos na pele o que os jovens vivem hoje. Não é mais assim. Muitos definem o que os jovens querem. Ainda não entenderam o que é aprender fazendo. Definiram o que é bom para todos. Não perguntaram. Bem já me disseram que é época moderna. Novos e modernos métodos de ensino e educação. Não temos mais chefes ou adestradores, agora são formadores. Que nome eim? Ah! UEB! Deixou para trás toda uma personalidade adquirida que demorou cem anos para se fazer.

                    E meus amigos, eu fico pensando se não estou errado. Fico pensando que um banho de Giwell Park quem sabe poderia me fazer bem. Dar novas ideias pensar diferente. Eu era um bom lobo, um bom lobo de lei, eu era um bom Marrom, um bom Marrom de lei, eu era um bom Touro, um bom Touro de lei. Três insígnias. Três lembranças. Quantas coisas eu vivi. Mas isto fica para outro dia. Quem sabe quando a “primavera voltar”?       

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