Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O filho do "Chefe"



Conversa ao pé do fogo.
O filho do "Chefe"

A meditação nos trás muita paz e as vezes respondem as nossas inquisições do dia a dia. Eu gosto de meditar. Principalmente sobre o nosso Movimento Escoteiro. Sempre volto ao passado mesmo que muitos acham que foi um tempo que passou e não voltam mais. Mas fui até lá, naquele bem distante e depois fui percorrendo o caminho que conheci até chegar os dias de hoje. Quando jovem nossos escotistas eram oriundos do próprio movimento Escoteiro. Difícil explicar e difícil de muitos entenderem. Os jovens ficavam mais anos e a evasão era menor. Enquanto isso aconteceu se manteve o tradicional e o sistema de patrulhas que aprenderam em sua mocidade.

O tempo foi passando. Já não havia tantos escotistas oriundos das próprias tropas. Alguns voluntários adentraram no escotismo. Isto foi bom, pois mantivemos o crescimento que desejávamos. Pequeno é claro, mas satisfatório. Infelizmente a evasão começou a aumentar. Acontece que as cidades crescendo e a falta de adultos se tornou uma tendência que poderia até prejudicar o andar do escotismo em termos nacionais.

O número de escotistas advindo das tropas foi suplantado pelos pais. Um número crescente deles adentrou no escotismo. Aos poucos eles assumiram posições diversas na hierarquia escoteira e para nossa felicidade mantiveram o escotismo unido. No entanto foi aí que começaram as mudanças. Todos é claro sempre acreditaram que o faziam em beneficio do escotismo. A maioria dos pais permaneceram nas sessões escoteiras do grupo. Muitas tropas e alcateias devem agradecer a eles as suas atividades e continuidade.

Como foi essa chegada dos pais? O filho ou a filha interessa em participar. A mãe ou o pai ou ambos o levam a um Grupo Escoteiro mais próximo. Isto acontece muito nas cidades maiores. Difícil deixar o jovem ir e vir só. Já não confiamos como antes. O pai ou a mãe ficam ali esperando o final da reunião. Duas três horas (depende muito do Grupo que leva a sério a pontualidade Escoteira e a retidão do horário). É cansativo. Mas chega uma hora que passam a gostar das atividades. E se já ficam ali esperando porque não participar diretamente? (o começo do vírus escoteiro é aí – risos)

Quando entra o casal muito bom. Se não pode haver discordâncias no lar. Claro que o filho une a todos e o seu sorriso quando de uniforme faz com que os pais se entendam maravilhosamente. (tem casos que não).  Ai vem à parte mais difícil. Deixar que o filho ande com suas próprias pernas. A proteção familiar sem perceber se estende ao grupo. Muitos pais acreditam piamente que isto não acontece. Os demais chefes da sessão olham de outra forma. Quando o Grupo Escoteiro tem boa estrutura tudo se resolve satisfatoriamente.

Mas não é fácil. O espirito Escoteiro ainda não foi assimilado. Existem casos que isto até prejudica ao filho. Principalmente quando um dos pais é o titular da sessão e quer mostrar que ali não tem proteção. Outros casos são os pais que tem receio de fazer certos tipos de atividade que julgam ser perigosas. Não viveram aquela situação e não é fácil participar confiando. Se temos nas sessões escoteiras escotistas bem formados o problema inexiste. Caso contrário à discórdia poderá se um fato que prejudica em muito o filho ou a filha que aos poucos vai sentindo uma animosidade com sua pessoa.

Não é fácil a convivência entre adultos seja no escotismo ou em qualquer parte da sociedade. Uma solução seria um Diretor Técnico com mentalidade aberta, democrático e com boa vivencia no escotismo. Teria que ser um “Salomão” para resolver contendas, um psicólogo para aconselhar e um político (no bom sentido) para resolver tudo entre todos os participantes adultos. Mas sabemos que temos poucos desses escotistas no cargo de Diretor Técnico.  Pelo que vejo pelo que ouço e por histórias contadas o Conselho de Chefes de Grupo praticamente inexiste em boa parte dos grupos escoteiros.

Mas apesar de tudo, se não fossem os pais o destino do escotismo teria sido outro. Talvez bem pior. Eles trouxeram sangue novo. Ideias novas. Vontade de fazer e agir. Louvo isso. Só está faltando que aqueles que aderem a órgãos superiores sejam mais compreensivos nas decisões e na formação de ideias, pois muitos estão dizendo até que BP está ultrapassado, que o mundo é outro, que os jovens aspiram outra forma de atividade. Mil explicações.

Não discuto. Até acho válido. Quem sabe esses poucos que pensam assim não deveriam criar outra organização? UJF (união dos jovens do futuro). Ali eles ou até mesmo escotistas mais antigos poderiam por em prática tudo que acham válido, podem ser criativos, ter um belo traje, um lenço diferente (quem sabe um belo chapéu australiano – risos). Poderia até ser um caminho que precisamos para trazer todos os jovens a uma organização infanto juvenil. Mas o escotismo não. O escotismo é único. O escotismo é aquele de BP. Adaptar sim mudar nunca. A época da carrocinha passou. Não dá mais para sair em Patrulha com ela ao campo. Agora precisamos adaptar outros meios de transporte. Mas só nestes poucos casos posso concordar.


Bem vindo os pais. Eles são hoje o baluarte do Escotismo nacional. Tem um longo caminho ainda a percorrer, mas quem sabe eles serão a solução do futuro? E para encerrar, não se esqueçam. Se querem mesmo mudanças lembrem-se da UJF. Lá é o lugar certo para isso. Risos.

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