Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Um Grupo Escoteiro padrão.

No caminho para o sucesso.
Um Grupo Escoteiro padrão.


                    Acabava de chegar àquela cidade e quando desci do taxi em frente ao hotel, surgiu não sei de onde um Chefe Escoteiro e foi logo pegando minhas malas, sorrindo, e dizendo: Deixe que eu levo. Fiquei assim sem jeito e ele completou: - Ainda não fiz minha boa ação hoje e além do mais sou o Gerente do Hotel. - Santa Cecília! Falar o que? Adentramos ao hotel e na recepção ele me deu as boas vindas e pediu desculpas, pois tinha de ir para a reunião do seu Grupo Escoteiro. Já ia dizer a ele que também era Escoteiro quando ele se dirigiu a outro Senhor, mais velho e grisalho, também impecavelmente de uniforme caqui com chapelão. Saíram sorridentes se cumprimentando e desapareceram na porta do hotel. Intrigado eu perguntei a recepcionista quem eram. Ela sorridente me disse que o Senhor Martinho era gerente do hotel e Chefe de tropa Escoteira. O outro o Senhor Nando, Juiz de Direito na cidade e membro da diretoria do Grupo Escoteiro. Mas eles vão sempre de uniforme para a sede? - Claro! Ela disse. Afinal aqui todos conhecem o escotismo pelo seu valor, pelo seu histórico e claro pelo seu uniforme e a comunidade tem grande respeito por eles.

                  - Santa Marcelina! Eu tinha de conhecer de perto e melhor tudo aquilo. Deixe que me apresente, sou Engenheiro de Máquinas, represento uma empresa que dá manutenção e estava ali na cidade a serviço. Nas horas vagas também era Chefe Escoteiro de uma tropa Sênior (Assistente) e o escotismo era um dos meus amores que junto a minha filha e esposa me completavam. Corri até o meu quarto e logo estava com o meu uniforme. Tinha de me apresentar. Caramba! Estava com o social somente. Não tinha levado o caqui. Desci e perguntei onde pegaria um taxi. – Tem um ali na porta, Senhor, ela respondeu sorrindo para mim, pois descobrira que eu também participava desta grande fraternidade. Entrei no taxi e pedi que me levasse ao Grupo Escoteiro da cidade. – Olhe Senhor, disse o taxista, é ali na esquina – Está vendo? Se quiser o levo, mas é só atravessar a rua. Veja quantos meninos e meninas estão chegando! E sorriu. Desci agradeci e logo estava na porta. Cheguei bem na hora do cerimonial. Viram-me, dois chefes vieram até a mim, apertaram minha mão esquerda efusivamente, me deram as boas vindas e me convidaram para participar na ferradura.

                   Não vou entrar em detalhes, pois a história é longa. Era um grupo modesto, duas alcateias, uma masculina e uma feminina. Duas tropas, uma masculina e outra feminina. Uma tropa Sênior mista. Três patrulhas. Fui até a sede conhecer. Perfeita. Não era própria, era em um Colégio do Estado. – Fui apresentado a Diretoria. Três deles e mais cinco pais presentes sendo que um deles era uma mãe e Diretora do Colégio. Todos de uniforme caqui. Quem me contou o histórico do grupo foi o Presidente. Olhe Chefe começamos com poucos. Nada de correria, nada de querer ser além do que pretendemos. O Chefe Martinho tinha sido Escoteiro quando jovem e assim também o Senhor Nando nosso Juiz de Direito que foi o idealizador do grupo. O Chefe Martinho ficou três meses só com oitos jovens. Eles hoje são os Monitores e subs. Ele fez antes um curso Escoteiro na capital. A fila de espera foi crescendo à medida que os jovens da cidade viram a movimentação dos jovens no grupo, pois eles sempre estão em atividade no campo.

                 Não tinha segredo. Tudo foi feito com alguns no começo e hoje todas as sessões estão completas. Temos uma lista de espera de mais de quarenta jovens. Já conversamos com a Região de fazer outro grupo aqui na cidade, mas ainda não levaram a ideia adiante. Fiquei ali olhando a movimentação da Alcateia e das tropas. Perfeitas. Uma amizade incrível entre os jovens. Patrulhas e Matilhas completas. Chefes fazendo um perfeito sistema de patrulhas. Todos vibrando. A Alcateia parecia estar o tempo todo vivendo a mística da Jângal. – Alguém chegou até a mim. – Sempre Alerta Chefe. A tropa Sênior e guias convidam o Senhor para participar do nosso Conselho de Tropa. - Santo Agostinho! Falar mais o que? Fiquei ali assistindo e participando naquele grupo modelo. Ao final da reunião o Chefe pediu desculpas, pois hoje fariam um Conselho de Chefes do Grupo para discutirem alguns pormenores, ver como estão sendo cumpridas a programação e ouvir o que os chefes têm a dizer do desenvolvimento de suas tropas. Caso eu quisesse, poderia assistir e claro, dar minhas opiniões. Eu também estava convidado para participar de um coquetel dançante na Casa da Akelá à noite. Sempre fazemos assim quinzenalmente em rodízio.

              - Santa Madalena! Fiquei sem palavras. Vi ali um grupo que poucos ainda preocuparam em ser. Faziam questão de tudo para que nada pudesse se perder naquela família Escoteira. Tinham oito anos de atividade. As patrulhas estavam juntas e dificilmente alguém saia e isto facilitava no desenvolvimento da equipe, cujos Monitores tinham um alto grau de conhecimento. No dia seguinte fui até a fábrica olhar as máquinas. Fiquei lá umas cinco horas. Quando terminei a manutenção fui convidado a conversar com os diretores. Cheguei quando estava terminando uma reunião com um jovem de uniforme, impecável, um porte executivo e ele agradecendo pela acolhida. Perguntei ao Diretor o que houve – Há tempos vem pedindo para ser recebido. Uma proposta para sermos sócios do grupo. Uma pequena quantia anual. Sabemos do valor do escotismo. Este jovem que é um profissional Escoteiro do Grupo nos mostrou onde poderíamos ganhar no futuro, com jovens aprendendo ética, honra liderança, respeito e disciplina. Ele tem feito este trabalho no comércio e muitas fábricas aqui da cidade. 


                Santa Bárbara! Era um sonho? Não era não. Era uma realidade. Inveja não é próprio de escoteiros. Mas vi que a perfeição existe. Podemos chamar de perfeito sem sombra de dúvida aquele Grupo Escoteiro Padrão. Que Santa Edwiges me proteja. Utopia? Uma fantasia? Ou será que visitei a cidade dos sonhos, ou melhor, Xangri-lá? Bem, acreditem se quiser. Mas este grupo escoteiro existe. Quem sabe é o seu? - Santo Antônio! São Judas Tadeu! 

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