Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Os sonhos impossíveis do Velho Chefe Escoteiro.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Os sonhos impossíveis do Velho Chefe Escoteiro.

- Francamente eu não sei se foi Montgomery um General inglês, quem disse em uma das suas inúmeras e famosas batalhas: - “O possível faremos agora e o impossível daqui a pouco”! Monty seu apelido ficou famoso pelas suas frases: Esta ele perguntou a um soldado para levantar a moral de suas tropas: - "Qual é seu bem mais apreciado, soldado?", "Meu fuzil, senhor", respondeu o soldado. "Está enganado, é sua vida"!

- Portanto não posso duvidar que alguém em algum lugar já nasceu ou está para nascer para dar uma virada histórica no escotismo brasileiro. Quem sabe no mundo todo? Pensando bem alardeiam aos quatro ventos seja em qualquer nação que estamos crescendo. Crescendo? - Deixamos de lado nosso principal dogma, nossos mandamentos que BP escreveu e principalmente a mística ou até mesmo o mistério que cerca o escotismo. Quem sabe suas principais regras.

- Partimos para um modernismo desenfreado, realizado em poucas mãos, onde sábios e pensadores modernos mudam o sistema educacional, achando que devemos trilhar o caminho da certeza esquecendo aventura, a descoberta, o fazer fazendo atraindo o jovem pela beleza da simplicidade, incluindo aí a metodologia Badeniana diferente de sua escola, e seu aprendizado prático em seus lares. Deixamos de lado o mais chamativo e sensato meio que BP definiu em poucas palavras: - Acima das torres da matriz ainda existem estrelas no céu!

- Partimos para uma nova filosofia escrita a poucas mãos sem consulta, sem pesquisa, alterando tudo que demorou dezenas de anos para construir. Bom ou ruim a mística, a tradição, o incompreensível habitat de Mowgly, o cabalístico das cerimonias de um Volta a Gilwell. Nomes históricos foram substituídos por nomes moderno. O Comissário, o Chefe, o Distrital o Adestrador e tantos outros passaram a se denominar comumente parecido com outras organizações que nada tem de escotismo. Esquecemos nossas origens?

- Pedagogos, novos pensadores modernos estão a mudar a maneira com deve ser a nova educação escoteira dos jovens. Estamos sendo uma máquina humana servindo de cobaia para ver se vai ou não dar certo. A fleuma Escoteira de BP está sendo esquecida. Vivemos a era do Presidente, do Diretor, do Líder sem nome impingindo cursos que nada tem a ver com a natureza que acreditávamos ser a fina flor do escotismo Badeniano de Gilwell Park.

- Aquela tempera que existia, aquele comportamento cabalístico, característico e porque não dizer medieval, seria o modo o estilo que tanto atraia os jovens? Preocupo que possam substituir as bases fundamentais, tais como O Sistema de Patrulhas, as técnicas de campo, a vida ao ar livre, o aprender fazendo e finalmente a Lei e a Promessa. Não podemos esquecer-nos da retidão moral e da correção de princípios.

- A luta pelo poder, as decisões secretas, os conchavos nos transformou em políticos astutos tentando criar uma nova forma uma nova mentalidade, esquecendo ou desprezando os Velhos Lobos para sua nova hegemonia de comando. Criam falsamente um novo sol, um novo épico do Escotismo. BP emudeceu! Não se discute mais sobre ouvir os jovens, os chefes ou a todos que participam do escotismo. As finanças, o enriquecimento, substitui passo a passo o nosso lema Servir. Qual a direção escolhida? Sem metáforas, por favor!

- Ainda tenho um sonho. Sonho de um Velho Chefe Escoteiro que não ficou parado no tempo. Sonho que todos possam usufruir de direitos e deveres sem os obscuros transcendentes de uma metáfora qualquer. Votar e ser Votado? Ser ouvido consultado? Afinal não seria assim que os direitos são de todos? Se os Matabeles chamavam BP de “Impisa”, O lobo que nunca dorme, ou se os Ashanti o chamavam de “Kantakye” o homem do chapéu grande, ou até mesmo os Kaffir o chamarem de “M’hlalapanzi” “o que atira deitado e que planeja antes de agir” não seria um novo recomeço uma nova história sem esquecer o nosso passado?

- Que se faça ou reescreva o novo escotismo que muitos chamam de Tradicional, mas lembremos de que fazer o escotismo de Baden-Powell não significa ser tradicional. Ninguém esquece quando aprende e adquire um hábito de comportamento. Temos uma herança, um legado que não pode ser esquecido. Temos quer queira ou não voltar às origens sem esquecer o mundo em que vivemos. Acima das torres da Matriz ainda existem estrelas no céu.  

- Precisamos de uma nova história sem esquecer-se de contar a antiga história. Direito iguais, ordem e progresso sem sofisma. Um novo despertar para que todos dêem as mãos em busca de um escotismo melhor. Qualidade e não quantidade. Quem sabe um novo “Conselho” formado por Velhos Lobos de todos os estados. Um fórum com direito a tomada de decisões com voz e voto.

- Precisamos acabar com esta guerra surda de que só alguns tem direitos da filosofia de BP. Chega dessas discussões e conchavos muitas vezes discutidas em porões do submundo escoteiro que nunca poderiam existir. Precisamos de humildade, de fraternidade e nunca esquecer que somos amigos de todos e irmãos dos demais escoteiros. Precisamos dar as mãos, recebendo e dando colaboração. Manter viva a chama do lema Servir! Uma estrada de duas mãos!

Nota – De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo as necessidades vai reduzindo a bagagem. As opiniões dos outros são realmente dos outros, e mesmo que seja sobre nós, não tem importância. Vamos abrindo mão das certezas, pois já não temos certeza de nada e isso não faz a menor falta. Paramos de julgar, pois já não existe certo ou errado, e sim a vida que cada um resolveu experimentar. Por fim, entendemos que tudo o que importa é ter paz e sossego, é viver sem medo, é fazer o que me alegra, o que me faz bem, o que me faz feliz... É só!

Nenhum comentário:

Postar um comentário