Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

terça-feira, 19 de junho de 2018

Conversa ao pé do fogo. Onde andam os sonhos e as aventuras escoteiras?



Conversa ao pé do fogo.
Onde andam os sonhos e as aventuras escoteiras?

Às vezes eu pego no meu pé por ser intransigente exigente e pensando que todos pensam da mesma maneira que eu para entender a metodologia escoteira que tão brilhantemente no meu modo de entender Baden-Powell deixou para nós como herança. Costumo reclamar dos novos, daqueles que ou não entenderam o que ele queria dizer ou então que seu tempo ficou lá no passado distante e hoje a juventude procura novo meio para se divertir e viver. Será mesmo?

Será que não nos esquecemos de dar para eles o verdadeiro escotismo nos escondendo das dificuldades de um novo meio de sobrevivência, acreditando que ele não tem mais interesse, falando por eles, pensando por eles sem pelo menos tentar mostrar se eles gostariam ou não daquele escotismo de aventuras, sem motor, sem avião, sem patinetes elétricas e voltar naquela feita de madeira tirada no mato para fazer de sua criação o verdadeiro sentimento da diversão que ele tanto sonhou?

Mas será que os chefes de hoje pensam assim? Alguém vendeu para eles esta experiência do escotismo de campo mesmo que seja em um parque fora da cidade, em uma área para passeio ou mesmo um sacrifício para encontrar um belo lugar para acampar? Deveriam os chefes estar mais ouvindo os Escoteiros e as Escoteiras. Mas será que estão? Afinal se vê tanto Chefe querendo ser o dono das ideias, ser a figura principal que esqueceu sua finalidade na tropa. Esqueceram que existem monitores. Mas para que servem eles? Interessante, fotos e mais fotos dele o chefe falando, dele agindo e decidindo. Cansa-me ver um comando crawl e o Chefe ali segurando o menino e a menina. São escoteiros de porcelana.  

Cansa-me ver a tropa formada e monitores “dormitando” no bastão de sua patrulha. Cansa-me ver acampamentos com o Chefe lá no campo dos jovens. Fazendo o que? Aprender a fazer fazendo? Liberdade? Sonho de aventuras? Onde estão as fotos deles subindo em árvores e descendo em uma corda por um nó de evasão? Fazendo uma ponte pênsil, construindo um ninho de águia, o cozinheiro cozinhando e não pais que ali estão e não entendo o que eles fazem lá. Existe o cozinheiro? Existe o Escriba? Existe almoxarife? Existe o construtor de Pioneirias? Existe o bombeiro aguadeiro? Só de nome ou de ação?

Não pegaram nada? Fizeram mil cursos. Lá os formadores ensinaram mil coisas. Mas não ensinaram que estes jovens em seus bairros têm amigos e se encontram sempre sem a presença de nenhum Chefe? Nestas reuniões eles são os donos do programa, criam suas atividades e acreditam que seus amigos do bairro serão para sempre? Uma patrulha unida com os mesmos patrulheiros por dois anos? Se encontrando fora das reuniões, amigos de verdade? Não sei, devem existir poucas por aí. Muitos estão saindo por que pensaram que seria uma vida de herói e não foi.  Um medo atroz de acidentes, um medo enorme de eles saírem de suas asas, tanto medo que eles desistem. Nem os pais em suas casas são assim. Brinco em muitos artigos que escrevo e costumo colocar lá – Xô Chefe! Xô! Entenda o que você é e nunca será um deles. Seja um irmão mais Velho, mas sem dominar, sem achar que só você se preocupa. Quer fazer o que eles fazem? Chamem outros adultos, façam seus acampamentos e aprendam bastante às técnicas escoteiras.

Sinto pena dos jovens de hoje. Eles não terão histórias para contar. Um fogo do conselho onde o Chefe dirige. Um jogo que só o Chefe dirige e explica para toda a tropa. Monitores ali são enfeites. Uma jornada com o Chefe fora da fila olhando como se eles fossem lobinhos e podem se perder. E eles acreditam que ali tem um sistema de patrulhas. Não foi o escotismo do passado. Nunca foi. Se a proteção continuar em breve teremos o escotismo nas escolas, ou seja, eles sentados em salas de aulas com professores chefes falando, falando, falando e falando. Bem disse Kipling: “Quem ao crepúsculo já sentiu o cheiro da fumaça de lenha, quem já ouviu o crepitar do lenho ardendo, quem é rápido em entender os ruídos da noite;... deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se volvem aos campos do desejo provado e do encanto reconhecido...”.

Por entre junco e hera verdejante, correm nascentes de águas límpidas,
Junta-se à sede da minha alma ímpia esta cascata pura e refrescante

Já são audíveis os sons da cachoeira num simulacro à magia da natureza
Insetos e pássaros voam na certeza que Deus existe e a fé é verdadeira...

Nota - Meus comentários são hoje exíguos. Não sei se devo falar ou continuar a escrever o escotismo de BP. Adianta dizer que nos esquecemos de dar a eles este sonho de aventuras este sonho de ser herói? Sempre a dizer que isso não funciona, se nem mesmo eles experimentaram? Ao contrário do poema já não são audíveis os sons da cachoeira, esqueceram-se da magia da natureza, nem sabem mais que existem insetos e pássaros voando no céu. Nem sei se pensam que Deus existe e que a fé não pode ser esquecida... Ainda digo... Louvado seja Deus!

Nenhum comentário:

Postar um comentário